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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Igualdade de género

Nos últimos tempos o tema mais vivo deste blogue tem sido o sexo.

Resumindo o que é possível resumir, uns (entre os quais eu) dizem que homens e mulheres são naturalmente diferentes, que encaram o sexo de forma diferente, que têm preferências diferentes, (sexuais e não só), abordagens diferentes, e que tudo isso é natural, isto é, resulta da sua própria natureza. Outros garantem que essa diferença é exclusivamente cultural e que o progresso, ou a evolução, (note-se a valoração positiva das palavras) estão não só a libertar a mulher, o que é verdade, como a fazer com que as suas preferências e escolhas se tornem indistinguíveis das dos homens, o que é mentira.

Esta curiosa teoria a que chamarei "progressista", assenta em dois pilares fundamentais:

-O conceito da Tábua Rasa, ideia antiga, mas retomada nos meios da extrema-esquerda, de que tudo é construção cultural e que as predisposições genéticas são quase irrelevantes.

-A teorização da chamada Escola de Frankfurt.
Esta escola de pensamento, que recolheu a herança de marxistas como Gramsci e Lucaks, agregou intelectuais marxistas de renome como Marcuse, Adorno, Walter Benjamin, etc, e focou-se especialmente na cultura.

Os marxistas verificavam que o proletariado não se tinha revoltado na Europa, como Marx tinha predito, e a razão só podia estar nos desadequados valores culturais. Tal como Marx, chamavam a este conjunto de valores "ideologia", e consideravam-nos deliberadamente construídos para perpetuar (hegemonia cultural) a exploração capitalista. É famosa a questão retórica que Lucaks se colocou e que exprime bem esta ideia: “quem é que nos salva da cultura ocidental?

A resposta foi dada pela Escola de Frankfurt: criticar (Teoria Crítica), questionar, desconstruir e derrubar as instituições culturais do ocidente que estavam no caminho da revolução comunista, nomeadamente a família, o papel das mulheres e dos homens em sociedade, etc . 

Não é por acaso que Herbert Marcuse, que se tinha apoderado do conceito freudiano de “repressão sexual” para demonstrar o controle do capital sobre as massas, por via da "família burguesa", se tornou um dos incensados ícones dos movimentos pela paz e pelo "amor livre", que floresceram nos idos de 60, nos EUA e que culminaram em Woodstock.

O motor desta desconstrução estava, como não podia deixar de ser, numa remasterização do conceito da luta de classes. Uma vez que a classe operária não estava a assumir a sua missão histórica e, na verdade, parecia razoavelmente acomodada ao capitalismo, havia que gerar novos indignados capazes de servir de rastilho à revolução. Este processo continua, hoje, a ser o modus faciendi da esquerda  moderna, a chamada New Left. Os novos "explorados"  e "oprimidos" eram as minorias raciais, os povos do 3º mundo, os homossexuais, os muçulmanos, enfim, qualquer grupo humano que pudesse e possa ser credor de um capital de injustiça, real ou imaginário. E as mulheres, claro, que tinham bastas razões para não estarem satisfeitas. Marcuse chegou a escrever que se as mulheres se rebelassem, o facto de serem mais de 50% da população, asseguraria a destruição do capitalismo.

E foi assim que surgiu um novo tipo de feminismo, já bem afastado do feminismo anterior que assentava na reivindicação de direitos políticos. Este novo feminismo, instrumentalizando a luta das mulheres pelos seus direitos, numa guerra mais geral contra a sociedade capitalista, apostava na eliminação de todas as diferenças, e daí a adaptação natural e quase automática da "tábua rasa".
Assim, para os "progressistas", todas as diferenças são construções sociais que devem ser combatidas, porque fazem parte da hegemonia cultural capitalista.

Não existem raças, não existem homens, não existem mulheres, apenas pessoas iguais, sendo que as diferenças são apenas papéis forçados  pelas imposições burguesas.

Nada é inato, tudo é construido e tudo pode, e deve, ser desconstruído.

