Teste

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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Para terminar


O nosso (do RioDoiro e meu) interlocutor anónimo decidiu, unilateralmente, terminar a discussão sobre o ensino. Pelo meu lado, poupou-me algum tempo e paciência, e por isso lhe agradeço. Mas, para que ele não saia queixoso deste troca de palavras com gente elitista e antidemocrática, aqui deixo em seguida a transcrição integral dos comentários teóricos que fez ao longo de tão ilustrativo debate. Para que gente isenta e justa possa, assim, avaliar do seu fogoso e contundente estilo literário, bem como dos profundos conhecimentos de português que patenteia ao nível gramatical - coisa, como toda a gente sabe, inútil e, mais grave ainda, enfadonha para engenheiros.
Farei notar ainda que algo da sua mais profunda natureza escapou ao desejo de anonimato. Com efeito, nas últimas linhas com que se atarefou em doutrinar-nos, perdão!, elucidar-nos superiormente sobre a verdadeira realidade, não se esqueceu de me chamar a atenção para o curioso facto de eu haver ilustrado os meus contos morais com armas de fogo, algo contraditório em si. O que, aliado a esse outro facto, o de nunca ter abordado o que constituía o núcleo do que escrevi, revela iniludivelmente o carácter de seriedade próprio daqueles que necessitam de algum apoio na compreensão de anedotas (donde, como facilmente se perceberá, tomem a sério a anedota de mau-gosto, racista e discriminatória, em que o nosso ensino se tornou).

