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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Túnel ou toupeira do Ministério das Finanças?

Há uns 20 anos, estando as ruas de Lisboa atafulhadas em carros, criaram-se faixas de Bus. Entrava em acção o "primado do transporte público sobre o individual" e o estúpido militante babava-se.

Há uns 10 anos, estando as ruas de Lisboa atafulhadas em carros, acabaram-se praticamente com as faixas Bus e colocaram-se parquímetros. Entrava em acção o "primado do transporte público sobre o individual" e o estúpido militante babava-se.

Hoje fala-se em aumentar o preço do estacionamento e em colocar portagens à entrada das cidades. Será o "primado do transporte público sobre o individual" e o estúpido militante voltará a babar-se.

Sendo anteriormente algo que não se pagava e nada de substancial tendo sido alterado, que distingue o pagamento do estacionamento de um imposto? Já sei: a EMEL emprega muita gente. Mas haverá real produtividade nesse "trabalho"?

...

O estado, por via das polícias, sempre assistiu os automobilistas em casos de acidentes sem danos pessoais. Pretende-se agora que sejam as companhias de seguros a garantir esse serviço que, de uma forma ou outra será paga pelo automobilista directamente à companhia de seguros. A vir a ser assim, esse pagamento será ou não um imposto? Virá o estado a atenuar algum outro imposto face à mais que evidente necessidade de se virem a aumentar os prémios?

...

A semana passada o Prós & Contras andou às voltas com o preço dos combustíveis.

Um dos intervenientes, José Horta, secretário-geral da APETRO, fartou-se de levar porrada por causa dos altos preços dos combustíveis. Foi argumentando como podia, sempre afirmando que os preços à saída da refinaria eram idênticos aos dos outros países europeus. Mas a maioria dos restantes intervenientes batia sempre na mesma tecla: as petrolíferas são responsáveis por uma boa parte dos aumentos.

Bem, eu não sei se são ou não são, mas pareceu-me que a determinada altura, já farto de dar a entender o que todos pareciam não querer perceber, José Horta deixou escapar um lamento:



Nada aconteceu na sala. Nem Fátima Campos Ferreira, sempre pronta a uma ou outra ferroadazita nos “interesses instalados”, se manifestou.

Mas então, quem deve pagar as infra-estruturas, o estado ou os privados?

Pensarão os estúpidos militantes que o automobilista não acabará por pagar o túnel com juros da banca e tudo? Quantos mais casos haverá?

Então e qual a real carga fiscal total? Na estatística, inclui-se este novo canal de cobrança de impostos a que se chama, “contrapartidas”? Pagamos impostos apenas ao estado ou pagamos também a inúmeras outras empresas? Estão os governos autorizados a alijar, a privados, o pagamento de obras e posterior cobrança ao cidadão, coisa que supúnhamos estarmos a pagar, pelo IRS ou outros impostos, directamente ao estado?

Onde vai isto parar? Porque não obrigar cada grande superfície a construir uma escola? Porque não obrigar cada cadeia de grandes superfícies a construir uma universidade ou uma linha de caminho de ferro, ou outra coisa qualquer?

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22 comentários:

ml disse...

Será o "primado do transporte público sobre o individual" e o estúpido militante voltará a babar-se.

E a baba que escorre em Estocolmo, Londres, Roma, Milão, Singapura! Todos tão militantemente estúpidos como os mais estupidamente babados dos portugueses. Mas já me constou que os militantemente espertos vão lixar os cobradores de impostos e entrar em Lisboa a pé.

RioDoiro disse...

"E a baba que escorre em Estocolmo, Londres, Roma, Milão, Singapura!"

Tudo locais em que os transportes públicos são, relativamente aos salários, mais baratos do que em Portugal.

O nosso caso é mais parecido com Rabat, Luanda, etc.

Curioso que as comparações surjam sempre relativamente a países onde, apesar da carga fiscal ser superior à portuguesa, os respectivos habitantes fiquem, no bolso, com mais dinheiro que nós antes de impostos.

Enfim, hábitos que se adquirem quando se vai a Estocolmo comprar kaviar, a Milão ver o Papa, etc.

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RioDoiro disse...

Mas, ML, diga lá se, na sua opinião, a "contrapartida" é imposto ou não.

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Anónimo disse...

"Curioso que as comparações surjam sempre relativamente a países onde, apesar da carga fiscal ser superior à portuguesa, os respectivos habitantes fiquem, no bolso, com mais dinheiro que nós antes de impostos."

Já agora meu caro RoD, nesta sua afirmação entra em linha de conta com o poder de compra?

RioDoiro disse...

Stran:

Dizia eu,

'Curioso que as comparações surjam sempre relativamente a países onde, apesar da carga fiscal ser superior à portuguesa, os respectivos habitantes fiquem, no bolso, com mais dinheiro que nós antes de impostos.'

