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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Caro Ezequiel

Caro Ezequiel.

Você acusa-me de simplismo, na leitura que faço do Islão, e desdobra-se em nuances e complexidades que, a seu ver, impossibilitam opiniões tão taxativas como “Há algo de errado com o Islão”, escrita por Pacheco Pereira (e por Bernard Lewis, by the way).

Não nego que essas complexidades existem e que o Islão não é monolítico. Apenas as acho geralmente irrelevantes para nós, como civilização em choque com a civilização islâmica. A fractura sunismo-xiismo essa sim, tem alguma relevância.
Você parece achar que a chave para a compreensão do fenómeno está na meticulosa análise dessas nuances e que a Verdade está algures no fim desse caminho, como o pote de ouro na extremidade do arco-íris.
Penso que a sua abordagem analítica está errada, pelas mesma razão que marca a impossibilidade de descodificar o significado de D. Quixote, analisando as letras com que é escrito. Se for por esse caminho, desemboca inevitavelmente nas cerca de duas dezenas de letras do alfabeto e não encontra o pote de ouro.
O significado tem de ser procurado num outro nível, que não o da análise meticulosa.
Com o Islão, tem de encontrar também o conveniente nível de análise. A forma de uma floresta, não está inscrita nas rugosidades de uma das suas árvores e se o seu objectivo é conhecer essa forma, tem de se distanciar dos pormenores e ser um especialista em casca de árvore, não o ajuda por ai além.
É como um quadro…a sua beleza não está nos pixéis, mas sim no conjunto e não é necessário conhecer cada pixel para apreciar a pintura. Antes pelo contrário
O que pretendo com estas analogias, é que entenda que aquilo a que você chama “simplismo”, é um deliberado distanciamento dos pormenores que considero irrelevantes no nível de análise em que me tento situar.

Estamos de acordo que é o ventre do Islão que gera o islamismo.
Ora tal “ismo”, não é um mero apêndice maligno, nem uma imaginária “luta de classes” à escala mundial, como parece entender uma certa esquerda formatada nas interpretações marxistas do mundo; não é também o resultado de nenhuma “justa luta”, contra as injustiças e o Bush e o “neoliberalismo”, como argumentam alguns indivíduos mais dados à casuística do seu horizonte imediato; muito menos se trata de uma “reacção” ao “problema palestiniano” e às “atrocidades israelitas”, como garantem os velhos antisemitas e os novos “anti-sionistas”.
Não, não é nada disso, mas sim uma ideologia coerente com uma base intelectual bem definida (Mawdudi, Qutb, Al Banna, etc) que estão para o islamismo, como Marx e Engels para o marxismo.
Por exemplo Sayd Qutb, um dos “pais” filosóficos da Al-Qaeda, encarava a Civilização Ocidental, como um inimigo monolítico, e situava-se num nível de análise bem acima das diferentes visões ideológicas que na altura mapeavam o nosso mundo, tal como o víamos.
Em plena Guerra-Fria, Qutb situava o socialismo comunista e a democracia capitalista liberal no mesmo barco:
Não nos devemos deixar iludir pela aparentemente dura e amarga luta entre os campos oriental e ocidental. São apenas filosofias materialistas da vida e [...] não há diferença entre os seus princípios […]. A verdadeira luta é entre o Islão, por um lado, e […] a força da filosofia materialista professada igualmente pela Europa, América e Rússia “(Sayyid Qutb, Social Justice in Islam, Nova Iorque, Islamic Publications International, 2000,)

E sendo a Civilização Ocidental, essencialmente o sucedâneo da chamada “Cristandade”, Qutb descrevia argutamente as suas fraquezas: “ [O] Cristianismo […] é uma fé individualista, isolacionista e negativa. [...] não tem nenhuma filosofia essencial do presente, da vida prática. Por outro lado, o Islão é perfeitamente praticável em si próprio; tem crenças, leis, e um sistema social e económico que está sob controlo da consciência e da lei [...] e oferece à humanidade uma teoria perfeitamente abrangente do universo, da vida, da humanidade, uma teoria que satisfaz as necessidades intelectuais do homem”.