(“o problema da “educação” como sistema rumo ao obscurantismo”)Antigamente é que era. Isto é de quem não conhece nem conhecia ou quis conhecer a realidade sociológica e educativa do pais antes e depois. Pois, antigamente não havia obscurantismo, antigamente é que era, havia???... pois “iluminismo”, todos eram luminárias, ou então governados por luminárias.Antigamente bastava a influência natural do estado sobre os cidadãos para que as coisas se abafassem numa população com um baixíssimo nível de escolarização. Hoje já ninguém se satisfaz com a 4ª classe dada por um qualquer meio embrutecido m estre escola de aldeia que descarregava as iras à reguada nos alunos mais pobres da turma e com menos hipoteses de aprender. Actualmente as pessoas vão, muitas delas, para as universidades , e aspiram a uma vida diferente. É não se pode continuar a usar a mesma linguagem do antigamente. já não colhe entre uma juventude que se libertou. E as coisas acontecem em cadeia a juventude libertou-se e os mais velhos começaram também a libertar-se. Aqueles que o fizeram. As pessoas que estão a denunciar isto são, ou jovens que abandonaram, ou mais velhos tristes. Mas é preciso pensar e ter em conta estas gerações são as mais bem preparadas de toda a história da humanidade e com acesso a todo o conhecimento instantaneamente.já não aceitam ser tratadas como criancinhas. E subjugadas por um estado embrutecido. E isso faz toda e muita diferença.Claro que se criaram problemas que tem que ser resolvidos, a assiduidade e a avaliação de alunos e professores. Os alunos tem que frequentar a escola ter exames de avaliação. Os professores igual, porque a classe foi e é invadida por todo o tipo de pessoas que tira(va) ou não um curso superior, e depois decidia ir dar aulas porque não se conseguia ou não queria seguir a profissão para a qual se tinha preparado. Por isso, tudo ia desaguar ao professorado. Se existissem cursos próprios de formação para estes de onde saissem os professores, como medicina, engenharia, direito etc, era um passo, um médico não pode exercer engenharia, ou um engenheiro advocacia sem se preparar para tal especificamente, e depois outro passo seria uma ordem a certificar a qualificação para a profissão, isso acabaria com a acesso a profissão como refugio de ultima instancia para muitos.é que não há só um caminho para a verdade, mas muitos. O resto são chavões
Continuando, claro que o ensino foi massificado, mais gente teve acesso ao ensino mesmo que não tivesse qualquer interesse em aprender, claro que foi instalado e existe o facilitismo para dar vazão a essa masssificação. Mas o analfabetismo obscurantismo antigo, aqui sim a palavra faz todo o sentido, desceu vertiginosamente e no fim dos anos 90 estava em 6% salvo erro.Bem no tempo em que eu andei na escola, e passei por tres fases, em pequenino, no inicio salazarista, depois caetanista e finalmente abrilista, e quem não fosse avaliado não passava, eu e os da minha geração eramos avaliados na 4ª (4 ano actual) classe (imagine-se com direito a diploma) , no 2º ano do ciclo preparatório, (6ºano acual) no 5º ano do ensino liceal, (9º ano actual) no 7º ano do ensino complementar,(11º ano) e ainda apanhei o 12º ano no inicio, que tinha vindo substituir o propedeutico, mas antes, muitos entraram no ensino superior atraves do serviço civico). Se calhar eram filtros a mais, bem depois no ensino superior bem a coisa fia mais fino. Mas agora com a obrigatoriedade minima de ensino e massificação, não se pode reter no ensino pessoas ate aos 22 anos sendo lhe exigida essa habilitação como minimo para ingresso no mercado de trabalho e em algumas profissões não é? Não se podem reter em contradição a educação com a idade. Por isso na mira da democratização do ensino e de sermos todos mais letrados corremos o risco de formar carradas de “letrados mas sofrendo de ileteracia”, é preciso manter as pessoas nas escolas mesmo que elas não queiram aprender nem saber da escola para nada,(como acabaram com as antigas escolas industriais e comerciais que preparavam pessoas para o desempenho a curto prazo de uma profissão e libertava assim muito do ensino liceal ) chega tudo ao 12 ano. mas isto viria por outro lado prejudicar o critério de avaliação dos professores face ao resultado dos alunos, isto daria chumbos pela certa se fosse exigido rigor, assim passa tudo, o professor esta safo quanto aos resultados negativos dos alunos e estes acabam a escolaridade obrigatória dentro dos limites etários previstos. O que este sistema faz ao varrer da realidade a ‘pedagogia da repetência’ é que transforma tudo, todos os alunos numa massa informe em que não ha méritos nem démeritos, não se apura quem são os bons nem quem são aqueles que não querem saber do ensino para nada, são todos iguais tanto passa o aluno aplicado que estuda e aprende como o fracassado que só anda la a passar o tempo de escola obrigatória, claro que a vida depois vai ter que fazer essa distinção. Mas um dos erros quanto a mim foi ter acabado com as escolas industriais e comerciais e por tudo como se fosse e quissesse ir ate ao ensino universitário.Quanto ao medina carreira, não é aquele individuo que, tal como uma metralhadora dispara em todas as direcções a ver se acerta no alvo.
