"Ouço neste blogue e noutros falarem dos muçulmanos como se falou dos Judeus e fico incredulo como é que não se aprendeu com a história da Europa”
Esta frase é de um dos comentadores deste blogue e tenho poucas esperanças de que quem não tem pudor de proferir tal coisa, seja capaz de entender que uma coisa é falar dos muçulmanos enquanto pessoas, outra é falar do islamismo, enquanto doutrina que motiva comportamentos.
Até prova em contrário, os muçulmanos, tal como os alemães e os russos, querem da vida o mesmo que qualquer outro ser humano, mas as doutrinas que em certas epocas os formataram enquanto grupos (islamismo, o nazismo e o comunismo), transformaram gente banalíssima em peças de uma engrenagem monstruosa e genocida.
É nesse sentido que Hannah Arendt fala da banalidade do mal.
Comparar a perseguição aos judeus, assente em falsidades, conjecturas paranóicas e teorias da conspiração, com a denúncia do islamismo, cujas acções são concretas, conhecidas, sangrentas e diárias, é uma obscenidade moral que faz por ignorar que foi abertamente declarada uma jihad em nome do Islão.
Está escrita em vários documentos, é veiculada todos os dias em milhares de mesquitas, ensinada em milhares de madrassas e praticada em todo o mundo, com atentados brutais que já mataram dezenas de milhares de pessoas e esmagam todos os valores que a nossa civilização duramente conquistou.
E sugerir que quem quer que ouse sequer pronunciar-se sobre o Islão, é automaticamente xenófobo, não passa de uma patética tentativa de castração moral, procurando inibir a verbalização da indignação e do desconforto perante uma ameaça concreta e abertamente declarada à nossa cultura, valores, vida e modo de vida.
No estranho mundo lido pelos olhos desta gente, o Islão nada tem a ver com os muçulmanos e o terrorismo islâmico nada tem a ver com os dois primeiros, pelo que qualquer relação com a letra e o espírito do Corão, é basicamente uma alucinação de mentes paranóicas, como a minha, por exemplo.
Em virtude deste “raciocínio”, e como que por magia, os “maus” não são aqueles que fazem a jihad, que apoiam a jihad, que rejubilam com a morte dos “infiéis”, que se fazem explodir no meio de inocentes, que desprezam a “degradante” civilização ocidental, mas nós, os que, feitos alvos, nos limitamos a descrever a ameaça.
Na cabeça da avestruz, o problema só existe se o vir, pelo que fechando os olhos, ele está automaticamente resolvido: o único problema é que tal pirueta não impede que o Corão seja o que é e que o terrorismo islâmico exista de facto.
O único problema é, enfim, a realidade.
O nosso comentarista quer acreditar que a interpretação do Corão que está na base da relação conflitual do Islão com todas as outras religiões e sociedades, é apanágio de apenas alguns fanáticos e não recolhe forte apoio entre um grande número de muçulmanos. Infelizmente a informação existe, entra pelos olhos dentro, as pessoas vêem televisão, lêem jornais, sentem na pele a incomodidade das medidas de segurança, pelo que por muito que se encha a boca com frases floribélicas, a única maneira de afirmar que uma coisa é contrário do que é, resulta , ou de estupidez pura, ou da ingestão de aguardente de gasóleo.
Só alguém nestas circunstâncias acredita que os fundamentos corânicos do terrorismo islâmico são alucinações de “fanáticos” anti-Islão.
A constante e obscena desculpabilização do Islão, é o passo seguinte na degradação moral e intelectual. É ela que permite a alguém afirmar que “ Aqui existiu uma provocação a esta comunidade”
O idiota que escreve uma coisa destas, nem entende sequer que está a reificar um ente colectivo que antes garantia não existir , atribuindo-lhe as características colectivas que antes negou.
O problema da desculpabilização é que o terrorismo islâmico existe mesmo e é de uma espécie completamente nova,sustentada na irredutível e inegociável mundivisão que o Corão transmite.
Este tipo de discurso limita-se mais uma vez a demonstrar que a intolerância que determinadas pessoas exercem relativamente à sua própria sociedade, está na medida inversa da tolerância que manifestam pela barbárie dos outros.
Como dizia Paheco Pereira, “Há um problema com o Islão”, que reside no facto de o Islão ser o que sempre foi e o Ocidente, minado pelo marxismo cultural que se entrincheirou nas universidades, no discurso politicamente correcto e nos media, ter vergonha do seu passado, dos seus valores e da sua História.
O Islão não é pacífico nem avançado, nem tolerante.
O Islão é intrinsecamente violento e essa violência releva não só do Corão mas também das interpretações dominantes que dele se fazem. Esperar-se-ia que as pessoas normais encarassem esta religião como perigosa e criassem anticorpos.
Infelizmente tal não está a acontecer e este padrão repete o que se passou com o comunismo durante quase todo o século XX. A generalidade das pessoas segue a sua vida, razoavelmente inconsciente da magnitude das forças que moldam o seu mundo. Mas os ignorantes convencidos, onde hoje pontifica uma estranha aliança de islamistas e de activistas de esquerda, continuam a asneirar como sempre fizeram.
Para a esquerda "progressista" trata-se apenas de mais uma forma de praticar a idiotia útil e de lutar contra a “sociedade burguesa”.
E assim, por não querer parecer “islamófoba”, agacham-se e tornam-se islamófilos. Os resultados deste suicídio entram-nos todos os dias pelos olhos dentro, através das notícias da Dinamarca, da Holanda, da França, da Alemanha, do Reino Unido, da Espanha, etc.
Muitos europeus “compreendem” o terrorismo suicida islamista e acham, paradoxalmente, que os grandes perigos para a Europa são os judeus e os americanos, tal como há 30 anos achavam que o perigo não vinha da URSS. São conduzidos pelo medo, pelo preconceito, pela necessidade de quererem parecer "tolerantes, em suma, por absoluta, e suicida estupidez
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
56 comentários:
caro Lidador
li este post à pressa pq estou a trabalhar.
no principio do post, o Lidador clarifica, de forma correcta a meu ver, as diferenças entre o Islão e o Islamismo. (ou seja, o islamismo é um processo de radicalização q ocorre no Islão mas que não reduz o islão ao islamismo)
Umas frases depois, afirma que o ISLÃO nunca foi tolerante (ou seja, aqui o sr. assume que o islão e o islamismo são a mesma coisa)
cumps. ezequiel
ps.O que inspira este comentário nada tem que ver com o PC etc. Trata-se apenas de rigor histórico, digamos assim.
Tem razão, meu caro.
Refiro-me sempre ao islamismo.
Que, na prática, é quase a mesma coisa, porque as interpretações "pacíficas" do Islão (sufis, ismaelitas, etc), são quase irrelevantes.
Caro Lidador,
Muito obrigado por tão destacado lugar em que me colocou. E posso-lhe dar os parabéns! Estava longe de pensar que um comentário meu o fizesse finalmente ver a realidade: que os muçulmanos são pessoas. Volto a passar o excerto por ser histórico:
"Até prova em contrário, os muçulmanos, tal como os alemães e os russos, querem da vida o mesmo que qualquer outro ser humano..."
Finalmente, uma lição que custou mais de um ano a aprender mas que agora valeu a pena o esforço.
Outra coisa que lhe tenho de agradecer foi o que escreveu, que não foi mais do que a confirmação do meu comentário por si destacado.
Meu caro Lidador, como os alemães, você:
- descreve um grupo de pessoas como fonte de grandes males:
"...esmagam todos os valores que a nossa civilização duramente conquistou."
- descreve um grupo de pessoas com fundamento na sua religião:
"Esperar-se-ia que as pessoas normais encarassem esta religião como perigosa e criassem anticorpos."
- Descreve conjecturas paranoicas:
"A generalidade das pessoas segue a sua vida, razoavelmente inconsciente da magnitude das forças que moldam o seu mundo."
E o impressionante que na pressa de me criticar não tenha lido a minha frase com alguma atenção: Eu falei na maneira de falar não das perseguições como você escreveu:
Eu - "Ouço neste blogue e noutros falarem dos muçulmanos como se falou dos Judeus..."
Lidador - "Comparar a perseguição aos judeus(...)com a denúncia do islamismo..."