Marcuse chegou até a escrever que ser verdadeiramente tolerante implicava ser intolerante com toda e qualquer narrativa que salientasse diferenças, entre culturas, entre sexos, entre etnias, entre pessoas.
Esta ideologia, hoje conhecida por "politicamente correcto", é, como vimos, basicamente marxismo cultural. E, como Marcuse preconizou, qualquer pessoa que realce diferenças inatas, é, de imediato, quase por reacção pavloviana,  classificado como xenófobo, racista, machista, fascista, retrógrado, etc.

Se bem que alguns considerem isto "doutrina", é importante conhecer esta base, porque muita gente, sem ter a minima ideia da razão pela qual alimenta determinadas crenças, defende com unhas e dentes, como cristãos novos, os conceitos que lhe foram sendo subtilmente implantados por décadas de propaganda e guerra cultural.

O debate que tem estado a acontecer neste blogue situa-se nesta clivagem e é,  também por isso, interessante.

Voltando à realidade, se olharmos à nossa volta, facilmente nos apercebemos que as pessoas não são iguais, nem querem a mesma coisa. As mulheres têm preferências e gostos diferentes dos dos homens, há pessoas pretas, amarelas, brancas, etc, há quem tenha talento para umas coisas e outros não, há culturas piores do que outras, etc. Ou seja, a realidade questiona em cada momento, de forma ostensiva, a doutrina do marxismo cultural.

A resposta dos seus defensores, quando forçados a reconhecer as diferenças, é a de que é preciso avançar mais, é preciso "evoluir", "progredir",  erradicar a velha cultura, etc. Só assim se atingirá a perfeita igualdade.

Antes de prosseguir, um pequeno disclaimer: considero que as mulheres, em quase todas as culturas, foram tratadas invariavelmente como objectos e seres de 2ª categoria. As civilizações nascidas no Crescente Fértil (cristianismo, islamismo e judaísmo), que são as que conheço melhor, sempre olharam para a mulher como uma encarnação do demónio, como uma serpente, como um ser irracional, enfim, como um perigo para a ordem racional, masculina, como tacitamente  se admitia.

E, uma vez que a mulher é, regra geral, fisicamente mais fraca e produz menos testosterona, não foi (nem é) difícil subjugá-la, como prova a História e como se demonstra actualmente nos países muçulmanos, na China, etc.



O feminismo teve e tem muitos defeitos, principalmente desde que foi sequestrado pelo marxismo cultural, mas obteve essa fantástica vitória de, nas sociedades ocidentais, libertar a mulher da subalternidade e de algumas dessas restrições. As nossas mullheres podem hoje, fazer as suas escolhas em razoável liberdade e segurança,  e isso não foi concedido, mas conquistado. E dificilmente voltará a ser perdido, porque os homens da nossa civilização aprenderam a respeitar as diferenças e a tirar o melhor partido delas.

O problema, para a visão "progressista",  é que as mulheres, em completa liberdade, não escolhem ser homens, isto é, não escolhem as coisas que as feministas antigas consideravam ser natural que escolhessem.

Ainda hoje, as mentalidades "progressistas", entendem que uma mulher verdadeiramente livre é aquela que faz as coisas da mesma forma que o homem, naquilo que é uma reafirmação disfarçada de superioridade e paternalismo.

No princípio, as mulheres empenhadas faziam essas escolhas ostensivamente masculinas. Usar calças, fumar, andar de tronco nu, não usar soutien, tentar a promiscuidade sexual, não se depilar, etc. Estas escolhas de combate, partiam do principio que os homens sim, eram verdadeiramente livres e que as mulheres, se também o queriam ser, tinham de fazer as mesmas escolhas.

O resultado foi que muitas mulheres pura e simplesmente, se forçavam a macaquear os homens, mesmo que intimamente não gostassem.

