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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sócrates, o anel e o poder.

O que está a acontecer no nosso país, com a tropa de choque de Sócrates a usar a parafernália do Estado em proveito próprio e com tal à-vontade, não nos devia causar tanta admiração.
É normal.
Só quem nunca esteve em posições de poder ignora o terrível fascínio que este exerce sobre as personalidades.
Tolkien tenta dar uma ideia da força dessa influência, através do anel que a todos domina. Na saga de Tolkien, o anel do poder revela o que de "pior" há em cada indivíduo.
Na vida real, o exercício do poder revela o seu detentor. Só conhecemos realmente uma pessoa, quando a observamos a exercer poder, por pequeno que seja.
Na verdade só nos conhecemos a nós mesmos, quando usamos o poder. Esmagar quem nos contraria, é uma tentação quase irresistível, se tivermos poder para isso e as restrições legais ou éticas forem negligíveis.

As pessoas revelam-se tal como são.

Há pessoas a quem a carga ética do exercício do poder, surge como um imenso peso. São os "Frodos" da vida real.
Há quem fuja dele, porque teme não ser capaz de resistir ao seu apelo perverso.
Há quem o anseie acima de tudo, porque não tem escrúpulos e se compraz no mero facto de se poderoso.

"Ser rei é poder fazer tudo o que quero?"- perguntava o pequeno leão ao Rei Leão.
"Não, é muito mais do que isso. É fazer o que se deve!"-respondeu o pai.

Os filósofos do Ocidente, chegaram há muito tempo à conclusão de que nenhum estado pode confiar os seus destinos na lotaria do líder.
É verdade que, por vezes, pode estar ao leme um ser excepcional, um escravo do dever, um indivíduo que vive num plano ético. Um iluminado.
Mas isso só se sabe depois, e há poucos anjos na terra.
Uma sociedade que queira perdurar, tem de se organizar para funcionar bem, independentemente da personalidade de quem exerce o poder. Foi por isso que se "inventou" a separação de poderes , a Constituição e a ideia de o estado ser o mínimo possível

O que está a acontecer em Portugal é o resultado evidente da macrocefalia do estado. De um estado poderoso que tem alavancas em todo o tecido social, que põe e dispõe com a facilidade com que cada um de nós incomoda um formigueiro, só porque sim.
É também por isso que a esquerda, incluindo o BE e o PCP, não é tão crítica como seria suposto ser. É que eles sabem bem que o problema não é o carácter do Sócrates (intragável, é verdade), mas o facto de o poder do estado ser tão grande como é.
Ora se a sua receita é fazê-lo ainda maior, não há muito por onde "pegar", a não ser pelo "carácter" dos líderes.
Mas o poder corrompe sempre, e o poder absoluto corrompe absolutamente.

20 comentários:

VFS disse...

Meu amigo,

és verdadeiramente fantástico!

Tolkien acredito seja um nome reconhecido facilmente, mas Lord Acton? Poucos devem saber quem foi.

Quanto ao que se passa neste país, relembro Edmund Burke:
"Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados".

Mas pode ser que clgo de novo surja.

VFS

Anónimo disse...

O problema reside no pouco conhecimento histórico que a maioria das pessoas possui e pela incapacidade de visualização do desenvolvimento de certos caminhos políticos.

Quando (se, ainda tenho esperança...) chegarmos a um regime totalitário, característico dos BigGov´s, então o povo ficará indignado. Resta saber se será tarde demais.

Bob

bandarra disse...

Fiel Inimigo, mas o Povo sempre disse isso: "quem quer ver o vilão põe-lhe a vara na mão"!

Unknown disse...

Recebido por e-mail




CLARA FERREIRA ALVES (artigo demolidor)

"Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram (Olá! camarada Sócrates…Olá! Armando Vara…), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.

Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" (Olá! Batista Bastos… ainda és comunista?!) na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.

Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.

Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.

Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

..........

(continua)

Unknown disse...

(continuando)

.....

