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quarta-feira, 23 de julho de 2008

Boas intenções

Acho que não restam quaisquer dúvidas que o Rui Tavares tem boas intenções. Ele vê um problema e acredita sinceramente que políticas bem-intencionadas e (muito importante) postas em execução por gente igualmente bem-intencionada, gente que, obviamente, terá de ser seleccionada também por outra gente bem-intencionada, and so on, são a solução para o problema da habitação em Lisboa. Na verdade para todos os outros problemas, mas este é agora o que está na berlinda.

A fé é uma dádiva divina e eu lamento não ter a visão rousseauniana do homem que o Rui Tavares parece ter (mas só relativamente a certos homens, porque há outros que, para o RT, são demónios hobbesianos...basicamente os que andam à procura dos seus interesses e esses interessse passam por obter lucros).
Eu sou um desses homens maus, um tipo malévolo que assume de caras que procura maximimizar o prazer e minimizar a dor. Enfim, um kirkgaardiano habitante do mundo estético, a milhas do mundo ético onde acreditam viver os RT deste mundo, depois de terem satisfeito as suas mais prosaicas necessidades básicas

Mas, e porque a conversa é sobre boas intenções, nada como deixar aqui uma frase de Milton Friedman, o tenebroso Chicago Boy, cujas conselhos económicos transformaram o Chile no país mais miserável da América Latina:

As repetidas falhas sofridas pelos programas bem-intencinonados não são acidentais. Não se trata, pura e simplesmente de resultados de erros de execução. Essas falhas encontram-se profundamente enraizadas na utilização de meios errados para se alcançarem objectivos certos” (Free to choose).

Complementada por outra de J. F. Revel :

O socialismo real distinguiu-se do fascismo e do nacional-socialismo, porque fez o mal em nome do bem” (A Grande Parada).

Ou, simplificando, esta outra de autor anónimo:

"De boas intenções está o Inferno cheio"

8 comentários:

R disse...

Eu li a crónica do Rui Tavares, creio que 2ª-Feira. Sobre a medida "custos controlados". E até acho que tem bastante razão e é uma medida bem de direita, que a o Sr. Sá Fernandes e a Dr. Arqª Helena Roseta se opuseram. Chamaram de "lei cubana".

Arrendamento das casas nos centros com auxílios (e contra-partidas, nomeadamente os recursos por unidades familiares e rendimentos anuais) só gratificados quando os filhos terminam a escolaridade.
Aliás, a boa ideia assemelha-se à do "cheque-ensino" e não se forçava a "guetização" das comunidades minoritárias nem se martelava o estigma e acima de tudo; FISCALIZAVA-SE com facilidade.

Mas infelizmente o lobby da "epul" e da "gebalis" de todos da ordem dos advogados nem sequer levaram a plenário tal ideia.

Talvez uma das melhores ideias que vieram ao de cimo em relação ao celeuma sobre o ciganal e a verdadeira importância da coisa; ATRIBUIÇÃO DE CASAS SOCIAIS.

Unknown disse...

Vicissitude, demonstra-se que qq tolo encontra sempre outro ainda mais tolo que o aplaude, mas não está provado que vários tolos juntos produzam algo melhor que muita tolice.

R disse...

Lidador, apresente de modo claro outra alternativa ????

Acha que a actual é justa? com a atribuição de casas indiscriminadamente, sem fiscalização e pagas por nós?

Ou é parvo e gosta de pagar, ou é como todos os que fizeram o 25 de Abril de 1974; CORRUPTO e a antifassista.



Os "custos" controlados estão em vigor na América nomeadamente New York.

É que não percebo as posições da dita direita, ora totalitaristas ora liberais de ocasião.

Unknown disse...

"Lidador, apresente de modo claro outra alternativa"

Free market.
Deixar comprar quem quer comprar, deixar vender quem quer vender, deixar arrendar quem quer arrendar, enfim, deixar foder quem quer foder, sem andar o estado a meter leis idiotas na relação de livre escolha entre as pessoas.

E reservar-se o Estado para o papel que lhe compete, que é o de garantir que os contratos são cumpridos ( ou seja, fazer justiça)

Contrariamente ao que pensa, isto resulta benzinho.
O contrário é que não, como garantia o Milton e ficou provado no séc XX.

R disse...

A ver se o lidador entende.