Há também uma característica feminina que torna este processo mais fácil: de um modo geral, as mulheres tendem a acomodar-se a situações que, muito provavelmente, suscitariam a revolta violenta dos homens. E a assumir como suas e virtuosas, perpetuando-as,  as mais estranhas restrições. Na China, deformavam os pés, para os acomodar aos ditames da moda, noutras latitudes deformam o pescoço esticando-o com argolas sucessivas, excisam os genitais, aceitam andar pelo mundo com burgas, sofrem na carne para adaptar as formas do seu corpo a ideais andróginos, etc. Há aqui certamente um campo de estudo.

Todavia, com a paulatina consciência de si mesmas, as mulheres passaram a fazer as suas próprias escolhas, escolhas cada vez mais femininas, cada vez mais próximas dos chamados papéis culturais burgueses.
Um paradoxo!

vídeo que se linka, é fabuloso. Trata-se de um documentário, feito por um jornalista  isento e que parte para o problema de forma completamente aberta.

O problema é o tal paradoxo: na Noruega, país considerado no topo da igualdade de género, as escolhas profissionais demonstram a mais profunda desigualdade. Maior, muito maior do que em países onde a mulher ainda luta por direitos iguais.
Na Noruega, elas tendem a escolher profissões de interacção social, eles escolhem profissões técnicas. Face aos dados e às imagens, é impossível que alguém intelectualmente honesto, não questione determinadas "certezas".

A explicação é, para os investigadores 
referidos no documentário, autoridades de topo nos respectivos campos de estudo,  (um deles o professor Simon Cohen, de Cambridge-Trinity College- investigador na area do autismo e irmão do famoso actor Sacha Baron Cohen), que as mulheres têm, nesse país, liberdade para escolherem ser o que são e portanto escolhem culturalmente aquilo que a sua natureza lhes aponta. E o mesmo se verifica com  os homens, embora isso não seja novidade.

Os investigadores verificam empiricamente que o género é um factor nas escolhas, mesmo em idades de tal modo precoces que a contaminação cultural é impossível.

Os chamados "investigadores sociais", dois dos quais, pertencentes à nomenclatura cultural marxista são entrevistados e, confrontados com as evidências, recusam-nas liminarmente.

Uma delas,(Cathrine Egeland), diz mesmo que não está interessada em estudar as diferenças e, quando o jornalista lhe pergunta quais os estudos em que sustenta as suas convicções, gagueja (literalmente, vale a pena ver o vídeo) e acaba por dizer que tem apenas uma base teórica (refere-se obviamente às obras de Adorno e de outros intelectuais da escola de Frankfurt) .

Enfim, o vídeo explica as coisas bem melhor do que eu, e quem se resolver a visualizá-lo, verá que não só é muito interessante e agradável de ver, como clarifica o debate.

No fundo confirma aquilo que venho dizendo, isto é, que as diferenças são mais inatas que culturais, o que entra em choque directo com a visão "progressista" do mundo, segundo a qual  todos os indivíduos são exactamente iguais à altura do nascimento em termos de potencial de aptidões e preferências e que, evoluindo em ambientes exactamente iguais, as escolhas livres dos indivíduos conduziriam à paridade total independentemente do género, raça ou orientação sexual.

Uma vez que isso efectivamente NÃO se verifica, a conclusão dos marxistas culturais não é a de que a sua tese está errada, mas a de que os indivíduos não são realmente livres nas suas escolhas por estarem limitados por preconceitos. Uma vez que crianças recém-nascidas, não podem ser acusadas de ter preconceitos, esta tese é extremamente difícil  de sustentar, pelo que ao defendê-la, os  "progressistas" estão claramente a firmar-se num preconceito. O  preconceito de que somos todos iguais e que a natureza é aquilo que quisermos dizer que é.

20 comentários:

João Pereira da Silva disse...

Muito bem.

José Gonsalo disse...

Lidador:

Bom texto!
Mas vou tentar aprofundar ainda um pouco mais as coisas, por outro lado.
Abraço.
E, uma vez mais, obrigado pelo apreço.

Go_dot disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Go_dot disse...

Fantástica reportagem, assim como alguns excelentes comentários.
Para os “cientistas progressistas”, é como diz o prof. no minuto final:
“ Is a very moderate proposal, to say is a mixture of biology and culture.”

ml disse...

