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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sol na eira e chuva no nabal

O problema não é a Grécia e muito menos a questão financeira e a "maldade" dos bancos, das agências de rating e do malvado "capitalismo neoliberal".
E se o problema não é esse, a solução também não é esta de fazer remendos financeiros e avanços suicidas nos gastos públicos. A quem só tem um martelo, todos os problemas parecem pregos.
O martelo que levou a Europa à situação actual é a pulsão socializante e estatizante que varreu a Europa nas últimas décadas.
Uma Europa cuja génese filosófica é a fundamental desconfiança no Estado ( Monnet era um homem de negócios, um liberal que entendia que a paz só se alcançaria através do comércio e não pela estatização da vida pública), está desde há décadas a ser gerida por governos (de esquerda e de direita) que acreditaram na construção de gigantescos estados de inspiração social-democrata e socialista.
A alma imaginada por Monnet para o espaço europeu, era económica. E todas as instituições criadas, nomeadamente o Banco Central Europeu, buscam raízes na alma mater monetarista e liberal.
Os governos nacionais, pelo seu lado, acreditaram na mirífica conjugação virtuosa do liberalismo económico para criar riqueza, e no socialismo redistributivo, a cargo do Estado. Sol na eira e chuva no nabal.
E o estado levou a sério a sua tarefa de distribuir. Tão a sério que a partir de uma determinada altura, já estava a distribuir aquilo que não tinha e que a economia não produzia. Com grande parte da população a comer da generosa cornucópia, só havia duas maneiras de a manter recheada: rapar os bolsos dos contribuintes e pedir emprestado, na convicção de que no futuro alguém iria pagar as dívidas.
Pois bem, o futuro chegou.
Quando países como Portugal já devem mais de 100% daquilo que ganham, os credores começam a duvidar da sua capacidade para pagar. E quando a dúvida se instala, não é fácil conseguir novos empréstimos. O problema é que não é só Portugal, na verdade até a Alemanha já deve mais de 90% do seu produto.
O busílis disto tudo é a ideologia, o socialismo que domina as mentes, o acosso intelectual ao liberalismo e ao mercado.
É por isso que a Europa declina e tende de facto para a única igualdade que os socialismos logram: a dos miseráveis.

6 comentários:

Diogo disse...

O meu amigo Lidador sabia que o BCE empresta dinheiro aos bancos comerciais a 1%, e que estes, por sua vez, emprestam aos Estados a taxas superiores a 5%, porque os estatutos do BCE não lhe permitem emprestar directamente as Estados? Não acha isto engraçado?

RioD'oiro disse...

"O meu amigo Lidador sabia que o BCE empresta dinheiro aos bancos comerciais a 1%, e que estes, por sua vez, emprestam aos Estados a taxas superiores a 5%, porque os estatutos do BCE não lhe permitem emprestar directamente as Estados? Não acha isto engraçado?"

E quando a malta que pede dinheiro aos bancos comerciais lhes não paga o BCE perdoa essa parte da dívida aos bancos?

Unknown disse...

Diogo, faria melhor se lesse os estatutos do BCE, de resto aprovados democraticamente. O BCE não existe para emprestar dinheiro. De resto já há quem fale na criação de um Fundo Monetário Europeu, justamente para isso.
A sua repimpada ignorância leva-o a asneirar como quem respira.
Estude a basesinha e venha cá depois falar. É que argumentar assim, com quem não tem a mínima ideia das coisas, dá um cansaço do caraças.

Diogo disse...

Lidador, «O BCE não existe para emprestar dinheiro».

Meu querido amigo, saberá você que o BCE é a única instituição europeia com capacidade de criar dinheiro (excepto as moedas). Não saberá você que é o BCE que empresta dinheiro aos bancos tal como acontece nos EUA?

Lidador, você anda a dormir em pé?


Jornal Expresso - 16 de Dezembro de 2009

O BCE vai emprestar 96,9 mil milhões de euros a 224 bancos, no último leilão que fará a um ano com juros baixos, esperando-se que a taxa de juro seja na ordem de um por cento, segundo a Bloomberg.

(...) No último leilão deste género, o BCE emprestou 75,2 mil milhões de euros, enquanto que, em Junho, tinha cedido mais de 442 mil milhões.»

Anónimo disse...

De facto desde que deixámos de ter as terras de santa cruz e as terras dos pretos,que lá se vai o nosso ourinho que já não chega para tantos carros, tantos telemóveis, tanto novo-riquismo, tantos computadores, tantos ipods e ipads, tantos blogueiros "sabões", etc, etc, etc...

Unknown disse...

Não vale a pena, mas lá vai. Diogo, o BCE não existe para emprestar dinheiro. Não é essa a sua função. É uma instituição monetarista independente que trata de regular a inflação, através da quantidade de massa monetária em circulação. Quando imprime moeda, para acorrer as necessidades monetárias decorrentes do aumento de riqueza produzida, coloca-a no mercado através de leilões a que acorrem os bancos nacionais e outros agentes descritos nos estatutos. Não é uma emissão de dívida.
Se você têm uma ideia melhor, diga qual é. Estamos à espera do seu génio financeiro.
Provavelmente o mundo tem sido injustamente deserdado das suas magníficas ideias.