Caríssima ML, só esta cançoneta dos The Bastard Fairies, que nunca frequentaram (que eu saiba) Harvard, é superior a toda a produção do Luís Cilia, Sérgio Godinho, Fausto e Janita Salomé, que passaram a vida a cantar a mesma coisa mas, grande diferença, sem um grão de ironia e em português:
I’ve got to save the world, liberate
Eat the food that's on my plate
Recycling is really great
Whatever I can do
To get in bed with you
Eat the food that's on my plate
Recycling is really great
Whatever I can do
To get in bed with you
Arrependida?! E porquê, sr. carmo?
Cara ML,
Referia-me ao facto de você ter dito na altura que corrigia erros de ortografia aos americanos. E porque é que pensei na eventualidade de estar arrependida? Porque ao dizer semelhante, facilmente isto pode ser visto como pedantismo que se presta a todo o tipo de sarcasmos. C’est tout!
De todas as maneiras afirmar que corrige os textos de ‘americanos’ não diz grande coisa, só levanta mais perguntas:
- de que classe de americanos estamos a falar? Americanos com pouca escolarização, ou que já frequentaram uma escola secundária, ou académicos?
- Será que a portuguesa em questão faz parte da média dos académicos portugueses, ou é pura e simplesmente genial, logo não sendo de maneira nenhuma representativa como produto das nossas universidades?
Referia-me ao facto de você ter dito na altura que corrigia erros de ortografia aos americanos. E porque é que pensei na eventualidade de estar arrependida? Porque ao dizer semelhante, facilmente isto pode ser visto como pedantismo que se presta a todo o tipo de sarcasmos. C’est tout!
De todas as maneiras afirmar que corrige os textos de ‘americanos’ não diz grande coisa, só levanta mais perguntas:
- de que classe de americanos estamos a falar? Americanos com pouca escolarização, ou que já frequentaram uma escola secundária, ou académicos?
- Será que a portuguesa em questão faz parte da média dos académicos portugueses, ou é pura e simplesmente genial, logo não sendo de maneira nenhuma representativa como produto das nossas universidades?
Eu poderia apresentar-lhe alguns holandeses que escrevem português com menos erros do que os actuais alunos que saem das nossas escolas secundárias, não da antiga quarta-classe do tempo da outra senhora - também lhe apresento, mas é mais difícil. Mas que iria provar com isso?
Estive a matutar na sua divisão das Universidades: 2% do topo e 98% de medíocres nos EUA, verificando-se em Portugal precisamente o contrário e cheguei à conclusão que isso não é possível, antes fosse, que Deus a ouvisse…
Um país (EUA) com 300 milhões de habitantes não pode funcionar (bem) só com 2% de bem pensantes sendo o restante medíocre. Ou melhor, funciona, mas mal, ao nível da Rússia, da Nigéria ou do Paquistão. Mas estamos a falar do país que tecnologicamente é o mais performante do mundo!!!
Esqueça os filólogos, que também são precisos, e pense na qualidade dos outros 98%: dos trolhas, dos electricistas, dos mecânicos, dos funcionários públicos e da gente que faz com que as fábricas produzam produtos de qualidade vendidos em todo o mundo. É aqui que reside a força dos EUA.
Portugal, ao contrário, tem filólogos (e farmacêuticos) a mais - os tais 2% - e trolhas, electricistas, mecânicos e funcionários públicos de qualidade a menos, porque 98% do nosso ensino é medíocre, a razão principal para o país não funcionar como nós todos desejaríamos. Por isso é que convinha começar por reconhecer os problemas, para depois tentar remediar e para não ter que ’meter a viola no saco por sermos os mais desgraçados da CE’ como a ML afirmou. Eu, pela parte que me cabe citaria o Pat Condell: I'm very glad I haven't got much of a formal education [in Portugal], that's why I can read and write. Well, just enough for Fiel Inimigoooou...
Um país (EUA) com 300 milhões de habitantes não pode funcionar (bem) só com 2% de bem pensantes sendo o restante medíocre. Ou melhor, funciona, mas mal, ao nível da Rússia, da Nigéria ou do Paquistão. Mas estamos a falar do país que tecnologicamente é o mais performante do mundo!!!
Esqueça os filólogos, que também são precisos, e pense na qualidade dos outros 98%: dos trolhas, dos electricistas, dos mecânicos, dos funcionários públicos e da gente que faz com que as fábricas produzam produtos de qualidade vendidos em todo o mundo. É aqui que reside a força dos EUA.
Portugal, ao contrário, tem filólogos (e farmacêuticos) a mais - os tais 2% - e trolhas, electricistas, mecânicos e funcionários públicos de qualidade a menos, porque 98% do nosso ensino é medíocre, a razão principal para o país não funcionar como nós todos desejaríamos. Por isso é que convinha começar por reconhecer os problemas, para depois tentar remediar e para não ter que ’meter a viola no saco por sermos os mais desgraçados da CE’ como a ML afirmou. Eu, pela parte que me cabe citaria o Pat Condell: I'm very glad I haven't got much of a formal education [in Portugal], that's why I can read and write. Well, just enough for Fiel Inimigoooou...
30 comentários:
De novo manifesto a minha simpatia prudente pelo facto de este blogue justificar cada vez mais o motto ‘no left no blog’. Pela parte que me toca é um prazer poder contribuir. Especialmente porque insistir na identificação apenas pelo outro lado do espelho a certa altura esgota, e eu não quero que os leitores debandem, valha-me deus.
É claro que não o faz para ser simpático, mas temos que convir que as variantes ao fraseado tremendista e agitado, que se repetem há meses em tiragens sucessivas, dão uma arejada no mofo.
