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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lembrei-me de que me esquecera



Rodin, O Pensador

À última hora, depois de um comentário que fiz no post do Tarzan, lembrei-me ainda, no entanto, de algo a que pensei responder-lhe, mas de que acabei por me esquecer.

Quatro dias atrás, 21 de Maio, às 00:38, o Carmo da Rosa escreveu na caixa de comentários:


"Por falar em insultos e para lhe ser sincero (como de costume), a primeira vez que li um dos seus comentários em que sugeria que eu teria bebido o mesmo que o cómico que citei, eu é que fiquei pior que estragado e já me estava a preparar para lhe responder da mesma maneira, mas à minha maneira. Felizmente que não o fiz. Respirei fundo, contei até dez, reli o seu comentário e realmente você apenas sugere. Creio que lhe respondi de forma correcta, apesar de ter usado de ironia (isto já é vício), só para provar que a ofensa não passou despercebida…

Um amigo que segue o FIEL enviou-me agora um mail com um resumo da nossa discussão que poderia muito bem ter sido feito pelo Jim Jefferies: Estive a ler as “teses” do Gonsalo e as tuas respostas (sobre o stand-up australiano, que é excelente) e confirmo a minha opinião: o gajo é ………… [censurei]. Se bem o percebo, a diferença entre erótico e pornográfico é a seguinte: tudo o que nós pensamos é erótico, tudo o que os outros pensam é pornográfico..."




“Beber o mesmo que o cómico” não poderia significar, para si, uma vez que gosta dele, senão um elogio à espirituosidade, sua e dele. Mas o CdR diz que isso o deixou “pior que estragado”. E, depois de continuar, afirmando que já se preparava para me “responder da mesma maneira” mas à sua maneira, acrescenta que “felizmente” não fez. “Felizmente”, porquê? O que poderia haver de tão grave no que me quereria dizer ou no modo como o faria? Seria ofensivo? Ou porque poderia ser considerado como tal? Mas então bastaria explicar-me, a mim, que pareço ofender-me facilmente, que nada daquilo tinha intenções insultuosas. Talvez eu ainda conseguisse aprender alguma coisa, quem sabe…

“Respirei fundo, contei até dez, reli o seu comentário e realmente você apenas sugere”, continua. Sugiro, o quê? Não um insulto, com certeza. Só posso supor, pela sua reacção e atendendo ao que escrevi, que pensasse que lhe pudesse estar a chamar bebedolas. Mas isso não seria mais grave do que chamar-lhe “panilas”, e você disse ao Lidador que acharia infantil alguém que o fizesse.

No entanto, parece-me ser isso que aconteceu pelo que vem a seguir: “Creio que lhe respondi de forma correcta, apesar de ter usado de ironia (isto já é vício), só para provar que a ofensa não passou despercebida…”. A “ofensa”?! Afinal, ofendi-o ou estive quase a fazê-lo? Afinal, é possível ser violento ao ponto de ofender? Não o percebo.

Mas, à cautela, deixe-me dizer-lhe que nem considero nada de anormal escrever com uns copos no bucho nem NUNCA considerei chamar-lhe tal nem o termo “bêbado” é, no meu vocabulário, um termo pejorativo, a não ser quando representa laxismo e degradação vil. Nunca vi o meu velho defunto Luiz Pacheco como um bêbado, muito embora ele se levantasse às cinco da manhã e às nove já entaramelasse as ideias, na época em que o conheci.

Isso foi alguma coisa “subjectiva” que lhe passou pela cabeça. É verdade que o Código Penal considera o termo como injúria e eu acho muito bem que o considere enquanto termo que classifique a pessoa à qual se dirige como sendo indicativo de degradação de carácter. Ora aquilo de que eu o tenho “acusado” é de incoerência “confusionista”. Exactamente por coisas deste tipo.

Mas ainda há mais. A seguir, decide ir procurar reforço no que um seu amigo lhe escreveu a respeito das minhas “teses” — o que, com as aspas, é a típica expressão usada pelo bimbo que julga que é esperto para apoucar a pessoa de quem fala (não sei se, da parte dele, com o propósito de melhor me depreciar, mas, aleluia!, conseguiu fazer-me rir, no meio disto tudo) — e, à cautela, censura uma palavra que ele escreveu. Só posso supor que a palavra censurada me fosse dirigida, uma vez que o seu amigo demonstra apreço pelo J.J. e, nesse caso, não faria sentido suprimir um elogio, mesmo que em vernáculo. Mas, então, porquê? Porque era ofensiva? Ou porque o meu espírito retrógrado e preconceituoso poderia considerá-lo como tal? Nesse caso, mais uma vez, não seria uma óptima oportunidade para me revelar a Luz da Contemporaneidade?

Olhe, CdR, essa de ir buscar os amigos para ajudar a dar porrada no meco, é que me desmanchou definitivamente em gargalhadas. Lembrou-me a infância, o que é que quer? Jamais me passaria pela cabeça uma dessas. Por acaso, tive umas quantas opiniões de amigos, em especial de UMA amiga de há muitos anos, daquelas tão, mas tão livres que faria corar uma dos sítios onde você anda (sabe, em Portugal também as há e são mais do que você imagina), mas não as vou trazer para aqui. Em privado, sim, em são convívio (eu, que prefiro bezanas tropicais, não prescindo das minhas caipirinhas). Agora aqui… Meu caro, seria de mau gosto.

Mas traga, traga um amigo também. Esse é que acho que não, porque, na minha cabeça, perante a conclusão que ele apresenta sobre o que leu, só me ocorreu, na sequência do gargalhar, a hipótese humorística de instituir, a exemplo do que acontece com a condução automóvel, a necessidade de tirar uma carta de condução de leitura e compreensão de texto. É que o homem é um perigo público, com uma inépcia tão clara em manter os pensamentos a direito...!

Mas isso é lá consigo. Eu, não censuro a presença de ninguém.

Então, até daqui a quinze dias.

4 comentários:

Unknown disse...

"e, à cautela, censura uma palavra que ele escreveu."

Lá está.
o CdR admite que faz exactamente aquilo que me acusou de fazer, isto é, sente se sensato apagar insultos.

Então porque razão faz uma coisa (e bem) e defende o seu oposto (e mal)?

Unknown disse...

"Quem se sente é filho de gente, não é?"

Exacto.
Foi isso que eu disse e ainda bem que concorda.

Mas então porque razão achou, (na questão dos insultos que me foram dirigidos, que apaguei e na sequencia dos quais você me acusou de ser contra a liberdade de expressão), que eu não tinha razão ou direito de me ofender?

É porventura o CdR o árbitro dos meus direitos? É o CdR que define se eu me devo sentir ofendido ou não?

Não acha essa postura algo arrogante?

Des Contente disse...

"ACEITO A EXISTÊNCIA DO INSULTO, conheço a palavra, conheço o fenómeno, sei como se faz, enfim, vivi muitos anos no Porto…."
Imagino se tivesse vivido muito tempo na Régua ou Vila Real.
Ahahahah...
Cumprimentos.

Unknown disse...

"ACEITO A EXISTÊNCIA DO INSULTO, conheço a palavra, conheço o fenómeno, sei como se faz"

E concorda portanto que isso, que conhece tão bem, mas tem tanta dificuldade em reconhecer quando não lhe é dirigido, é algo diferente de liberdade de expressão, não?

Então se é assim, porque razão se fartou de dizer que não?