Ora meu caro Lidador, você nunca denunciou nada, você apenas verbaliza o mesmo odio pelos muçulmanos como os nazis (neo ou velhos) verbalizam pelos judeus.
Quer denunciar, então seja claro nas suas análises, distinga as diversas corrente que existem nesta religião...
Denuncie o facto de ao abrigo do receio dos muçulmanos já perdemos bastante a liberdade (no caso dos USA o patriot act, as camaras de vigilância, o vasculhar dos mails, dos telefonemas, etc...), que a censura passou a ser algo que embora cause alguma repugnação já existe (o livro que não foi editado por poder ofender os muçulmanos mas também a escritora que viu os seus livros recolhidos porque poderia ofender as crianças). Mas para si isso não lhe interessa, pois na realidade nunca defende a liberdade a sério, para si os actos são dependentes de quem os faz independentemente de a intenção ser identica.
"É ela que permite a alguém afirmar que “ Aqui existiu uma provocação a esta comunidade”
O idiota que escreve uma coisa destas, nem entende sequer que está a reificar um ente colectivo que antes garantia não existir , atribuindo-lhe as características colectivas que antes negou."
Nunca disse que não existiam comunidades, o que eu digo é que nem todas as comunidades são iguais (a comunidade muçulmana em Portugal é diferente da de Inglaterra), nem todos os individuos de uma comunidade defendem o mesmo.
A diferença é que para si se é muçulmano então é terrorista islâmico. Algo desprovido de qualquer fundamento.
Para finalizar só gostaria que para a próxima quando falar de mim, que ao menos leia o que escrevi sobre o tema que me imputa. Verá que você desconhece minimamente a minha opinião mas, como faz com tudo o resto, arroga-se o direito de determinar o que defendo independentemente da realidade.
Essa correcção é importante e deveria estar presente sempre na sua análise
Se Maomé (MPBUH) não vai à montanha então a montanha vem a Maomé (MPBUH):
"UN rights council passes Islamic resolution on religious defamation (From Herald Tribune)
I could not believe these news, I am yet trying to find the full text of this resolution. But if this is true we just took one step back in terms of freedom of speech. I think that religion is a very sensible subject. It is about our own beliefs and it has a strong emotional component.
But religion is also becoming an excuse to allow behaviour that is not normal, and not aceptable in our society.
I think that defamation is always bad, no matter if it is religious, personal or political. But this is diferent from criticizing. My doubt is if a law can trully sepparate both in this subject. For instance the movie that I posted below is it defamation or criticizing? Or saying that some islamic pratices are bad a critic or a defamation?
For instance "The document, which was put forward by the Organization of the Islamic Conference, "expresses deep concern at attempts to identify Islam with terrorism, violence and human rights violations.""
My question is in this matter: This concern is about our newspappers, some videos or does it extend to Bin Laden and other terrorist leaders? From my point of view this link is more strongly defended by the terrorist themselves when they kill in the name of Allah!
Another example: ""urges states to take actions to prohibit the dissemination ... of racist and xenophobic ideas" and material that would incite to religious hatred."
Does this mean that Bin Laden movies will be banned? Or that some programs (like a lebanese program for kids that promote hate against Jews) are going to end?
One example of what can be misunderstood is: "The pressure to protect religions from defamation has been growing ever since a Danish magazine published caricatures of Muhammad, provoking riots across the Islamic world in 2006 in which dozens of people were killed. The publication of a different caricature in a Swedish newspaper last year again led to protests from Muslims."
I think that the reaction to that cartoons was complete non-sense. I saw all the cartoons, and the truth is that there was no defamation to Islam. I know that Islamic law does not allow representation of Muhhamad (may Peace be Upon Him) but Dannish do not live under Islamic law. And I think this separation has to be clear. For instance Islamic view of whoever eats pig is that it becomes a pig. Should this be considered a defamation of our society? I don't think so, and I am not offended at all when someone said that.
Tollerance and respect is a two way street!"
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"Because freedom of speech must be defended and not be an argument of extreme-right movements to gain power.
I decided to show this movie (from T. Van Gogh) because:
a) Shows a reality that some women go through and must be condemmed by everybody so it won't be repited.
b) Shows how much we have changed in four years."
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"This news (click here) made me think about limits of freedom and multiculturalism. For me it was shocking when I read: “Some Muslim medical students are refusing to attend lectures or answer exam questions on alcohol-related or sexually transmitted diseases because they claim it offends their religious beliefs.”
This is nonsense. If people feel that they can not do some particular part of a job because of religious beliefs then he or she should quit. I don’t know how people feel at ease to even ask if they can complete the course without taking this lectures or exams. But the worst was the fact that “Sainsbury’s is permitting Muslim checkout operators to refuse to handle customers’ alcohol purchases on religious grounds”. This for me is going too far and is extremely dangerous.
First, if someone is so religious to the point that it does not touch a bottle of wine (for example) then it should also be that strong in terms of not working there. It has the choice, but it can not force his beliefs on others. For me it is a lame excuse for not working, nothing more. It has no grounds to support such action, or even allow it in a company.
Second, there are limits to freedom and to the notion of multiculturalism. For me it is not multiculturalism to endorse such actions, not from the company and not for the costumers. It is the promotion of an attitude that it is not in our common values. People shouldn’t forget that we live in a part of the world where discrimination is a crime. Those people are using the “discrimination factor” only in one way. The reality is that by fearing to be viewed as discriminators we are allowing other people to discriminate.
I don’t know where people got the notion that they can wear a Burka on the street (I am against) but they are allowed to refuse to handle customers’ alcohol purchases.
In general the message that we are giving everybody is that is ok to become more radical, to loose values that were so dear to us. I don’t know if it is out of fear or belief in radical multiculturalism but either way is wrong. People should be free to have their religion beliefs but it should be an inner choice and not a social choice. By endorsing this attitudes we are promoting religion to enter the social area, a place that we thought it had left a long time ago.
The only reason that I think this is allowed is because of our eternal pride and belief of our moral superiority. Imagine that you live in a country where you couldn’t buy something because you are homosexual, and it is a common religious belief to be against sexual promiscuity, do you really endorse such an attitude?
I am just sorry that I am not a Sainsbury’s customer. If I was I would stop being as a protest against their acceptance of discrimination of customers. And I really think you should do the same!!!"
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"I have just seen this film (which I strongly recommend) and it was amazing the parallel that you can make with the present time. The plot to few that might not know is:
"A small time thief from Belfast, Gerry Conlon, is falsely implicated in the IRA bombing of a pub that kills several people while he is in London. Bullied by the British police, he and four of his friends are coerced into confessing their guilt. Gerry's father and other relatives in London are also implicated in the crime. He spends 15 years in prison with his father trying to prove his innocence with the help of a British attorney, Gareth Peirce. Based on a true story." (source: IMDB)
Which I found very similar to this old news:
"MAHER ARAR, Subject of Canadian Government Commission Report: I wanted to clear my name. Today, Justice O'Connor has cleared my name and restored my reputation.
JEFFREY BROWN: On Monday, a Canadian government commission report concluded that Arar, a Syrian-born Canadian citizen, was wrongly accused of having ties to terrorism by Canadian officials and improperly taken by U.S. authorities to the Mideast, where he was tortured." (to know more click here)"
OK, it was a different sentence, different number of people implicated and different type of person but is the same irrational reaction to fear from authorities. The first happen 30 years ago, the second a few years ago."
Tem razão, Stran, digam o que disserem, o islamismo é pacífico e infinitamente tolerante.
O facto de os seus praticantes degolarem pessoas, lapidarem mulheres, atirarem aviões contra prédios, fazerem explodir bombas em comboios, creches e autocarros, matarem escritores, cineastas, pessoal de ONG, destruírem ícones de outras religiões (por exemplo, Bamyan), matarem os apóstatas, amputarem e chicotearem os criminosos suspeitos, etc, etc, e tudo isso em nome de Alá, são meros “fait divers” que de modo nenhum alteram a premissa.
Já agora, Lenine cunhou a expressão “idiotas úteis”, para designar aqueles ingénuos que, nas sociedades capitalistas e democráticas, ardendo em aspirações de estratosférica utopia, eram facilmente manipulados e conduzidos à vara pelos activistas comunistas, em actividades contra os seus próprios interesses como cidadãos dos respectivos países, e que favoreciam os interesses soviéticos.