Carmo da Rosa: Lidador, a esta sua frase deveria ter acrescentado...

E mais umas quantas.
Para provar a minha tese fui buscar o Alberoni, que in illo tempore disse que 'pornografia' para as mulheres era o envolvimento romântico. Depois quando me mostraram que afinal o Alberoni já está noutra, calei-me e até fingi que tal pessoa nunca existiu.

E para continuar a provar a minha tese, e quando já não me era possível ignorar que as revistas pornográficas femininas existem, até comecei a dizer que quem as compra são em grande parte os homens gay, porque as mulheres até olham para o lado. Esqueci-me foi de dizer que com grande parte do público da Playboy acontece o mesmo.

E para tentar ainda marcar alguns pontos, e perante a evidência destas revistas, filmes, livros, até disse que as mulheres só compram playgirls levadas pela imagem de um galã de capa, com o qual constroem mentalmente situações românticas. Quando me mostraram que acontece o mesmo com o volume de vendas da Playboy, calei-me caladinho e mudei de post.

ml disse...

E não só o 'Midnight Cowboy', Carmo da Rosa. Viu o 'Looking for mr. Goodbar', em português traduzido para 'À Procura de um Homem', com a Diane Keaton?

ml disse...

Eu não agradeço porque comentei depois, mas nem duvido de que estaria incluída...

ml disse...

Vi e acho que os dois filmes têm muito em comum, até pela violência. Não só a física, ambos acabam mal, mas principalmente a outra...

Unknown disse...

Carmo da Rosa,veja o documentário, por favor.

Quanto às revistas, não sei mais o que lhe diga.

Você diz que a PLaygirl (nunca vi nenhuma à venda) é um equivalente da Playboy.
Parece que as vendas da playgirl estão para a sua equivalente masculina, como a formiga para a baleia azul e pelos vistos, dizem os responsáveis, uma boa percentagem de compradores é composta por gays.

O que, se o CdR argumentasse de boa fé, lhe faria logo perceber que os respectivos alvos não são iguais.

Mas pronto,o pior cego é o que se recusa a ver.

Equivalentes da Gina, tb deve haver aos montes, e com idêntico sucesso.
E, eivado da sua mesma fé, até já acredito que existem equivalentes masculinos da Holla, da Caras, da Vogue, da Maria, etc,avidamente compradas por milhões e milhões de homens, da mesma maneira que as mulheres compram a Bola, a Maxim, o Record e o Jogo, aos magotes.

Na verdade, os tema comuns de conversa entre os homens, não são os golos do Ronaldo,as mamas da gaja boa que acaba de passar na esquina, ou os cilindros do novo Porsche.
A igualdade garante que os homens passam a vida a falar da nova namorada do César Peixoto, da roupa que o Ronaldo vestiu na viagem ao Chile, etc.

É,de facto, tudo igual, pelo menos no universo paralelo em que o CdR parece habitar.

Ah, quando aos teóricos do marxismo cultural, não os citei para que os lesse.
Citei-os para que percebesse que, sem se dar conta, repete ipsis verbis os versículos dos seus missais.

O que o devia questionar sobre as origens de algumas das suas ideias sobre "certo" e "errado", sobre "progresso", etc.

A nossa visão do mundo vem do que vemos, ouvimos e lemos.
E quem não se preocupa em explorar a fonte da água que bebe, acaba a beber aquilo que os outros lhe metem no copo.

Unknown disse...

"a existência de agências de escort para mulheres"

Já respondi a esse tipo de argumentação. Usei até a metáfora das arvores verdes.
Vejo que não fui claro.

Talvez a do porco que anda de bicicleta seja mais clara.

Já vi um porco a andar de bicicleta.
Se usasse a sua técnica argumentativa, não hesitaria em proclamar que é óbvio que os porcos andam de bicicleta.

Mas na verdade não andam. Há alguns que sim mas isso não permite caracterizar os porcos.

Que há homens que compram a Holla? Sim, há, mas os homens, de um modo geral não compram a Holla.

