Teste

teste

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Dos construtores de castelos

39 comentários:

Eurico Moura disse...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lenin
Os antepassados judeus de Lenin foram sempre ocultados pelo regime stalinista; quando foi sugerido a Stalin, por Anna Uliánov em 1945, que tais fatos pudessem ser usados para combater o anti-semitismo, Stalin ordenou que "nenhuma palavra" fosse repetida sobre isso.[2]
...
Por ironia do destino, o director do liceu de Simbirsk onde Lenin estudou foi Fiodor Kerenski, pai do futuro rival de Lenin, e que escreveu em 1887 (último ano de liceu de Lenin) um relatório exemplar sobre este jovem: "Religião e disciplina foram a base da sua educação, cujos frutos se tornam claros nas suas excelentes maneiras".


e mais adiante:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sobre_a_Quest%C3%A3o_Judaica

e os primeiros a ser afastados foram os ideólogos do partido:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leon_Tr%C3%B3tski

Está tudo ligado.
A culpa não é dos ismos mas sim de los mismos . Dos que chegam ao poder e se corrompem.

E já agora que ismo estaria por de trás disto?
http://www.youtube.com/watch?v=4KIvAXPEcaE

Gosto tanto da Wiki e do YouTube...

RioDoiro disse...

EM:

"Está tudo ligado.
A culpa não é dos ismos mas sim de los mismos . Dos que chegam ao poder e se corrompem"

Desculpe, mas não é assim.

A corrupção de que estamos a falar vai muito, mas muito para lá daquilo a que habitualmente chamamos de corrupção.

Trata-se de dizimar quantidades enormes de população em nome de um ideal alheio a essas populações mas a que elas têm que se submeter pagando com a própria vida.

Os ismos de que falamos são aqueles em que a vida de cada um vale apenas pela enésima parte que lhes cabe na sociedade, nem sequer como membros de direito a ter uma quota parte de vontade própria.

Os membros são agentes de execução de um desígnio desenhado por alguém. Se for necessário serem executados para cumprir esse desígnio, executam-se.

Já meditou na 'beleza' de se dizer numa turma de pimpolhos que devem denunciar os pais que leiam o que não devem, mostrando às crianças capas dos livros malditos, para que eles os denunciem e sejam executados?

Se o Eurico chama a isto corrupção eu chamo a uma trovoada um peido.

Eurico Moura disse...

RoD:
Você não entende ou não quer entender?
Não usei o termo "corrupção". Usei "CORRUPÇÂO". Não está lá em maiúsculas, mas dá para entender.

Você leu Marx? Engels? Viu lá que era necessário exterminar quem se opusesse ao poder?

Como se diz por aqui, e aproveitando o seu tom coloquial:
É comparar o olho do cú com a barra de Alvor"

Unknown disse...

"Você leu Marx? Engels? Viu lá que era necessário exterminar quem se opusesse ao poder? "

Eurico Moura, quer referências,( olhe que são muitas) ou nunca leu Marx?

Não conhece, só para abrir, a "violência como parteira da História"?

RioDoiro disse...

EM:

"Usei "CORRUPÇÂO"."

Ah, bom. Tá bem.

"Você leu Marx? Engels? Viu lá que era necessário exterminar quem se opusesse ao poder?"

E depois de n tentativas de implementar a coisa, tendo dado SISTEMATICAMENTE o mesmo resultado, você acha que vale SEQUER a pena de dar atenção à declaração de intenções?

Digamos assim. Eu vou voar partindo da varanda do 30º andar. De todas as 10 vezes que o tentei tive que ser ressuscitado. Mas a ideia é excelente.

"É comparar o olho do cú com a barra de Alvor"

Seria mais com o túnel do Rossio, carago.

Eurico Moura disse...

O-Lidador:
Você está a confundir análise da história, feita pelo materialismo histórico (diagnóstico) com a terapêutica. Claro que para apear do poder quem escraviza tem de se usar a força com superior violência.
Mas deixe que me diga que estou surpreendido com a sua posição crítica. Tenho lido as suas defesas da guerra como mecanismo de progresso. Percebi mal?

Eurico Moura disse...

RoD:
Eu sei que de boas intenções está o inferno cheio.
Durante muito tempo a cirurgia cardíaca conduzia à morte do paciente que, de qualquer modo, tinha o fim à vista. Mas veja lá agora...
O liberalismo económico também estava animado da melhor das propostas. Mas veja lá agora...
O socialismo, que você diz que falhou, foi inspirador de muita luta pelos direitos dos trabalhadores que, não fora a ideologia desses mafarricos, ainda hoje estariam ao nível de escravos.
Mas a coisa está a compor-se. Com o aumento dramático do desemprego voltaremos aos velhos tempos. Contente?

Unknown disse...

"Tenho lido as suas defesas da guerra como mecanismo de progresso. Percebi mal?"

Diria que percebeu incompletamente.

O assunto é vasto. a Guerra como mecanismo de evolução está nas antípodas da visão marxista da guerra.
A visão marxista é determinista, teleológica e normativa e a guerra é um dos instrumentos. No final haverá paz. É uma teoria evolucionista, a par de outras ( Lenine, St Simon, Comte,etc)

A guerra como fenómeno bio-sociológico ( Nietzche, Freud, Durkheim, Daherndorf, Lorenz, etc), está nas antípodas dessa visão. No final nunca haverá paz.

