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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um silêncio ensurdecedor


Garanto que procurei.
Escrutinei os blogues onde a indignação contra a "opressão" israelita sobre os palestinianos, está sempre de pés nos tacos, pronta a saltar em berros e gritos ao menor pretexto.

Garanto que não encontrei nada.
O governo iraquiano acaba de assaltar um campo de refugiados iranianos, tendo morto alguns, e o silêncio da patrulha é ensurdecedor.
Ainda por cima não são uns refugiados quaisquer. Trata-se de um grupo marxista, tolos úteis que ajudaram a derrubar o Xá, para fazer a Revolução, e que os aiatolas depois perseguiram com grande ferocidade.
Refugiaram-se no Iraque, debaixo da asa do Partido Socialista Árabe, de Sadam Hussein, que os utilizou contra o Irão.
Os americanos classificam-nos como um grupo terrorista , o que de facto são, porque marxistas e violentos, mas quando conquistaram o Iraque mantiveram-nos protegidos no tal campo.

Até hoje.
Com Obama, nem os marxistas estão protegidos. Os americanos retiraram-se para as bases, o Irão fez as suas exigências e o governo iraquiano apressou-se a atacar o campo.

Os compagnons de route da esquerda mundial, não tugiram nem mugiram. Ah e tal, são só uns iranianos quaisquer, até não houve muitos mortos, e vamos mas é falar de outra coisa que isto de não haver israelitas a quem se possa culpar, tira o travo heróico à questão.

Rebobinemos.
Imaginemos que o Governo israelita atacava, vá lá, um acampamento daqueles tolos úteis europeus que por ali deambulam a "lutar pela causa palestiniana", e que matava 5 ou 6.
Quantos postes enraivecidos o Daniel Oliveira, por exemplo, não teria já produzido, desencadeando-se em fúrias contra a "política de Israel"?
E o Miguel Portas, quantas viagens de solidariedade não teria já encetado?



5 comentários:

DL disse...

Também andaram distraídos com a proposta de paz de Netanyahu (criação de um estado palestiniano) e andam com a recusa de Abbas em voltar as negociações.
Nem uma linha dedicam a isso. Eu ainda tentei que o DO comentasse ao menos a proposta do Netanyahu, mas ele recusou-se.
Neste momento assiste-se a mais recuo dos palestinianos: na hora da verdade recuam sempre. O líder da AP, apesar de estar numa posição de fraqueza, está a exercer chantagem sobre Netanyahu, pois recusa-se a negociar enquanto as suas exigências (sobre colonatos) não forem satisfeitas. Ou seja, da-se ao luxo de não negociar.
Em relação ao Arrastão (o sem muros não sei, não leio, porque aquilo enerva-me), desde a guerra de Gaza, nem mais uma palavra sobre o assunto, ou melhor, houve uma posta do DO sobre os ortodoxos (aquilo que ele julga serem os ortodoxos), parece que houve uns quantos que apagaram as ministras do governo de Netanyahu de uma fotografia. DO não se fez rogado e teve aqui assunto para uma posta, gozando com os ortodoxos, e fazendo o contrário do que costuma defender para os islamistas: não se deve tomar um grupo, por 3 ou 5 dos seus membros, é preciso "contextualizar", etc. Mas como eram judeus ortodoxos o politicamente correcto já não se aplicou.

José Gonsalo disse...

Agora que já estão mortos, poderão vir a ser úteis de outra forma. Um dia destes, se tal for conveniente em função da mudança da situação política internacional, passarão a mártires da causa do povo, assassinados pelo governo que os EUA impuseram ao Iraque. Não há limites definíveis para os malefícios da acção americana. O que é preciso é guardar trunfos, só falando do que é estritamente necessário à "conjuntura".

Carmo da Rosa disse...

José Gonçalo, ainda acordado?

Bem, aqui é uma hora mais tarde e eu tão pouco estou a dormir. Estou a trabalhar, ou mais precisamente, estou a traduzir um livrinho sobre a História das Relações entre Portugal e a Holanda.

E neste momento estou a tentar traduzir um poema - respeitando a rima, um bico de obra - de um poeta holandês (médico de bordo) que em 1928 visitou Lisboa e ficou enfeitiçado. Aprendeu português, leu Camões, foi aos sítios por onde o Camões andou (mesmo a Macau) e gostava de fado à brava.

Pois é, até escreveu um fado:

Sinto-me por dentro apodrecer,
Mas sei agora onde vou morrer:
Nas margens do rio Tejo.
Nas margens inclinadas e amarelas,
Não há margens mais tristes e mais belas.
Da vida, é apenas isto o que vejo.

De resto, ON-TOPIC, acho que você tem toda a razão e o Lidador idem, mas isso vocês já sabiam.

Bem, vou me despedir, ou seja, beber uma cerveja e ir para a cama.

Boa noite.

EJSantos disse...

"Adoro" essa gente boa, que tantas lágrimas (de crocodilo) choram pelos pobres palestinianos, martirizados e oprimidos pelo Hamas, ups, quero dizer, pelos israelitas.
Mas como disse o JG, a respeito deste post, é preciso guardar trunfos...

VFS disse...

Nestas alturas, os crentes utopistas do BE assobiam para o lado como se nada fosse com eles.