Uma escola especial em Amesterdão (Laura Starink no NRC de 30.01.2010)
Jimmy entra na sala de aula. Ao ver em cima da mesa fotografias de escanzelados presos de um campo de concentração, cadáveres empilhados e comboios abarrotados exclama: “Outra vez a merda da conversa sobre o Hitler?”
[A Segunda Grande Guerra faz parte da memória colectiva da Holanda, e o tema faz parte do currículo do ensino. Nas escolas há palestras sobre o assunto, convidam-se historiadores ou sobreviventes da guerra e organizam-se excursões a campos de concentração. Mas nos últimos anos a crescente presença de alunos muçulmanos dificulta bastante esta tarefa didatico-histórica. Há mesmo escolas que evitam falar no assunto na presença de alunos muçulmanos! Porque estes, inflamados pelo conflito israelo-palestiniano, mandam-se ao ar e fazem um chinfrim desgraçado, tornando estas aulas impossíveis... - cdr]
Voltando às fotografias. A ideia é os alunos dizerem o que vêem. “Anorexia” sugere uma rapariga!”. “Não é nada, é uma mulher judia, porque eles matavam os judeus”, responde um rapaz. Outro agarra numa fotografia e diz “este é o Hitler, não é, o fundador da Segunda Guerra Mundial, era um gajo marado dos cornos, mais não é preciso saber.”
Na Holanda [tal como em Portugal, cdr] os professores queixam-se constantemente que a tarefa da escola não é educar crianças - isso é a tarefa dos pais – mas sim ensinar…
Como aparentemente este problema parece não ter solução, foi recentemente criada em Amesterdão uma Escola (secundária profissional) Especial - Plus-school - em que precisamente se dá prioridade à educação. Esta escola está orientada para alunos que já foram expulsos de todo o tipo de ensino. São alunos que já esgotaram todas as possibilidades (e não são poucas) do sistema. Esta será a última. A partir de aqui vão ser treinados para um emprego modesto, a alternativa é a delinquência. E a delinquência, segundo o relatório do WRR (Instituto Científico de Apoio ao Governo), vai custar mais dinheiro ao Estado que a intensiva e caríssima assistência que esta escola oferece.
95% dos alunos são estrangeiros. Metade são marroquinos. Um em dez já tem um filho. 75% tem cadastro. Metade foram maltratados em casa. 75% usa drogas.
Segunda-feira. Primeira lição dum projecto sobre a Segunda Guerra Mundial. A jovem professora de calças de ganga explica: Depois da Primeira Grande Guerra a Alemanha teve que ser castigada. A economia desmoronou-se, havia pobreza e desemprego. O que fez Hitler? “Pôs-se aos berros” diz um dos alunos. Outro, “Deu a culpa aos Judeus.” Porquê? Pergunta a professora. “Porque eram ricos e não tinham olhos azuis.” A Segunda Guerra Mundial, diz a professora, surgiu por causa de preconceitos. Vocês podem-me dar um exemplo de preconceito? “É sempre a culpa dos marroquinos” diz um aluno. Precisamente, exclama a professora. As pessoas partem de estereótipos. Porque razão é que isso é perigoso? A professora não espera pela pergunta: Porque depois as pessoas são mal vistas. Uma rapariga preta diz: “A culpa é mas'é dos marroquinos! Eles que parem de andar a roubar!” “Nada disso” diz um rapaz, “agora os judeus fazem o mesmo aos palestinos.”
A professora intervém: Vamos falar disso na próxima lição.
Jimmy entra na sala de aula. Ao ver em cima da mesa fotografias de escanzelados presos de um campo de concentração, cadáveres empilhados e comboios abarrotados exclama: “Outra vez a merda da conversa sobre o Hitler?”
