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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Das bombas inteligentes



A esquerdalha que neste blog sofre infinitas perplexidades merece combustível incinerante.

Não se trata de discutir a diferença entre dar na cabeça e na cabeça lhe dar, trata-se de discutir matéria esquerdalho-sulfídrica como:

As vantagens das bombas inteligentes

Aqui fica então um excelente assunto, em que eu aposto, começando por declarar que quanto mais inteligentes forem as bombas mais vidas se salvam.

Ou não?

7 comentários:

zéi disse...

E se o assunto fosse somente as vantagens e desvantagens das bombas?
Já vai sendo tempo de nos questionarmos sobre a sua eficácia, constactamos, digo eu, que faz já alguns anitos que as utilizamos e nem por isso a paz daí veio.
Bem, dirá o senhor, isso deve-se apenas á natureza humana!
Mas poderá dever-se ao comportamento humano, o que é substancialmente diferente, ou não?
De qualquer maneira acredito que haverá maneiras mais eficazes de resolver os nossos diferendos do que com bombas, inteligentes ou não.
Mas existem outras bombas, por exemplo o silencio do nosso Presidente no que diz respeito aos casos de corrupção ensurdesse tanto como uma bomba, mesmo a mais inteligente

LGF Lizard disse...

As bombas nada têm de inteligentes. Basta ver que a sua eficácia é medida através do cálculo do CEP. E o CEP consiste em saber onde mais de metade das bombas cairão. Ou seja, se dissermos que uma bomba inteligente não erra o alvo por mais de um metro, isso aplica-se a mais de metade das bombas lançadas. O resto, por defeito de fabrico, erro humano, más condições climatéricas, falha do hardware/software ou outro, irá cair sabe Deus aonde...
Bem, mas sempre são melhores do que as velhas bombas "estúpidas". Ao menos, ainda causam menos "danos colaterais".

RioDoiro disse...

"E o CEP consiste em saber onde mais de metade das bombas cairão."

Na informática, para não ir mais longe, a duração dos componentes mede-se em MTBF (medium time before fail).

MTBF significa, em termos práticos, por exemplo, que em 1000 discos rígidos de 10.000 horas de MTBF colocados a trabalhar continuamente, metade deles terá falhado às 10.000 horas.

Poderá concluir-se que um disco de 100 horas de MTBF tem a mesma duração provável que um de 10.000 horas de MTBF?

A pergunta que se impõe é: e o valor de CPE é sempre o mesmo?

RioDoiro disse...

Chegou por mail esta questão:

"E se o assunto fosse somente as vantagens e desvantagens das bombas?"

... o assunto poderia ser esse mas não é.

LGF Lizard disse...

"A pergunta que se impõe é: e o valor de CPE é sempre o mesmo?"

Claro que não é. Uma bomba inteligente tem um CEP muito menor do que uma bomba "estúpida".

Outro aspecto é o preço. Uma bomba "estúpida" americana Mk84 custa à volta de 4000 USD, o seu equivalente "inteligente" custa 5 vezes mais.

Além disso, é preciso ter capacidade para lançar as bombas inteligentes. Por exemplo, na Força Aérea Portuguesa, só os F-16 actualizados têm essa capacidade.

RioDoiro disse...

LGF:

"Claro que não é. Uma bomba inteligente tem um CEP muito menor do que uma bomba "estúpida"."

Então que sentido faz esta seguinte sua observação?

"As bombas nada têm de inteligentes. Basta ver que a sua eficácia é medida através do cálculo do CEP. E o CEP consiste em saber onde mais de metade das bombas cairão. Ou seja, se dissermos que uma bomba inteligente não erra o alvo por mais de um metro, isso aplica-se a mais de metade das bombas lançadas."

...

E o facto dela custar mais acaba por ser é vantajoso para quem está nas vizinhanças do local de queda ou é apenas vantajoso para os sulfurosos lóbis armamentistas?

LGF Lizard disse...

Meu caro, não deve ter lido a parte final do meu primeiro comentário:
Bem, mas sempre são melhores do que as velhas bombas "estúpidas". Ao menos, ainda causam menos "danos colaterais".
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O problema das bombas inteligentes é que se criou o mito que elas são sempre certeiras. A guerra, aos olhos dos ocidentais, tornou-se "limpa", ao melhor estilo dos jogos de computador. Pouca gente sabe que afinal, as bombas inteligentes não são tão certeiras como parecem.
Ora, como a opinião pública ocidental pensa que todas as guerras serão estilo "Guerra do Golfo" (onde a força aérea bombardeia cirurgicamente e a infantaria avança quase em passeio - isto como é evidente apenas se passa na mente do público), quando confrontados com baixas, aparecem como cogumelos os movimentos pacifistas nos países ocidentais a pedir a retirada, etc. Movimentos esses que são sempre encabeçados pelos mesmos de sempre...
Comparativamente, os americanos perderam mais homens na batalha de Okinawa do que em toda a guerra ao terrorismo...
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Para mim, o problema do preço tem a ver com o alvo. Será que no Afeganistão, existem alvos que valham 19 mil dólares? Não seria possível gastar as bombas estúpidas (que existem em stock), do que gastar bombas inteligentes? Eis uma boa pergunta para o Lidador.
Bem, para os americanos, gastar em bombas inteligentes significa criar empregos, pois é a sua industria que as fabrica. O tal "complexo militar industrial" que nos domina e mantém guerras perpétuas, segundo as cassetes gastas dos mesmos de sempre...

Cumprimentos