(“que o obscurantismo que ele gera é de uma dimensão e profundidade muito, mas mesmo muito, superiores ao obscurantismo reinante na educação do 24 de Abril.....Repito: leia os programas do ensino básico e secundário, bem como os programas do celebrado ensino para adultos”)De modo nenhum gera obscurantismo, quando muito pode falar em ileteracia, mas não nos moldes do obscurantismo anterior ao 25 abril. Que era ignorância pura, analfabetismo puro. Eu compreendo esta parte do problema de quem assim fala, é que o ensino antes 25 abril era um ensino elitista, o ensino liceal dava uma formação genérica a todos os niveis, desde portugues, filosofia, qumica, fisica, etc. Muito mas muito avançada porque preparava as pessoas precisamente para ir para uma fase seguinte de ensino, a universidade. E podia se fazer isto porque não era acessivel a todos e havia outra componente na educação que abrangia aqueles que não queriam ir para a universidade, o ensino técnico, comercial e industrial e por isso a componente do ensino liceal era mais elitista e mais profunda nos conhecimentos transmitidos.O problema é que quando se acabou com os ramos intermédios de ensino e se passou a englobar um ensino igual para todos, (embora teoricamente deva estar acessivel a todos) este ensino contempla os que querem seguir a carreira do ensino superior e os que não querem, mas que actualmente não tem outra opção de ensino. Por isso o ensino deixou de ser elitista e passou a ser generalista mas afrouxando nas exigencias.Outro problema tem a ver com a preparação especifica para uma profissão. Ha pedagogos internacionais que defendem que o ensino se deve limitar desde bastante cedo a ensinar e preparar para o exercicio de uma profissão, preparar pessoas competentes a nivel profissional, não pessoas cultas, mas pessoas profisionais que na sua area sejam mestres competentisimos, embora se calhar em cultura geral a outros niveis possam ter e tenham muitas lacunas. Mas não é isso que lhes é pedido por quem se dirige a eles como clientes procurando um profissional, não lhes interessa se sabe muito de outras areas ou não, assim como não interesssa muito se o ronaldo ou o mourinho sabem muito de fisica quimica matematica. E essa faceta de formar pessoas cultas para alem do profissionalismo não pertenceria em exclusivo a escola, mas a familia e a sociedade em geral e acima de tudo as proprias pessoas limitando-se a escola a alertar e despertar essa curiosidade como se faz na universidade com a consulta para trabalhos, a pessoa busca pesquisa e não se limita a um livro Eu, compreendo esta ideia, mas acho que deixar isso ao criterio da familia depende da familia e da cultura e posses da familia,a sociedade a nossa acho que não funciona assim por isso acho que deve haver, como no meu tempo havia uma cultura de ensino minima em que até uma determinada fase é igual para todos. No meu tempo isso era ate ao 5 ano liceal. No ensino complementar ja havia algumas disciplinas especificas consoante a area fosse ciencias ou letras, mas custa-me a cmpreender que se eduquem pessoas sem uma cultura minima, sejam doutores ou não. O que eu não concordo nada é dizer que estamos a criar obscurantismo isso nem merece discussão para mim. Temos cursos dos mais exigentes na entrada na universidade onde os alunos lutam até as décimas ao contrário de antigamente, competem no estrangeiro e não ficam atrás, por isso quem quer e estuda, tem sucesso, quem não quer fica atrás agora antes e sempre. Mas antes nem sequer tinham hipóteses essa é a grande diferença. Se é destes que estamos a falar, de uma categoria de alunos intermédios, deste obscurantismo, que devido a abolição de um ensino intermédio leva a permanecer nas escolas ou até as portas da universidade não passando dai, nem por sombras podemos falar em obscurantismo. Ponto final.
(“O ensino está hoje muito mas muito abaixo daquilo que era o ensino técnico, comercial e industrial.”)Não vale a pena qualquer dialogo consigo, pois ultimamente de comentário para comentário vai se degradando e acaba na boçalidade.O senhor não distingue profundidade quando falamos em conhecimentos e utilidade desses mesmos conhecimentos.O senhor pode dizer que antigamente se estudava mais coisas em profundidade, dou de barato isso, não pode falar em utilidade dessas mesmas coisas, podemos falar até que ponto podemos imprimir uma mesma educação e conhecimentos em profundidade curricular a todos sem fazer qualquer diversidade quanto a utilidade futura desses conhecimentos nessa educação.E aqui a coisa é diferente e varia de época para época e geração para geração e de programas educativos para programas educativos. Eu conheci pessoas que nos curriculos tinham latim, era geral para todos, inutil hoje em dia. Tenho familiares que sabem todos os rios, e afluentes das margens esquerdas e direitas desses mesmos rios, ou linhas férreas e todas as estações e apeadeiros, quando lhe pergunto que utilidade tiraram disso na vida, dizem nenhuma, mas fazia parte de um ensino que pretendia por as pessoas a macaquear coisas sem saber sequer onde elas se situavam geograficamente, mas sabiam. Embora isso pudesse ser util a um geografo ou outra profissão ligada a esse estudo.Podemos daqui pensar se devemos todos estudar as mesmas coisas em profundidade até muito tarde só por saber isso, embora depois esqueçamos e passem a não ter qualquer utilidade futura ou se nos devemos orientar mais cedo para as varias opções profissionais. Ao contrário de antigamente onde se impunha uma memorização e consequente repetição acéfala de informação superficial e abordagens panorâmicas de “todo” o saber da disciplina, que criava nas pessoas uma imagem em que confundem uma pessoa intelectualmente educada com alguém que tem muita informação na cabeça e livros em casa. Como podemos querer que estudantes portugueses nas avaliações internacionais façam mais do que repetir e exibam mais do que a capacidade de memorizar.