Quanto à minha afirmação da qual acha que eu deveria ter-me arrependido, não há muito a acrescentar a não ser que, se todas as pessoas respondessem ao que os outros realmente dizem e no contexto em que é dito, isto tornar-se-ia numa monótona sucursal do jardim do Éden tangido a harpa. Mas a verdade, sr. Carmo, e para sermos honestos mesmo que continuemos no registo que mais lhe agradar, é que eu o afirmei exactamente num enquadramento contrário: que os americanos, no geral, são mais descomplexados do que os portugueses e não se importam de ser corrigidos. Simply as that.
Mas pode continuar com a sua rábula se lhe der dividendos, afinal até é muito mais interessante e bloguisticamente produtiva.
Assim, as perguntas metódicas que alinha ficam respondidas por irrelevantes no contexto da tal afirmação, que deveria ter-se mantido na clandestinidade. Ou isso.
E quanto ao que sabem hoje os alunos do ensino secundário, o que sabiam os da antiga 4ª classe, etc., é uma outra discussão que poderemos ter numa outra altura, com números e dados concretos. É muito menos simplista do que dizer assim duas frases que, não deixando de conter alguma verdade, não contam a história toda, nem sequer a metade. Teremos que fazer um estudo comparado das taxas de alfabetização, escolarização e massificação do ensino nas várias etapas, um mundo, sr. Carmo, que não se compadece com slogans.
Sabe perfeitamente que o ‘prólogo’ ao seu post é uma daquelas tiradas de demagogia pura, creio que para dispor bem. Também gostei, é verdade. E use lá a ‘ideologia’ que quiser para levar a água ao seu moinho mas deixe-me cá o Sérgio Godinho que também não lhe fica atrás. E o Fausto, sem ironia? Ora, sr. carmo! Parece-me estar num engano de alma doce mas principalmente cego, pois certamente não conhece o 'Por esse rio acima'.
Um país (EUA) com 300 milhões de habitantes não pode funcionar (bem) só com 2% de bem pensantes sendo o restante medíocre.
Sr. Carmo, a sua tendência para o tudo ou nada é uma autêntica força da natureza, é um caudal transbordante a necessitar de permanente rectificação. Há pouco os americanos eram burros, agora são medíocres. Sr. Carmo, não são as pessoas que são burras nem medíocres, a qualidade do ensino universitário é que não é uniforme e o topo pertence a uma outra galáxia a que os restantes 98% não têm acesso.
E sem querer, porque nunca me daria essa benesse, até tocou mesmo no pontinho fulcral: é que enquanto nos EU os trolhas, os electricistas, os mecânicos, os funcionários públicos e a gente que faz com que as fábricas produzam produtos de qualidade vendidos em todo o mundo apresentam taxas de escolaridade altíssimas (em 2000 71% da população tinha completado o ensino secundário), em Portugal é a mais baixa da Europa (13%). Uma desconformidade, sr. Carmo.
E parece que nem de encomenda, ‘the silent epidemic', o aumento progressivo nos últimos anos da taxa de abandono antes do final do secundário é, neste momento, uma das grandes preocupações nos EU, pelas consequências que irá ter na força de trabalho, que assenta na qualificação dos trabalhadores.
Em Portugal a baixa qualificação verifica-se não só a nível da mão-de-obra como do empresariado. O problema está identificado, as contas feitas e publicadas (não sei de cor), é impressionante a quantidade de gestores de pequenas e médias empresas que têm apenas o 4º ano, quando muito o 6º.
Mais uma vez, queira-deus-nosso-senhor que evite levar as suas conclusões para ‘o nada’, porque eu não disse que são burros, medíocres, etc., mas parece não haver dúvidas de que se a escola existe e pretende ensinar umas coisitas é porque provavelmente farão falta também na produtividade, sei lá.
Ora nada disto tem a ver com as percentagens universitárias de que falo. É bom de ver que se um electricista acabou o ensino secundário e até passou por uma escola superior técnica, ainda que de qualidade baixa, produz bastante mais e melhor do que aquele que ficou pelo 4º ano, 6º, quando muito um 9º.
Simples, acho eu.
E olhe, nem lhe vale a pena citar o Pat Condell com Portugal entre parênteses recto porque as coisas não são tão lineares como parecem. Acabou de se saber que o governo de sua majestade, a quine, reconhece aos pais o direito de exigir que os filhos saiam da escola primária a saber ler, escrever e contar.
Para bom entendedor... Cá ainda ninguém se lembrou de sossegar os pais porque a escolaridade de muitos deles está ainda a esse nível também.
Está de um gajo cair de cu, meu caro.
A lírica podia ter sido escrita pelo nosso José Vilhena.
Gostei bastante da forma subtil como estampou o rótulo de pedante na testa da nossa ml.
Nem podia deixar de gostar, prezado, é a 'vingança do chinês' dos pequeninos.
O trongo tem uma Les Paul?
LOL!
Confesse lá ml, já alguma vez lhe bateram o couro da paz mundial nos acampamentos do Bloco!?
luisinho, tenho alguma dificuldade em entender os seus raciocínios subtis: o que é o Bloco?
Maralha,
Alterei ligeiramente o texto de introdução para se perceber melhor aquilo que quero dizer, tornando-o ainda mais demagógico:
[Caríssima ML, só esta cançoneta dos The Bastard Ferries, que nunca frequentaram (que eu saiba) Harvard, é superior a toda a produção do Luís Cilia, Sérgio Godinho, Fausto e Janita Salomé, que passaram a vida a cantar a mesma coisa mas, grande diferença, sem um grão de ironia e em português:]
Cara ML,
Por enquanto - peço desculpa mas estou como uma gripe desgraçada, a bolsa foi pró maneta, o Porto perdeu - só queria dizer isto, mais tarde voltarei ao assunto:
Afinal a portuguesa em questão é mesmo genial, logo não era representativa e estava a fazer comparações assimétricas.
sr. carmo, trate-me dessa gripe porque visivelmente não está bem.
Maus, maus, maus.
Quando eu era puto estas coisas eram ao contrário (pelo menos, era ao contrário que me pareciam ser). A “esquerda” parecia inteligente e trauliteira. Já a “direita” tomava banho e tinha maneiras. Hoje, a “direita” parece inteligente mesmo quando coça os tomates. Já a “esquerda” anda cheirosinha e meio pateta.