[A Segunda Grande Guerra faz parte da memória colectiva da Holanda, e o tema faz parte do currículo do ensino. Nas escolas há palestras sobre o assunto, convidam-se historiadores ou sobreviventes da guerra e organizam-se excursões a campos de concentração. Mas nos últimos anos a crescente presença de alunos muçulmanos dificulta bastante esta tarefa didatico-histórica. Há mesmo escolas que evitam falar no assunto na presença de alunos muçulmanos! Porque estes, inflamados pelo conflito israelo-palestiniano, mandam-se ao ar e fazem um chinfrim desgraçado, tornando estas aulas impossíveis... - cdr]
Voltando às fotografias. A ideia é os alunos dizerem o que vêem. “Anorexia” sugere uma rapariga!”. “Não é nada, é uma mulher judia, porque eles matavam os judeus”, responde um rapaz. Outro agarra numa fotografia e diz “este é o Hitler, não é, o fundador da Segunda Guerra Mundial, era um gajo marado dos cornos, mais não é preciso saber.”
Na Holanda [tal como em Portugal, cdr] os professores queixam-se constantemente que a tarefa da escola não é educar crianças - isso é a tarefa dos pais – mas sim ensinar…
Como aparentemente este problema parece não ter solução, foi recentemente criada em Amesterdão uma Escola (secundária profissional) Especial - Plus-school - em que precisamente se dá prioridade à educação. Esta escola está orientada para alunos que já foram expulsos de todo o tipo de ensino. São alunos que já esgotaram todas as possibilidades (e não são poucas) do sistema. Esta será a última. A partir de aqui vão ser treinados para um emprego modesto, a alternativa é a delinquência. E a delinquência, segundo o relatório do WRR (Instituto Científico de Apoio ao Governo), vai custar mais dinheiro ao Estado que a intensiva e caríssima assistência que esta escola oferece.
95% dos alunos são estrangeiros. Metade são marroquinos. Um em dez já tem um filho. 75% tem cadastro. Metade foram maltratados em casa. 75% usa drogas.
Segunda-feira. Primeira lição dum projecto sobre a Segunda Guerra Mundial. A jovem professora de calças de ganga explica: Depois da Primeira Grande Guerra a Alemanha teve que ser castigada. A economia desmoronou-se, havia pobreza e desemprego. O que fez Hitler? “Pôs-se aos berros” diz um dos alunos. Outro, “Deu a culpa aos Judeus.” Porquê? Pergunta a professora. “Porque eram ricos e não tinham olhos azuis.” A Segunda Guerra Mundial, diz a professora, surgiu por causa de preconceitos. Vocês podem-me dar um exemplo de preconceito? “É sempre a culpa dos marroquinos” diz um aluno. Precisamente, exclama a professora. As pessoas partem de estereótipos. Porque razão é que isso é perigoso? A professora não espera pela pergunta: Porque depois as pessoas são mal vistas. Uma rapariga preta diz: “A culpa é mas'é dos marroquinos! Eles que parem de andar a roubar!” “Nada disso” diz um rapaz, “agora os judeus fazem o mesmo aos palestinos.”
A professora intervém: Vamos falar disso na próxima lição.
9 comentários:
Claro está, caro Carmo da Rosa, minha própria patetice - no caso francês - por misturar pano grande [burka] e pano pequeno [só na cabeça]!!
Que se dirá da complexa segunda guerra mundial?! Estudar as causas e consequências do ato de roubar e de matar em larga escala exige elevado grau de competências que a "cultura de massas" não alcança.
Caro [C.R.]
Uns amigos meus Portugueses desistiram de uma viagem á Holanda devido ao facto de terem passado pelo seu Blog e ficaram com a ideia de que Amesterdão estava infestado de Marroquinos que não só matavam pessoas como roubavam violavam e eu sei lá que mais.
Moro nesta cidade há muitos anos estou reformado a minha mulher faleceu e sozinho estou. Tenho poucos amigos e estes são pessoas de uma certa idade e ficaram bastante assustados.
Não se importa de me fazer um jeitinho e escrever qualquer coisa sobre os Marroquinos assim um pouco, nem que seja mentira, mais leve, agradecia-lhe o favor.
Espero que eles depois mudem de ideias
e venham.
Agradecido
"era um gajo marado dos cornos"
Li muito depressa o seu texto (estou na hora do almoço), mas gostei desta descrição do Hitler.