Como fenómeno teleológico em si mesmo, temos Maistre, Kant e Hegel, só para citar os mais conhecidos).

Mas nisto quem sabe da poda é o José Gonsalo, o nosso filósofo de serviço.

Isto de forma muito simplificada, claro...

Unknown disse...

"O socialismo, que você diz que falhou, foi inspirador de muita luta pelos direitos dos trabalhadores "

se bem percebi, EM, o socialismo foi responsavel pelo que de bom aconteceu nas sociedades onde não foi aplicado, não socialistas, ao passo que o capitalismo foi o responsavel pelo que de mau aconteceu nas sociedades onde foi aplicada a receita socialista.

Curiosa teoria.

Ah, informo-o que o liberalismo é que esteve na origem dos direitos laborais e não o socialismo, como parece acreditar. Quer que remonte à França do séc XIX? Quando os socialistas eram contra os sindicatos que os liberais queriam incentivar?
Se calhar eu, no seu caso, iria reler melhor ...

Eurico Moura disse...

O-Lidador:
se bem percebi, EM, o socialismo foi responsavel pelo que de bom aconteceu nas sociedades onde não foi aplicado, não socialistas, ao passo que o capitalismo foi o responsavel pelo que de mau aconteceu nas sociedades onde foi aplicada a receita socialista.

Nunca tinha posto a coisa nestes termos mas é capaz de ser assim.

e não me remonte ao século XIX. Veja o que se passou no XX. Veja como o sindicalismo entrou em crise após a falência do comunismo. Mesmo não querendo viver num país comunista havia um poder que travava o capitalismo e do qual os trabalhadores tiravam vantagem negocial.
Agora tudo é permitido e quando não se aceita as condições laborais impostas, deslocaliza-se para sociedades com menos poder reivindicativo e mais penúria.
A oposição de esquerda não serve, como poder, mas como oposição.
Não quero o BE ou o PCP no poder. Quero na oposição. Isto para chamar os bois pelos nomes.

Quanto a Hegel, que parece ser o filósofo inspirador por essas bandas, não li. Não conheço ninguém que tenha lido. Seria necessário lê-lo no original alemão. Apenas me chegou o espírito, por vias paralelas. Vou mais por um dos seus furiosos opositores, Schopenhauer que, sobre Hegel teria dito:
"Hegel, destruidor de papel, de tempo e de mentes! Na Alemanha, Hegel, um charlatão repugnante, estúpido e escrevinhador de disparates sem igual, conseguiu ser aclamado como o maior filósofo de todos os tempos (...) Enquanto outros sofistas, charlatães e obscurantistas falsificam e arruínam apenas o conhecimento, Hegel destruiu até mesmo o órgão do conhecimento, a própria inteligência."

RioDoiro disse...

EM:

"Durante muito tempo a cirurgia cardíaca conduzia à morte do paciente que, de qualquer modo, tinha o fim à vista. Mas veja lá agora..."

Durante muito tempo a cirurgia socialista conduziu à morte do paciente enquanto a técnica capitalista, adoptada entretanto pelos que tentaram insistentemente a primeira, continuou dando bons resultados, suficientemente bons para que a técnica comunista derrocasse estrondosamente.

O Eurico pretende fazer de conta que não há anti-bióticos, desinfectantes, ecografia, TACs e ressonâncias magnéticas para alternativamente ministrar a um paciente mais desprevenido sanguessugas, teias de aranha, licor de sapo e rezas ao aquecimento global.

"O liberalismo económico também estava animado da melhor das propostas. Mas veja lá agora..."

Que tem agora, meu caro? Algo que se compare à fartura da Coreia do Norte, do Zimbabwe, à perfeição do sistema de saúde cubano que tem tudo excepto equipamento medicamentos (há o caso especial dos doentes-turista e dos iluminados), que recomeçou a treinar mulas para puxar o arado, onde comer um bife dá cadeia (deixando de fora os tais 'irmãos')?

Caro Eurico. Qualquer habitante desses paraísos onde o neo-qualquer-coisa não derrocou, adoraria trocar a sua felicidade peno nosso sofrimento.

Tem dúvida? Conte aqueles que, do lado em que sua a 'promissora' cirurgia é negada, procuraram o paraíso.

RioDoiro disse...

... que se compare à risonha Venezuela onde o racionamento já se vai fazendo e onde os imigrantes já só podem visitar os países de origem trazendo uns trocos?

Eurico Moura disse...

RoD:
Há para todos os gostos.
Para seu azar tenho amigos da Ucrânia,da Geórgia, da Moldávia que tiveram que deixar os seus países de origem, onde eram médicos, engenheiros, professores e que não puderam sobreviver condignamente à maravilhosa derrocada libertadora. Ganharam a liberdade de emigrarem.

Quanto a Cuba... Já ouviu falar de um embargo?

Quanto à Venezuela...não invente...
graças às não alterações climáticas a Venezuela está a atravessar um dos mais rigorosos períodos de seca o que levou ao racionamento de água e electricidade, que na maioria é produzida por hidroeléctricas.
Mas claro que a culpa é do Chavez.