Maus, maus, maus.
” De novo manifesto a minha simpatia prudente pelo facto de este blogue justificar cada vez mais o motto ‘no left no blog’.”
Cara ML,
Tem razão, mas esquece um pormenor, eu também sou de esquerda. Mas é evidente que se o mundo fosse um mar de rosas eu provavelmente escreveria apenas sobre poesia, flores, e espasmos ao luar. Mas como a esquerda, apesar do mundo estar a ferro e fogo, continua como se nada fosse a escrever sobre poesia, flores e espasmos ao luar, tem que haver alguém que faça um esforço.
”É claro que não o faz para ser simpático,”
Faço faço! Você nem imagina quão simpático eu sou, aliás é a minha única qualidade, ser simpático.
” (…) se todas as pessoas respondessem ao que os outros realmente dizem e no contexto em que é dito, isto tornar-se-ia numa monótona sucursal do jardim do Éden tangido a harpa. Mas a verdade, sr. Carmo,(…) é que eu o afirmei exactamente num enquadramento contrário: que os americanos, no geral, são mais descomplexados do que os portugueses e não se importam de ser corrigidos. Simply as that.”
Eu citei-a de cabeça, mas não creio que esteja muito longe daquilo que você disse e muito menos fora do contexto! O contexto não era a descrição da beleza das Rocky Mountains ou do Grand Canyon com um pequeno desvio para a qualidade do ensino nos EUA. Não, o contexto era precisamente o ensino nos EUA. Que ‘os americanos são mais descomplexados do que os portugueses e não se importam de ser corrigidos’ é uma afirmação que mesmo sem o apoio de números eu consigo bem imaginar. Mas você com isto não queria demonstrar que os americanos eram descomplexados, queria demonstrar que uma boa aluna de uma Universidade Portuguesa está perfeitamente em estado de corrigir textos de alunos académicos estado-unidenses.
Continuei com a rábula porque levo as pessoas a sério e fico, como já disse, a matutar sobre o assunto, e enquanto não encontrar uma resposta que me satisfaça não durmo. Manias!
” Teremos que fazer um estudo comparado das taxas de alfabetização, escolarização e massificação do ensino nas várias etapas, um mundo, sr. Carmo, que não se compadece com slogans.”
O seu a seu dono. Faz você os estudos comparados e eu, que mal conheço a tabuada, encarrego-me dos slogans. Uma divisão de tarefas que me parece mais lógica.
A minha desconfiança em relação à sua afirmação é pura e simplesmente baseada no facto de não conhecer uma sociedade com um certo nível tecnológico que tenha um ensino medíocre. Estas coisas, quanto a mim, estão estreitamente ligadas. O ensino é a base de tudo. Assim como cada vez mais acredito que uma sociedade só pode ser verdadeiramente democrática se tiver uma classe média devidamente educada. (O que falta ao Iraque por exemplo, mas isto é quase outra conversa).
No desporto a mesma coisa. Um Cristiano Ronaldo – lá vem o nosso rapaz outra vez à baila - ainda não é possível nos EUA, falta-lhes a escola em toda a acepção da palavra.
Assim como não é possível um Picasso no mundo islâmico actual: a religião da paz nunca foi grande defensora de uma tradição figurativa.
Na música popular a mesmíssima coisa. Talvez já haja por aí uma Bastard Fairy perdida, mas vai ter que ‘cantar a cantiga do infinito numa capoeira’, vai ter que esperar ainda um pouco para ter um pouco de reconhecimento. Porque, por enquanto, quem continua a dar cartas são os Godinhos, os Faustos e os Janitas Salomés. Todos eles completamente inaptos à mínima relativização, à mais pequena ironia, e dotados do humor de uma tenda de campismo em dia de chuva - precisamente como a esquerda que representam. Lá está, o círculo perfeito, as peças do puzzle a encaixarem perfeitamente. Não há milagres…
Tem razão, mas esquece um pormenor, eu também sou de esquerda.
Se o diz, quem sou eu para duvidar, sr. Carmo! Quem melhor sabe de si próprio senão o próprio?
E pronto, a melhor das concórdias baixou sobre o sítio. Se não conhece uma sociedade com um certo nível tecnológico que tenha um ensino medíocre é porque não existe.
Eu por mim diria modestamente que talvez um q.b. de qualidade boa/muito boa/excelente, uma mão cheia de qualidade média (o ‘medíocre’ é a habitual figura de estilo da redução ao ‘tudo ou nada’) e uns alqueires muito bem medidos de executantes de boa cepa fosse uma explicação aceitável, sei lá, uma fórmula que funciona. É capaz de ser comparado a um país, a uma empresa ou assim.
E acho que nos EU também há quem pense do mesmo modo, sr. Carmo e até ande muito preocupado com a ‘silent epidemic’. Ao fim e ao cabo são uns azedos, de contente lhes dói um dente porque nunca tiveram tantos universitários.
... um número record de americanos entra nas universidades – enquanto um número crescente abandona o secundário. Isto coloca um dos maiores desafios aos Estados Unidos. [...]
A taxa de graduação no ensino secundário é o barómetro da saúde da sociedade americana e do nível da força de trabalho futura.
Por toda a 1ª metade do séc. XX, em cada nova geração de americanos havia maior percentagem de graduações no ensino secundário do que na geração anterior. Esta tendência ascendente aumentou a produtividade e alimentou o crescimento económico americano. [...]
James Eckeman, prof. Economics University of Chicago
Paul A. LaFontaine
É pena que não queira ajudar-me a comparar a situação portuguesa quando o ensino era excelente no que respeita à qualificação dos quadros superiores e intermédios e a situação de agora. Ajudava-me a raciocinar porque isto para mim continua um mistério. Como é que um país que com a 4ª classe já estava com o secundário actual quase feito não descolou, décadas a fio, dos últimos lugares da pobreza e do crescimento económico. E hoje, quando praticamente se faz a iniciação às primeiras letras no 12º ano, conhece um desenvolvimento que nunca alcançou nos tempos áureos da educação. Não será famosa em comparação com outros, é verdade, mas se olharmos para trás 50 anos é o 7º céu.
