A propósito do post "Fraco desempenho dos alunos ou testes demasiado exigentes", o colega Fernando Roriz fez este oportuno comentário:
Já todos percebemos que o MEC está a regressar ao patamar dos anos 90.
Só que, nessa época, o "eduquês" , na sua versão lurdista, ainda não fazia mossa e a indisciplina obscena ainda não tinha nascido. O estatuto do aluno era outro, era decente. Hoje, o estatuto do aluno é "obsceno" para a escola pública e está ao serviço da indisciplina reinante.
Portanto está aqui uma boa equação para resolver (bem difícil por sinal): como conciliar o novo grau de exigência que se pretende nas escolas com a indisciplina e o eduquês reinantes?
É que, na escola pública, está tudo como Maria de Lurdes Rodrigues quis. Ou não está?
Assim, regressar aos anos 90, por mim está bem desde que todas as "dimensões" da escola pública regressem também. Caso contrário, a equação acima referida bem que poderá ser designada por "equação utopia".
Fernando Roriz
Bem visto. Nuno Crato faz bem em ajustar em alta os níveis de exigência dos testes intermédios, provas de aferição e exames mas para que a equação não seja utópica tem também de fazer regressar outras variáveis aos níveis de exigência e rigor dos anos 80 do século passado. E isso tarda para desespero dos professores.
E a reforma do Estatuto do Aluno, prometida há longos meses, tarda em ser aprovada. A prometida restauração da autoridade dos professores corre o risco de não passar de uma promessa. E a anunciada eliminação da burocracia inútil parece conhecer o mesmo caminho: adiamento.