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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Guia para filhos de pais anónimos (Madrigal)


Escoicinhante criatura
com quatro ideias ferrada,
de escrevinhante figura
em prosa mal amanhada,

alma tosca, atarracada,
incontinente no zurro,
feroz bandeira empunhada
do alegre “Orgulho Burro”,

serás bom rapaz, bom pai…
Mas faz-me um favor, por Deus!
Deixa-me em paz! Vai lá, vai
pastar para junto dos teus…!

3 comentários:

Diogo disse...

Bom poema! E a erva estava tenrinha e suculenta?

Anónimo disse...

Ilustre e reverendo, asno e especie protegida,
Quem vos disse, que sendo vós um burro tão imenso,
Siso em agraz, miolos de pateta
Pode meter-se em réstia de poeta?

Quem vos meteu a vós, vilão de chapa
A tomares as dores do meu mapa,
Se no mapa, que fiz não se esquadrinha
Linha tão má, como é a vossa linha?

Homem (sei eu) que foi Vossa senhoria,
Quando pisava da fortuna a Roda,
Burro, foi ao tentar subir tão alto clima.

Quem sobe a alto lugar, que não merece,
O Homem sobe, o asno vai, o burro parece,
Que o subir é desgraça muitas vezes.

Pois vá descendo do alto, onde jaz,
Verá, quanto melhor se lhe acomoda
Ser homem embaixo, do que burro em cima.

Anónimo disse...

que orelhas grandes mermão

Um e um dois,
dois e um, seis,
o pobre burrito
contava ao reves