Por mim isto até se encaixava na questão anterior.
A comparação com o desporto também foi muito do meu agrado e, se não me falha a memória, até apanhei a boleia de uma daquelas metáforas coloridas de que para haver um Cristiano é preciso uma multidão de nabos.
Nem mais nem melhor.
Pois milagres não há mesmo, sr. Carmo, o que também não há é uma Congregação para a Definição e Ratificação do Milagre que interprete a voz de Deus. Ou se calhar há, mais perto do que eu imagino, mas como às vezes me distraio, nem sempre sigo os ensinamentos da autoridade em matéria de fé. Ámen.
Cara ML,
Não me leve a mal, trata-se apenas de diferenças culturais que eu acho muita piada e que levam a uma diferente abordagem da realidade, ver mesmo um discurso diferente. Mas a sua resposta, apesar de não ser totalmente críptica, é o suficiente para me obrigar a ler três vezes e ter de lhe fazer esta confissão:
Quando tenho que ler algo acerca de um assunto que não domino – quando não se trata de literatura mas de algo didáctico -, leio de preferência em holandês, apesar de o poder fazer perfeitamente em francês ou em português… (Inglês também é viável, mas obriga-me de vez em quando à fastidiosa consulta de um dicionário).
Por exemplo, quero ler a história de Marrocos e tenho a escolha entre três versões (portuguesa, francesa e holandesa) hipoteticamente de qualidade precisamente iguais. Anos de experiência vão ditar a minha escolha sem pestanejar: a versão holandesa.
E porquê?
A resposta é de Ramalho Ortigão (A Holanda pag. 47), que já no século dezanove se tinha dado conta da minha dificuldade em ‘entender’ português escrito, quando fez uma visita ao parlamento de Haia e comparou o tipo de discurso que ouvia com aquilo que ele estava habituado.
”(…)Assim nas câmaras não há tribuna e não há oradores. Ninguém faz o que se chama – o discurso. Diz cada um do seu lugar o que tem a dizer, simplesmente, precisamente, rapidamente. Muitas vezes se procede apenas por perguntas e respostas. O país tiras as conclusões.
Todo o eleito do povo que se lembrasse de tratar dos interesses da nação pondo-se em pé no parlamento, colocando uma das mãos sobre coração, levantando os olhos ao céu e exclamando: Sr. Presidente, sob estas abóbadas, a minha débil voz, etc., seria, sem perda de tempo, amarrado e submetido pela assistência pública a um tratamento de alienado.
E o dique basta para produzir todos estes efeitos salutares. O dique é para o holandês a contingência eterna de ter juízo, ou de morrer inundado.”
Este comentário da Ramalhal Figura não tem directamente a ver consigo mas insere-se num quadro cultural em que uma forma de expressão (oral ou escrita) é mais aceite que outra.
Tudo isto para lhe rogar encarecidamente para ser mais acessível nos seus comentários, mais to the point - como se estivesse a escrever para americanos! (atenção, isto é só leve ironia, não é troça) - para me facilitar a vida que, como você diz e muito bem, são dois dias - um para entender e o outro para formular uma resposta.
Sr. Carmo, já não é a 1ª vez que o ouço queixar-se de que não consegue descodificar o que se escreve e, se não estou em erro, dirigido a mais do que uma pessoa. Aliás creio mesmo que me fez notar de que haveria por aqui um blogueiro que me entenderia melhor. E se bem se lembra, também na altura se justificou com a alegada simplicidade do holandês perante a complexidade do português e discutimos isso ao de leve.
Enfim, não me parece que seja isso.
Isto para lhe dizer que não sei que volta lhe hei-de dar a não ser que me indique concretamente quais as palavras – palavras talvez não, não uso vocabulário caro -, as construções de frase que mais engulhos lhe causam. E melhor ainda, dentro do que escrevi, qual a parte mais hermética. Terei todo o prazer em me tornar mais inteligível, e conto com a sua compreensão e paciência até à reconversão do estilo que toda a vida utilizei, com a maior das inconsciências, na minha actividade profissional.
E não pense que a sua leve ironia não tem razão de ser, porque tem e muita. Vira-se é precisamente contra quem compara o actual 12º ano vs antiga 4ª classe. É que em algumas universidades americanas, sr. Carmo, e falo só do que conheço, a dificuldade em utilizar e entender um inglês mais elaborado leva a que, logo à entrada, seja distribuído a professores e alunos um documento com o título (cito de cor): Why speak difficult when you can speak easy?
Se o encontrar por aí transcrevo as partes mais significativas. Verá que o 12º ano em Portugal, no que concerne ao uso da língua, é capaz de não ser de nível tão baixo como em outros países.
Mas com o mal dos outros podemos nós bem, não é verdade sr. Carmo? É que o tal documento segue exactamente a via contrária à que defendeu quando elogiou a antiga 4ª classe: incita a nivelar por baixo. As universidades, ao menos, deviam seguir o caminho contrário, sei lá.
Em Portugal, por acaso, tenta-se também contornar essa dificuldade que hoje assola a maioria dos países ocidentais. A filosofia é que é completamente diferente: os professores são lembrados de que ‘Todos somos professores de Português’, exigindo a todo o corpo docente que corrija e ensine os alunos a usar adequadamente a língua.
Será eficaz? Não sei. Um dia cruzaremos também os braços e faremos o mesmo à entrada das universidades? Não sei, andamos sempre atrasados em tudo.
Pode juntar mais esta achega e tentar uma nova abordagem ao assunto que temos vindo a discutir, se achar bem, claro. Ou continuar a tirar dividendos bloguísticos que, tenho que confessar, entusiasmam muito mais os habitantes locais. Se lhe der jeito para novos posts, posso fornecer-lhe um pouco mais de combustível.