Vale e Azevedo pagou por todos?

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?

Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?

O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.

Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.


Este é o maior fracasso da democracia portuguesa

Clara Ferreira Alves - "Expresso"

NC disse...

Brilhante!

Carmo da Rosa disse...

O António Barreto afirmou no Público do dia 6.01.2008:

Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei.

o holandês voador disse...

CdR

Não diria que Sócrates é fascista. Mas que é mentiroso, tem tiques autoritários e lida mal com a crítica, isso parece-me evidente. Penso que, para além do autoritarismo, ele é mais um ultramontano deslumbrado com as luzes da cidade. O mesmo se passa relativamente aos seus amigos do "aparelho" que não hesitam em usar o aparelho de estado para as suas negociatas. Mas, não se pense que este comportamento é exclusivo dos "socialistas". Coisas semelhantes e, pelo menos, tão graves se passaram com outros governos de "direita" no passado. Ousaria dizer (está por provar) que governos da extrema-esquerda não se comportariam de modo diferente. Penso que esta falta de espírito democrático radica na pouca tradição democrática portuguesa, ainda a lutar com os seus fantasmas (esses sim, autoritários) que levam sempre algumas gerações a desaparecer. Limitar a presente crise ao peso do aparelho de estado (como faz o Lidador) ainda que este seja uma variável importante, não explica tudo. Dito de outro modo: nem o "carácter do Sócrates", nem o "aparelho de estado", são as causas profundas da nossa crise. Num país onde campeia a ignorância (48% de analfabetos funcionais) e onde não se produz nada que se veja (com os piores índices de desenvolvimento da Europa) a manipulação e a dependência económica são o "pão nosso de cada dia". É mais fácil corromper num país pobre e onde o estado é fraco, do que num país rico e onde os poderes públicos são fortes (accountability). As máfias surgem em sociedades onde o estado é fraco e não onde ele é forte. Não devemos confundir estado forte, com estados totalitários que são coisas diferentes. A Holanda tem um estado forte e muito menos corrupção e clientelismo do que Portugal, onde o estado é fraco.

Unknown disse...

Caro Holandês, as pessoas são como são.
Há-as de todos os tipos e personalidades.
É a natureza humana e não há como fugir a isso. Os soviéticos tentaram criar o "homo novus", porque justamente chegaram à conclusão de que assim não dava. O sapiens não se adaptava à forma, ao racionalismo iluminista, havia sempre gajos que insistiam em mijar fora do penico.
Foram duros...internaram muita gente, reeducaram, eliminaram, etc.
Sem resultados.

Dê por onde der, não é por esse lado que se deve ir.

Não é o homem que tem de se adaptar ao sistema, é o sistema que tem de se adaptar ao homem.
Eu, como pessimista antropológico, não tenho a menor dúvida de que a ocasião faz o ladrão e quem nunca mijou num lavatório que atire a primeira pedra, dizia Jesus.
E com razão.

Só há uma solução: tirar a tentação das proximidades do ladrão. E isso já está inventado, como expliquei no poste.

Unknown disse...

Ah, e o HV não confunda estado forte com estado proprietário.
Estado proprietário dá barraca, como se sabe, aqui e em qq lado.
Estado forte é aquele que faz bem aquilo que só ele pode fazer. Justiça, segurança, determinadas externalidades, etc.

E só.

Anónimo disse...

E que tal trabalharem, cambada de improdutivos que para aqui andam!

Anónimo disse...

A Dona Clara Alves ainda se queixa?
Vive num país onde lhe é permitido dizer tudo o que quer e ainda se queixa.
Até lhe dão o direito de ser lésbica.

Unknown disse...

Anónimo das 17:23 disse ...

"A Dona Clara Alves ainda se queixa?......

Até lhe dão o direito de ser lésbica."


Pois é.... e tu roído de inveja porque ela te tira as gajas todas, veadão....

Anónimo disse...

O Mundo deve estar a ver-se ao espelho. Ordinário!