Que há mulheres mais altas que muitos homens? Sim, há, mas as mulheres são estatisticamente, mais baixas que os homens.

O curioso é que o CdR não hesita e, argumentar com outliers mas, quando eu entro na sua onda e lhe apresento tb casos particulares, se apressa a reconhecê-los como tal, desvalorizando-os.

OLhe à sua volta, CdR.Saia dos fumos da ideologia e olhe para amostras significativas da realidade e não para os pequenos nichos de realidade que apenas lhe interessa ver.

É sempre possível apresentar um cão que anda em duas patas, uma pessoa que caminha a 4, uma mulher que compra a Bola, e um homem que passa a vida na Tezenis, a comprar lingerie.

Mas fazer disso a regra, é tomar a nuvem por Juno e você sabe-o muito bem.

É como os muçulmanos. É possível apresentar alguns que são contra a jihad.
Mas isso não é significativo da atitude dominante.

Unknown disse...

" só em países ocidentais evoluídos é que as mulheres estão em pé de igualdade com os homens."

Exacto. E é nesses que elas escolhem outras coisas. Parece que ainda não viu o vídeo....




"Que responsáveis é que dizem isso? Porque razão os gays comprariam revistas para mulheres se existem revistas gays a dar c’um pau?"

As senhoras que editavam a revista.
Este artigo do New York Times, explica a coisa:

http://www.nytimes.com/2008/11/16/fashion/16playgirl.html?pagewanted=all

" dou exemplos concretos que toda a gente percebe, além disso verificáveis"

Eu tb sou capaz de lhe dar um exemplo concreto de um porco que anda de bicicleta. Só que não acho que isso adiante nada à discussão sobre os porcos....

" Notaria diferenças gritantes na abordagem da temática de que estamos a falar. Outro sinal da evolução da situação das mulheres."

Voltamos à crença. O CdR acredita mesmo que as mulheres fazerem coisas como os homens é "evolução". Bem, na realidade, parece que a "evolução" é elas escolherem fazer coisas de mulheres. Lá está, ainda não viu o vídeo...


"Já disse, pelo menos duas ou três vezes, que as mulheres são diferentes."

Bom, então acaba aqui a discussão. Era esse o meu ponto.

"Mas as diferenças são cada vez mais pequenas, isto é indiscutível"

Pois parece que não só não é indiscutível, como é falso. O vídeo demonstra-o e se quer falar de atletismo tb. Há uma diferença inultrassável. Pode comparar médias, se quiser, ou comparar marcas de topo, se quiser tb.

Sabe, eu fui atleta. Não era excepcional, en nenhuma prova específica (era bastante bom nas provas combinadas) mas era razoável, a nível universitário. Em provas de 800 e 1500 metros, a minha marca era a do record nacional feminino.

Nas provas de estrada, dava-me por satisfeito se chegasse junto das mulheres que ganhavam.

Mas à minha frente, ficavam muitos homens, claro.


"as agências de escort para mulheres não são UM tipo de argumentação nem é teoria, é uma realidade palpável como uma árvore"

Sim, é uma árvore roxa, no meio das verdes. Existe, mas é tão significativa como um porco a andar de bicicleta.

A nível sexual, existem as coisas mais estranhas. Há gajos que gostam que lhe caguem em cima, por exemplo. E então? Isso é generalizável?

" que só funcionam se houver clientes. Sem client(as) vão à falência. Por isso, essa sua ideia de que se trata de coisas muito restritas é insustentável."

Pois, engana-se. A prostituição masculina existe, mas é um mercado marginal. Tb existe o mercado gay, tb marginal. E o mercado para dwarfs, tb marginal.
Nem imagina a quantidade de nichos de mercado que existem. Tudo se vende e tudo se compra.

" O cowboy John Voigt era pago para dar quecas em mulheres."

Do Jon Voigt sé sei que é pai da Angelina Jolie. Se fazia isso no filme, muito bem, já vi filmes do caraças, e então? Os filmes são o espelho da realidade?