Eu estudei os autores clássicos como todos os da minha época, faziam parte os lusiadas entre outros, o estudo era em profundidade, cântico a cântico, estrofe a estrofe, divisão de oraçoes que se saltava de uma linha para outras mais abaixo e depois voltava-se outra vez ao inicio, para perceber os lusiadas tinha-se que ter referências históricas e conhecimento de autores da antiguidade. Tinha utilidade este estudo tão pormenorizado que ocupava parte do ano lectivo? Tinha para quem seguisse linguistica, assim como o estudo do Frei luís de sousa, fernão lopes, sá de miranda, padre antonio vieira. Para quem seguisse medicina engenharia ou outra area cientifica, para muitos destes, era desmotivamente e fazia odiar a aula, era um sacrificio e porventura na época justificava muito faltar até esgotar o limite das faltas. E biologia tinha utilidade o ensino em profundidade? Tinha para quem seguisse por exemplo medicina ou outras areas cientificas. Mas os programas devem ser de modo que em vez de abordarem varias áreas de uma disciplina, tratem apenas daquelas que são fundamentais, usando a informação estritamente relevante. Para dar uma formação sólida não apenas nos conteúdos fundamentais das disciplinas, mas também nas competências básicas do trabalho intelectual, não basta ter programas com qualidade científica e pedagógica. São precisos também bons professores para os executar, é preciso fazer uma triagem nos que existem e critérios de acesso a profissão para outros. Havia programas simplesmente sufocantes e provincianos., os cortes não devem ser feitos no essencial, mas no acessório Falei por exemplo dos lusiadas, mas em historia estudei a fundo o feudalismo, a crise 1383/85, 1640, o renascimento e por ai fora, curiosamente ou não, nem uma linha tinha nos livros sobre, primeira guerra mundial, segunda guerra mundial, revolução russa, guerra civil espanhola factos que contribuiam para dar uma noção da realidade europeia. Tudo que aprendi e documentos que consultei foi por minha iniciativa, mas não da escola nem da sociedade. Historia e filosofia são quanto a mim duas disciplinas que contribuem para uma visão humanista e de compreensão do nosso passado a nivel de factos e ideias, que deveriam ser estruturantes curriculares independentemente de qualquer area, curiosamente no passado não eram e hoje não sei.O que eu quero dizer com isto de estarmos aqui a falar de profundidade e que tanto parece perturbar algumas mentes, “ai no meu tempo é que era, sabia-se tudo”. Que não se deve aprender isso? Não, mas deve ser geral em profundidade suficiente para todos a nivel de saberem as coisas, embora o seu estudo em profundidade se possa ir aprofundando a medida que os alunos se vão orientando para a profissão e isso va ser uma base futura do seu conhecimento e não dispersar-se por areas de onde não vai tirar utilidade nenhuma, e portanto não deve ser ignorante, mas também não deve ser especialista, deve ser especialista naquilo em que quer ser especialista. A quantidade de informação deve ser compatível com um ensino de qualidade os currículos devem concentrar-se nas disciplinas essenciais. Devem dar uma formação sólida nestas disciplinas e não trazer na bagagem uma "escola de pensamento".O tempo volta para trás.
(“Regride, assim, naquela mesma qualidade humana que distingue o homem do macaco, o qual só aprende o que lhe é útil para conseguir a banana.É este o estado dos nossos alunos, é este o estado do ensino no nosso país”).Quando eu foquei a analise gramatical foi um exemplo, mas os lusiadas e muitas outras areas eram igual. E não é “o conhecimento que lhe seja util para se desenrascar” é o conhecimento necessário para a vida e para uma profissão, a reforma de bolonha (pode-se discutir o merito) veio simplificar muita coisa porque? Preparam-se estudantes para serem eruditos ou para a vida profissional. Podem –se preparar para as duas coisas mas devem ser eles a optar. Houve um ministro que num debate televisivo não conseguiu explicar o facto de os estudantes portugueses serem bons a memorizar e terem dificuldades sérias quando se trata de aplicar conhecimentos à resolução de problemas. Há pontos de vista paroquiais sobre o "sistema educativo”.Mas as respostas basicas são estas Que categoria de estudantes se quer à saída do secundário? Que categoria de escolas se querem? O que é uma formação em profundidade no final do 9.º ano? O que é uma formação em profundidade no final do 12.