Carmo da Rosa disse...

o holandês voador disse: “Não diria que Sócrates é fascista. Mas que é mentiroso, tem tiques autoritários e lida mal com a crítica, isso parece-me evidente.”

De acordo, mas trata-se de um desabafo do António Barreto, e ele tão pouco diz categoricamente que Sócrates é fascista.

Mas estou perfeitamente de acordo com a tua análise:

nem o "carácter do Sócrates", nem o "aparelho de estado", são as causas profundas da nossa crise. Num país onde campeia a ignorância (48% de analfabetos funcionais) e onde não se produz nada que se veja (com os piores índices de desenvolvimento da Europa) a manipulação e a dependência económica são o "pão nosso de cada dia".”

Na minha opinião é também aqui que reside o problema. E não vejo solução a curto prazo…

Carmo da Rosa disse...

Anónimo de 16 de Fevereiro às 00:08 disse: ”O Mundo deve estar a ver-se ao espelho. Ordinário!”

Ordinário não! O World tem razão, ordinário é você, ao mencionar a suposta preferência sexual da senhora! O que é que isso tem a ver com o que ela escreve? E o que é que você tem a ver com a vida privada da senhora?

Joaquim Ferreira disse...

UMA TEMÁTICA À PARTE... OU NEM POR ISSO... Perdoem-me mas não a posso deixar passar despercebida.
Trata-se de uma mensagem dirigida a todos os portugueses interessados em mais justiça, mais transparência, mais exigência na dedicação e empenho na por parte dos Políticos Portugueses na construção de um país mais justo. Vamos Mudar a Politiquice em Portugal...
Numa época em que cada vez mais se fala na necessidade de avaliação de todos, o exemplo deve começar por cima, isto é, pelos próprios políticos, únicos "empregados" que devem servir o Povo Português, mas que decidem o seu próprio salário.
Vamos nós determinar quanto podem receber. Eles são nossos funcionários... E foram candidatos porque quiseram...
Por isso, está online uma petição que valerá a pena... Basta que os portugueses queiram que seja uma realidade... Não há mais lugar para ataque aos vencimentos dos políticos se esta petição morrer pelo caminho. Chegou a HORA DA VERDADE... Vamos colocar os políticos AO SERVIÇO DO PAÍS e não a SERVIREM-SE DO PAÍS.! Leiam... Petição Por Políticos Mais Responsáveis.
Se é contribuinte neste país e sente-se "assaltado" ou simplesmente "escandalizado" com o que se paga como salário e ajudas aos políticos? Vamos colocar uma ordem nisto... Que os que servem o povo sejam reconhecidos pelo que fazem... avaliados e como tal, merecedores do que recebem... Está uma petição on-line disponível.
Aqui fica o link da Ler a Petição . Por favor, leia a petição até ao fim... Cremos que vale a pena! Para assinar, existe um botão que abre a janela ou então, volte aqui e escolha Assinar a Petição “Por Políticos Mais Responsáveis”..
Este é um assunto diferente do tratado. Mas creio que merece ser divulgado... Perdoem-me este pequeno abuso...
Não Calarei A Minha Voz... Até Que O Teclado Se Rompa !

Anónimo disse...

Suposta não. Assumida e com direito a "casar-se", se assim o desejar.

Anónimo disse...

Coitados de nós, pobres portugas analfabetos, para aqui abandonados e achincalhados por estes "estrangeirados" ilunimados, que tanto nos críticam. Venham para cá trabalhar e deixem-se de balelas. Talvez assim com a vossa sabedoria, o país saia do marasmo. Não digam só mal, venham ajudar.

Carmo da Rosa disse...

"Talvez assim com a vossa sabedoria, o país saia do marasmo. Não digam só mal, venham ajudar."

Enquanto houver anónimos a dizer mal das preferências sexuais dos dissidentes, em vez de abordar o essencial, o país nunca mais há-de sair do marasmo...