São inseparáveis de qualquer forma de noção de identidade a natureza “positiva” da sua natureza “negativa” – o ódio, a vingança, etc. Inseparáveis por definição. Portugal nasce em oposição a Castela e ao Islão. Identidade implica um nós e um outro. Até o cristianismo quando manda amar o inimigo afirma que há um inimigo. E não há uma razão supra-identitária – a razão universal – como mediador. Apenas um equilíbrio tensional onde a razão é apenas instrumento. Não possuímos razão como possuímos um orgao ou uma faculdade. É uma herança social, um departamento da alma ou do espírito da sociedade. Resultado de um intercambio intelectual mas aberto ao jogo das paixões. É por isso que o nacionalismo germânico foi especialmente danoso, enquanto anseio da unidade perdida, da unidade tribal, da unidade primitiva e pura. Foi uma fuga colectiva para uma cidadela interior – um mundo de sonhos – a que se dispensa o peso da cruz da civilização. Por alguma razão a historia foi sempre mais branda com a loucura colectiva do que com a individual.
PS Isto era missiva – mais ou menos isto – para seguir para o covil não fosse o dragão despedir sem aviso e sem justa causa a caixa de comentários. Feito a pedir cgtp em fúria e a blogosfera a cadeados
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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quarta-feira, 2 de julho de 2008
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
4 comentários:
Pois. E depois de ler o seu post lembrei-me que os francos são um povo germânico que adoptou muitos hábitos latinos, além da língua. Parece que há hereditariedades que duram.
or alguma razão a historia foi sempre mais branda com a loucura colectiva do que com a individual.
Não há outra saída, colectivamente a responsabilidade dilui-se.
Nem mais, nem mais, numa tirania estamos todos a cumprir ordens
DLM
Nem mais, nem mais, numa tirania estamos todos a cumprir ordens
E nas democracias também, embora exista a ilusão de que a nossa voz conta. E conta, se diluída numa maioria. É a regra do jogo, a alternativa não é alternativa.
Não possuímos razão como possuímos um orgao ou uma faculdade. É uma herança social, um departamento da alma ou do espírito da sociedade.
O nacionalismo germânico é apenas metade da herança, o 'Sturm und Drang' cíclico. A outra parte é o racionalismo, que nenhum outro povo europeu levou tão longe.
Os franceses, para reatar o comentário do PP, são um bom exemplo dos não-excessos. A herança franca suavizada pelo catolicismo (mais do que pelo latinismo, que é apenas o 3º gene, depois do gaulês) e o catolicismo racionalizado pela ancestralidade germânica. O equilíbrio tensional dá-se entre dois pólos já temperados.
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