“Idiotas” porque relativamente estúpidos, “úteis” porque a sua estupidez era aproveitável por pessoas mais espertas.
Não se pode confundir um “idiota útil” com um traidor. Embora o “idiota útil” acabe por trair o seu país, não o faz por cálculo racional. É uma simples ovelha, acredita que está a salvar o mundo, vai para onde a conduzem e repete os estribilhos que lhe ensinam, tal como as estúpidas e crédulas ovelhas do “Animal Farm”, de Orwell.
Jon Stewart - a fraca memória do Procurador-Geral Alberto Gonzales
Jon Stewart, do Daily Show, relembra-nos, com humor, os extraordinários argumentos do agora ex-Procurador-Geral dos Estados Unidos, que depôs perante o Comité Judicial do Senado em Agosto de 2007. Entre várias controvérsias e alegações de perjúrio, Alberto Gonzales anunciou depois a sua resignação do cargo em Setembro de 2007. Mas recordemos o seu depoimento no Senado:
Jon Stewart: Na opinião de alguns, o Procurador pecou por alguma falta de franqueza.
Gonzalez: Não me recordo exactamente; não me recordo do conteúdo... ; não tenho qualquer ideia disso; não me recordo de todo; dou voltas à memória... ; senador, não me recordo; Só posso falar do que me recordo; não me recordo de me lembrar... ; havia uma reunião marcada para as 9 horas de 27 de Novembro na minha agenda, mas não me recordo dessa reunião...
Bush: O Procurador-geral apresentou-se perante o Comité e prestou um depoimento muito cândido. Respondendo de forma honesta a todas as perguntas que podia responder e aumentando a confiança que deposito nele para este cargo.
Vídeo (legendado em português) - 4:53m
Já cá faltava a dose de propaganda do camarada Diogo...
obrigado pela resposta, Lidador.
melhores cumprimentos,
ezequiel
Comparar o anti-semitismo à islamofobia? Fantástico!
Vou já a correr ler livros de história, caro Stran. Tenho a certeza que irei encontrar imensos exemplos de cristãos assassinados por judeus, por causa de opiniões contra o judaismo(como aconteceu ao Theo, por causa do Islamismo). Tenho a certeza que irei encontrar, em plena Idade Média, noticias sobre manifestantes judeus furiosos, por causa de cartoons do Moisés. Eia, tenho a certeza que irei encontrar imensas noticias sobre Rabis, nas suas sinagogas, a incitar ao ódio contra os cristãos e a incitar à realização de atentados.
Obrigado, Stran, fez se luz! Afinal o anti-semitismo e a islamofobia são a mesma coisa. Quem diria...
Ai amigo. Sempre com desculpas prontas para as loucuras dos islamitas? Foda-se. Achas bem a lapidação das adúlteras? Achas bem andarem a cortar mãos a alegados ladrões?
Achas bem o valor da mulher, no Islão tradicional, ser a metade do valor de um homem?
És a favor da pena de morte? És a favor do tratamento degradante que é dado aos considerados criminosos, nos paises muçulmanos mais tradicionalistas?
(Atenção, que há, felizmente, excepções. Mas não estou contra estas excepções, estou contra o islamismo fanático e retrogado)
Achas bem esta mistura de politica e religião. Afinal, é isto que queres?
Parabéns Diogo, o Jon Stewart ganhou este ano outra vez o Emmy da Comédia.
"Tem razão, Stran, digam o que disserem, o islamismo é pacífico e infinitamente tolerante."
"Ai amigo. Sempre com desculpas prontas para as loucuras dos islamitas? Foda-se."
Caro Lidador e caro EJSantos,
Se não sabem ingles não é preciso ter vergonha, digam-me que eu traduzo o que escrevi.
É que pelo menos leiam o que escrevi. Já fiz o favor de copiar alguns artigos que escrevi para não terem que ir ao blogue, pelo menos comentem à luz do que está escrito e não fruto da vossa imaginação.
Lidador,
"O facto de os seus praticantes degolarem pessoas, lapidarem mulheres, atirarem aviões contra prédios, fazerem explodir bombas em comboios, creches e autocarros, matarem escritores, cineastas, pessoal de ONG, destruírem ícones de outras religiões (por exemplo, Bamyan), matarem os apóstatas, amputarem e chicotearem os criminosos suspeitos, etc, etc, e tudo isso em nome de Alá, são meros “fait divers” que de modo nenhum alteram a premissa."
Será que os muçulmanos são os unicos que já cometeram crimes em nome de Deus?
Quanto à questão do IDIOTA UTIL, nunca vi uma expressão ser tão bem aplicado a si. Pelo menos se é a favor da liberdade você está a abrir o caminho para que ela não exista no futuro.
Mas pode ser que seja isso que quer e aí pode retirar a palavra "util" à expressão.
O problema consigo é que pelo seu histórico de artigos e de comentários (não só aqui mas também no maquina zero) não entendo que valores é que defende, sempre pensei que prezava a Liberdade, mas tenho que reconhecer que a cada dia que passa desconfio que é apenas um chavão "pop" que utiliza e que não tem qualquer valor para si...
"Comparar o anti-semitismo à islamofobia? Fantástico!"
Por acaso não foi isso que afirmei, mas anti-semitismo e anti-islamismo é na sua base idêntico, só muda o grupo alvo (não comparar com anti regimes teocráticos).
"Tenho a certeza que irei encontrar imensos exemplos de cristãos assassinados por judeus, por causa de opiniões contra o judaismo..."
Jesus Cristo
"Tenho a certeza que irei encontrar, em plena Idade Média, noticias sobre manifestantes judeus furiosos, por causa de cartoons do Moisés. Eia, tenho a certeza que irei encontrar imensas noticias sobre Rabis, nas suas sinagogas, a incitar ao ódio contra os cristãos e a incitar à realização de atentados.
Obrigado, Stran, fez se luz! Afinal o anti-semitismo e a islamofobia são a mesma coisa. Quem diria..."
Por acaso os judeus são normalmente os perseguidos, mas se mudar o foco para cristãos então encontrará muitos exemplos dos que referiu...
"Ai amigo. Sempre com desculpas prontas para as loucuras dos islamitas?"
Não, os que são loucos são loucos e dai cometem "loucuras" como você disse. Não é uma desculpa mas uma razão...
"Foda-se. Achas bem a lapidação das adúlteras?"
Não. Acho mesmo um acto completamente bárbaro.
"Achas bem andarem a cortar mãos a alegados ladrões?"
O mesmo que o anterior. Completamente barbaro.
"Achas bem o valor da mulher, no Islão tradicional, ser a metade do valor de um homem?"
Sendo verdade acho mal e estúpido, aliás sou contra a discriminação homem-mulher e você?
"És a favor da pena de morte?"
Não, ao contrário de alguns escritores deste blogue, nomeadamente, e acho que unicamente, do Lidador.
"És a favor do tratamento degradante que é dado aos considerados criminosos, nos paises muçulmanos mais tradicionalistas?"
Claro que não.
"(Atenção, que há, felizmente, excepções. Mas não estou contra estas excepções, estou contra o islamismo fanático e retrogado)"
Como eu sou contra o Islamismo fanático e retrogado.
"Achas bem esta mistura de politica e religião. Afinal, é isto que queres?"
Não, seja ele de cariz muçulmano, cristão, judeu ou hindu.
Olá Stran. Sim, sei ler Inglês (e bem, modéstia à parte). Só tenho um pequeno problema, neste momento: falta de tempo.
Ontem fui dormir às 2.30h da manha (por causa de um exame muito importante) e hoje acordei às 6.30h para ir trabalhar. Infelizmente o tempo é muito pouco, e tive que correr o texto.
Mas já agora: "Será que os muçulmanos são os unicos que já cometeram crimes em nome de Deus?"
Claro que não. Mas o problema e que, pelo menos aqui no Ocidente, a Igreja já estava domesticada (estava...). Parece-me que isto faz muita diferença.
Pelo que li das suas respostas aos meus comentários (caramba, você é paciente!), parece que, apesar de tudo, ainda concordamos com muita coisa.
Porém (aqui provavelmente discordamos), considero que há um grupo de fanáticos islamitas (e a meu ver um grupo grande, perigoso e muito activo) que declarou guerra ao Ocidente e aos seus valores.