"Filmes, literatura, telenovelas, letras de fado. Dão uma ideia muito mais exacta de uma sociedade"

Engana-se. Dão uma ideia do que vai na cabeça de quem realiza, de quem escreve os guiões e os livros, e as líricas.
E o que vai na cabeça dessa gente, passa para si através da arte que você consome.

Lá está. Gramsci explicou que era isso mesmo que se tinha de fazer.
O sucesso está à vista.

Unknown disse...

"e pelas reacções que vejo, nem sequer em Portugal por enquanto"

Pronto, já entendi.
Para o Cdr só à "evolução" e "progresso" se as mulheres se comportarem como homens.

Temo que veja poucos exemplos de "evolução" e "progresso", por aí.

Parece que tb é costume, por esses lados, oferecer flores às mulheres, etc.

Coisa retrógrada, antiquada, eu sei, mas que se há-de fazer?
Poucos são aqueles que conseguem ver onde está a verdadeira "evolução".

Já agora, se puder, faça-me um favor. Dê uma saltada ao quiosque da esquina e tire uma foto que apanhe as capas das revistas.
As das mulheres costumam estar de um lado, as dos homens de outro e no meio as indiferenciadas.

Depois a gente faz um estudo das "equivalências"...

Unknown disse...

....há...

Unknown disse...

"Mas não, eram apenas os meus preconceitos. Nenhuma delas tinha dessas taras, pelo contrário, eram todas muito femininas e vestiam-se o mais sexy possível, tendo em conta os cargos que ocupavam."

É exactamente isso que eu lhe tenho estado a dizer.
Parece que chegamos finalmente a um consenso.

Unknown disse...

"o que muitos não conseguem num ensaio de sociologia…"

Perfeitamente natural. A sociologia é a coutada dos marxistas culturais. O que é curioso é que o CdR desdenha, mas segue à risca o missal, pelo menos a avaliar pelo que aqui escreve (sim, porque na prática, não creio que trate as mulheres, de um modo geral, como trata os homens)


"E eu fui campeão do mundo de boxe dos pesos pesados"

Não consta nos heralds.
Mas olhe que aqui este seu amigo fala a verdade quanto ao atletismo (e já, agora, para que conste, chegou a ser campeão ibérico de orientação, na estafeta curta).
Ah pois é!

Unknown disse...

Quanto às marcas, elas vão evoluindo, tanto para homens como para mulheres. Nas mulheres a evolução foi mais acentuada , porque é recente, o desporto feminino.
Mas agora abrandou, é natural, há até um debate sobre se a evolução dos records terá um limite.
Hoje em dia, a evolução, na maioria das marcas anda pelos cagagésimos.

Mas, lá está, há, haverá, sempre uma diferença entre homens e mulheres, justamente porque são diferentes, têm estruturas osseas diferentes, químicas diferentes, músculos diferentes, densidades diferentes, etc.
O que é chato para a teoria da "construção social", tão cara à esquerdalhada.

Mas é o que é....a realidade tem muita força.

Unknown disse...

"Mas isso não pode servir de desculpa para lhes tirar o direito de voto, o direito de conduzir, o direito de governar, o direito de pilotar um F-16, o direito de darem umas quecas com quem querem, o direito de participar numa corrida de 10.000 metros, o direito de usar uma saia 15 centímetros acima do joelho, O DIREITO DE SER PAPA…"

Claro que não. Mas não me lembro de ter dito, ou pensado, ou sonhado em algo parecido com isso. Pelo contrário.

O que eu acho é que elas devem poder escolher aquilo que querem.
E isso implica não lhe coartar quaisquer direitos, num extremo, nem forçá-las a ser como manda a moda do "progressismo", no outro extremo.

Muito simplesmente reconhecer que são diferentes, e que as escolhas que fazem são tb diferentes, sem que apareça a brigada da correcção política a chamar-lhes "broncas" e atrasadas, se escolhem algo fora da moda do "progressismo".