O meu amigo já foi ver os meus vídeos do paraíso mais querido?
http://portudo-e-pornada.blogspot.com/2009/10/everything-its-free-in-america.html
Já sei! Culpa do preto da casa branca.

Eurico Moura disse...

Queria dizer : Rei preto em casa branca. :o)

RioDoiro disse...

"Ganharam a liberdade de emigrarem."

Foi um bom começo. Logo a seguir começaram a comer regularmente. Supermercados também lá tinham. Mas as prateleiras insistiam em estar vazias.

"Quanto a Cuba... Já ouviu falar de um embargo?"

Já, meu caro. Os Estados Unidos não querem nada com Cuba. E cuba também não ... às vezes nem percebo quem embarga quem, tal a linguagem que os dirigentes cubanos usam em relação ao 'satã'.

Mas Cuba pode comerciar com todo o resto do mundo, particularmente com os restantes paraísos onde a sua terapia cardíaca é usada. O problema é saber como pagam.

"Mas claro que a culpa é do Chavez."

Pois é. A produção de petróleo tem caído ao ponto de não poder usar as termo-eléctricas. Claro que nunca poderia ainda usar o petróleo que dá a Cuba, que entretanto revende para fazer uns cobres.

"O meu amigo já foi ver os meus vídeos do paraíso mais querido?"

Hei-de ver, mas agora ando ocupado com o aquecimento global, perdão, alterações climáticas. Esta +e apenas a primeira guerra. Haverá uma segunda e uma terceira. A segunda, para aplacar as cientologias que aproveitarão certamente a brecha. A terceira o descrédito da ciência e consequente atropelo de tudo quanto seja ambiente.

Unknown disse...

"Nunca tinha posto a coisa nestes termos mas é capaz de ser assim."

EM, você é um homem inteligente, e é por isso que me confesso siderado pro esta sua frase.
Apresentei-lhe um paradoxo que ridiculariza a sua ideia e você não só o leva a sério, como acha que é isso mesmo.
Resumindo, o socialismo leva o prémio pelos resultados alcançados por sociedades onde não meteu prego nem estopa.
E não é culpado pelos desastres a que conduziu as sociedades onde só ele ia ao volante.

Postas as coisas nestes termos, acho que não estamos já no plano da racionalidade, pelo que não me é possível argumentar consigo, o que é lamentável.

Só mais uma achega...parece que você cai na falácia de acreditar que a dinâmica própria das sociedades demoliberais é "socialismo".

Veja se entende uma coisa simples: só há sindicatos a sério, em sociedades capitalistas e demoliberais. Não há sindicatos ou "direitos laborais" em regimes socialistas.

Aliás, quando, na Polónia, nasceu u sindicato clandestino a sério, para defender estivadores de Gdansk, o socialismo caíu com fragor.

Não, não venha com o argumento de que "aquilo" não era o "verdadeiro" socialismo, porque então toda a gente pode dizer que "aquilo" não era o verdadeiro "nazismo", o verdadeiro "fascismo" e até um assassino pode dizer que quem matou não era o seu verdadeiro "eu".

José Gonsalo disse...

Lidador:
A crer, por um lado, que eu seja o filósofo de serviço e, por outro, em Platão, quando afirmava que só se atinge o estádio de filósofo após os 50 anos, então sou um filósofo demasiado jovem para poder intervir aprofundadamente no tema.
De qualquer modo, devo dizer-lhe
Eurico Moura:
Ler Hegel através de Schopenhauer ou de Kierkegaard é não compreender nada do que Hegel disse, pela simples razão... de que ele não disse nada daquilo.
O primeiro porque, sendo colega e aflorando outros temas que Hegel não integrava explicitamente na sua visão do mundo e aos quais também nem sempre deu muita atenção, viu-se preterido, pelos interesses maiores dos seus concidadãos nos temas abordados por Hegel, em favor deste no plano académico e do reconhecimento público. E o feitiozinho de Schopenhauer nunca o suportou. Aliás, basta a sua conhecida expressão, segundo a qual "a mulher é um ser de cabelos compridos e ideias curtas", para se perceber até onde é que determinados ressentimentos o levavam.
Quanto a Kierkegaard, que frequentou as aulas de Hegel, foi o típico aluno que não percebe nada do que o professor diz, mas que é suficientemente brilhante para abordar com fundamento problemas constantes da obra do mestre, analisando-os sob outro ponto de vista. Mas, por ele, também o Eurico não saberá do que Hegel disse.
Mas, meu caro, de qualquer maneira não percebo muito bem onde foi buscar a ideia de que existe uma inspiração hegeliana nos textos que qualquer um de nós escreveu até agora. Escapou-me alguma coisa?
O que não siginifica que eu não aprecie Hegel. Como aprecio muitos dos que se lhe opuseram ou lhe apontaram falhas decisivas. Schopenhauer e Kierkegaard incluídos.

José Gonsalo disse...

E,já agora,Eurico Moura, a Wikipedia é, com demasiada frequência,lamentável em termos de uma informação fidedigna. Tenho apanhado cada uma...!!! A Wikipedia é mesmo uma das últimas coisas a consultar num trabalho sério. Não se fie muito nela.

Eurico Moura disse...