Já agora, quando falo em valores ocidentais, para não me esticar aqui com exposições sobre o que entendo por estes valores, falo nos valores que estão explanados, por exemplo, na Constituição (a nossa, que já estudei, e as Constituições dos restantes Países Membros da UE), na Declaração Universal dos Direitos do Homem (que não estudei na Faculdade, mas li).
Um aberaço
Ups, queria dizer "abraço"...
Angela Merkel, após visita à Turquia, observou que na Turquia vê-se menos mulheres cobertas com lenços (perdoem-me, mas não me recordo dos nomes das vestes femininas tradicionais muçulmanas) do que na Alemanha.
O que vai na tola das muçulmanas na Europa?
EJSantos,
Antes demais boa sorte para os exames.
"Mas o problema e que, pelo menos aqui no Ocidente, a Igreja já estava domesticada (estava...). Parece-me que isto faz muita diferença."
O "estava" é exactamente para mim um grande problema e que a curto prazo se pode revelar bem maior do que os muçulmanos fanáticos...
"Porém (aqui provavelmente discordamos), considero que há um grupo de fanáticos islamitas (e a meu ver um grupo grande, perigoso e muito activo) que declarou guerra ao Ocidente e aos seus valores"
Também concordo consigo, mas definiu bem o problema ("grupo de fanáticos islamitas) e não criou a noção de que todos os muçulmanos são assim, e isso faz toda a diferença.
"O que vai na tola das muçulmanas na Europa?"
É uma forma de afirmação de identidade própria, um pouco como ter os cabelos compridos na nossa adolescência...
Como dizia Paheco Pereira, “Há um problema com o Islão”, que reside no facto de o Islão ser o que sempre foi e o Ocidente, minado pelo marxismo cultural que se entrincheirou nas universidades, no discurso politicamente correcto e nos media, ter vergonha do seu passado, dos seus valores e da sua História.
O Islão não é pacífico nem avançado, nem tolerante.
O Islão é intrinsecamente violento e essa violência releva não só do Corão mas também das interpretações dominantes que dele se fazem. Esperar-se-ia que as pessoas normais encarassem esta religião como perigosa e criassem anticorpos.
Meu caro Lidador,
só agora tive oportunidade de ler este post com algum tempo.
Só tenho uma palavra para lhe dizer.
Que grande treta.
Não há um único académico respeitável - nem mesmo o notável Bernard Lewis - que subscreva esta sequência de "teses" e "argumentos" absurdos que o sr publica aqui. O que é que isto lhe diz? Que os investigadores ocidentais que dedicaram vidas ao estudo do Islão...são estúpidos e cegos!!
Cita Pacheco Pereira, o eterno diletante que, presumo, sabe tanto do mundo islâmico como sabe de direito constitucional, de política estrangeira e dos padrões reprodutivos dos lamas....
“Há um problema com o Islão”, que reside no facto de o Islão ser o que sempre foi..."
É assim e pronto. Uma cultura de + de 1 bilião de pessoas. resumida ..."opá, o Islaão é aquilo que sempre foi..."
Este seu raciocínio, além de errado, é quase tão perigoso como os raciocínios dos fanáticos que critica. Ofusca pela via da generalização. Cega-nos.
Melhores cumprimentos,
ezequiel
a palavrA era
BULLOCKS
(alterei depois)
ezequiel
http://www.foreignaffairs.org/20020501faessay8064/james-p-piscatori/the-turmoil-within.html?mode=print
"Que os investigadores ocidentais que dedicaram vidas ao estudo do Islão...são estúpidos e cegos!! "
Exactamente.
Algum deles descobriu que até o próprio símbolo do islão é um símbolo roubado?
Algum deles descobriu que no islão, só satanás anda à solta, só satanás fala e tem liberdade de movimentos?
Algum deles descobriu que o islão sem maldade, não é islão, não existe.
Algum deles descobriu que maomé foi muito oportunista e que o islão continuou com esse método?
Algum deles descobriu que maomé foi muito hábil a enganar, e que o islão continuou com esse método?
Algum deles descobriu que maomé nada escreveu ou assinou, nem uma só letra, porque não o quis fazer?
...
Isto são formas simples de dizer as coisas, mas também se podem explicar ao pormenor.
"Uma cultura de + de 1 bilião de pessoas"
Uma cultura ou uma anti cultura?
O islão só existe roubando, parasitando e destruindo tudo e todos, até os próprios.
No islão tudo é problema.
O escrever, o pensar, o dizer, o comer, o investigar, o desenhar, o criticar, o cagar, o limpar o cu, o f....., o viver, o conviver e por aí fora.
Quando entregue a si próprio o islão é o autêntico descalabro.
Mas que é muito hábil a desculpar-se, a justificar-se e a enganar, lá isso é.
"Não há um único académico respeitável - nem mesmo o notável Bernard Lewis - que subscreva esta sequência de "teses" e "argumentos" absurdos que o sr publica aqui. "
Pelo contrário, caro Ezequiel. São bastantes os académicos que têm esta opinião do Islão.
Claro que não sei se o seu conceito de "responsável" é igual ao meu, mas assim a voo de ave, posso indicar-lhe alguns, a meu ver respeitáveis, que vão por aqui:
Pacheco Pereira (apesar de você não gostar dele, é provavelmente um dos nossos melhores intelectuais, com uma cultura vasta que, noutros tempos, seria apelidado de "sábio")
Fukuyama ( no seu livro mais emblemático, tem um capítulo dedicado ao islamismo, que lhe aconselho a ler).
Robert Redeker, Bernard Lewis (contrariamente ao que afirma, tem opiniões bem fortes sobre o perigo islâmico...na verdade foi ele que profetizou a islamização da Europa, a médio/longo prazo)
Paulo Tunhas, Fernando Gil, Maria do Céu Pinto ( autora de uma notável obra publicada pela Gulbenkian "Infiéis na terra do islão..."), Adelino Torres, Samir Amin, Huntington, Bernard Henri Levy, Alain Bauer, Roger Scruton, Jason Burke, etc.
Na verdade,e pelo contrário, eu não conheço nenhum académico responsável que não ache que há um problema com o Islão.
De resto, basta que o meu amigo olhe à sua volta para perceber que há de facto um problema com o Islão.
Se você acha que não tem a ver com aquilo que está no Corão e do modo como é predominantemente interpretado, então tem a ver com quê?
Com a côr verde? Com o anticiclone dos Açores?
"Se você acha que não tem a ver com aquilo que está no Corão e do modo como é predominantemente interpretado..."
O problema reside no Livro ou na interpretação?
Decida-se...
"O problema reside no Livro ou na interpretação?"
Em palavras simples.
O problema é alá que é coisa má.
maomé nem sequer deixou o corão.
O corão só foi feito pelos califas, porque tiveram a necessidade de se justificarem.
E só há uma suposta versão, porque os califas eram ditadores.
O que basicamente maomé deixou, foi um processo dinâmico de defender, justificar e fazer o mal, e sentirem-se bem por isso.
Esse processo ainda hoje continua.
Muitas vezes não querem saber nem do corão, nem de maomé, nem de alá, para nada nem coisa nenhuma.
O que querem é usar um qualquer argumento que lhes dê proveito.
Mesmo que esse argumento seja contra o próprio islão.
Para eles, não importa se é da esquerda, da direita ou dos extremos.
Interessa é que de alguma forma lhes dê a ilusão do lucro e do poder.
"O problema reside no Livro ou na interpretação?"
Ambos. No livro, particularmente os chamados "versículos da espada".
E nas interpretações dominantes.
Tal como o marxismo: no Das Kapital e Manifesto Comunista. E nas interpretações dominantes.
Não é um "ou". É um "e".
Conjunção. Não disjunção.
Ah, e o Corão não é "um livro qualquer". Quem o compara à Bíblia ou a outros livros "sagrados", como se fossem equivalentes, comete logo um erro.
Porque o Corão é incriado, tem estatuto divino, é fonte de direito, é basicamente uma Constituição e não é admissível a ninguém, sob pena capital, tratá-lo ou lê-lo sem o respeito devido a Deus.
É decorado, não explicado ou analisado.
E só as partes menos claras ou omissas, são susceptíveis de "interpretação", pela remissão à sunna, a tradição do Profeta, isto é, ao modo como o profeta fez (ou consta que fez).