Não é de poder de compra que falo?

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Anónimo disse...

"Não é de poder de compra que falo?"

Uma unidade monetária nesses países não compra tanto como uma unidade monetária em Protugal. A minha duvida é se teve esse factor em conta quando vez o seu comentário?

Anónimo disse...

Veja-se o caso da adjudicação de um centro comercial em Leiria: a Câmara Municipal exigiu aos concorrentes como contrapartidas desde a construção de 1 pavilhão multi usos, de 1 novo mercado municipal e de espaços verdes que ultrapassam em muito a área limítrofe do futuro centro comercial...

RioDoiro disse...

"Uma unidade monetária nesses países não compra tanto como uma unidade monetária em Protugal. A minha duvida é se teve esse factor em conta quando vez o seu comentário?"

Se a diferença tivesse significado, os países em causa importariam os produtos de Portugal. Se o não fazem ...

Aliás, é recorrente afirmar-se que os preços dos produtos de 1ª necesidade são muito idênticos.

Mas quanto a outras coisas, carros por exemplo ... adivinhe onde tende a ser mais barato ... (casas, não será).

Como andarão esses países de crédito mal parado?

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Anónimo disse...

RoD,

http://siteresources.worldbank.org/ICPINT/Resources/ICP_final-results.pdf

Deixo este link caso queira fundamentar um pouco mais o seu ponto de vista.

"Se a diferença tivesse significado, os países em causa importariam os produtos de Portugal. Se o não fazem ...
Aliás, é recorrente afirmar-se que os preços dos produtos de 1ª necesidade são muito idênticos.
Mas quanto a outras coisas, carros por exemplo ... adivinhe onde tende a ser mais barato ... (casas, não será)."

Mas meu caro RoD telefone já ao Banco Mundial e aos muitos economistas que estudam esta temática. Avise-os que afinal o que estão a fazer não tem "significado", o meu caro RoD tem as resposta para tudo. Basta saber se importam ou não...

E em vez de elaborarem estudos apenas deverão ouvir o que "é recorrente afirmar-se" para ter a certeza dos factos apontados pelo RoD.

Você é um achado para estas organizações, vai concerteza poupar milhões de euros em estudos...

RoD a presidente do Banco Mundial, JÁ!!!

RioDoiro disse...

Stran,

O mercado não espera pelos relatórios do Banco Mundial nem pela sua lógica para fazer negócio.

Nunca ouviu a história da guerra dos sabões, no tempo da outra senhora?

Já se apercebeu que há um mercado livre para a generalidade das mercadorias (excepto carros e gasosas)? Mesmo assim, nunca ouviu falar da importação de carros em segunda mão?

Se uma pasta dentífrica custasse em Portugal, menos 10% do que noutro país, os camiões circulariam em comboio.

Não sabe que a distribuição de produtos está centrada (para cada produto) em poucos países da Europa? Não sabe de onde vem o stock do Lidl, por exemplo?

O Banco Mundial não precisa da sua assessoria para encontrar especialistas.

Eu não tenho respostas para tudo, você é que não tem repostas para nada. O seu mundo é uma ervilha.

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RioDoiro disse...

Mas, Stran, afinal as contrapartidas, são ou não impostos encapotados?

A história do centro comercial em Leiria, é imposto (encapotado) ou não?

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ml disse...

Tudo locais em que os transportes públicos são, relativamente aos salários, mais baratos do que em Portugal.

Ora então tire o lápis de detrás da orelha, pegue numa folha A4 e faça as contas. Verá que lhe fica mais barato ir à Rússia buscar o caviar do que comprar um simples bilhete de metro em Londres.

Já quanto ao papa, pode encontrá-lo gratuitamente em qualquer loja Prada, que também resulta muito mais em conta.


apesar da carga fiscal ser superior à portuguesa, os respectivos habitantes fiquem, no bolso, com mais dinheiro que nós antes de impostos.

Ah, isso já é outra coisa. Têm, isso sim, maior disponibilidade para pagar os transportes, muito caros. No caso britânico proibitivos mesmo.

Anónimo disse...

"Eu não tenho respostas para tudo, você é que não tem repostas para nada. O seu mundo é uma ervilha."

LOL LOL LOL LOL,

muito bom mesmo, mais um dos seus argumentos demolidores. Você é um génio, devo lhe dizer que melhor que você não existe.

Mas voltando à questão inicial teve ou não em linha de conta o que lhe disse?

Se não teve o seu argumento não vale de nada, é um mero exercicio ridiculo opinativo. Um mera opinião de quem nem sequer consegue ter uma resposta estruturada e sustentada.

Já reparou que sempre que recorre ao insulto nada mais faz do que demonstrar a sua incapacidade de raciocinio?

É que na sua própria lógica não rejeitou que a diferença de PPP influência a analise que uma pessoa faz:

"Tudo locais em que os transportes públicos são, relativamente aos salários, mais baratos do que em Portugal."