O-Lidador:
Meu caro amigo. Siderado estou eu!
Então você, um homem inteligente, culto e erudito, acha que haverá algum ponto do Globo que não tenha nada a ver com o socialismo? Só se for as Berlengas!
Acha que o sindicalismo, nascido em Inglaterra com a revolução industrial, e as ideias socialistas, não são filhos da mesma dialéctica que opõe capital/proletariado?
Desculpe lá, mas para um tipo que defende que o conflito, e a guerra em particular, são motores do progresso, a sua posição é contraditória.
O conflito entre capital e proletariado esteve na génese de toda a história do século XX.
Quer por adopção, quer por rejeição, o socialismo e a criação de estados socialistas condicionou, toda a civilização.
A 2ª Guerra e depois a chamada Guerra Fria, que aqueceu bastante, foram a razão de todos os grandes acontecimentos da história do século.
Acha que a ciência do nuclear teria tido o caminho que teve sem esse conflito?
Ou acha que a conquista do espaço, com os resultantes progressos tecnológicos, não teve, como determinante; o conflito USA-URSS?
E falando do tal assunto tabu, os J…, acha que a fundação do Estado de Israel e o regresso à terra prometida, se teria verificado sem os horrores do holocausto?
Por vezes, os nossos inimigos fazem mais pelo nosso crescimento, que os amigos.
Todo o sindicalismo sofreu uma influencia determinante das ideias socialistas. Não nos USA, ou menos, porque, como sabe, essas ideias foram severamente perseguidas e ainda hoje, basta uma pequena aberta na selva liberal (Obama) para as vozes clamarem: socialista!!!
Nomes como Eugène Varlin, Léon Jouhaux (mais um Nobel) começaram no movimento sindical como socialistas. Em toda a Europa não comunista, os partidos comunistas e socialistas estiveram na linha da frente do sindicalismo. Em França, na Itália, em Espanha, em Portugal. Na Alemanha menos, por razões também óbvias. Aqui são os verdes que aparecem em destaque., mas por aí crê-se que são comunas pintados de verde. Até nessa corrente da verdelhada parece que o socialismo tem culpas.
Na Polónia claro que não. Óbvio!
Em que ficamos? Diga-me lá onde é que o socialismo não tem nada a ver.
Depois da falência dos estados socialistas é evidente que o sindicalismo perdeu a referência e tem sido abafado pela onda da concórdia, dos acordos possíveis, das cedências a um mal menor, da traição, usando as palavras da ortodoxia sindical.
E o mundo ocidental perdeu o seu fiel inimigo socialista. Que pena!
Mas rapidamente arranjaram outro eixo do mal. O Islão. O terrorismo internacional.
A ameaça de uma sociedade medieval, atrasada, em que só metade da população tem direitos e mesmo assim poucos, para a maioria. Essa sociedade que consome pouco e isso é uma grande chatice para o mercado sacro-santo.
Meu caro e fiel inimigo, se você não vê isto sou obrigado a rever os atributos que lhe reconheci, no inicio, e retirar pelo menos um.

RioDoiro disse...

LG
"Não se fie muito nela."

Relativamente a assuntos de tecnologia não é má. Mas tudo quanto remete, mesmo que remotamente, para ideologia, ...

Unknown disse...

"Acha que o sindicalismo, nascido em Inglaterra com a revolução industrial, e as ideias socialistas, não são filhos da mesma dialéctica que opõe capital/proletariado?"

Dialética "capital/proletariado?

EM, estamos no séc XXI, esse instrumental da vulgata marxista já está enterrado há décadas..como é possível que você continue a pensar o mundo com esses filtros? Que idade tem?

Coloque-se apenas uma questão e responda-lhe: o que é o "proletariado"?
Por exemplo, você é proletário? O Cristiano Ronaldo é proletário?
Um empregado do Estado é proletário?
Defina o conceito, por favor.


Quanto ao resto, diga-me por favor se foi algum governo socialista que introduziu o sindicalismo.
Na Inglaterra? Nop.
Na França? Nop
Nos EUA? Nop.

Em que ficamos? São governos liberais que regulam os direitos sindicais e você diz que é o "socialismo" ?
O Papa faz uma encíclica(Rerum Novarum) sobre o tema, e você chama-lhe "socialismo"?



Bem, se coloca assim as coisas, então o socialismo é responsável por tudo o que lhe agrada e acha bom, desde o Génesis.


Mas,se bem que isso o reconforte e lhe ampare uma certa visão simplista do mundo, não lhe dá grandes capacidades para entender a realidade para lá dos filtros e dos slogans.

Unknown disse...

"acha que a fundação do Estado de Israel e o regresso à terra prometida, se teria verificado sem os horrores do holocausto"

Não sei...ma parece que Hezrl era do séc XIX , que o sionismo tb, que a Declaração Balfour vinha do início do séc, etc,etc.

Não o quero afastar do conforto e modorra das suas certezas tão marxistas, mas essa da 2ª Guerra como um episódio da luta de classes, fez-me rebolar a rir.
Está a dizer que a Alemanha Nacional- SOCIALISTA e a União das Repúblicas SOCIALISTAS Soviéticas, invadiram a Polónia ao mesmo tempo, e de braço dado, porque pensavam que os polacos eram capitalistas e eles eram os proletários?