"Porque o Corão é incriado, tem estatuto divino, é fonte de direito, é basicamente uma Constituição e não é admissível a ninguém, sob pena capital, tratá-lo ou lê-lo sem o respeito devido a Deus.
É decorado, não explicado ou analisado.
E só as partes menos claras ou omissas, são susceptíveis de "interpretação", pela remissão à sunna, a tradição do Profeta, isto é, ao modo como o profeta fez (ou consta que fez)."
Comparação infeliz, a Biblia também é "tem estatuto divino, é fonte de direito, é basicamente uma Constituição...", para ver isso leia a secção dos 10 mandamentos...
"Não é um "ou". É um "e".
Conjunção. Não disjunção."
Ou seja o problema é que existe um livro que foi escrito à mais de 1500 anos e que ainda existe hoje quem o leia com os mesmos olhos de à 1500 anos correcto?
"a Biblia também é "tem estatuto divino, é fonte de direito, é basicamente uma Constituição...", para ver isso leia a secção dos 10 mandamentos"
Não, meu caro, a bíblia (a tora e outros livros de outras religiões) não tem estatuto divino e o problema é exactamente esse.
Todos esses livros fazem injunções e relatos que chocam a moral e os valores contemporâneos, e isso acontece tb com os Lusíadas, a Mensagem, os livros de Stephen King, etc.
Mas, ao contrário do Corão, nenhum destes livros é LEI para qq sociedade e muito menos a referência única e absoluta em termos de conduta moral e social.
A Bíblia ou a Tora, não são impenetráveis à interpretação, pelo contrário, são constantemente inetrpretados sob os mais variados ângulos de análise. Não é "pecado" fazê-lo.
Mas a interpretação do Corão à luz da evolução do conhecimento foi banida logo no início do séc IV da Hégira, quando os ulemas encerraram as “portas do Ijtihad”, decretando que tudo o que havia a saber estava no Corão e nos hadiths, e rejeitando os conhecimentos helénicos, por incompatíveis com o Livro
Quanto aos outros livros "sagrados", se há pessoas que os usam como norma de conduta, fazem-no no espirito do tempo, condicionados pelas normas das sociedades em que vivem e segundo interpretações exclusivistas e não revolucionárias
E são apenas repositórios de uma Revelação, não são "A Revelação".O importante para os prosélitos destas religiões não é o hardware, mas sim o software. Podem perfeitamente usar a bíblia para meter debaixo da perna da mesa.
O Corão é diferente . Como disse é um livro "incriado", o objevto em si tem estatudo de Deus, e por isso não pode ser dessacralizado.
É fonte de direito, é compulsivo, é literal e é a derradeira referência em termos morais, sociais e políticos, para centenas de milhões de pessoas, muitas das quais instaladas já no seio da Europa. E que anseiam por a mudar como é natural.
O problema de muita gente é que não conseguem deixar de olhar para o Islão a partir do edifício mental ocidenta, como "mais uma religião como as outras", e o Corão, "mais um livro como os outros".
É por isso que equiparam coisas que não são iguais, apesar de a realidade que todos os dias lhe entre pelos olhos, lhe mostrar que há ALGO que não é igual.
É verdade que para mim, por exemplo, o Corão e a Bíblia estão na mesma prateleira e trato-os com o mesmo "respeito" com que trato os livros John Grisham ou outro.
Mas para os muçulmanos, não são iguais e o problema está exactamente aí.
E esse é que é o problema que a visão egotista não alcança.
"o problema é que existe um livro que foi escrito à mais de 1500 anos e que ainda existe hoje quem o leia com os mesmos olhos de à 1500 anos correcto"
"Há", do verbo haver.
E sim esse é o problema, porque aqueles que o olham comos mesmos olhos de há 1500 anos, são esmagadoramente maioritários e é essa visão que empurra a generalidade do mundo muçulmano para o beco onde se encontra.
De resto, o salafismo é mesmo isso (e pode ler neste blogue as ideias principais de Qutb, Al Banna e Maududi), o regresso à pureza dos ensinamentos do profeta, ou seja, aos conceitos de há 1400 anos.
O islamismo tem pois uma agenda própria e já a tem desde há mais de meio século, desde a Irmandade Muçulmana, responsável pela ideia salafista de recriar a glória do Califado sobre uma Umma universal.
Podemos achar isso risível. Mas os nazis tb perseguiam o Reich dos Mil Anos e os comunistas o fim da dialética.
Meu caro,
O problema do racismo da Europa não é a Europa...
O problema do fundamentalismo religioso nos EUA não é a América
E o problema do Islamismo (que está em crescendo, é vero) não é o Islão sensu stricto
Poderá dizer que existem poderosas forças culturais que contribuem para a radicalização (Islamismo)...com toda a razão, pois estas coisas não surgem num vácuo cultural...
No entanto, reduzir uma imensa cultura a um dos seus aspectos é, a meu ver, um erro crasso.
Dos autores que menciona, apenas dois ou três podem ser considerados especialistas. Os outros são brincalhões. (Roger Scruton, Henry-Levy etc)
Afirmar que o Islão (e foi esta a tese que eu questionei) é o que sempre foi parece-me uma distorção flagrante...B Lewis (jason Burke e MC Pinto) nunca defendeu (defenderam) a ideia de que o Islão é uma entidade cultural imutável, ou seja, imune à mudança.
B Lewis não culpa o "Islão" desta forma. Aliás, nunca o li ou ouvi a responsabilizar o "Islão" DESTA forma.
Já percebi que o Sr. gosta de simplificar. Nada a fazer.
Afirmar que x ocorre numa determinada cultura não é o mesmo que afirmar que x= cultura. São considerações elementares que o Sr. ignora.
cumps, ezequiel
”Podem perfeitamente usar a bíblia para meter debaixo da perna da mesa.”
Lidador,
Esta está muito boa e também é grosso modo verdade, mas o nosso amigo comum, o do tintol alentejano, tem uma história fantástica e muito verídica da sua juventude passada em Marrocos com um Al Corão.
Pelo seu lado faça pressão sobre ele para ver se ele se decide a pôr a coisa em papel HTML. Rima e bate certo.
"o problema do Islamismo (que está em crescendo, é vero) não é o Islão sensu stricto"
Chiça o que quer dizer com isso? O problema do islamismo não é o islão? Claro que não. O problema do islamismo não é o dar-al-islam, mas o dar-al-harb.
E eu e você fazemos parte desse "problema"
Agora se o que pretende é dizer que não há nenhuma relação entre islamismo e islão, então tenho a certeza de que vive numa galáxia distante e não nesta onde está o sistema solar.
Dizer que islamismo não tem relação com islão, é o mesmo que dzer que cristianismo e catolicismo são coisas que não têm nenhuma relação uma com a outra, ou que o chouriço nada tem a ver com o porco.
" pois estas coisas não surgem num vácuo cultural..."
Ah, afinal parece que há qualquer coisa a relacionar islão com islamismo. "Poderosas forças culturais", chama-lhe o meu amigo.
E isso é concretamente o quê?
O nazismo tb era uma "poderosa força cultural" sem nenhuma relação com o Mein Kampf e o marxismo?
E comunismo, tb ?
Essa das "poderosas forças culturais", faz lembrar o éter que no séc XIX explicava uma série de coisas, apesar de nunca ningu+em lhe ter posto a vista em cima.
"reduzir uma imensa cultura a um dos seus aspectos é, a meu ver, um erro crasso."
Acha que o islamismo é apenas um dos aspectos da civilização islâmica, a par talvez do cuscuz e do albornoz marroquino?
Chiça, é o aspecto principal, é aquilo que define essa civilização, é a sua fonte identitária, é a sua base jurídica, política e moral.
Apenas um aspecto, hem?
Inacreditável!
"Dos autores que menciona, apenas dois ou três podem ser considerados especialistas."
Ignorava que era o ezequiel que detinha o carimbo definitivo para catalogar quem é especialista e quem é "brincalhão".
Já agora, quem o nomeou supremo catalogador do reino? Acha mesmo que a sua opinião é o critério ultimo?
"Os outros são brincalhões. (Roger Scruton, Henry-Levy etc)"
Notável. Chamar "brincalhões" a dois dos mais cotados pensadores do nosso tempo, faz-me pensar do luxo que deve ser o seu caixote do lixo.