º ano? Qual a importância dos diferentes tipos de curso?Eu estava a falar da profundidade e da utilidade dos conhecimentos no sistema educativo, assim disse eu que os programas devem ter uma quantidade de informação compatível com um ensino de qualidade. Não havendo esta quantidade de informação em alguns programas não serão possíveis aulas com debate crítico a partir de exercícios e de resolução de problemas.Os programas, seriam uma area a ser vista, explicando o que tinha dito, há programas sufocantes e parolos, porque a sua extensão exclui por exemplo aulas práticas de tratamento de problemas e impõe a memorização e repetição acéfala de informação superficial, e parolos, têm a pretensão de fazer uma abordagem de todo o saber da disciplina, que consiste em confundir uma pessoa intelectualmente educada com alguém que tem muita informação na cabeça e livros em casa. Devia haver programas que em vez de abordarem varias áreas de uma disciplina, tratassem apenas daquelas que são fundamentais, usando a informação estritamente relevante e com isso a inútil extensão actual dos programas diminuiria consideravelmente, donde, daqui resultariam aulas com componentes práticas de resolução de problemas e de debate crítico, no estrangeiro ja se faz isto há muito, resultando em alunos com uma formação sólida não apenas nos conteúdos essenciais das disciplinas, mas também nas competências básicas do trabalho intelectual que elas exigem. Outro passo seria acabar com excentricidades, como as areas curriculares não disciplinares.Os curriculos, por exemplo outra area, no 7.º ano os estudantes têm cerca de quinze disciplinas mais ou menos, entre coisas sérias, como matemática e português, e outras desnecessárias, como estudo acompanhado e area de projecto. No meu tempo o maximo de disciplinas chega a oito nove com duas a tres nucleares incluidas, mas se um estudante escolher educação moral aumenta o numero de disciplinas, o currículo deve concentrar-se nas disciplinas essenciais. Uma formação sólida nestas disciplinas é a base de tudo. Outro problema que ja foi enfrentado por exemplo em paises estrangeiros e que será necessario enfrentar cá, uma vez que acabaram com o ensino intermédio é a distribuição dos estudantes pelos cursos tecnológicos e pelos cursos gerais, há paises europeus onde 60% ou mais dos estudantes frequentam cursos tecnológicos e 40% cursos gerais. Nós por cá andamos em sentido contrário e o nosso mercado de trabalho, está longe de precisar de tantos licenciados, daí a fuga para o estrangeiro e o desemprego de muitos licenciados
Continuando, e referindo os manuais, os livros tem que ter qualidade sem erros, confusões e senso comum mascarado. Os manuais devem ser claros, concisos, estimulantes e sóbrios. ter imagens quadros etc. quando elas forem essenciais à compreensão das coisas não contribuindo para que o estudante seja incapaz de ler qualquer coisa que se pareça com um livro , no meu tempo os livros não pareciam fotonovelas ou histórias aos quadradinhos, tornando-o estudante um leitor de livros normais. Não confirmando e reforçando a vantagem dos estudantes das famílias que lêem livros. Os manuais devem ser os professores a escolher e não qualquer equipa de peritos do ministerio certificando os maus e bons. Mas depois disto vamos la ver uma coisa para terminar porque não vale a pena mais este tema para mim, sobre este tema todo do obscurantismo. Comparar o ensino antes do 25 de abril com o actual é uma análise que deve ser feita. No entanto dizer que o ensino antes do 25 abril é melhor que o actual só pode ser obra de mentes saudosistas. O ensino nos anos pós 25 de abril democratizou-se, o acesso até ao 9.º ano é universal e obrigatório, na generalidade dos países da europa é ate ao 12 ano. O Ensino antes do 25 de abril era elitista só para uma minoria. portugal detinha um recorde impressionante de analfabetos quando no resto da europa o ensino básico era universal e obrigatório. O país dos doutores e engenheiros que governavam as massas ignorantes e submissas, uma máquina de fazer campónios, cretinos e dóceis. O número de escolas secundárias era reduzido, com liceus e mais tarde escolas indústrias para preparar os operários especializados para as novas indústrias, estes últimos não tinham acesso às universidades. A taxa do ensino secundário era tão baixa que ter um curso secundário, era quase como ter um curso superior. Só estudava quem tinha boas posses. O ensino superior era para as elites e burguesia, dos estudantes do ensino superior cerca de 2 % a 3% eram de classes mais baixas. Nos anos 60 fugiram do país milhares de portugueses devido à fome, a miséria e a falta de direitos. Nos paises onde chegavam tinham uma barreira cultural, e não sabiam ler nem escrever, o que significava não progredir nem conseguir emprego qualificado. A qualidade do ensino que estamos a falar também tem directamente a ver com a massificação, a democratização e o investimento público. Numa sociedade onde há deficits na educação, na cultura, e no ensino, por via do contágio, toda a sociedade acaba por ficar afectada.Mas em algumas décadas, o número de crianças no pré-escolar cresceu 40 vezes, a taxa de escolaridade no ensino secundário escalou de 1,3% para 60% e o acesso das raparigas ao ensino subiu 15%. Este é o retrato do ensino português publicado nos "50 Anos de Estatísticas da Educação". Os dados mostram que o país deu um salto gigante no combate ao analfabetismo, houve uma massificação do acesso ao ensino, mas a qualidade não acompanhou essa evolução, porque a meu ver não é facil isso acontecer de um momento para o outro, mas há 50 anos, os portugueses viviam na idade das trevas, o sistema educativo antes do 25 de Abril era realmente mau, porque 90% da população estava excluída da escola. O obscurantismo é este, Mais do que a qualidade do ensino.