Bem, em matéria de ficção prefiro ler "Alice no País das Maravilhas", caro EM.

Eurico Moura disse...

José Gonçalo:
Eu tenho feito o melhor que posso para não confundir os diversos editores do Fiel entre vós. Embora seja visível a vossa concordância em muitos assuntos, os estilos são diferentes, e as formações também.
Não sei se erradamente, mas pareceu-me ler em algumas posições, que já não sei referir, um certo Hegelianismo ou pelo menos o que eu sei dele, que é pouco.
Não sou filósofo, nem licenciado em filosofia (que é diferente), e nem tenho uma prática de ler todas as correntes filosóficas, que me consumiriam todo tempo disponível até ao fim de mais uma vida. Mas tenho o péssimo hábito de pensar e de pôr tudo em causa, para assim tentar chegar a uma verdade com a qual me sinta confortável.
Acredite que não me ponho do alto da minha idade e experiência de vida, e que estou sempre muito atento às opiniões e ensinamentos, principalmente dos mais jovens, com quem sempre fiz questão de conviver.
Este espaço de troca de ideias que, reconheço, é o fast food da cultura, não deve ser levado muito a sério. Estou aqui para me divertir e auscultar o que se passa no mundo, consciente das limitações culturais de tal prática. Assim, quando quero tornar claras as minha posições, não mando ninguém ler livros, sejam eles de filosofia, de matemática ou física quântica. Isso seria cortar a comunicação, superficial e descontraída, própria dos blogues. Socorro-me das fontes que se encontram na net, disponíveis para todos, de preferência em Português, e a WIKI poderá ter muita coisa menos certa ou aprofundada mas, nos assuntos que domino, não tenho encontrado erros de monta. No entanto, sempre que encontro outras fontes mais ligadas aos temas e cuja proveniência é de agências de informação online internacionais ou revistas científicas de reconhecida qualidade, prefiro.
No entanto, posso afirmar que as ideias e opiniões que aqui e no Portudo & Pornada deixo, por muito estúpidas que possam parecer, são minhas e resultam de uma observação própria dos fenómenos, das sociedades, da história e dos homens e que não tenho, por isso, que me socorrer de outros pensadores, mesmo que eu com eles me identifique. As verdades são tantas quantas as cabeças e o conhecimento delas não invalida a minha, da qual eu sou o mais feroz critico. Tenho muitas dúvidas e engano-me frequentemente.

Eurico Moura disse...

O~Lidador:
Você lê na diagonal e dá nisto:

Não sei...ma parece que Hezrl era do séc XIX , que o sionismo tb, que a Declaração Balfour vinha do início do séc, etc,etc.
Mas apesar de tanto tempo de sionismo só se concretizou em 1945. Coincidências...

E você está a tirar-me um grande peso. Afinal os opositores dos sindicatos estavam errados quando clamavam que estes eram correia de transmissão dos partidos de esquerda.
E não foram os governos que instituíram os sindicatos....
Eu sei que você não sabe, nem sequer pressente o que é o proletariado ou a classe trabalhadora. Não sei como lhe explicar...
Mas talvez possa fazer-lhe um retrato robô do proletário:
Trabalhador por conta de outrem, sem outros rendimentos que não seja o seu salário.
Trabalhador rural a soldo ou dependente de agricultura de subsistência.
Eh pá, é a gentalha!
Simplista? A vida é uma coisa simples para um proletário.

Eurico Moura disse...

E para me baterem com mais força aqui deixo mais um idiota retrógrado para glosa de mais uma redondilha:
http://www.socialismo.org.br/portal/sindicalismo-e-movimentos-sociais/136-entrevista/161-sindicalismo-em-declinio

Eurico Moura disse...

Mais uma vez este simplório foi à WIKI e encontrou a etimologia da palavra:
Na Roma Antiga, o rei Sérvio Túlio usou o termo proletarii para descrever os cidadãos de classe mais baixa, que não tinham propriedades e cuja única utilidade para o Estado era gerar proles (filhos) para engrossar as fileiras dos exércitos do império [1]. O termo proletário foi utilizado num sentido depreciativo, até que, no século XIX, socialistas, anarquistas e comunistas utilizaram-no para identificar a classe operária do capitalismo.

Eurico Moura disse...

E agora vou cavar o meu quintal.

Unknown disse...

"só se concretizou em 1945"
Engana-se. Foi em 1948.

Coincidências...

" quando clamavam que estes eram correia de transmissão dos partidos de esquerda"

Em alguns casos tornaram-se. Mas não eram.


"E não foram os governos que instituíram os sindicatos...."

Foram. Quem faz as leis são os governos.


" Não sei como lhe explicar..."

POis não. E isso é sintomático de que não conhece o conceito. E todavia usa-o como se fosse o às de trunfo.


"Mas talvez possa fazer-lhe um retrato robô do proletário:
Trabalhador por conta de outrem, sem outros rendimentos que não seja o seu salário."

Ah, bem me parecia. Digamos então que um juiz que ganha 6000 euros é um proletário. Um Director dos Impostos que ganhava 30 000 era um proletário.
O 1º ministro é proletário.
Os administradores das grandes empresas são proletários.