E bom, aparentemente fugi ao tema de hoje e liguei-me ao anterior, talvez numa tentativa de finalmente me fazer entender por outras palavras. Espero ter tido algum êxito, desta vez.
Quanto à brevidade do tempo que nos cabe, estamos de acordo, claro, mas às vezes a vida arma-se em benevolente. Lê-se e responde-se no mesmo espaço de 24 horas e fica-se com o outro dia livre.
ML:
"Todos somos professores de Português"
Sei que o meu português resvala, de quando em vez, para a chinela. Por vezes com razão (cansaço, pressa), outras vezes sem ela.
Mas que já apanhei uns calafrios a escutar colegas é verdade.
Já agora, porque não gostam os professores, em geral, de assistir a aulas de colegas, e vice versa? Estarei enganado? (Não estou a pensar na história recente das avaliações, etc).
.
caro dente, não sei se tem conhecimento do papelinho de que falo ou se apenas algumas escolas levam isso a sério. E a mim parece-me importante, para que não se tenha que chegar ao ponto de recomendar "Se não consegues dizer o teu nome diz simplesmente 'me Tarzan' que todos entendemos".
Mas que nem todos estão à altura, é verdade, devido à filosofia reinante durante muitos anos de que o ramo científico, artístico, etc, estavam isentos de utilizar a língua correctamente. Deu no que deu.
Não sei de que assistências fala. De hoje em dia há tantos pares pedagógicos - EVT, Área de Projecto, Estudo Acompanhado, Ensino Especial, CEFs, PCAs, PIEFs, etc. - que não entendo como ainda não se habituaram a outras presenças.
ML:
"não sei se tem conhecimento do papelinho de que falo ou se apenas algumas escolas levam isso a sério."
Sou capaz de não ter percebido onde quer chegar.
Eu referia-me, genericamente, ao que me parece ser uma lógica territorial na sala de aula.
Há uns tempos, por razões que preferiria deixar de lado, propus a um par de colegas que assistissem às minhas aulas.
Eles acederam ao pedido mas com visível relutância e desconforto. Chagavam atrasados, não apareciam quando se tinha combinado, etc, etc.
Outros colegas passaram a olhar para mim com fronha de suspeita.
De qualquer forma, muito embora me voluntariasse para assistir, em reciprocidade, às aulas desse par de colegas, nunca consegui que aceitassem a proposta.
Falei com outros colegas (de outras escolas) sobre a coisa e a resposta mais franca que obtive foi "tú és maluco".
No ensino profissional privado isto é o pão de cada dia. A malta grama assistir e ser assistida.
.
Refiro-me ao documento interno para professores que muitas escolas publicam, do básico ao secundário, com orientações sobre a competência transversal da comunicação em Língua Portuguesa.
Outras definiram-na como objectivo prioritário nos Projectos Educativos.
Se der uma volta pela net encontra muitos exemplos nas páginas das escolas que estão acessíveis.
Desconheço essa relutância pelas assistências mútuas, que neste momento me parece fora de contexto pelas razões que atrás apontei.
ML,
A porta torce o rabo porque ambas coisas são 'horizontais'.
Entre professores, tudo o que é horizontal tende a ser um problema.
Parece-me que a horizontalidade funciona melhor em relação à catrafilagem que à coisa produtiva.
... e, infelizmente, de papéis estamos todos cheios.
Repare nas consequências da manifestação dos 100.000. A ministra assustou-se, os sindicatos assustaram-se, fizeram um acordo e ... que é feito dos 100.000?
.
Entre professores, tudo o que é horizontal tende a ser um problema.
Antes fosse. Tende é a ser institucionalizado e verticalizado.
... que é feito dos 100.000?
Não sei, acho que foram moeda de troca para outra coisa qualquer. Mas pelo menos não foi mau para contar espingardas, essa contabilidade estava por fazer e a Lurdes jogava descaradamente na apatia. Agora continua a fazer muitos cálculos de cabeça mas já pisa com sapatinhos mais leves.
Anda a correr mais qq coisa para 15 de Novembro à margem dos sindicatos. Se acharem apetitoso, tornam a chamar a si o melhor bocado, também sabem fazer continhas. A FNE já ressuscitou ao 3º dia da praxe, a FENPROF está sempre alerta.
É o preço a pagar: quase nada com eles, nada sem eles.
ML:
"É o preço a pagar: quase nada com eles, nada sem eles."
Tem toda a razão. A malta (qualquer que seja) não pode correr por conta própria.
http://fiel-inimigo.blogspot.com/2008/05/chulos.html
Os chulos são sempre os mesmos. Uns dizem "consideramos" a cada frase. Os outros, sacodem-se muito e carregam nos rrrrrs.
Mas, deixe que lhe diga, a malta deixou-se encaixotar muito bem durante demasiado tempo. Quer estrebuchar, mas os tiques tomam precedência. Por um lado não faltarão submarinos a torpedear, por outro, a malta não tem sentido de corpo - dever-se-ia assistir mais vezes às aulas uns dos outros.
Old habits die hard.
PS. E olhe que a Lurdinhas têm as suas iniciais e é toda de esquerda.
.
A Lurdinhas não tem as minhas iniciais. Melhor ainda, não tenho as iniciais dela. Como já aqui disse várias vezes, 'ml' para uns, '-ml' para outros, não passa de uma sigla.
A Lurdinhas é de esquerda? É do que der jeito, não se lhes lobriga, a nenhum deles, qualquer ideologia. Nem ela, graças-a-deus, alguma vez o reivindicou ou justificou qualquer medida a essa luz.
As medidas deste governo são uma espécie de 'plano Paulsen' onde se dá a convergência de insuspeitos adversários políticos.