Portanto, Qutb não tinha dúvidas de que a estreita simbiose entre a vida, a politica e a religião, típica do Islão, é um aspecto fundamental da superioridade islâmica face a outras teorias religiosas e ao secularismo. Uma ideologia de poder!
Westefalia, a separação entre César e Deus, que o Ocidente decantou a ferro e fogo e que está no cerne da nossa organização política, jurídica e social, é considerada um handicap face à superioridade da visão politico-religiosa do Islão.
Pelo seu lado, Mawdudi achava (Sayyid Mawdudi, The Islamic Way of Life, Leicester, The Islamic Foundation,1986) que “A característica mais importante do Islão é que não faz distinção entre o espiritual e o secular. O seu objectivo é configurar quer as vidas individuais quer a sociedade no seu conjunto, de forma a assegurar que o Reino de Alá possa ser efectivamente estabelecido na terra e que a paz e a felicidade, possam preencher o mundo”.
Esta ideia não surge de geração espontânea na cabeça de Mawdudi. Todos os islamistas falam do Islão (e não do islamismo, isso já somos nós a falar por cima) e fundamentam as suas ideias no Corão.
Mawdudi remete para surata do «Arrependimento» (9: 111):“Alá comprou aos crentes as suas almas e as suas riquezas porque lhe pertence o Paraíso: combatem na senda de Alá e matam ou são mortos. É uma promessa d´ Ele [...] Alegrai-vos pelo contrato que com Ele haveis concluído!”
Este versículo descreve o contrato de Alá com o indivíduo. Alá compra a vida e a propriedade dos crentes, em troca da recompensa do Paraíso. Isto significa que tudo pertence a Alá, que do indivíduo pretende apenas a voluntária submissão, condição sinequanon da eterna felicidade.
Quem aceita o contrato é um crente. Quem o recusa é um infiel. Quem o denuncia é um apóstata. Estes últimos devem morrer. Ora o modo de vida islâmico, segundo Mawdudi, abrange a esfera privada e a esfera pública, pelo que a ordem política deverá ser uma clara manifestação da soberania de Deus. O Estado Islâmico!
Sem ele, garantia Mawdudi, o Islão nunca será completamente implementado e tenderá a ser marginalizado. A fé islâmica é assim um processso de busca de uma ordem virtuosa onde a umma, a comunidade dos crentes, se converterá no Hezbollah, partido de Deus, organização da verdadeira fé.«O nosso partido não é um partido de intelectuais ou de missionários religiosos. É um partido de soldados de Deus. Por isso, este partido não tem outra opção se não tomar o controlo político» . (Sayyid Mawdudi, op. cit. ant. pag.13.)

A importância destes autores é enorme. É o seu pensamento que conquista os corações e as mentes da esmagadora maioria dos muçulmanos e o Islão é também isso.
É o Corão, é a praxis e é a grelha mental que estes autores lograram impor.
Podemos lamentar que assim seja, mas não podemos ignorar que é assim.

Você escreve uma frase fantástica (digo-o com ironia) : "...há muita gente influente e esclarecida no Islão que não quer um confronto de civilizações. São nestes que eu aposto porque acredito que o deflagrar de um conflito de cariz civilizacional seria desastroso."

Fantástica porque revela a que ponto a sua análise está contaminada pelos seus desejos.
Mutatis mutandis, diz que há engrenagens no automóvel que rodam em sentido contrário ao do movimento e é nelas que aposta para inverter o sentido do automóvel como um todo.
Porquê? Acredita que elas irão fazer isso?
Não, apenas acredita que se o não fizerem o carro chocará e quer à viva força que a realidade se subordine àquilo em que acredita.

É um pensamento mágico. Vê o carro a caminho do choque, mas recusa o que vê porque não gosta das consequências e deposita as suas esperanças em algumas pequenas rodas dentadas do motor, que rodam ao contrário.
É para mim evidente que esse desejo subjectivo de recusa da catástrofe, não irá alterar um milímetro da realidade.

Por isso, penso que há que olhar para o Islão tal como ele é, e não como desejaríamos que fosse.
Mas o que se está a passar é que, quando o assunto é Islão, uma grande parte do mundo académico, da esquerda, da comunicação social e da política, perde a combatividade, esquece a racionalidade e resguarda-se em atitudes que vão do silêncio respeitoso e comprometido ao apoio entusiástico e militante.
Não se evita um Choque de Civilizações, recusando que ele existe.
A única maneira de o evitar seria a nossa submissão imediata, ou o suicídio colectivo. Como isso não deverá acontecer, temos de nos preparar para o choque, começando por perceber o momento do objecto que vem contra nós.