" A vida é uma coisa simples para um proletário."

Sim, vejo que sim...pelo seu prisma tudo é simples... o inferno está sempre nos pormenores das grandes simplicidades de que, pelos vistos, necessita para entender o mundo.

Ah, já me esquecia. O Cristiano Ronaldo é um assalariado...logo um proletário.
O sapateiro do shoping é um proprietário, cose umas solas por conta própria...obviamente um capialista.
Ah, como o mundo é simples, hem Eurico?

Eurico Moura disse...

O-Lidador:
Tem razão, 1948, mas a lógica não muda e essa não comenta.

Eu já sabia...que vinha a confusão:
Juiz, 1º ministro, inspector geral de finanças, membros de órgãos de soberania, Ronaldo e outros, Administradores, etc, etc.
Você está a querer enganar quem?
Você não conhece a classe trabalhadora? Já sei que já não há classes, que somos todos iguais nas oportunidades, que qualquer cidadão pode chegar a 1º ministro (vê-se) até no tempo do Salazar era assim, que tudo mudou desde Marx, que os capitalistas querem é ajudar os trabalhadores criando postos de trabalho, sacrificando as suas vidas em prol da sociedade e que, por isso, os sindicatos só atrapalham e que os delegados sindicais são uma corja de ingratos e calões, etc, etc ,etc.
O discurso não muda e o retrógrado sou eu.
Sobre quê você escreveria se não houvesse estúpidos de esquerda e sarracenos?

Unknown disse...

Bem EM, antes de fechar a loja, duas coisas:

1ª Os judeus decidiram formar um Estado nas suas terras milenares, não por causa do Holocausto, mas por causa dos pogroms que na Europa e em todo o lado se abateram sobre eles ao longo dos séculos. Aqui mesmo, em Portugal...
Claro que a dimensão da chacina durante a 2ª GM, teve importância...é normal. Se você fosse judeu e tivesse sobrevivido ao Inferno, certamente que estaria de pés nos tacos para sair de lá fosse para onde fosse, especialmente para o berço da nação. Antes do Holocausto já muita gente tinha migrado, mas obviamente quem estava bem na Europa, não lhe passava pela cabeça ir sachar areia para o deserto.

2º-Você ficou algo irritado, mas é bem feito. Usou o termo "proletariado" porque faz parte do fast food explicativo do marxismo à la carte, mas, como todos aqueles que o usam, não é capaz de lhe precisar os contornos.
Foi você que disse que o proletário é o assalariado. Assuma o que disse e aceite a contradição. Não se admire. Nenhum estudioso do marxismo sabe definir "proletariado", a tal ponto que Sartre avançou que "proletário" só se define na acção contra o capital e que portanto o mais pobre dos operários que se está cagando para a revolução não é "proletário", ao passo que ele, Sartre, de rabo grande e vida farta, era "proletário".

Você não é Sartre e nem isso sabe, pelo que se limita a debitar inanidades.Devia evitar usar terminologias cujo significado desconhece e sobtetudo devia evitar usá-las com o ar pesporrente de quem descobriu a pólvora.

Eurico Moura disse...

O- Lidador:
Vá lá, não seja presunçoso. Era preciso bem mais para me irritar.
Eu sei que a escrita põe de lado a parte mais importante da comunicação.
Devia ver o meu sorriso.
Mas embora me ria, não acho graça nenhuma. Porque imagino que por detrás do pseudónimo está alguém com responsabilidade social e política que se comporta nesta contenda de brincadeirinha, buscando o acessório e ignorando o fundamental e que finge ignorar os verdadeiros motores da civilização.

Na frase que lhe serviu de alvo
(Acha que o sindicalismo, nascido em Inglaterra com a revolução industrial, e as ideias socialistas, não são filhos da mesma dialéctica que opõe capital/proletariado?) você fixou-se num termo polémico, que não usei como autor mas como citador, e ignorou a ideia chave.
Essa ideia, que nos opôs, sobre o papel do socialismo como referência dos movimentos de luta dos trabalhadores por um lugar mais justo na sociedade e como a existência de estados socialistas determinou a sociedade que temos hoje, é consensual para qualquer analista histórico. E não me vou dar ao trabalho de pesquisa para lho demonstrar. E sabe porquê? Porque de facto o socialismo, o comunismo, a esquerda(lhada) é bem mais importante para os editores desse blog do que para mim. Para mim não é bandeira nem alvo. Para si, e outros, é razão de 50% do vosso discurso o que demonstra que os ameaça verdadeiramente. De tal modo que o uso de cognomes é obrigatório. Se acha que não está a combater algo de importante mude O-Lidador para D. Quixote.
Perdão! Excedi-me. Faltam outros 50% e o islamismo ocupa mais do que isso.

RioDoiro disse...

Eurico Moura:

"dialéctica que opõe capital/proletariado"

Tente ver (veja) a coisa desta forma.

Um trabalhador rural, de enxada em punho, cava a terra e vai retirando dela o sustento que apenas lhe vai permitindo viver (caso a coisa corra bem).

Ganha calos, é mordido pelas moscas, sua as estopinhas. Enfim, luta com um adversário/nimigo que só a muito custo lhe vai permitindo viver.