1º os bairros sociais são um investimento PÚBLICO, pago por todos nós.


Os "patos-bravos" querem os 100% de arrendamento e caso não saiba é o "estado" (todos nós) que está a meter o resto, já pago de antemão a esses senhores; construtores, empreiteiros, arquitectos, engenheiros, assessores, psicólogos e auxiliares.

Logo o conceito de "mercado" livre não está a funcionar.


2º Os custos das obras são maiores que o possível (no nosso caso), tal como a desorganização ser uma regra comum, porque não são feitas aplicações por unidades familiares.

3º Os "custos controlados" não são uma intervenção do Estado na acepção de instrusão, é a chamada FISCALIZAÇÃO!
É mais fácil, mais simples e não há a necessidade de se construir casas ao desbarato (custos públicos que delapidam o erário)para o qual há muita possibilidade de preencher o centro de Lisboa, que no momento está ao abandono com as rendas no pé de Salazar.
4º- o argumento da "estigmatização" social torna-se obsoleto, porque as minorias convivem a par com as classes médias.

5º- Não são atribuídas casas, são disponibilizadas oportunidades relativas aos rendimentos familiares; quem quer quer, quem não quer não tem.
Quem pode pagar mais, muda-se. Quem não pode, paga o que pode estabelecido pelo Estado.



Agora, não percebo que converseta de "liberal" é essa.

Que todos queremos menos Estado, sei eu. Mas e fazê-lo? Não apresentou nada de recto em relação ao assunto que são as atribuições e fiscalização das casas.

Dizer apenas que o Estado se reserva à punição, também eu sei dizer amigo lidador. Mas, a verdade está muito longe disso e enquanto o amigo (incluíndo todo o centrão que sempre dominou o nosso aparelho estatal e informativo) estão em adornos de retórica, todos vamos pagando as rendas que os "excluídos" da quinta da fonte não pagam e as casas que lhes são "ATRIBUÍDAS".

Das duas uma, ou o amigo não paga imposto, ou então é mais um parvo que se limita a bater no cego liberal, a afirmar que se trata de um cego, porque é um cego.

RioDoiro disse...

Lidador:
"E reservar-se o Estado para o papel que lhe compete,[...]"

Justica: népia.
Segurança: népia.
Defesa: népia.

Até que o estado fizesse bem estas 3 árias, nada mais o estado devia fazer.

.

R disse...

«Justica: népia.
Segurança: népia.
Defesa: népia.»


AHAHAHAH ONDE É QUE EU JÁ OUVI ISTO?? AAHAHAHAH na campanha do do PASSOS COELHO!

Liberais da treta!
Barrosistas da treta!


Sr. Lidador e Range-o-caniço, de entre as opiniões (Henrique Monteiro, Fernando Madrinha, Henrique Rapososo, Clara de Sousa, Daniel Oliveira, Rui Tavares) só uma se destacou e foi hoje que li no Público, de um grande senhor que por acaso (e só por acaso) é um dos arautos do liberalismo e do Estado Punitivo; Rui Ramos.

Curiosamente o ainda "pragmático" Rui Tavares conseguiu ser mais de direita do que as meras "explicações" de esquerda bem pensante na questão da proposta.


Essa conversa da função do Estado é muito parva. Embora defenda que o Estado seja um orgão soberano que administre essas três áreas, não se escamoteia os serviços (nomeadamente a universalidade da saúde), simplesmente competem com os privados e sim, teremos direito de escolha entre os seguros, como o MedicAid.

Agora, em resposta a conflitos destes apresentarem;

«Justica: népia.
Segurança: népia.
Defesa: népia.»

Como medida resolutiva a um problema bem mais complexo que a mera repressão policial, é fugir ao tema.


Atenção, estamos de acordo que a lei seja para cumprir e também defendo o liberalismo. Mas, uma coisa é defender porque temos o primo na equipa, outra é defender porque conseguimos dizer o porquê da coisa, com sentido e pernas.

RioDoiro disse...

Vicissitudes:
«Justica: népia.
Segurança: népia.
Defesa: népia.»

Tá bem. Deixe-se lá de esgravatar poeira de camuflagem.

Não está o estado a falhar rotundamente nestas 3 áreas?

E que acha das restantes em que o estado se mete? A coisa é melhor que nestas 3?

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