”Sr. Carmo, já não é a 1ª vez que o ouço queixar-se de que não consegue descodificar o que se escreve e (…)”
Cara ML,
É verdade, não é a primeira vez, mas não faça caso porque em Portugal estou fortemente em minoria. Vou ter que esperar mais duas gerações para isto passar…
” E pronto, a melhor das concórdias baixou sobre o sítio. Se não conhece uma sociedade com um certo nível tecnológico que tenha um ensino medíocre é porque não existe.
O que eu afirmei é transparente, simples e de uma modéstia bastante aceitável: não conheço uma sociedade com um bom (referia-me aos USA) nível tecnológico que tenha um ensino medíocre. E porquê? Porque acredito que há uma relação directa entre as duas coisas. E dei-lhe também exemplos no campo do desporto e da arte!
Mas você tem todo o direito de achar que a coisa não é assim, e eu ficar-lhe-ia imensamente grato se me desse a conhecer o país X, que com 40% de iletrados e uma Universidade no ranking 358, foi capaz de inventar a máquina de lavar, o micro-ondas e o motor turbo. E neste caso vou logo a seguir tentar perceber, caso você ainda não o tenha exposto, porque motivo a minha relação, ensino-resultados, não funciona…
Isto é a situação ideal, pelo menos aquela a que estou habituado! E como para si isto, pelos vistos, parece estar longe do seu universo, resolve fazer uma caricatura dos meus argumentos ‘Se não conhece uma sociedade …… é porque [ela] não existe’. Uma caricatura muito bem escrita, com metáforas e figuras de retórica à mistura, mas não passa de uma caricatura…
”E acho que nos EU também há quem pense do mesmo modo, sr. Carmo e até ande muito preocupado com a ‘silent epidemic’. Ao fim e ao cabo são uns azedos, de contente lhes dói um dente porque nunca tiveram tantos universitários.”
Aqui reconheço a língua, as palavras estão bem escritas, a pontuação no devido lugar, mas sinceramente não sei a que se refere ou aquilo que quer dizer!!! Atenção, não a quero de maneira nenhuma induzir a mudar de estilo ou a explicar isto de outra forma, apenas quero dizer que enquanto não entender o que escreve não lhe posso dar uma resposta…
”Como é que um país que com a 4ª classe já estava com o secundário actual quase feito não descolou, décadas a fio, dos últimos lugares da pobreza e do crescimento económico. E hoje, quando praticamente se faz a iniciação às primeiras letras no 12º ano, conhece um desenvolvimento que nunca alcançou nos tempos áureos da educação. Não será famosa em comparação com outros, é verdade, mas se olharmos para trás 50 anos é o 7º céu.”
Outra vez a caricatura daquilo que nem sequer foi um argumento meu, mas sim um aparte de somenos importância que você regularmente repete por motivos que desconheço.
Eu apenas sugeri – não falei em 12º ano! - que o ensino em Portugal talvez já tenha sido melhor que o actual, mas não me baseio em dados estatísticos: apenas naquilo que ouço aqui e ali; em livros publicados por professores com respostas dadas por alunos; nos amigos da minha geração que se queixam que os filhos saem do ensino secundário sem saber escrever. Nada de muito preciso.
A minha sugestão foi o suficiente para fazer com que você desviasse a sua atenção para uma discussão também bastante interessante mas diferente: a relação nível de ensino e crescimento económico (diferente de nível tecnológico) em épocas diferentes, em Portugal. Mas para isto é preciso saber primeiro:
a. Se a antiga 4ª classe é realmente comparável com o 12º ano?
b. Conhecer a percentagem da população que num período determinado tinha realmente completado a 4ª classe (sabia ler e escrever), para depois poder comparar com a actualidade?
c. Quais os factores sociais e políticos externos que atrasaram ou incrementaram o nível económico de cada período.
” A comparação com o desporto também foi muito do meu agrado e, se não me falha a memória, até apanhei a boleia de uma daquelas metáforas coloridas de que para haver um Cristiano é preciso uma multidão de nabos.
Nem mais nem melhor.
Pois milagres não há mesmo, sr. Carmo, o que também não há é uma Congregação para a Definição e Ratificação do Milagre que interprete a voz de Deus. Ou se calhar há, mais perto do que eu imagino, mas como às vezes me distraio, nem sempre sigo os ensinamentos da autoridade em matéria de fé. Ámen.”
Para haver um Cristiano é preciso uma multidão de nabos. Isto parece-me mais que evidente, mas está ou não está de acordo com esta afirmação? E faço a pergunta porque, mais uma vez, NÃO entendi os dois parágrafos que dedica à ‘colorida metáfora’…
”Why speak difficult when you can speak easy?”
Isto não me espanta nada porque na Holanda a política (policy) é precisamente a mesma, e facilitava-me a vida se a máxima fosse obrigatória em Portugal.
Mais uma vez, por isso é que prefiro ler um ensaio sobre Fernando Pessoa em holandês! Porque tenho 30% mais probabilidades de entender alguma coisa do que se o mesmo ensaio for escrito em português pelos cromos que proliferam no Jornal de Letras ou no Expresso.
O maior tradutor de literatura em língua portuguesa, August Willemsen, que aprendeu português em lisboa e traduziu Pessoa e Camões magistralmente, ao descobrir mais tarde a literatura brasileira exclamou: ‘afinal sempre é possível escrever simples em português…’
Com isto ele não quer dizer que se deva nivelar por baixo, mas sim evitar uma linguagem demasiadamente elaborada, tão típica dos portugueses e......dos franceses.
Outro exemplo com bola, mas mais pequena.
Sabe porque razão os ingleses são péssimos tenistas? Apesar de terem inventado o jogo, de serem grandes amantes da modalidade e de terem o torneio mais prestigioso do mundo. Muito simplesmente porque este desporto é na terra deles terrivelmente elitista…
Sr. Carmo, ora vamos lá nós outra vez, nova corrida, nova viagem.
Então, como não tenho mais nada que fazer, vou repetir-me pela enésima vez.