28 comentários:

Anónimo disse...

Agora voltando a um assunto que você habilmente chutou para canto volto a transcrever o desafio que lhe propus:

"Será que o Lidador algum dia escreverá assim, ou subescreverá estas frases:

"I am firmly convinced that Iran and Siria, and above all their Muslim rulers from behind the scenes, plan an even more grotesque intensification of what they did before if they succeed once more in overcoming us. (...)

It may be that there is still some stupid fool or another on our side who, because he is so dumb, thinks himself smart enough to believe that such monstrosities are only the result of overheated Islamic war fantasies. I must admit I lack the ability to believe that.

It is enough for me that our people fell prey to it (terrorism attacks) once before. No one in the western world wants a repetition of that dark chapter.

I prefer to trust Western weapons rather than Muslim promises. I am convinced that Sheik Saleh al-Lihedan, not Sheik Hazim Awad, is speaking the truth. (...) In any event, I do not want to see history repeat itself for the western people. I am persuaded that that would mean its end.

I (...)do think it is my duty to at least make our people aware of their intentions. It is good when one knows not only will happen if one wins, but also what will happen if one loses. That does not make one a coward, but rather courageous.

I can only be thankful to those Muslim circles who betray so openly and plainly their intentions. They do much of the work for me. I do not need to remind us of what happened at 09/11. The Muslims are kind enough to tell us frankly and openly what they plan to do to us should Western stupidity enable them, contrary to all expectations, to win once again.""

Responde ou perdeu o pio?

Anónimo disse...

Caro Lidador,

Não deixa de ser interessante que você e "Mawdudi" partilhem a mesma crença.

Aliás confiando nas suas palavras e ensinamentos somos levados a concluir que o Islão é uno e com o mesmo objectivo.

Assim, e fazendo um simples exercicio teorico:

Imaginemos que é real o que afirma sobre o Islão. Se assim fosse quando olhassemos para o Mapa mundo o que veriamos era uma enorme mancha que engloba os países desde Marrocos até ao Paquistão como uma unica região, com os mesmos objectivos e unificada.

O problema (a pedra na engrenagem) é a realidade. Verificamos que essa mancha não existe, e que os países têm agendas próprias e diversas e que agem com autonomia um dos outros.

Assim a famosa unicidade do mundo Islamico esbarra com o muro na realidade.

E é neste contexto que julgo interessante que o Lidador e Mawdudi tenham a mesma visão.

Para vós o choque de civilização é inevitável!

E embora compreenda as razões de Mawdudi para subscrever essa tese, afinal se a concretizar aparecerá um enorme espaço uno, com elevados recursos naturais e financeiros, com um elevado armamento e num regime totalitário, regime este em que Mawdudi seria obvio beneficiário, não consigo perceber o seu apoio a esta visão (visão que ainda não é real), consegue-me explicar?

Unknown disse...

"regime este em que Mawdudi seria obvio beneficiário"

Está morto há 30 anos.
Você não sabe do que fala....mas fala.

Anónimo disse...

""regime este em que Mawdudi seria obvio beneficiário"

Está morto há 30 anos.
Você não sabe do que fala....mas fala."

Um erro crasso, é que dá em confiar apenas no que o Lidador escreve. Um erro que não voltarei a cometer e pelo que peço desculpa.

Anónimo disse...

Caro Lidador,

Devo dizer que não esperava honras de headline.

Obrigado pela atenção dispensada.

Concordo com muito do que escreve aqui.

Não com tudo, obviamente, por razões que não tenciono reiterar porque já foram suficientemente explicitadas.

A "sua" tese é respeitável e merece todo o meu respeito apesar de não a subscrever (na totalidade).

Melhores cumprimentos,
ezequiel

Anónimo disse...

só uma nota p.s:

Meu caro, a primeira e mais importante objecção que eu levantei tinha que ver com a ideia peregrina de que o islão " é aquilo que sempre foi" (parafraseando) proferida pelo Sr. Pacheco Pereira.

B Lewis nunca afirmou tal absurdo. Aliás, nenhum orientalista respeitável jamais proferiu tal asneira.

Cumps,
ezequiel

Anónimo disse...

As pessoas são tão boas, e o islão é tão mau, que as pessoas têm dificuldade em acreditar que o seja.

E lá vão usando e criando argumentos mais ou menos desculpantes.

Argumentos esses, que nem o próprio maomé usou.

Unknown disse...