"Afirmar que o Islão (e foi esta a tese que eu questionei) é o que sempre foi parece-me uma distorção flagrante"
Meu caro, as portas do Itijahd foram fechadas há 1400 anos. Se não sabe o que isto significa, então lamento, mas ignora completamente o assunto sobre o qual se pronuncia.
"...B Lewis (jason Burke e MC Pinto) nunca defendeu (defenderam) a ideia de que o Islão é uma entidade cultural imutável, ou seja, imune à mudança."
Maria do Céu Pinto: "a lei islâmica não é o resultado de um processo, mas sim de uma revelação divina"
Ora meu caro, a revelação é a revelação, não evolui, não tem processo. Por definição!
Salman Rushdie (citado no livro de MCéu Pinto): "Se isto (violência, intolerânxcia e terrorismo) nada tem a ver com o Islão, como se explicam as manifestações em todo o mundo para apoiar Bin Laden e a Al Qaeda"
"Aliás, nunca o li ou ouvi a responsabilizar o "Islão" DESTA forma."
Leia por favor, uma obra factual: "Quem matou Daniel Pearl?"
BHL fala certamente da "outra face do Islão", mas tb lá está e essa é a ideia que ressalta, que "para nós é uma honra sacrificar um filho pela jihad"...está escrito no Corão que uma família que oferece um mártir a Alá recebe automaticamente a proposta de dispor de 60 lugares no paraíso".
Isto é o Islão, meu caro. O apelo á jihad e a promessa divina, àqueles que morrem nela. É uma ideologia poderosa, que estimula a agressão.
De resto, foi dessa maneira que o islão se expandiu...de cimitarra em punho. Maomé era ele mesmo um chefe militar.
Onde està por exemplo o norte de Africa que no tempo dos romanos era completamente cristianizada?
Desapareceu?
Onde está o Reino do Mali? Os berberes?
"Afirmar que x ocorre numa determinada cultura não é o mesmo que afirmar que x= cultura"
POis não, nem tal afirmo. O que afirmo, e o desafio a desmentir éque o islamismo cresce no caldo de cultura islâmico , a civilização islâmica é consituida pelos restos de um império fracassado e o terrorismo que dele emana é levado a cabo pelos seus últimos soldados desesperados, que alimentam o sonho irredentista de um mundo em que um novo Saladino venha novamente empurrar os “cruzados” e os “judeus” para o mar.
No fundo, um regresso ao passado, tentando reencontrar a protecção do útero.
Acha isto "simplista"?
Será que o Lidador algum dia escreverá assim, ou subescreverá estas frases:
"I am firmly convinced that Iran and Siria, and above all their Muslim rulers from behind the scenes, plan an even more grotesque intensification of what they did before if they succeed once more in overcoming us. (...)
It may be that there is still some stupid fool or another on our side who, because he is so dumb, thinks himself smart enough to believe that such monstrosities are only the result of overheated Islamic war fantasies. I must admit I lack the ability to believe that.
It is enough for me that our people fell prey to it (terrorism attacks) once before. No one in the western world wants a repetition of that dark chapter.
I prefer to trust Western weapons rather than Muslim promises. I am convinced that Sheik Saleh al-Lihedan, not Sheik Hazim Awad, is speaking the truth. (...) In any event, I do not want to see history repeat itself for the western people. I am persuaded that that would mean its end.
I (...)do think it is my duty to at least make our people aware of their intentions. It is good when one knows not only will happen if one wins, but also what will happen if one loses. That does not make one a coward, but rather courageous.
I can only be thankful to those Muslim circles who betray so openly and plainly their intentions. They do much of the work for me. I do not need to remind us of what happened at 09/11. The Muslims are kind enough to tell us frankly and openly what they plan to do to us should Western stupidity enable them, contrary to all expectations, to win once again."
Eu não disse que não há qualquer relação entre o islamismo e o islão. Fui muito explicito quando afirmei que estas coisas não surgem num “vácuo cultural.” Está tentar manipular o que eu disse. O catolicismo é uma versão do Cristianismo. E, obviamente, o catolicismo não representa o todo a que chamamos de Cristianismo. Esta é a forma correcta de colocar as coisas.
Eu escrevi que o islamismo é um aspecto crucial, ou melhor, um processo crucial que ocorre no Islão. Não subestimei a sua importância nem o desenraizei das suas origens. Existem muitos outros aspectos ou processos culturais relevantes como a participação de islâmicos em processos eleitorais (Iraque), a relutante mas crescente incorporação das mulheres em práticas nunca dantes abertas ao sexo feminino, os fervorosos debates em torno da INTERPRETAÇÃO das revelações, a proibição do suicídio, os debates intensos acerca da interpretação das premissas que justificam a jihad-assunto q divide os Ulemas consagrados dos “revisionistas jihadistas” (Zawari, Qtub etc). Aliás, como deve saber, presentemente estamos a assistir a uma luta implacável entre duas Interpretações do Corao…uma luta decisiva, para todos nós.
Meu caro, mais uma vez revela a sua Chico espertice: Maria do Céu Pinto: "a lei islâmica não é o resultado de um processo, mas sim de uma revelação divina"
O que a Sra. Professora pretendia exprimir com esta excelente frase não é a imutabilidade do Islão nem a impossibilidade da interpretação da mesma. Ela está a falar da lei islâmica que, de facto, não foi constituída por um processo interpretativo conjunto. O que é verdade, obviamente. No entanto, afirmar que a lei não resultou de um processo não quer dizer que a lei não seja interpretada. Esta é a função dos ulemas, não obstante a crescente dogmatização dos mesmos, em grande parte patrocinada e incentivada por regimes que exercem o proselitismo sob a capa da clandestinidade.
Aconselho-lhe a escrever à sra Professora M C Pinto a solicitar uma clarificação. Estou mesmo quase a faze-lo por si. Só para satisfazer a minha curiosidade infantil.
O Corao está presentemente a ser interpretado. Este é um facto inegável. Isto está tão tão tão bem documentado que nem sequer vale a pena labor de point. Mas, se desjar, apresento-lhe provas. Mas como começo a ter pena de si, poupo-lhe, por ora.
Ninguém me nomeou o supremo catalogador. É apenas a minha opinião. Julgo que tenho o direito de catalogar as minhas preferências e de as exprimir publicamente. O Sr Henry Levi é um filosofo. O sr Roger Scruton é uma fraude. Nenhum deles é um “orientalista.” É melhor cingir-se ao Bernard Lewis e à sra MC Pinto, que fica em boa companhia. Posso estar errado. Obviamente. Ser-se especialista numa determinada área requer uma vida de trabalho. O sr Scruton e companhia escrevem hoje sobre o islamismo, amanhã sobre a cultura pop e depois de amanhã sobre a degeneração moral das nossas sociedades. Muito superficial, não acha? Eu acho. Eu sou um pouco mais old school. Não sei jogar futebol mas sei o que é um grande jogador da bola quando o vejo jogar.
O Islão tem uma dimensão imperial, agressiva. Nunca contestei isto. Em muitas partes do mundo islâmico esta é, hoje, a dimensão preponderante. Está sobejamente documentada. Mais uma vez, ou não percebeu o que eu queria dizer ou eu não me expliquei muito bem.
Mas, se persistir nesta sua cruzada de libertação, concluo com esta pergunta: Onde estão os 6 milhões de Judeus brutalmente assassinados pela EUROPA?
E, claro, acho a sua posição simplista. Simplista ao ponto de a considerar perigosa, como já disse.
Concluo aqui a minha participação nesta conversa. Sabe porquê? Porque acabei de receber um livrinho que há muito tenciono ler.
A forma como o Sr reitera continuamente os seus argumentos irrita-me. Faz-me lembrar o fervor dos fanáticos que eu detesto.
Melhores cumprimentos,
ezequiel
E este Islão....?
http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/hardtalk/6148652.stm
Escreva tb ao Sr. Professor Bernard Lewis.
Garanto-lhe que responderá.
“Eu não disse que não há qualquer relação entre o islamismo e o islão.”
Não, o que você disse é que “o problema do Islamismo não é o Islão”.
Para mim, que não alcanço as subtilezas do double speech, isto parece como dizer que o nazismo não foi problema dos alemães.
“Fui muito explicito quando afirmei que estas coisas não surgem num “vácuo cultural.”