Segundo os rankings que eu não chamei para aqui, existem cc de 2% de universidades americanas até à posição da 1ª portuguesa. Creio que são umas setenta e tal. A partir daí, intercalam-se portuguesas e americanas, pelo que se presume serem pelo menos de qualidade mais ou menos equivalente, até aquelas estarem esgotadas. Que são tão poucas que ainda encontrei um ranking com cc de quarenta, mais de metade das existentes. Depois de acabadas as universidades portuguesas, ainda ficam milhares (MILHARES) de universidades americanas para trás.
Que quer que lhe diga que não lhe tenha já dito? Se considera o ensino universitário português medíocre, então 98% das universidades americanas são medíocres. Se considera o ensino português bom/médio, então a partir da posição 300 do ranking as universidades americanas são boas/médias. Se o considera outra coisa qualquer, pois que assim seja.
Aqui reconheço a língua, as palavras estão bem escritas, a pontuação no devido lugar, mas sinceramente não sei a que se refere ou aquilo que quer dizer!!!
Bom, não me dispersei em mais considerandos porque já lhe tinha falado no assunto em post anterior, não quis alongar o comentário e confiei na capacidade de retenção da sua memória.
Vamos também então para nova voltinha ao redondel.
Este estudo que cito, cheio de estatísticas, números, etc., mostra algum alarme pelo abandono precoce do ensino secundário. Dado que o ensino de topo assegura a investigação e produção científica, tecnológica, artística, etc, segundo os autores o desenvolvimento económico dos EU assenta no labor dos tais trolhas, mecânicos, funcionários. Tradicionalmente possuem um grau de escolarização que lhes permite uma rentabilidade laboral elevada.
Começando a falhar essas qualificações, o desenvolvimento fica ameaçado. O facto de cada vez mais americanos frequentarem as universidades parece que passa ao lado desta situação, porque não são esses que constituem a força de trabalho indispensável à execução dos projectos e programas desenvolvidos no topo.
Outra vez a caricatura daquilo que nem sequer foi um argumento meu, mas sim um aparte de somenos importância que você regularmente repete por motivos que desconheço.
Não me parece que seja a pessoa mais indicada para se queixar. Veja só o rendimento que já lhe deu uma simples frase minha, com direito a interpretações falsificadas em grandes parangonas. Eu também nunca falei em medíocres, em burros, em ignorantes. Tudo isso saiu do brilho da sua caneta.
E sabe porque nunca falei? Porque nunca generalizo em relação a 10, quanto mais 300 milhões de pessoas.
não falei em 12º ano!
Não falou em 12º ano mas falou do secundário, que é a mesmíssima coisa.
Avivo-lhe a memória.
menos erros do que os actuais alunos que saem das nossas escolas secundárias, não da antiga quarta-classe do tempo da outra senhora
Levanta umas quantas questões para as quais existem dados mas não me apetece levantar-me agora e ir à procura deles. O António Barreto aqui há uns anos coordenou uma equipa de investigadores e publicou um trabalho com todo esse material.
E, é claro, não há comparação possível entre o dantes e o agora. Dá-se mais erros de ortografia, erram-se mais umas contas mas essencialmente entre aqueles que no tempo da outra senhora estariam a trabalhar nos campos e nas fábricas. Agora felizmente a escola apanha todos, mas não tem tido capacidade de nivelar por cima, como acontece com alguns privados que hoje recebe a população que nos outros tempos frequentava os liceus.
Não é uma questão apenas nacional mas com os males dos outros...
Que de hoje em dia existe um maior número de bons alunos a frequentar qualquer grau de ensino, é indubitável. Só que no tempo do senhor professor doutor (vénia respeitosa de chapéu na mão) e durante muitos anos, apenas os bons e médios alunos estudavam porque o próprio sistema se encarregava de os filtrar. Concentravam-se nos liceus e escolas industriais das capitais de distrito enquanto a esmagadora maioria ia para a tarimba e não contava para as apreciações que se faziam sobre o estado da educação.
Hoje os bons alunos diluem-se naqueles que entretanto entraram na rede escolar para gáudio dos saudosistas que se divertem a coligir disparates dos exames. Antigamente não havia exames desses para produzir anedotas, havia gado para guardar e sapatos para coser.
Para haver um Cristiano é preciso uma multidão de nabos. Isto parece-me mais que evidente, mas está ou não está de acordo com esta afirmação?
Claro que estou de acordo que para haver um Cristiano é preciso uma multidão de nabos. Assim, para 2% de instituições de excelência é preciso uma multidão a produzir apenas licenciados, nabos ou não.
E nem de propósito um testemunho que acabei de ler de mais um americano antiamericano, Michael Gorman de sua graça, que cita uma investigação recente do National Center for Education Statistics. Nisso, nosso-senhor-os-proteja-e-guarde, publicam todo o tipo de estudos, desiludindo muitas vezes os adoradores.
E que nos diz o nosso suspeito? Que É terrível – é realmente chocante. Apenas 31% dos licenciados conseguem ler um livro complexo e extrapolar alguma coisa do que lê. Isto não nos sossega quanto aos restantes.
Vai a ver que os 31% são os que saem dos 2% de universidades mais de umas tantas que se cruzam lá mais para diante dos rankings com algumas portuguesas.
Why speak difficult when you can speak easy?
Já me tinha falado do Willemsen, do elitismo, dos etc., mas não do que estamos a discutir. Não confunda uma coisa com outra. Os brasileiros utilizam a língua com a mesma complexidade e elaboração que os portugueses, têm é uma norma mais solta que juntam a uma pronúncia mais aberta e acessível para estrangeiros. Basta abrirem as vogais e pronunciarem as sílabas até ao fim. Isto não significa simplismo vocabular e sintáctico nem incitamento ao uso meramente funcional da língua.