Caro Ezequiel, certamente que tem havido mudanças no Islão, mas não naquilo que importa.

Se um comboio vem contra si, as mudanças que lá dentro fazem nas cortinas e nos assentos, permitem-lhe evidentemente dizer que o comboio está a mudar, que até se move, mas naquilo que lhe interessa não houve mudança.
O comboio vinha contra si e continua a vir.

Com cortinas azuis ou verdes.

Eu falo-lhe dessa imutabiliadde, você responde-me com a mudança da tonalidade das cortinas.
Ambos estamos a falar verdade, mas eu não tenho qq interesse na questão das cortinas.

Anónimo disse...

Lidador,

"Agora voltando a um assunto que você habilmente chutou para canto volto a transcrever o desafio que lhe propus:

"Será que o Lidador algum dia escreverá assim, ou subescreverá estas frases:

"I am firmly convinced that Iran and Siria, and above all their Muslim rulers from behind the scenes, plan an even more grotesque intensification of what they did before if they succeed once more in overcoming us. (...)

It may be that there is still some stupid fool or another on our side who, because he is so dumb, thinks himself smart enough to believe that such monstrosities are only the result of overheated Islamic war fantasies. I must admit I lack the ability to believe that.

It is enough for me that our people fell prey to it (terrorism attacks) once before. No one in the western world wants a repetition of that dark chapter.

I prefer to trust Western weapons rather than Muslim promises. I am convinced that Sheik Saleh al-Lihedan, not Sheik Hazim Awad, is speaking the truth. (...) In any event, I do not want to see history repeat itself for the western people. I am persuaded that that would mean its end.

I (...)do think it is my duty to at least make our people aware of their intentions. It is good when one knows not only will happen if one wins, but also what will happen if one loses. That does not make one a coward, but rather courageous.

I can only be thankful to those Muslim circles who betray so openly and plainly their intentions. They do much of the work for me. I do not need to remind us of what happened at 09/11. The Muslims are kind enough to tell us frankly and openly what they plan to do to us should Western stupidity enable them, contrary to all expectations, to win once again.""

Responde ou perdeu o pio?"

Anónimo disse...

Caro Lidador, muitos parabéns por um dos posts mais brilhantes e fundamentados que já li na Blogosfera. Vou imprimir em letra grande e talvez emoldurar (pelo menos mentalmente é certo que o farei).

Concordo em absoluto com esta visão. Devo dizer que falo àrabe (sem fluência, infelizmente) e que conheço alguns países àrabes, pelo que posso referir a título de exemplo muito elucidativo que por ex. nalguns mercados de rua de Casablanca que visitei vi lá à venda processadores Dual e Quad Core da Intel e cópias do Windows Vista.

O que quer dizer que eles (e quando digo eles refiro-me ao inimigo que são as elites político-corânicas e não o povo, esse coitado se tivesse hipótese de optar e fugir à propaganda contínua e omnipresente e tivesse LIBERDADE (esquerdóides que me lerem, isto diz-vos alguma coisa?)e pudesse optar entre islamismo e cristianismo ou até ateísmo, deixaria o Islão em três tempos)e não são estúpidos nenhuns, pelo contrário, o carro que as elites inimigas conduzem contra nós está muito bem artilhado.

Cumps.,
PL

Anónimo disse...

Caro PL,

"...e não o povo, esse coitado se tivesse hipótese de optar e fugir à propaganda contínua e omnipresente e tivesse LIBERDADE (esquerdóides que me lerem, isto diz-vos alguma coisa?)e pudesse optar entre islamismo e cristianismo ou até ateísmo, deixaria o Islão em três tempos)e não são estúpidos nenhuns..."

Se ler bem os artigos e principalmente os comentários não é essa a visão do lidador...

Anónimo disse...

We agree to disagree.

Simples. Não é o fim do mundo.

cumps
ezequiel

Anónimo disse...

Este Ezequiel é um espanto de coerência, de facto. Primeiro diz que concorda com muito do que o Lidador escreve, por fim diz que "we agree to disagree".

Pois é caro Ezequiel, esta incoerência é típica quer de muitos esquerdóides como o seu caso, mas também de muitos direitóides, pois explique lá aqui à plateia se hoje a Great Britain não está cheia de terroristas islâmicos graças ao multiculturalista (bem intencionado, mas to say the least, ingénuo) do António Blair...

PL

Anónimo disse...

