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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quanto mais estado ... mais chamuscado

Ouvi hoje na rádio um hoteleiro açoriano queixar-se que as camas paralelas lhes fazem concorrência desleal porque os respectivos proprietários não pagam impostos.

Dito desta forma, dá a impressão que os ‘paralelos’ arrecadam ao bolso os impostos que os hoteleiros têm que entregar ao estado. É, aliás, recorrendo esta a mesma falácia que o estado vem reclamar, sem sucesso, aos os consumidores, que peçam facturas, recibos, etc.

Estado sistematicamente, e hoteleiros neste caso, fazem de conta que não percebem a razão porque essas coisas acontecem. Aliás, se a coisa fosse assim nem se perceberia porque se queixariam os hoteleiros de terem falta de clientela. Se os clientes pagassem serviço idêntico e impostos idênticos em ambos os casos qual a razão para optarem preferencialmente pelos paralelos?

A razão é simples: os ‘paralelos’ não pagam impostos porque também não os cobram aos clientes. Sabendo-se que se vive num inferno fiscal percebe-se que a apetência em, como se diz na gíria, “não encher o cu ao estado”, é enorme. O busílis dá-se quando o interesse mais significativo no não pagamento de impostos é do cliente e não do ‘paralelo’.

O que os hoteleiros pretendem conseguir com a queixa nos moldes em que o fazem é aparecer na fotografia ao lado do estado, coisa que, num estado ávido em clientelismos lhes pode vir a proporcionar umas migalhas. Se abraçassem os clientes na reclamação apareceriam em antagonismo directo aos ditos, coisa que, evidentemente, não lhes convém.

Mas pior ainda seria se reclamassem da excessiva carga fiscal que leva ao aumento da apetência de fuga não particularmente dos ‘paralelos’ mas principalmente dos clientes. Nesse caso além de ficarem mal perante os clientes antagonizariam o estado que lhes atiçaria os besouros do Ministério das Fianças.

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