[Já anteriormente publicado]
Conheço dois tipos de estúpidos: os que nascem estúpidos e os estúpidos militantes (EM).
Naturalmente estúpido é aquele a quem a natureza ou os genes dos antepassados, pregou uma partida.
A generalidade dos naturalmente estúpidos que conheço são esforçados e conseguem quase sempre atingir um qualquer patamar, forçando-se numa luta corpo a corpo com o aprender. Essas pessoas merecem-me toda a consideração e encaro o meu esforço a favor deles como uma obrigação.
Os EM são uma outra espécie, aparentada às carraças.
Como os cães, os EM reagem a estímulos condicionados. Por exemplo, a frase “obriguemos o capital a pagar impostos” provoca-lhes um orgasmo. Entregam-se a infinita conversa sobre os malefícios do capital e acedem aos mais grunhentes orgasmos passando ao lado do facto de se tratar de um puro acto masturbatório. No mundo real, aquele em que, entre outros, os estúpidos naturais procuram levar por diante a sua vidinha, as reacções são as do homem que de vez em quando, petisca um prato de caracóis.
Quando um qualquer iluminado aplica impostos às empresas, o resultado é sempre e apenas um: todo e qualquer cidadão irá pagar, chapa batida, directamente da carteira, a verba que irá ser triturada em parte incerta.
No caso de uma empresa multinacional se a coisa se complica e o volume de vendas baixa em resultado do aumento de custos de produção, a empresa procura melhores ares deslocalizando-se.
A palavra deslocalização provoca rosnadelas em virtude de ser capaz de gerar azias aos EM. Por um lado potencia a qualidade dos orgasmos, por outro anula-os ao perceberem que algo correu ao arrepio das suas certezas.
Como suores, afloram os “argumentos” segundo os quais os preços de produção em nada interessam porque “produto nacional” tem outro substrato (como os “produtos naturais”). Habituados a frequentar lojas de luxo, os EM ignoram que as lojas de produtos chineses estão cheias de gente que não sente qualquer arrepio pelo que compra. São pessoas que, não tendo qualquer problema em misturar-se com os naturalmente estúpidos, vão tentando de igual forma levar a bom termo a sua vidinha.
Ás empresas que apenas trabalham para o mercado nacional, há duas preocupações. A primeira, a de perceber se o dito imposto (ou norma imposta que tenha custos) é mesmo para cumprir.
Quando qualquer norma imposta (ou imposto) a uma empresa não é globalmente cumprida, a coisa turva-se, levando a melhor quem consegue passar ao lado. O EM rejubila, apontando ao bicho homem as imperfeições da praxe, mas é insensível à quantidade enorme de alarvidades legislativas que se não adaptam ao mundo real. Não é de estranhar essa insensibilidade porque brota habitualmente de cabeças orgasticamente iluminadas.
Se a coisa não é para cumprir as empresas que tentam manter a legalidade fecham, levantando nuvens de despedimentos, e com elas novas perplexidades em matéria de orgasmo.
Se a coisa é para cumprir, fazem-se contas e repercute-se a despesa extra sobre o produto final que será pago, adivinhe-se por quem.
Mas tributar o lucro das empresas, tributar o lucro dos capitalistas, (do “grande capital” como os EM gostam de referir) é sempre conversa da praxe a favor, evidentemente, dos “desfavorecidos”, daqueles em que “nunca ninguém pensa”.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
teste
terça-feira, 18 de maio de 2010
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
5 comentários:
Ganda liçom de economia para asnos.
Entend-vos mermão.
Caro Riodoiro, você agregou a genética à aprendizagem. Bravo!
Presunção e água benta, cada um toma a que quer.
Se isto é o texto de um gajo inteligente, então eu quero ficar estúpido toda a vida. EM não será enlameado mental?
Multinacionais, pelo que sei existem poucas em Portugal, pois essas preferem a mão-de-obra altamente especializada da China, paga a ovos de ouro. Relativamente a uma maior taxação sobre os lucros gerados, isso é uma utopia em Portugal, porque como se sabe a maioria dos patrões ou donos (ao vosso critério) são de uma analfabrutalidade incrível, só capaz de gerar lucro nos sacos azuis das suas meninas. E para isso precisam dos subsídios estatais para as formações invísiveis, para as modernizações do nicles, para fomentarem a precariedade laboral,... .
Patrão Tuga é gente que não vale o chão que pisa, e que não sabe viver sem o estado, autênticos subsídiodependentes! Verdadeiros mestres na arte do chico-espertismo. Cadê a riqueza gerada!? Quando mais se precisa da força privada, cadê ela? Em vez de criarem emprego, despedem e aumentam a despesa social do estado, em vez de exportarem, estagnam no nosso limitado mercado, em vez de pensarem a médio e longo prazo, pensam no ontem,... .
Havia de ser bonito, se privatizássemos o estado! Com o proletáriado empresarial que nós temos, vai lá vai, nem a barraca abanaria!
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