Ou seja, diz uma coisa e sugere o seu contrário. Ou se trata de falácia deliberada ou de incapacidade para firmar um raciocínio.
“Eu escrevi que o islamismo é um aspecto crucial, ou melhor, um processo crucial que ocorre no Islão.”
Não escreveu nada disso.O que você escreveu foi que “ reduzir uma imensa cultura a um dos seus aspectos é, a meu ver, um erro crasso”. Como se fosse APENAS um dos seus aspectos. Na minha réplica eu é que lhe disse que é o aspecto fundamental, e ainda bem que você já concorda.
“Não subestimei a sua importância”
Subestimou sim. Aliás todo o seu texto é uma tentativa esquizofrénica de desligar o Islão (bom) do islamismo (mau).
“ estamos a assistir a uma luta implacável entre duas Interpretações do Corao…uma luta decisiva, para todos nós. “
Decisiva para nós porquê? Não entende que ao assumir esta posição com toda a naturalidade, sem que a indignação o faça saltar, está a aceitar um estatuto de dhimmitude? A fazer o seu futuro refém, não das suas acções e da sua cultura e civilização, mas do debate interno de uma cultura retrógrada? Não percebe que está a entrar num debate que não é seu?
A diferença entre nós é que eu olho para o Islão como uma civilização que nos confronta e confronta-nos desde que nasceu. As suas pontas já estiveram perto de Paris e em Viena. Interessa-me conhecê-la, na mesma medida em que me interessa conhecer as características de um adversário.
Você não pode desconhecer a agressividade dos islamistas, o facto de nós sermos o alvo declarado da sua retórica e das suas acções, pelo que somos, não pelo que fazemos, e mesmo assim, fala por cima, recusa-se a compreender a posição do agredido e embarca na desculpabilização do agressor e da barbárie.
Como aqueles que perante um crime, ignoram a vítima e se desdobram na justificação do agressor.
“O que a Sra. Professora pretendia exprimir com esta excelente frase não é a imutabilidade do Islão nem a impossibilidade da interpretação da mesma. “
Você não sabe o que ela “pretendia exprimir”. Você sabe apenas o que ela expressou. Tudo o mais são especulações suas, tentativas patéticas de torcer as palavas de outrem para as adaptar às suas crenças.
É desonesto falar por cima. Mas é o que fazem todos os desculpadores do Islão e das suas manifestações mais exóticas. Se por exemplo, Amadinejah afirma que quer varrer Israel do mapa, logo uma legião de tontinhos se apressa a “interpretar”, a garantir que não era bem isso que ele queria exprimir.
Porra, pá, quando Hitler escreveu que queria acabar com os judeus, queria exactamente isso. E certamente houve na altura pessoas como você, que se apressaram a “interpretar” e a “contextualizar” e a “compreender” e a garantir que o nazismo estava em processo de evolução e havia coisas boas, e patati patatá.
Essa incapacidade de reconhecer o mal, é a marca suicida de uma certa esquerda.
“O sr Roger Scruton é uma fraude.”
Sem comentários! Ou melhor, talvez as suas próprias palavras sirvam melhor “Posso estar errado. Obviamente”
“Ser-se especialista numa determinada área requer uma vida de trabalho. “
Leonard da Vinci que o diga. Tem a certeza que é de “especialistas” que o assunto precisa? Ou antes de de sábios, pessoas capazes de sair das caixas das especializações e ligar assuntos? De abordagens holísticas e sistémicas?
“ Muito superficial, não acha? Eu acho.”
Eu acho que estranho que se orgulhe dos seus handicaps.
" “Onde estão os 6 milhões de Judeus brutalmente assassinados pela EUROPA?”
A EUROPA é uma ideologia? Uma religião? Que confusão é essa? Quem matou os judeus foi uma ideologia. Uma ideologia caraças!
Tal como quem matou milhões de pessoas na Rússia e na China, não foi a Ásia, foi uma ideologia.
O Islão é uma ideologia. Procura ordenar toda a vida individual, desde o berço até à cova, tendo em vista a realização de um bem colectivo supremo (o que aliás é tb uma compulsão socialista)
Pessoas como você, oriundas de uma certa esquerda olham para o Islão a partir do edifício mental ocidental, não parecendo compreender que o Islão é um “todo”, um sistema religioso, social, político e ideológico, um modo de vida que tende a moldar por completo todo o tecido social e toda a vida do indivíduo, fazendo com que seja o Islão a sua identidade predominante. É por isso uma ideologia sistemática e coerente, como o comunismo ou o fascismo, com um código específico de moralidade e uma filosofia de justiça política e social.
É uma ideologia e as ideologias totalitárias matam. Aliás, em boa verdade, o Islão matou mais desde que apareceu do que o próprio Hitler, o qual não teve pudor em reconhecer que “os cristãos são wimps e os muçulmanos são killers." E vai daí formou peo menos uma divisão SS com muçulmanos, que fizeras das suas aos judeus da Europa Oriental.
“Faz-me lembrar o fervor dos fanáticos que eu detesto."
A raiva que o meu caro revela perante uma opinião sustentada que não coincide com a sua mundivisão, diz bem onde está o fanatismo.
Caro Lidador
- vai responder-me à pergunta anterior ou vai continuar a assobiar para o lado?
- "Ou antes de de sábios, pessoas capazes de sair das caixas das especializações e ligar assuntos?"
Se acha isso porque é que não implementa essa abordagem nos seus comentários?
Só por curiosidade, o Scruton não é aquele senhor que era pago pela Japan Tobacco International para escrever artigos favoráveis à indústria, embora nas suas admiráveis colunas se esquecesse de referir esse pequenino conflito de interesses?
Aliás, se bem me lembro, o FT deu-lhe um belo chuto quando isso foi descoberto.
Era esse mesmo.
Um mercenário.
Tal como o nosso Fernando Pessoa, cuja poesia não vale nada porque aceitou fazer uns slogans para a Coca-Cola.
Tá bem abelha. Há-de dizer-nos se trabalha e se, em consequência, se prostitui, vendendo a sua força de trabalho a uma empresa que procura o lucro.
É que se trabalha e se vende, pelo seu "raciocínio", tudo o que diz e escreve é merda. (de facto é, mas não por isso, penso eu de que)
O mais provável é que, enfiado no rótulo de "criptomarxista" ou algo semelhante, deva viver encontado ao omnipresente e omnipotente Estado. De resto, estranho-lhe essa curiosidade.
Acho que não percebeu bem, mas eu clarifico: o Scruton não entrou em anúncios publicitário, que são logo à partida definidos como tal (e mesmo esses obedecem a certas regras). O caríssimo senhor, sábio como é, andava a pronunciar-se sobre os benefícios do tabaco e a tentar denegrir a OMS, sendo curioso que, em tão nobre e científica actividade se esquecesse de referir que estava a ser pago por uma indústria do sector que defendia. Ao invés, surgiria algo como "a philosopher living in England". Mas claro, nas suas sempre inteligentes desingnações, o caro Scruton é um sábio, perfeitamente habilitado a discorrer com autoridade, imparcialidade, isenção e elevado sentido ético sobre qualquer tema.
Olhe meu caro, se está convencido que a sua "ética" é que é a Ética, chega atrasado. Todos os totalitários têm um Robespierre a ronronar dentro do peito, sempre ansiosos por darem aos outros lições sobre virtude.
É espantosa a semelhança da sua discurseta com a de uma beata.
Devia acender-se uma luz de alarme na sua cabeça, mas claro que isso não vai acontecer. Os tontos estão sempre alçados no altar da suprema moralidade a dardejaram raios de virtude sobre os ímpios.
Quanto ao Roger Scruton, imagino que esteja preocupadíssimo com a suas invectivas morais.
OLhe, se quer um conselho, meta a sua moral no cu. Para beatas, já nos bastam as das religiões tradicionais.
Lá vai a fuga em frente de sempre, não é?
Sobre o 'sábio' Scruton é que já não sai muita coisa, ao que parece. E olhe, pelos visto, foi suficientemente grave para lhe acabarem com a coluna.
Mas gostava de o ouvir falar das qualificações do senhor Scruton para discorrer sobre os benefícios do tabaco. O estatuto de "sábio", por si conferido, não o deveria tornar perfeitamente capaz de o fazer?
POis gostaria, mas tem de compreender que me estou nas tintas para os seus gostos.