Meu caro PL,

Pode definir "esquerdóides"?

Anónimo disse...

Ah e já agora poder-me-ia dizer quantos "terroristas islâmicos" O UK tem?

(É que dava uma grande ajuda à policia britanica!)

Anónimo disse...

PL

penso que as diferenças entre a minha interpretação e a do Lidador são claras.

Classifica-me de "esquerdoide" sem mais nem menos. Já percebi que para o senhor as classificações precipitadas são tão importantes como as interpretações "monolíticas".

O que é que o sr não percebe?? Ou não será possível considerar numas coisas e discordar noutras? Teria que concordar ou discordar completamente? A coerência não exige concordância absoluta. Esta lógica do either-or é o corolário cognitivo e filosófico do dogmatismo.

Considere os argumentos. O resto são cantigas.

Anónimo disse...

errata: Não será possível concordar numas coisas e discordar noutras?

please, gimme a break!

Anónimo disse...

pela quinquagésima vez: eu NÃO sou um esquerdoide.


Safa. Esta malta é tesa para os rótulos.

Anónimo disse...

pela quinquagésima vez: eu NÃO sou um esquerdoide.


Safa. Esta malta é tesa para os rótulos.

Anónimo disse...

quanto aQtub

não gosto de usar a wiki (qtub), mas não tive pachorra para andar à procura de outras fontes....

"Criticisms

Criticism of Qutb's ideas comes from several, sometimes opposite, directions.
Following the publication of Milestones and the aborted plot against the Nasser government, mainstream Muslims took issue with Qutb's contention that "physical power" and jihad had to be used to overthrow governments, and attack societies, "institutions and traditions" of the Muslim — but according to Qutb jahili — world. [36] The ulema of Al-Azhar University school took the unusual step following his death of putting Sayyid Qutb on their index of heresy, declaring him a "deviant" (munharif). [37]
Reformist Muslims, on the other hand, questioned his understanding of sharia, i.e. that it is not only perfect and complete, but completely accessible to mortals and thus the solution to any of their problems.[38][39] Also criticized is his dismissal of not only all non-Muslim culture, but many centuries of Muslim learning, culture and beauty following the first four caliphs as un-Islamic and thus worthless.[40]
And finally, following the 9/11 attacks, Westerners looking for who and what may have inspired Al-Qaeda discovered Qutb and found many of his ideas not too Western, but too anti-Western. [41] Complaints here include that contrary to what Qutb preaches, neither the Jews nor the West are conspiring against Islam; that the West is neither "evil and corrupt" nor a "rubbish heap;" that an offensive jihad to establish Islamic rule (or "the sovereignty of God and His Lordship") "throughout the world," would be aggression, not liberation; and finally that Qutb's call for the destruction of jahili Muslim governments may have roused terrorist jihadis to attack Western countries, thinking that Western support for these "jahili" governments stands in the way of their elimination.[42][43]
Conservative/puritan criticism went further, condemning Qutb's Islamist/reformist ideas — such as social justice and redistributive economics,[44][45][46] banning of slavery, — as "western" and bid'ah or innovative (innovations to Islam being forbidden ipso facto). They have accused Qutb of amateur scholarship, overuse of ijtihad, and of lack of respect for Islamic traditions, for prophets and for early Muslims."

Unknown disse...

Caro PL, o Blair era mais da 3ª via (para o socialismo).Chamar-lhe "direita", é uma ofensa a Magaret Tacther.

O multiculturalismo que criou o "Londonistão" e faz erguer o espectro da Eurábia, é um invento da esquerda relativista.
É uma forma de racismo, aliás...assenta na incrível noção de que os indivíduos não têm escolhas fora dos cânones da respectiva cultura e que por isso mesmo as diferentes culturas vestes natas e imutáveis perante as quais o juízo se deve abster.

Com uma excepção: a nossa culura,essa sim, alvo de toda a crítica e vergada sobre a imensa culpa de um vago pecado original que leva a que eu seja culpado pelo facto de o meu tetravô ter dado uma espadeirada na mona de um indígena de Calecut, ou por aí.
Se fosse o contrário, não haveria culpa.

Unknown disse...

Caro anónimo da wiki.

Referir que Qutb é criticado por muita gente no mundo muçulmano equivale a menorizar a importância de Marx nas tragédias do séc XX, pelo facto de ter havido gente a criticá-lo, como por exemplo Bastiat.