(“ E, já agora, deixe-me perguntar-lhe uma coisa: não é verdade que teve professores cuja qualidade humana e entusiasmo o despertaram para matérias que, de outro modo, lhe teriam suscitado pouco interesse ou até indiferença? O ensino pelo ensino será, sequer, uma ideia?”)É verdade que sim. No ensino primario secundario e superior, mas foi a mim, é verdade que houve personalidades que me marcaram mas foi a mim, por mim respondo e respondo subjectivamente. É verdade que isso que diz existe, é um facto e até cria aquilo que se chama(va) antigamente mestres e discipulos em que até havia transmissão de conhecimentos que funcionavam como digamos, “escolas”. Criando “correntes” de pensamento e ideias, é verdade sim, e neste caso até posso falar por outros no caso de “escola” e “correntes” porque há objectividade, mas isto não tem a ver com o ensino generalizado em si de que estamos a falar.O senhor pensa o ensino de uma maneira fechada, elitista, excludente, se há pessoas que foram marcadas pelos mestres e lhes suscitaram interesse para aprender, também há o oposto, os interesses não são iguais nem as ambições de cada um. O ensino se tem esta componente não o podemos reduzir a esta qualidade para dizer que é bom, se for elitista e excludente é mau.Ja não tenho mais que lhe explicar, o senhor veio para aqui dizer que uma pessoa mistura as coisas e a verdade é que eu falei de todos os aspectos que a meu ver precisam de ser corrigidos no ensino, mas não um regresso ao passado. Falei do caso dos professores, dos alunos, dos programas, dos curriculos, dos manuais, dos tipos de cursos etc. o que a meu ver esta mal e precisaria ser corrigido, o senhor e companhia vem para aqui com chavões, lenga lengas mostrando casos isolados como fazendo a norma e não passam disto, como aliás um senhor no plano inclinado com umas fotocópias tiradas aqui e ali, mas sem ideias quanto ao que é preciso fazer e corrigir.Por isso refugiam-se no passado para dizer que o ensino é que era bom, profundo. Vamos la a ver de que falam estas pessoas quando assim falam, falam de um ensino que era destinado a 10% da população, e era bom nesses 10 %. Valha-nos deus se assim não fosse, os filhos dos reis também tinham uma educação especial. O que esta gente não entende é o conceito de obscurantismo associado a certos regimes, um pais que tem um sistema de ensino destinado a 10 % da população mantendo na ignorancia e analfabetismo a restante população, porque não tem acesso ao sistema e esta excluida dele só pode ser obscurantista. O que defendem é um sistema de ensino excludente e por isso mesmo era bom e profundo o ensino como tal por isto mesmo, ser excludente. Brilhantes pensamentos estes, e desgraçado pais que tais cabeças tem se um dia chegassem ao poder e implantassem as suas ideias.
O processo de Bolonha que constitui um passo essencial na vertente cultural da construção europeia, ao facilitar e promover a mobilidade de estudantes e graduados universitários. A aproximação entre os sistemas académicos dos vários países constitui um avanço muito importante para conseguir o diálogo entre alunos e licenciados dentro da comunidade. O esforço de harmonização comunitária de algumas características dos cursos superiores é uma mudança séria e nuclear. Não apenas na alteração na duração dos cursos e acordos de equivalência, mas na forma diferente de encarar o ensino superior.A grande vantagem deste sistema é a flexibilidade. O estudante não fica preso num programa. Pode decidir sair ao fim de três, continuar na mesma escola, mudar de escola ou regressar depois de uma experiência profissional. A mobilidade, nacional ou internacional, também aumenta e a concorrência acrescida vai motivar maior atenção à qualidade e à satisfação de estudantes e empregadores. Tudo isto contribuiu para uma melhoria na oferta educativa. Além disso, é muito reforçada a dinâmica de formação ao longo da vida. A velha ideia de tirar um curso, terminando assim a formação, está obsoleta. A rapidez de transformação técnica, económica e social impõe que o profissional tenha de voltar várias vezes à escola para refrescar conhecimentos, entrar em novas áreas, aprender outras abordagens. O país adoptou o sistema genérico de três anos de licenciatura seguidos de dois anos de mestrado. Esta é uma estrutura que, sendo em geral estranha à nossa universidade tradicional, exige esforço e atenção. Mas tem flexibilidade e, no meio dos dramas da crise, pode aliviar algumas tensões. Aliás, ela pode ajudar a tornar mais atraentes os chamados cursos médios, que tradicionalmente falharam em portugal. Com a mudança de bolonha, a licenciatura de três anos passa a ser o antigo curso médio, tornando-se socioculturalmente mais atraente. Quem quiser distinguir-se envereda depois pelo mestrado. Assim, e apesar dos atrasos e obstáculos, também em Portugal o processo de bolonha pode contribuir para importantes melhorias num sistema que tem tido grandes dificuldadesGostei da referencia ao aleixo mas ja agora podia ter colocado ai a quadra que completa o poema fica mais contextualizado.Ser artista é ser alguém!Que bonito é ser artista...ver as coisas mais alémdo que alcança a nossa vista!A arte é força imanente,não se ensina, não se aprende,não se compra, não se vende,nasce e morre com a gente.Pois é nasce e morre com a gente, ou esteEu não sei porque razãocertos homens, a meu ver,quanto mais pequenos sãomaiores querem parecer.Vemos gente bem vestida,no aspecto desassombrada;são tudo ilusões da vida,tudo é miséria dourada.Ou por fim Inteligências há poucas.Quase sempre as violênciasnascem das cabeças ocas,por medo ás inteligências.Tchau, e ja agora, os seus contos de moral (posts) são sempre ilustrados por armas de fogo, sendo contraditorio por natureza não deixa de ser curioso.Eh eh eh. Sabe que mais tenho mais que fazer, e um fim de semana a porta.

