A razão pela qual Sócrates tem pavor da entrada do FMI poderá ser o facto de este ir de certeza desmantelar os negócios ruinosos do Estado e de se acabar a mama de muitos boys. Mais facilmente ele entrega o poder à oposição do que deixar entrar incorruptíveis a fazer a higienização financeira do Estado.
Mas sou eu a conjecturar...
Mas sou eu a conjecturar...
16 comentários:
"Mas sou eu a conjecturar..."
Má língua!
Primeiro, os do FMI não são incorruptíveis.
Depois com o FMI cá, como me conta um amigo grego, quem governa são eles. O Governo é como se não existisse.
O que não impede que se vão metendo umas golpadas.
E é o que interessa ao Passos Coelho, tem outros a governar, lança as culpas para cima do ex-governo do Sócratese e, nos intervalos, vai metendo umas golpadas.
Mas sem Duvida que é muito bem apontado.
Nesta altura do campeonato, ao povo, muito pouco já têm onde cortar....já aos Boyszinhos hum!!
Coomeça a ser mais que evidente.
O Raio não deixa de ter a sua razão também.
O Raio disse: ”...como me conta um amigo grego, quem governa são eles [FMI].”
Melhor para os Gregos...
Nós por cá tb não ficamos atrás, vemo-nos gregos e temos o Sócrates (não por muito mais tempo, felizmente)
"ao povo, muito pouco já têm onde cortar"
Ora, ora, ao meu caro teórico da conspiração, podiam, por exemplo, cortar umas boas toneladas de estultícia, que ainda ficava com os níveis muito acima do comum dos mortais.
Streetwarrior disse: ”ao povo, muito pouco já têm onde cortar.....”
Nos bónus para o povo director de bancos ainda há muito que cortar. E nas decadentes reformas para o povo que se encontra muito perto do poder político…
CdR,
"Nos bónus para o povo director de bancos ainda há muito que cortar. "
Pode cortar tudo que nas contas nada se nota. É gota no oceano.
O bolo da redistribuição financiada por impostos é tão grande que vale quase apenas por si. Só é comparável ao investimento estatal ruinoso, também financiado por impostos e cujos prejuízos são também tapados por impostos.
Rio disse: ”Pode cortar tudo que nas contas nada se nota. É gota no oceano”[bónus para banqueiros].
Eu sei bem que isto representa uma gota no oceano das contas do Estado, mas é um tsunami de mau-exemplo a dar à população, a quem logo a seguir vão pedir para apertar o cinto… E a população, muito compreensivelmente, muito humanamente, vai dizer ao Sócrates e quejandos que vão com a grande puta que os pariu. Ou comem todos ou há moralidade.
CdR:
"
Eu sei bem que isto representa uma gota no oceano das contas do Estado, mas é um tsunami de mau-exemplo a dar à população, a quem logo a seguir vão pedir para apertar o cinto… "
É verdade mas tem um terrível efeito secundário. Resolvido esse mau exemplo a acalmia instala-se nos espíritos e tudo fica na mesma. Novo alarme se estala rapidamente sobre outro par de malandros e a cena repete-se até se reclamar a prisão do arrumador por não passar factura.
Foi anunciada legislação que vai obrigar o homem das castanhas a passar recibo. Não sei se o engraxador está abrangido.
"Ou comem todos ou há moralidade. "
Chama-se a isso um ouroboros.
http://fiel-inimigo.blogspot.com/2010/09/ouroboros.html
Parece-me que a maioria da população ainda não percebeu que o estado não é a árvore das patacas. E ainda não percebeu porque, até aqui, tem sido a árvore das patacas ... à custa do "especulador".
Rio disse: ”Resolvido esse mau exemplo a acalmia instala-se nos espíritos e tudo fica na mesma.”
Não se resolve UM mau exemplo. Deve-se resolver o maior número possível de maus exemplos até RESTAURAR completamente a confiança no aparelho de Estado. Esta é uma das maneiras de fazer com que a população aceite medidas restritivas mas necessárias para a saúde da nossa economia.
De outra forma, como já lhe disse, a população vai fazer um manguito aos políticos, tenham eles boas ou más intenções… Mas há mais duas maneiras: FMI ou ditadura…
CdR,
" Esta é uma das maneiras de fazer com que a população aceite medidas restritivas mas necessárias para a saúde da nossa economia. "
Já passámos esse patamar há muito tempo. Estamos num patamar em que só despedimentos no estado e em massa podem manter (a prazo) o país de pé.
E os investimentos ruinosos terão que ser pagos, a não ser que Portugal queira tornar-se um estado-pária.
Imagine que o CdR está ao pé de um avião, que ele tem as turbinas a funcionar e o CdR lança um balde de pregos para o motor. Pois bem, relativamente à economia o balde foi há muito lançado e assistimos agora à saída, em cacos, das pás da turbina. Já há muito passámos a fase de se saber se a turbina gerava muito ou pouca fuligem. A turbina está em cacos e é preciso substituí-la deixando ir com ela a fuligem.
A coisa está tão preta que a moralização passou para 2º plano. É como quem precisa matar uma avestruz para comer e consegue apenas matar um pardal. Terá que comer até as penas e mesmo assim morrerá à fome.
RioD’oiro disse: ”Já passámos esse patamar há muito tempo. Estamos num patamar em que só despedimentos no estado e em massa podem manter (a prazo) o país de pé.”
A fase não interessa para o caso. Uma coisa são as medidas a tomar (despedimentos, cortes nos salários, reformas aos 80 anos etc) e outra coisa é a propensão da população para aceitar medidas restritivas – que está abaixo de zero…
Mas acredito que a moralização, neste altura do campeonato, já vem tarde. Mas isto é um princípio básico para um melhor funcionamento… Sem isto batatas. Um exemplo. O governo holandês também vai cortar 18 biliões nas despesas do estado, que eu aceito sem pestanejar, convencido que são necessárias. Se vivesse em Portugal, governado por tipos como o Sócrates, aceitava o tanas! Protestaria mais que o PCP e BE juntos…
CdR.
"Mas acredito que a moralização, neste altura do campeonato, já vem tarde."
Infelizmente.
Vejamos a coisa desta forma.
A imoralidade são alfinetes que picam. Picaram, instalaram uma infecção que está à beira da gangrena.
Bom, os alfinetes andam por aí. Mas o busilis é a gangrena.
...
Há numa outra faceta da coisa. Os alfinetes apareceram porque se criou um ambiente que facilitou seu aparecimento. É uma espécie que se caracteriza por 'agoira ou nunca'. Se a gangrena for combatida e os pressupostos forem alterados, os alfinetes dissolvem-se.
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