Se quer comentar o cabelo do Scruton, o seu carácter pecador, a qualidade do tecido das suas calças e por aí, recomendo-lhe a "Hola" lá do Reino Unido.
Se o que lhe interessa é saber o que homem pensa, leia alguma coisa. A obra é vasta e está disponível.
Olhe, comece por exemplo com "O Ocidente e o Resto" que aborda a relação entre o terrorismo islâmico e a Europa.
Prefaciado por João Pereira Coutinho, outro infiel merecedor dos dardos celetiais dos novos cónegos.
Leia, porra e deixe-se de fait divers.
Foi muito lido na anterior Europa de Leste...lá os que resistiam ao socialismo, conhecem bem a sua obra.
Ou seja, encurralado pelas parvoíces que debitou, foge desavergonhadamente e começa a disparar para todos os lados, esperançoso que ninguém repare que já meteu os pés pelas mãos.
Tem alguma coisa para sustentar o estatuto de "sábio" do Scruton ou não? É capaz de explicar a autoridade ou capacidado do senhor para se debruçar sobre os malefícios do tabaco, a partir do estatuto de sábio?
[o Scruton não é aquele senhor que era pago pela Japan Tobacco International ]
Estão todos fichados no rolodex do Pinto. Impressionante!
Tem algo a acrescentar sobre o estatuto de "sábio" do Scruton e sobre a sua capacidade de falar com toda a autoridade e conhecimento sobre os benefícios do tabaco ou vai limita-se às parvoíces do costume?
Caro Lidador
o intento da pergunta era heurístico.
e pelos vistos funcionou.
O islamismo é uma ideologia
O islão é uma cultura
coisas distintas mas não desconexas
quanto ao resto, discordamos, por razões já sobejamente explicitadas.
cumps,
ezequiel
caro Lidador,
engana-se
eu não sou de esquerda.
ezequiel
Caro Lidador.
Eu não estabeleço uma equivalência fácil e simplista entre o Islão-qua-cultura e Islamismo-movimentos-políticos. Não nego que o Islão como cultura, como civilização, não “participa” na constituição de MOVIMENTOS islamitas. O que eu não faço é assimilar, de forma precipitada, uma coisa à outra como se, para o Islão, só fosse possível "produzir" islamitas. Veja lá se percebe o que eu estou a tentar dizer.
Quando disse que o islamismo é um dos aspectos do islão não pretendia subestimar a sua importância. É um dos seus aspectos pela simples razão que uma leitura exclusivamente islamista do Islão não poderá nunca ser uma descrição compreensiva do Islão como cultura. Não neguei que o Islão, como cultura e civilização, encontra-se numa condição quase hermética, fechado sobre si próprio etc (como B Lewis nos ensinou)
“Aliás todo o seu texto é uma tentativa esquizofrénica de desligar o Islão (bom) do islamismo (mau)
Nada disso. O Islão pode ser democratizado. Julgo que não será necessário apresentar aqui inúmeros movimentos islâmicos que anseiam e lutam pela democratização e “liberalização”. Não defendo a tese que estes impulsos predominam na rua árabe. Muito pelo contrario. Aliás, inúmeros estudos demonstram que são os radicais que dominam a rua árabe presentemente (ver Emmanuel Sivan, pdf google). Todavia, a persistência e resiliência destes movimentos incipientes e débeis demonstram que o Islão não é tão homogéneo como o Lidador supõe. Só isto.
Já conversamos antes sobre a tese da dhimititude, de Ben yeor/Gemayel.
É verdade que a cristandade e o Islão confrontam-se desde há muito. Não negaria isto porque seria absurdo. No entanto, há muita gente influente e esclarecida no Islão que não quer um confronto de civilizações. São nestes que eu aposto porque acredito que o deflagrar de um conflito de cariz civilizacional seria desastroso.
Ahmdinejah é detestado por todo o mundo árabe. (e, claro, a fissura entre xiitas e sunitas demonstra que o Islão não é um todo homogéneo) Eu não duvido das hediondas intenções de ahmdinejah nem sou um desculpador do Islão. Apenas tento compreender as nuances da coisa, apesar de não serem muitas.
Quanto ao Scruton, trata-se apenas de uma opinião pessoal. Já li os seus trabalhos mas penso que há outros que fazem muito melhor ( como oakeshott, Mcintyre, por ex.)
O islamismo tal como o nazismo é uma Ideologia que surge numa cultura (nunca neguei esta implicação) Mas, apesar disto, será possível reduzir o Islão a um dos seus aspectos fundamentais (como diz)? Não me parece. Existem outros aspectos que já mencionei aqui. (as disputas em torno da interpretação do corao, por ex.)
A sua tese de que o Islão é uma ideologia é bastante mais ambiciosa. Estará a afirmar que o Islão é = ao islamismo?? Que a cultura política do Islão é necessariamente, inevitavelmente e intrinsecamente contrária à nossa? Então para que serve a distinção que anteriormente aceitou como válida???? (na resposta ao meu primeiro comentário) Esta questão é deveras interessante. Ainda não consegui decidir o que pensar acerca disto, com toda a sinceridade.
Sim, caro Lidador, eu sei que o Himmler criou um divisão de muçulmanos Bósnios.
Eu não sinto raiva por si, meu caro. Respeito-o. Por vezes irrita-me com as suas certezas que me parecem impetuosas. Mas esta é a minha opinião, nada mais. Se fosse fanático nem sequer viria aqui para discutir estes assuntos consigo.
Espero que continuemos estas e outras discussões aqui ou noutros sítios.
A sua opinião é sustentada, sem dúvida. Mas também é um pouco simplista, a meu ver.
Uma nota final: esta nossa conversa explicita teses distintas que já foram amplamente consideradas na vasta literatura do dito orientalismo. (Keppel, Roy, B Lewis, Piscatori, Esposito, etc etc)
Sim, é importante ter uma visão orgânica das coisas. A interdisciplinaridade é de facto muito importante. Mas o charlatanismo não deve ser encorajado, julgo eu.
Melhores cumprimentos,
ezequiel
PS: para que conste, como se tal notificação fosse necessária. Não sou nem me considero um especialista na matéria. Este é um assunto sobre o qual tenho lido alguma coisa. Li os clássicos da área, por assim dizer. Espero não ser mal interpretado.
talvez goste de dar uma vista de olhos aqui:
Com as devidas reticências quanto a métodos "quantitativos", ver abaixo:
http://media.gallup.com/MuslimWestFacts/PDF/GALLUPMUSLIMSTUDIESIslamandDemocracy030607rev.pdf
http://www.isim.nl/files/paper_piscatori.pdf
http://www.isim.nl/files/paper_bayat.pdf
Não pretendo provar nada com estes papers.
É evidente que muitos fanáticos dizem-se democratas porque sabem que seriam eleitos caso a democracia fosse instituída. Ou seja, muitos tem uma visão puramente instrumental da democracia e dos seus procedimentos. Todavia, dá que pensar.
PS: isto ficou muito mal escrito. as minhas desculpas.
"Não nego que o Islão como cultura, como civilização, não “participa” na constituição de MOVIMENTOS islamitas"
É evidente que o Islão-cultura tem um papel fundamental na formação de movimentos Islamitas.
Resta saber COMO?
um bom dia,
ezequiel
Piscatori:
"But this utilitarian explanation provides only part of the picture. Contemporary
Islam is characterised by a fragmentation of authority, a contest over who speaks
for Islam. The religious bureaucracy and official aulama(religious scholars) find
themselves in competition with unofficial or popular religious leaders and preach-
ers, Sufi movements, Islamist groups, and lay intellectuals. All of these and others
claim direct access to Scripture, purport to interpret its contemporary meaning,
and thus effectively question whether any one individual or group has a monopoly
on the sacred—even as they appropriate that right for themselves. The result is, on
the one hand, the radicalisation of Islam, the resorting to violence in an attempt
to outbid one’s Muslim opponents and certify one’s pre-eminent right to speak for
Islam. On the other hand, there is a de factostructural pluralism in this fragmen-
tation."
http://www.carnegieendowment.org/pdf/files/2004-02-17-sivan.pdf
"...há muita gente influente e esclarecida no Islão que não quer um confronto de civilizações. São nestes que eu aposto porque acredito que o deflagrar de um conflito de cariz civilizacional seria desastroso."
Subscrevo 100%
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