Ah, e tratá-las com a cortesia que cada uma souber apreciar.
Não conheço nenhuma que não goste...o que há é algumas que acham que isso é errado, por causa da moda "progresssista", e forçam-se a fazer de conta que estão a ser vítimas de "sublimação".

Quanto ao resto, tudo bem.

E espero que se lembre de certas datas importantes, porque senão não há igualdade que resista.
É universal...

Go_dot disse...

Interessante. Nem chus nem mus, sobre a espantosa reportagem do jornalista norueguês, que o Lidador aqui colocou à dias.

Cientistas noruegueses que, apesar da esmagadora evidência do contrário, continuam a negar categoricamente, que não há nada de biológico que faz os homens diferentes das mulheres.

Para os interessados, mais um par de links do mesmo artista.

“On equality and political brainwashing in Norway “ e não só.

Sobre a igualdade de género.

Sobre a educação.

Homossexualidade.

Violência.

Sexo.

Raça.

'Nature Vs Nurture' (chamemos-lhe progresso)

Unknown disse...

"mas você voltou ao paternalismo do século XVIII…. "

Hummm, creio que esta sua frase [ Mas isso não pode servir de desculpa para lhes tirar o direito de voto, o direito de conduzir, o direito de governar] se encaixa perfeitamente no seu conceito de paternalismo.
No meu não. Se dizer que alguém deve poder escolher em liberdade, é paternalismo, então nem sequer se pode abria a boca..



"É possível saber que deus ex machina paira por cima das nossas cabeças e manda na moda do tal progressismo?"

Claro que sim. Já lhe expliquei a origem dessas modas. Mas o CdR fez de conta que não leu. São as ideias que movem o mundo, CdR, e é por isso que é importante conhecê-las, para que não sejamos apenas o b boneco pendurado nos fios do titereiro.

"acho que se deve chamar broncas e atrasadas quando elas são broncas e atrasadas."

E que é, nota-se, quando elas não agem de acordo com o que VOCE acha ser moderno e avançado.
Típico. Ha dias fez-se aqui uma campanha numa cadeia de distribuição. Em pleno dia sagrado de 1 de Maio, a cadeia baixou os preços 50 %. Como imagina, o povo cagou nas manifes e foi encher o carrinho das compras. Pois os "intelectuais de esquerda", não tardaram em chamar esse povo de BRONCO, atrasado, e por aí abaixo.
Nada de novo, como vê.
Se não fazem como nós achamos bem, são obviamente broncos e atrasados. E nós, claro, modernos, esclarecidos e inteligentes.




" Tem que haver reciprocidade"

O Godot tem razão.
A reportagem que linquei é absolutamente recíproca. Ouve toda a gente, com a maior imparcialidade e expõe os factos, nus e crus.

E, de facto, reparei que o CdR, assobiou um bocado para o ar.
Não a terá visto, obviamente. O ser humano tem destas coisas. Sente-se confortável no seu edificio intelectual e tende a recusar conhecer algo que possa abalar as suas fundações.
As mentalidades religiosas são as mais propensas a isto. Religiões sagradas ou profanas, claro.

Há dias, Rita Rato, deputada do PCP, questionada sobre os Gulags, respondeu que nunca tinha ouvido falar. E quando lhe tentaram explicar, basicamente tapou os ouvidos e fez como as crianças quando não querem ouvir.

Unknown disse...

"em vez de muito simplesmente dizerem o que têm a dizer sucintamente, claramente, sem rodeios e em português – a ler coisas chatas, longas e em estrangeiro. "

Mas precisamente, o linque é para um documentário televisivo. Não é para ler, é para ver e ouvir.
E "chato" é que não é. Pelo contrário, á bastante interessante e realizado de uma forma viva e agradável.

Desafio-o a ver.
Tenho a certeza que vai gostar.
E tenho tb a certeza que as suas convicções nesta matéria, serão algo abaladas. Que isso não o desencoraje.

Eu li Marx, apesar de a cada parágrafo me apetecer vomitar. E o Corão. E só me fez bem, há ideias que temos de compreender, para as podermos combater.