Organiza-se com outros, começa a operar em conjunto e, pelos mecanismos habituais, vê a vida ligeiramente facilitada. Coordenando com os colegas o consumo de recursos e consegue melhorar o nível de vida.

Estará, apesar de tudo, permanentemente entalado entre a necessidade de comer e a inevitabilidade de lutar contra a terra.

Do seu ponto de vista, a luta é a coisa a eliminar fazendo desaparecer o adversário. Neste caso nem será preciso uma revolução, bastará voltar as costas à terra.

O cansaço desaparecerá, as moscas deixarão de morder, os calos desaparecerão, mas o cavador terá que comer o próprios dedos.

Caro Eurico, você vê a luta entre o capital e o explorado (esquecendo as aspas) como o passo necessário para eliminar o capital porque o capital, estúpido como um comboio de putas, não desaparece por iniciativa própria.

Eu vejo essa luta como absolutamente necessária para que o trabalhador possa viver.

Meu caro, o problema é que o Eurico não percebe que há capital para todos os gostos. O que o cavador quer ver salvaguardado é o seu capital por um mínimo de esforço. Ele sabe que terá que ter sempre um esforço substancial, mas pretende sempre maximizar os seus proventos, o seu lucro, da mesma e exacta forma que o capitalista.

O Eurico não encara esta história do capital do cavador porque pensa que é possível trabalhar-se sem olhar ao capital com que se fica (propriedade própria, privada). Nessa altura posso apenas lembrar-lhe o vídeo de Torre Bela, por onde andei, aliás, entre os proletas.

É certo que a hipótese de se ser capitalista não está ao alcance de todos, entre outras razões, porque alguns nascem filhos de capitalistas e bastante mais facilmente capitalistas ficarão.

Eu percebo que isto lhe pareça não ter elegância. O problema é que TODAS as tentativas de eliminar o capitalismo com todos os "males" que o Eurico lhe vê, deixam o cavador mais próximo da necessidade de comer os dedos, muito embora sejam, já sem calos, mais saborosos.

O problema é que o Eurico tem dificuldade em perceber que quando o cavador sente que passou a ser apenas parte de um todo comum, deixa de lutar 'contra', deixa de lutar pelos SEUS proventos, tende a encostar-se e passa a ser visto pelos 'esclarecidos' de serviço como coisa a eliminar. Um bug da natureza.

Isso aconteceu sistematicamente onde as maravilhas da coisa comum foram instaladas.

Qualquer dia conto aqui a história da vitoriosa luta dos trabalhadores na antiga UCAL e como tudo derrocou quando a primeira batalha foi ganha: a vitória da assistência integral na doença e como quase toda a gente, de um dia para o outro, ficou "doente". É uma outra variante, que o Eurico chamará, calculo, de presente envenenado, mas que consiste apenas no embarque à falácia da galinha dos ovos de ouro. Mas que foi uma "vitória retumbante" foi. Pelo menos os iluminados assim a anunciaram.

Unknown disse...

EM, creio que lhe expliquei que o sindicalismo NÃO nasceu, não foi incentivado, nem institucionalizado em países socialistas. Pelo contrário, é um produto das sociedades liberais.
Se uma boa maçã nasce numa macieira, afigura-se irracional atribuir os méritos à pereira.

Claro que você pode encontrar narrativas que lhe "explicam" que a pereira teve um grande efeito a qualidade da maçã, e a teoria marxista da "luta de classes", como mecanismo histórico teve sucesso porque justamente dava explicações simples e lineares, lá onde a história parece caótica e indeterminada.
Calcule você que até Alvaro Cunhal fez um ensaio em que "demonstrou" que a crise 1383-1385, que desembocou em Aljubarrota, foi só e apenas um episódio da luta de classes.

Toda a complexidade daquela crise, as relações dinásticas, o cisma católico, a guerra dos 100 anos, as lutas pelo poder entre nobres, a burguesia nascente, etc, é tudo amalgamado na "luta de classes".

O marxismo deve o seu sucesso a esta simplificação da realidade.

É mais ou menos como um crente aceitar de caras a explicação de que as macieiras dão maçãs, porque deus as fez assim, para que nós as pudéssemos comer.
É uma explicação e satisfaz muita gente.

Confrontei-o com o "proletariado", porque usa o termo como tijolo de uma construção intelectual. penso que ficou claro que é um castelo de areia, uma vez nenhuma doutrina se aguenta sem que os seus axiomas sejam claros.
O "proletariado", como categoria, não existe. É uma simplificação, uma abstração.Nem você nem ninguém é capaz de agarrar numa pessoa concreta e dizer "este é um proletário, por isto, isto e isto".

Eurico Moura disse...

RoD:
Você faz lembrar-me aqueles operadores de imagem que usam muito zoom. De longe, vão buscar um pormenor, um homem no meio da multidão, um rural de mãos calejadas, com face marcada pelas intempéries, com ar resignado. E fica por aí. Se fizer zoom out verá uma multidão enfurecida, frente ao parlamento, empunhando cartazes, protestando contra uma qualquer PAC, as cotas leiteiras ou outra qualquer actuação governamental.

"Eu vejo essa luta como absolutamente necessária para que o trabalhador possa viver."
Eh pá! Afinal, e contrariamente ao que se seguiu, estamos de acordo.