Mas quando não lhe convem abandona essa questão e o PPP já não influência nada:

"Se a diferença tivesse significado, os países em causa importariam os produtos de Portugal. Se o não fazem ..."

Uma linha de análise muito interessante, você é sem duvida um mestre do contraditório, meu caro RoD.

RioDoiro disse...

ML:

"No caso britânico proibitivos mesmo. "

Proibitivos para nós. Relativamente ao nível de vida inglês (a história do que fica no bolso).

Para não falar na eficiência dos transportes.

...

Stran, não vou sequer gastar unhas para lhe manter o ego afagado.

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Anónimo disse...

Não, proibitivos até para os britânicos. São os transportes mais caros da Europa.
Apesar dos esquemas de passes semanais, mensais, anuais, para estudantes, terceira idade, de grupo, etc., os preços ultrapassam a relação salário/transportes que temos em Portugal.

O bilhete de metro mais barato custa £4. Um passe semanal £24.20, mensal £93.

O bilhete simples comprado no autocarro, £2. O passe mensal mais barato, £50.

Faça as contas e compare.

Anónimo disse...

"Stran, não vou sequer gastar unhas para lhe manter o ego afagado."

Parece que gastou pelo menos uma unha para escrever estas linhas...


"Mas, Stran, afinal as contrapartidas, são ou não impostos encapotados?"

Desculpe não ter respondido antes a esta questão, não tinha reparado nela. Julgo que sim que as contrapartidas podem ser vistas como um imposto "encapotado" caso se trate de algo que acabe por beneficiar a população como foi o caso de Leiria apresentado. Pode no entanto em vez de ser visto como um imposto ser visto como despesa publica encapotada dependendo dos termos e condições que as propostas que foram apresentados. Enquanto no primeiro não me pareça errado (embora precisa-se de dados para ter uma conclusão fundamentada) já o segundo é pessímo pois trata-se de camuflar despesas do Orçamento.

RioDoiro disse...

Caro ML,

Veja o tarifário da Carris.

http://www.carris.pt/index.php?area=balcao&subarea=balcao_tarifario_proprios

1€ .. 0.79£,
Bilhete de autocarro 1,35€
1,35€x0.79=1£

Em Inglaterra custa o dobro.

PIB per capita Portugal 18,105
PIB per capita Inglaterra 38,098

O PIB per capita pode não ser o mais indicado, (talvez o Luis Oliveira possa ajudar) mas parece que essa coisa dos transportes ingleses serem os mais caros ... especialmente se tivermos em conta a eficiência e abrangência.

Um dia destes vou fazer um post acerca do preço dos comboios.

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ml disse...

meu caro dentinho

Palpitei que fosse pegar no único exemplo que não é representativo da diferença de preços.

Veja agora o passe mensal - £50 (+ ou - 63.30€ contra 22.60€ em Portugal) e sobretudo o tarifário do metropolitano, o meio de transporte mais utilizado.
Vai muito além do dobro e até do triplo em alguns casos.

No metro e quanto à área abrangida, ligações, não há qualquer comparação entre os dois, é claro. Quanto à sinalização dentro da rede, não conheço nenhum que possa igualar o London Underground.

Quanto à eficiência, não vejo grande diferença.
Quanto à conservação, conforto e aspecto das estações, só muito recentemente Londres começou a aproximar-se do metro de Lisboa e de outros. Ainda há poucos anos muitas delas eram medonhas, mesmo em pleno centro. Agora melhoraram um pouco.

A rede de autocarros é muito variável e não funciona muito melhor do que aqui. Na província, por vezes, 'llega quando llega' exactamente como em Portugal.

RioDoiro disse...

Caro ML,

Dê, quando puder, uma vista de olhos aqui e veja lá se os preços que refere se mantêm.

Pelo menos:

Oyster single journey Zone 1 - £1.50.


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RioDoiro disse...

Esqueci-me:

http://www.thetravelinsider.com/britain/londonundergroundtickets.htm

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ml disse...

caro dentinho, os preços que lhe indiquei mantêm-se porque entraram em vigor em Janeiro deste ano.

O Oyster Card ou o Cartão Ostra é o equivalente a um passe diário e que só se justifica se usado regularmente e apenas em situações determinadas, já que o cartão em si custa logo à cabeça £3.

Não é possível aqui comparar as inúmeras combinações e cartões especiais que existem no RU - e já vão existindo por cá alguns - temos que nos limitar ao esquema mais simples existente nos dois países para podermos avaliar.

Lá como cá, pré-comprados, passes diários, semanais, mensais, anuais, cartões especiais são mais em conta do que o bilhete que se adquire no momento da viagem, mas como as redes e zonas de cobertura e as combinações são completamente diferentes é quase impossível compará-los a não ser em abstracto.

日月神教-向左使 disse...
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