7 comentários:

Anónimo disse...

...interculturalidade, porra até me engasguei com este palavrão...

Anónimo disse...

Decidi passar aqui, antes de saida e de facto, Oh valha-me deus, com quem eu me meti a discutir coisas sérias, ora vejam bem a snobeira aproveitar-se de comentários a pressa escritos em cima do joelho enquanto se trabalha para fazer critica literaria, só de burros, em achar que nestes comentários se escreve em forma de estilo literário e não é a despachar sem perda de tempo,, mas para que estou eu aqui a falar nisto? Diz (“Mas, para que ele não saia queixoso deste troca de palavras com gente elitista”) elitista o senhor? Por amor de deus o senhor sabe do que eu falo quando falo em elitismo, falo em craveira intelectual meu caro, quem é o senhor. Para quem não foi capaz de avançar uma critica fundada do que eu escrevi, não merecia tanto destaque e ocupar-lhe tanto tempo, veja la o trabalho que eu lhe dei, mas não esta mal em vez de andar por ai a pesquisar contos e transcrever historias de outros bolgs aprovieta o trabalho do seu proprio blog os meus comentarios muito me honra, mas não mereço esse destaque principalmente sendo o senhor a faze-lo pois é de quem não percebe nada, sabe so cinco primatas não tem rabo mas por aqui anda muita gente a pisar o rabo. Gostei da sua ilustração mudou o visual ficou mais colorido e alegre e se calhar com mais um passinho percebe o que colocou ai, ora pense bem vá la esta quase isso mesmo. Se alguém aqui me vem falar em cultura saco já de uma pistola, e se alguem não me souber dizer quem foi alfred rosenberg, corro tudo a tiros. Ora pense la, se souber a advinha julgo que esta safo de pertencer a raça caso contrário, trate-se.

