(Artur Fernandes Agostinho - 1920-2011)
Era um homem educado, afável, dado à conversa, interessado por tudo, amigo de ouvir, profissional sem mancha.
Morreu talvez o último entrevistador (na qualidade de jornalista ou não) que dava absoluta prioridade ao convidado. A vedeta era sempre o convidado por mais humilde que fosse.
Extraordinária era a capacidade de Artur Agostinho em aperceber-se (com trabalho de casa sempre que possível) do melhor rumo que uma entrevista podia levar para que o convidado brilhasse e era espectacular a sua capacidade para brilhar sem brilhar, fazendo o convidado brilhar.
Fossem as condições técnicas adversas ou não, Artur Agostinho adaptava-se e navegava como se tudo estivesse bem. Era seguro e inspirava segurança. Quanto mais difícil fosse o convidado ou entrevistado, mais Artur Agostinho se agigantava fazendo brilhar quem para ele era a única vedeta presente: o convidado.
A vida avançou e fui perdendo o contacto directo com ele, mas não me parece que alguma vez ele tivesse mudado de postura.
Morreu um homem que adorava viver e vivia com alegria.
1 comentário:
A RTP está a transmitir O Leão da Estrela.
Um dos actores que lá representa é Óscar Acúrcio.
Acúrcio era um castiço.
Um dia estava-se a gravar uma publicidade em que o Óscar tinha que debitar um par de frases e a coisa não estava a correr bem porque ele se baralhava.
Alguém sugeriu então usar-se o tele-ponto e ele respondeu "F...-se, era só o que faltava. Cagava um pé todo até ao pescoço se não fosse capaz de meter essas frases nos cornos".
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