"O Eurico não encara esta história do capital do cavador porque pensa que é possível trabalhar-se sem olhar ao capital com que se fica (propriedade própria, privada). Nessa altura posso apenas lembrar-lhe o vídeo de Torre Bela, por onde andei, aliás, entre os proletas."

Wrong again! Encaro, pois. Se fizer zoom in mais uma vez. Mas eu vejo mais, com uma grande angular.

E mais para a frente está tudo errado. E não por minha culpa. Você insiste em me apontar os canhões pensando que eu sou contra o capitalismo. Um comuna! Contra os empresários, contra o progresso.
Eu também sei fazer zoom. Felizmente posso encontrar numerosos exemplos de empresários com responsabilidade social, alguns mesmo à frente de grandes empresas. Mas se fizer zoom out o que fica visível é um capitalismo liberal crescente, que conduz a economia a um beco sem saída e a sociedade a uma desigualdade imoral. Meu caro, até o polígono mais simples tem 3 lados. Alargue o seu ponto de vista e verá que existem outras formas de sociedade possível, para além da esquerda e da direita.

Mas volto a citá-lo:

"Eu vejo essa luta como absolutamente necessária para que o trabalhador possa viver."

O que se passa é que essa luta é cada vez mais desigual e o mundo do trabalho está menos municiado.

Está tudo no Eixo do Lucro:
http://portudo-e-pornada.blogspot.com/2009/07/o-eixo-do-lucro.html

Mas eu não sou ninguém e assim deixei opiniões de peso em:
http://portudo-e-pornada.blogspot.com/2009/10/premios-nobel-alguem-os-ouve.html
e outros. Tudo defensores do sistema capitalista.
É claro que o iluminado RoD nem os ouve...

RioDoiro disse...

EM:

"Se fizer zoom out verá uma multidão enfurecida, frente ao parlamento, empunhando cartazes, protestando contra uma qualquer PAC, as cotas leiteiras ou outra qualquer actuação governamental."

Ora bem. Para o Eurico a vontade de cada um vale pouco. Apenas a multidão. O eurico não quer perceber que a resposta da multidão deve ser o somatório dos interesses de cada um e não de acarneiramento. E o Eurico tem dificuldade em perceber a génese do que as pessoas consideram ser os seus interesses.

"Se fizer zoom in mais uma vez."

Olhe que de zooms percebo eu. De zooms e de câmaras de TV.

"Você insiste em me apontar os canhões pensando que eu sou contra o capitalismo. Um comuna! Contra os empresários, contra o progresso."

Sendo um bocado bruto, neste contexto estou-me nas tintas para o que o Eurico pensa que é. Eu comento o que o Eurico manifesta ser.

"Felizmente posso encontrar numerosos exemplos de empresários com responsabilidade social, alguns mesmo à frente de grandes empresas."

Claro que pode. E de inúmeros trabalhadores que percebem que não há pachorra para a luta de classes no sentido de abate o inimigo.

Lenbra-se de quando as FP-25 assaltaram o transporte de dinheiro para o pagamento aos trabalhadores da Salvador Caetano no norte? As FP-25, os iluminados, tinham deixado papelada a reclamar da bondade do assalto por "estarem a defender os trabalhadores e o proletariado". O trabalhador respondeu, aos micros, "nós sabemos muito bem quais são os nossos interesses" (citado de memória, claro).

"Alargue o seu ponto de vista e verá que existem outras formas de sociedade possível, para além da esquerda e da direita."

Então a luta de classes não tem só os exploradores e os explorados?

"O que se passa é que essa luta é cada vez mais desigual e o mundo do trabalho está menos municiado."

Ora aí está e isso entronca noutra coisa de que o Eurico falou. Após a queda dos paraísos socialistas, o movimento sindical ficou um bocado em baixo.

Pois ficou. Ficou porque os "defensores" dos trabalhadores perceberam que cavalgaram a defesa do embuste até à estratosfera. Ficou, porque uma boa parte dos trabalhadores perceberam que tinham sido enganados. Ficou,porque muitos dos que acreditavam deixaram de ter cara para enfrentar os colegas a quem tinham tentado vender, em muitos casos conseguido, vender a pescada em putrefacção.

Consegue antever o que acontecerá quando o "aquecimento global" derrocar de vez?

Caro Eurico, cavalgar a mentira paga-se, mais tarde ou mais cedo.

Como diz o ditado, cá se fazem cá se pagam.

RioDoiro disse...

... há uma par de erros, mas desculpem lá. Não posso teclar mais tempo.

Eurico Moura disse...

RoD:
Mais do mesmo....

Apenas um reparo:
O comportamento colectivo não é o somatório dos comportamentos individuais. É por isso que existe uma disciplina de Psico-sociologia ou psicologia social.

Eurico Moura disse...

RoD:
Li aqui um texto que é capaz de lhe interessar:
http://www.cfr.org/publication/20667/fall_of_the_wall_and_american_grand_strategy.html?breadcrumb=%2F

RioDoiro disse...

EM:

"O comportamento colectivo não é o somatório dos comportamentos individuais."

Muito menos o somatório de comportamentos individuais imaginários. Não conhecendo o indivíduo, tudo se pode afirmar.