E a revolução tipo democrática subtipo JÁ? Passei lá hoje exactamente às 19 e nada. Népia, nicles.
Adonde anda a revolução? Eu sei que como "popular", tenho um defeito: não gosto de coiratos. Mas alinho nos caracóis e jogo matrecos.
Ora, a revolução não tava lá. Tavam lá um par de estendais com referências a umas quantas cachaporradas que por ali tinham pairado, mas assim tipo ... de revolução ... nada.
Quando saí do metro, vi um gajo, de cu de fora, a jogar fogo ao ar. Pensei logo que era a revolução. Mas não. Tive azar. A revolução tinha-se baldado.
Havia um papel que dizia "Aqui" e tinha uns corações desenhados. Mas de revolução, só se fosse o vácuo. Será que a revolução se sublimou?
Eu, que por ter uma carrada de propostas para propor ao tapete voador nem dormido tinha, fiquei sem o meu quinhão de revolução. Aposto que isto é coisa de sionistas, de neo-liberais, tipo ultra e subtipo desenfreado, e de Bussssh.
Ou a malta anda às voltas para saber como se arrumará nos poucos cadeirões que restam? Isso não é problema. Isso não atrapalha um revolucionário tipo pós-moderno, subtipo JÁ. Avança-se para lá com uma acampada. ... Até parecem tótós.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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3 comentários:
Conheço a Maria Vitória Pato há muitos anos, vimos ambas da safra dos chamados «católicos progressistas», colaborámos em tarefas clandestinas e semi-clandestinas desde os anos 60. Ontem à noite, enviou-me este texto porque pretende que aquilo que viveu no Rossio seja conhecido. Não tem rastas nem é mal cheirosa e tem quase 80 anos (Na foto, a falar com um polícia.)
No Sábado 4 de Junho, pelas 15h, cheguei acompanhada de uma amiga ao Rossio, ao grupo da Acampada. Mal cheguei, vi polícias. Eram da Polícia Municipal a chegarem e a derrubarem tudo e arrancando fotografias expostas sobre fios. Puxavam pelos fios e arrancavam. Empurravam as pessoas que estavam sossegadas. Tudo sem sentido. Empurravam as e os jovens e eu só vi eles quererem explicar e perguntar o que se passava para aquela violência. Não vi ninguém dos jovens bater em polícias. O que vi depois foi um jovem ser arrastado de forma bruta, era um jovem de t-shirt amarela. Os polícias arrastavam-no violentamente pelo chão até o meterem num carro. Acontece que os jovens tinham material de som e fugiam a guardar o material. Ouvi dizer que foram três os arrastados e presos, mas só vi a violência ser feita a um.
Eu, como tenho 79 anos, achei que devia falar com os polícias para ver se ao menos a uma velha eles eram capazes de ouvir e dialogar, se havia vestígios de respeito e dignidade. Mas, sobretudo aos mais velhos, só queriam empurrar e eram incapazes de ouvir o que quer que fosse, era só empurrar. «Estão a meter-se em trabalhos e vocês são novos e há fotógrafos aqui de todo o mundo», disse eu a um dos mais novos que, em fila de defesa em frente a nós, sempre me ouvia. «Não empurrem!» Mas eles empurravam. Então uma rapariga do grupo dos Acampados começou a dizer: «Eis o que fazemos» e atirou pétalas de flores. Eu apanhei as pétalas das flores e colocava-as em cima de um jovem polícia , um com ar terrível como se estivesse a receber flechas (aparece no Público online). Eu só queria ver se eles, que eram jovens, acordavam da emboscada em que os chefes os meteram e recusavam trabalho tão absurdo. Mas o polícia ficava irritado por eu lhe atirar também as pétalas de flores…Devem ser treinados para a violência e não para o apaziguamento, não sabem lidar com calma nenhuma. Houve um que me empurrou de tal maneira com um cassetete que me magoou, mas não foi nada de grave – só um empurrão bruto. Então eu quis falar com os mais velhos dos polícias que tinham ar de chefiar, mas esses empurravam ainda mais e não queriam ouvir nada, mesmo nada, chegar junto deles era só receber empurrão.
A um polícia novo, perguntei: «Qual a razão por que vieram aqui empurrar e magoar os jovens?» . A resposta foi: «São ordens.» Eu disse-lhe que já conhecia essa frase de a ter ouvido já lá vão sessenta anos. Disse-lhe ainda: «Pensem que os polícias de baixo é que “se lixam”.» Ele tentou explicar-me «que sendo o Rossio a praça nobre da cidade e a estátua o ícone dela, tinha de ser preservada de papeis e pessoas à volta». E em resposta ao perigoso que era serem acusados de brutalidades, respondeu-me: «Eu por mim já estou por tudo.»
Depois daquela confusão, todos os polícias se foram embora. Eram 16h30, mais ou menos, enfiaram-se na carrinha que estava mal estacionada (não havia por ali nenhuma Emel para a multar e bloquear…) e isto sobre a bela praça do Rossio e junto ao seu ícone o Rei D Pedro IV.
Maria Vitória Vaz Pato
Esta Maria Pato, já tem idade para ter juízo e perceber que a sua liberdade para atirar flores ou couves, ou tomates, se detém no exacto momento em que o seu alvo define a sua liberdade de aceitar os projécteis.
Conheço este tipo de cromos. Acham que são mais "esclarecidos" que os outros, que tem uma maior mundivisão, que são umas pessoas do caraças.
E não percebem que são apenas us fanáticos tolos e patéticos, cuja idade mental se deteve abruptamente na alta adolescência.
A sua ideia de vida é o protesto, a pedinchice, a revolucionarice bacoca e troglodita.
E vir depois com a escudar-se na idade, só revela demagogia e estupidez.
Se não tem idade para levar um estalo, não se meta a fazer muafas a quem está mortinho por lhe assentar uma lapada na corneta, como é certamente o caso de qualquer polícia que está ali horas a aturar malucos.
Em suma, para as Patos e os malandros que se acham progressistas prá-frentex, só se perdem as que caiem no chão.
Aquilo é um grupo de JÁgunços.
Estavam com falta de assistência e, com a chegada da polícia, foram acometidos pela miragem de converterem os agentes em milícias revolucionárias, assaltarem a Nato em Oeiras, baterem no FMI e em Paulo Portas, tomar o Palácio de Belém e dar origem à dinastia Anacleto.
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