@ anónimo: ”Uns amigos meus Portugueses desistiram de uma viagem á Holanda devido ao facto de terem passado pelo seu Blog e ficaram com a ideia de que Amesterdão estava infestado de Marroquinos…
Caro anónimo,
A sua argumentação é bastante criativa e tem o seu charme - mesmo sendo mentira! Mas se os seus amigos (fictícios) ficaram com essa ideia não estão longe da realidade. Amesterdão está realmente infestada de marroquinos. Mas Amesterdão está tão infestada de marroquinos como Paris de portugueses, e é evidente que se os marroquinos se comportassem em Amesterdão, como os portugueses se comportam em Paris, já os seus amigos não teriam qualquer tipo de apreensão em vir visitá-lo…
Nesse caso, até poderíamos dizer que os seus amigos, com uma só viagem poderiam conciliar a modernidade comedida e sóbria de Amesterdão, com o exótico e caótico ambiente de Marraquexe, que facilmente se encontra em certos bairros desta cidade. Como vê, os seus amigos podem vir visitá-lo à vontade… Quer dizer, há sempre o receio de um atentado terrorista durante a viagem de avião. Que por vezes pode ser cometido por um marroquino! Mas também por um paquistanês, saudita, iemenita, sírio, nigeriano ou palestino. Em todo o caso quase sempre por um seguidor de Alá…
Já dentro da cidade, os únicos cuidados a ter, mas isso você, se realmente vive nesta cidade, deve estar perfeitamente ao corrente, é avisar os seus amigos para não filmarem (ou fotografarem) marroquinos (marroquinas pior ainda!), mesquitas ou casas onde vivam marroquinos. Eles geralmente reagem mal – à pedrada - a este tipo de interesse sociológico da parte de seja quem for…
Na esperança de o ter informado convenientemente despeço-me,
Atenciosamente
Um seu amigo marroquino.
Alla u akbar
A frase:
Alla u akbar
É mais um insulto a maomé e àqueles coisos todos.
maomé disse que o seu allah era único.
Mas aquela afirmação quer dizer que allah é grande.
Quando se diz que algo é grande está-se a fazer uma comparação e numa comparação há mais do que uma entidade.
Logo allah não era único.
Os maometanos repetem essa frase vezes sem fim e nos sítios mais altos.
Isto é mais uma prova de que maomé andava todo atarantado e pelo diabo dominado, e seus seguidores, idem idem aspas aspas.
Nas religiões monoteístas, islão não é religião ou se o é é a do diabo, também pode haver um pouco esse problema, mas sempre se pode dizer que como o Bom Deus se manifesta nas pessoas, aquela frase até pode fazer sentido.
Atenção que isto é teologia amadora.
Os eruditos que expliquem melhor, se o souberem, porque por vezes grandes sábios grandes ignorantes.
Estamos sempre a aprender.
O Bom Deus ou seja lá o que for é infinito em boa informação.
AB
CdR:
Aquilo que descreve é o que se passa na generalidade nas escolas secundárias portugueses e entre os alunos pertencentes a turmas do mesmo tipo - e não só (oh!, não só...!). A diferença é que aqui a coisa passa sobretudo pelos problemas criados pelos jovens descendentes dos provenientes de Cabo Verde e Angola (os da Guiné S. Tomé e Moçambique vão escapando, na generalidade) e a questão do racismo. De resto...
E Nausicaa, o problema não reside, penso eu, na promoção de uma cultura de massas, mas no que - convenientemente ou por burrice ou tacanhez ou tudo isso junto - se entende que ela deve constituir.
Rais parta os árabes.
Aqui onde vivo é mais os pretos, as moscas e o cheiro a catinga. Que chatice! Ah é verdade, sou transmontano e vivo na Cova da Moura.
Caro anónimo:
Aromas, cada um tem aquele que lhe foi dado. Com os hábitos, é outra conversa. E haverá muito a conversar.
Bom, não sejamos totalmente injustos: também há pretos e árabes de hábitos limpinhos e bem cheirosos.
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