Muita gente no comboio islâmico preferia estar noutro e critica o maquinista e os carris. Mas os carris estão feitos e o comboio segue em frente com uma inércia do caraças.

Que o senhor do lugar 25, da carrugem 2 está contra?
Sim, e e então?

Anónimo disse...

Meu caro Lidador,

Até quando o seu silêncio?

Melhores Cumprimentos,

Stran

Anónimo disse...

Referir que Qutb é criticado por muita gente no mundo muçulmano equivale a menorizar a importância de Marx nas tragédias do séc XX, pelo facto de ter havido gente a criticá-lo, como por exemplo Bastiat.

Fui eu que deixei isto aqui. (ezequiel)

Lidador, uns dão para as dicotomias, outros para as nuances e outros ainda para as equivalências. Haja uma santa de uma pachorra.

Que porra: O sr ainda não percebeu algo de extraordinariamente elementar. O facto de eu afirmar que Qtub é criticado NÃO significa que eu ignore as movimentações culturais predominantes ou que ignore os condicionalismos culturais ou que desculpabilize seja o que for. É de uma precipitação atroz saltar precipitadamente para esta conclusão.

O facto de Qtub ser-ter sido criticado é RELEVANTE. Demonstra que existem outras possibilidades APESAR de tudo o que foi dito antes.

Do ponto de vista estratégico, por ex. é muito RELEVANTE porque demonstra a existência de uma real ou possível FISSURA que pode ser explorada. Além disso, o facto de ter sido criticado tb demonstra a lógica da implantação socio-cultural do islamismo radical e a sua relação com o poder estatal. Ou seja, NÃO é insignificante ou passível de ser estupidamente negligenciado num paradigma miopico que pretende contemplar apenas a "essência da coisa."

Só isto.

Porra.

Boas tardes,
já não tenho pachorra para isto.
Há muita certeza fervorosa por aqui.


Passem bem, continuem as Vossas investigações.

ezequiel

Anónimo disse...

É de uma precipitação atroz saltar para esta conclusão.

Carmo da Rosa disse...

Caro PL,

Eh pá, por favor acabe lá com essa conversa dos esquerdóides, porque por exemplo eu sou de esquerda e estou, neste caso, INTEIRAMENTE de acordo com o texto do Lidador. Tá ver.

Por isso o Ezequiel tem todo o direito de discordar de certos pontos sem ser catalogado disto ou de aquilo.

Mas a culpa é também um pouco nossa porque, no nosso entusiasmo, temos um pouco o mau hábito de dividir o mundo entre nós e os estúpidos (normalmente a esquerda ingénua).

Ora, a verdade é que há (quase) tantos ingénuos à esquerda como à direita em relação a esta temática. Na Holanda onde o embate/problemas/incidentes (o que se queira chamar) é diário é o que se verifica. Hoje em dia há muita gente de esquerda que não tem problemas nenhuns em aceitar as teses do Lidador, assim como lhes posso apresentar gente de direita que acha que ele vai longe de mais. Entre estas duas posições há naturalmente todo um leque de visões para todos os gostos.

Queria apenas acrescentar que uso a terminologia direita vs esquerda (mais ao menos clássica) apenas para facilitar o entendimento e não porque acredite plenamente nesta divisão.

Anónimo disse...

Caro Lidador ( e tb. Ezquiel),

Eu estou-me a marimbar que o Blair seja mais esquerdóide ou direitóide, de terceira ou 4a via.
Objectivamente ele fez asneira e da grossa com o multiculturalismo acrítico e precipitado que implementou.
De tal modo que a mesquitização e islamização da Britânia prossegue em pleno vapor...

Terroristas pergunta o Stran... Serão dezenas ou centenas os adormecidos - mas operacionais - em espera? Sabia que alguns meses depois dos atentados se descobriu que o metro - sim o metro- de Londres tinha contratado um dos implicados nos atentados?
Chega?

PL

Unknown disse...

Não se irrite Ezequiel. NO que me diz respeito, você é sempre bem vindo e é agradável polemizar consigo, porque ouve, isto é, digere o argumento contrário e procura responder-lhe.
Dentro da sua mundivisão, claro, que também o apetrecha com uma boa dose de certezas, mas a léguas daqueles penedos graníticos que não têm orelhas e se limitam a repetir mantras, ignorando completamente tudo o que lhes foi dito.

Pode crer que é um atributo raro.