Actualizado a 16 de Março 08:00 (actualizações ao fundo).
@15/Março - Tenho pouco tempo, sigam actualizações aqui.
@16 de Março 9:00 - Entretanto, continuando com falta de tempo, continuo sem conseguir tirar a limpo que isótopos compõem a radiação libertada. Fala-se muito mas nada de concreto se diz.
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Cubos de gelo?
"We just had our Air Force assets in Japan transport some really important coolant to one of the nuclear plants," Secretary of State Hillary Clinton announced yesterdayOcorreu um rebentamento (ou explosão) na central. Aparentemente o circuito primário de arrefecimento, onde a água nunca é suposto passar ao estado gasoso (e onde, consequentemente, circula a altíssima pressão e temperatura) rebentou, libertando a nuvem que se vê. [Correcção], a nuvem libertada terá sido resultante da explosão de hidrogénio e oxigénio durante uma manobra de alívio de pressão.
Esse circuito de arrefecimento passa pelo núcleo da central e é bem provável que a libertação de água tenha transportado consigo algum material radioactivo proveniente de algum tubo de combustível nuclear defeituoso.
É preciso saber se o calor que resta no núcleo está ainda a aumentar e a que ritmo. Se estiver a aumentar a situação será crítica a prazo. Se não estiver é necessário saber-se se o calor remanescente é capaz de provocar o rompimento do 'ovo'. Se romper, a coisa será grave. Se não romper, ficará por prejuízo económico.
Quanto à radiação libertada é preciso saber pormenores quanto ao tipo e quantidade de isótopos em causa.
Michio Kaku
Go_dot deixou um excelente link para Morgsatlarge – blogorific.
Outra explicação aqui: Fukushima Nuclear Accident – a simple and accurate explanation.
Entretanto, noutro reactor, terá ocorrido outra explosão de idêntico teor ao do primeiro:
A Al Jazeera anuncia (01:05 de terça-feira) um terceiro estoiro no reactor nº2.
Até que tenha tempo, consultem actualizações aqui (em inglês).
@16 de Março, 8:00
A indicação mais significativa que consegui recolher nas últimas 24 horas indica que os reactores continuam a libertar radiação por substâncias no estado gasoso e/ou de curtíssimo período de decaimento. De outra forma o nível não baixaria com duas cantigas. Tanto quanto sei, se fossem substâncias provenientes do material de fissão a coisa piaria fininho. Para se ter uma ideia das energias em causa, há que ler isto.
7 comentários:
E alguém sabe americano?
Quanto ao nível de tecnicidade dos vídeos é particularmente reveladora a pergunta da entrevistadora quando mete Three Mile Island e Chernobyl no mesmo saco, assim como quem alterna uma dentada entre uma sandes de torresmos e uma num canapé de caviar… Mas não há dúvidas que este é o género de jornalismo que fixa o povo ao ecrã, e o desastre do mar Aral nunca foi sexy.
Uma palavra para o extraordinário povo japonês. Só quebraram perante uma catástrofe natural de dimensões apocalípticas. E o (relativo) reduzido nível de destruição é a consequência de: excelentes escolas, excelente ensino técnico e profissional, excelentes cientistas, excelentes técnicos, excelentes trabalhadores, empreiteiros escrupulosos, leis a sério, tribunais que funcionam, sociedade exigente, cultura de mérito e de exigência, e podia continuar por aí fora. Estão a ver a comparação com Portugal? O engenheiro de fim de semana, as vivendas de azulejos e caixilharias macacas de alumínio, o ensino, a justiça, os maçons, a cunha e compadrio, os licenciados mestres e doutores em tudo e mais alguma coisa (menos no que faz falta e é útil), a infindável classe de comentadores televisivos que sabe de tudo e do que sobrar (especialmente futebol!), presidentes de câmara e amigalhaços empreiteiros, e resto da trampa toda que cá temos… Se houvesse justiça divina, quem merecia levar com uma praga em cima não eram eles, ai não eram não... Valha-nos a N. Sr.ª de Fátima…
Aqui !... “Why I am not worried about Japan’s nuclear reactors”
Uma descrição sumaria da situação para leigos em física nuclear, por um especialista do MIT.
Sem vídeos ;-)
Go_dot,
Esclarecedor, não detectei nenhum erro (embora não seja um especialista), sendo que não é nada fácil escrever um texto como aquele sem recorrer a linguagem muito mais técnica.
Mas sujeitemos a análise respectivas conclusões ao teste de S. Tomé. Com o passar dos dias veremos quem tem razão: os alarmistas (onde pontificam os bispos do global warming e os jornalistas da devassa – como lhes chama o Paco Bandeira) ou os defensores da ciência à «moda antiga» e, evidentemente, o país dos engenheiros formados ao Domingo não tem lugar…
Independentemente disto a ciência e a engenharia japonesa estão indiscutivelmente de parabéns! As suas obras foram sujeitas a testes terríveis e têm resistido, e isso – como ser humano – enche-me de orgulho!!!
;-)
Uma das coisas curiosas que ouvi foi 3 versões de nível de radiação: 1000x, 12x e 8x o normal.
E vá-se agora explicar ao comum mortal que isto, a ser verdade, indica que a coisa não tenha qualquer importância ...
Reparem no décimo primeiro da lista:
http://earthquake.usgs.gov/earthquakes/world/historical_mag_big.php
Dessa mesma lista e deste:
1969 02 28 - Portugal-Morocco area - M 7.8
Lembro-me eu. Tenho ainda umas quantas brechas na minha casa à conta dele. No meu quarto, junto ao tecto, à minha frente, tenho duas.
Pensei que o de 1775 tivesse passado 9.
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