Anónimo disse...

(“tão ilustrativo debate”)

Desculpe la mas o senhor é serio, ou é uma pessoa burra com aspiraçoes snobes a intelectual elitista, mas qual debate? O que é que o senhor contraditou, o que é que o senhor escreveu que não fosse extra tema e ao lado das questões e das ideias que eu expus, onde expos as suas permissas?, exemplificando - (“Para que gente isenta e justa possa, assim, avaliar do seu fogoso e contundente estilo literário, bem como dos profundos conhecimentos de português que patenteia ao nível gramatical - coisa, como toda a gente sabe, inútil e, mais grave ainda, enfadonha para engenheiros.”) - o meu caro pode explicar o que isto tem a ver com as questões que eu levantei e coloquei para contestação? Zero, o senhor apela a solidariedade externa, aos leitores, porque a sua fraqueza intelectual e argumentativa é de tal ordem que para escrever alguma coisa tem que fazer isso, apela a terceiros, não comentando nada, não contraditando nada, mas tentando desvalorizar aspectos da escrita do adversario, tentando apelar a solidariedade externa. Coitado de você elitista de meia tigela (dizendo como os parolos: vejam, vejam, vejam como ele escreve), mas que não apanha uma ideia nem é capaz de a contraditar, e porque se eu escrevo na hora sem correção, a pressa, trocando as letras, não utilizando a pontuação devida, não usando maiusculas, onde devia, etc etc etc. é isto que o senhor usa para “debate” e tem a lata, grande lata de chamar debate. Deixe la que o senhor tem futuro como corrector ortografico, embora os processadores de texto ja estejam a ameaçar a profissão ainda lhe auguro futuro.

(“O que, aliado a esse outro facto, o de nunca ter abordado o que constituía o núcleo do que escrevi,”)

Escrevi tem a lata de dizer escrevi, fez um comnetario num post do parceiro interpelando-me e aproveitou os meus comentarios para fazer dois posts, o que o que é que o senhor escreveu sobre programas, curriculos , professores, alunos, avaliaçoes, cursos, bolonha, Se eu pensar nas suas ideias a este nivel fico com zero, o senhor não escreveu nada, vem com a ladainha dos mestres e da sua vivencia e que despertam o interesse dos alunos, foi a unica coisa que retive, e um ensino que antes é que era bom e agora porque é acessivel a todos é mau. Nunca discuti com pessoas com tão baixa argumentação e sempre ao lado dos factos.

Tome la mais uma do aleixo, e com esta o deixo.

És um rapaz instruído
És um doutor, em resumo,
És um burro que espremido
Não dá caroço nem sumo

"António Aleixo"

olha o rabo macaco

RioD'oiro disse...

Amigo Gonsalo,

Parece que o anónimo não gostou de ter sido solto a ribalta.

José Gonsalo disse...

RioDoiro:
Parece-me que tenho que ser eu a fazê-lo respeitar-se, não lhe respondendo mais.
E é o que faço. Além disso, não sei se valeria a pena desrespeitá-lo, já que continua a passar ao lado do que eu digo.
Por fim, como me dizia o velho Luiz Pacheco, a propósito de um anónimo de igual calibre, "há gente com quem nem vale a pena ser malcriado".

Anónimo disse...

É tipico deste blogue. Quando anónimos evidenciam a imbecilidade destes blogueiros, insultam ou têm ganas de fazê-lo. Desistam. Vão trabalhar, madraços. O insulto nem sempre tem que ser boçal.

Anónimo disse...

Grande zurzidela, e com classe.