Todas as línguas europeias, o português, o francês, o inglês, o espanhol, exportadas na colonização são mais apreensíveis, tanto quanto à fonética como à estrutura, por necessidade de comunicação com os nativos e com os imigrantes que chegavam às mãos-cheias. Tiveram que ‘negociar’ a língua para que pudessem entender-se. Não é novidade nenhuma, é um processo estudado e consabido. Aconteceu o mesmo ao galaico-duriense quando se expandiu para sul com a reconquista e teve que conviver com os povos que confluíram no repovoamento.
Nem por isso no centro/sul de Portugal se usa uma linguagem mais simplista e infantilizante do que a norte.
”Que quer que lhe diga que não lhe tenha já dito? Se considera o ensino universitário português medíocre, então 98% das universidades americanas são medíocres. Se considera o ensino português bom/médio, então a partir da posição 300 do ranking as universidades americanas são boas/médias. Se o considera outra coisa qualquer, pois que assim seja.”
Cara ML,
Quero apenas que me diga, para que os seus argumentos tenham alguma lógica, que não há qualquer relação entre qualidade de ensino e avanço tecnológico. Provando por a+b que o avanço tecnológico que os EUA têm sobre Portugal e o Paquistão se deve a outros factores: de ordem religiosa, sentimental, geográfica, demográfica et cetera…
”Não falou em 12º ano mas falou do secundário, que é a mesmíssima coisa.”
Já lhe disse que não sei: ‘se a antiga 4ª classe é realmente comparável com o 12º ano?’, mas de qualquer maneira isto é outra discussão. Talvez você possa abordar este assunto num post assinado por si!!!
” Michael Gorman de sua graça, que cita uma investigação recente do National Center for Education Statistics. Nisso, nosso-senhor-os-proteja-e-guarde, publicam todo o tipo de estudos, desiludindo muitas vezes os adoradores.
E que nos diz o nosso suspeito? Que É terrível – é realmente chocante. Apenas 31% dos licenciados conseguem ler um livro complexo e extrapolar alguma coisa do que lê. Isto não nos sossega quanto aos restantes.”
O engraçado, é que estas frases proferidas por Americanos a única coisa que provam, no contexto da nossa discussão, é que os Ianques, além de mais educados do que nós também são mais críticos e menos patrioteiros… E esta faceta dos Americanos, menos patrioteiros, desconhecia completamente! Sempre os vejo a abanar com bandeiras e a berrar USA USA por dá cá aquela palha!!!
Além disso as conclusões a que o Sr. Michael Gorman chega podem não ser assim tão chocantes como você pensa, sobretudo se forem comparadas com outras nações…
” Já me tinha falado do Willemsen, do elitismo, dos etc., mas não do que estamos a discutir. Não confunda uma coisa com outra. Os brasileiros utilizam a língua com a mesma complexidade e elaboração que os portugueses, têm é uma norma mais solta que juntam a uma pronúncia mais aberta e acessível para estrangeiros. Basta abrirem as vogais e pronunciarem as sílabas até ao fim. Isto não significa simplismo vocabular e sintáctico nem incitamento ao uso meramente funcional da língua.”
Ai minha Nossa Senhora. Você é que está a confundir duas grandezas completamente diferentes! Ou então a culpa é minha, foi eu que me espremi tão mal dando origem a esta confusão! Será?
Eu disse: O maior tradutor de literatura em língua portuguesa, August Willemsen, que aprendeu português em Lisboa e traduziu Pessoa e Camões magistralmente, ao descobrir mais tarde a literatura brasileira exclamou: ‘afinal sempre é possível escrever simples em português…’
E você interpreta a coisa como se o Willemsen fosse um diletante da língua, um turista, que percebe melhor o sotaque brasileiro (mais acessível para estrangeiros)!!!
Este fenómeno, de que o brasileiro é mais acessível ao ouvido de um estrangeiro do que o português, conheço eu muito bem e de longa data. Porque conheci uma porrada de estrangeiros a falar português ao longo de mais de 30 anos fora do país, e as namoradas SEMPRE acharam o brasileiro (e o espanhol) mais fácil de entender, e a minha mulher continua a dizer a mesmíssima coisa. Até uma certa altura cheguei a pensar que isso tinha a ver com o meu sotaque do Porto. Parece que não…
António José Saraiva isto explica isto desta forma: No que respeita às vogais, o esquema castelhano é muito mais simples e contrastado que o português, pois se reduz às cinco vogais A, E, I, O, U, ao passo que o português (como aliás o francês e o catalão) distingue nuances, a que normalmente chamamos vogais fechadas e abertas, de modo que em vez de cinco tem oito vogais (Á, Â, É, Ê, I, Ó, Ô, U). Ao lado desta série temos ainda a das vogais ditas “mudas” ou átonas, geralmente em fim de palavra, que só um ouvido atento e treinado no sistema distingue bem: (…)
Ou desta:
O Castelhano tem dificuldade em entender o português, mesmo quando o lê bem, porque se encontra perante uma língua que, do ponto de vista fonético, é mais complexa e desmanchada que a sua; pelo contrário, para o Português o castelhano é uma língua de oposições e contrastes bem nítidos, de vogais e consoantes bem distintas, e por isso facilmente inteligível, mesmo quando não é capaz de falá-la bem.
Mas isto nada tem a ver com o Willemsen, que não era um turista da língua mas um intelectual altamente qualificado que além das traduções escreveu complexos ensaios sobre literatura. Além disso o português de Portugal (passe o pleonasmo) foi o primeiro que ele aprendeu (em Lisboa), sendo o brasileiro, no início, para ele tão estranho como para mim o açoriano.
NÃO. Ele referia-se à língua escrita, à opção: escrever - seja o que for, um tratado de filosofia ou um simples poema – de forma clara para que o maior número possível de pessoas entendo, ou fazer, consciente ou inconscientemente, precisamente o contrário…
correcção: de forma clara para que o maior número possível de pessoas entenda (...).
PS. Um bom exemplo daquilo que acabei de dizer é precisamente o texto de António José Saraiva, explicando estas complexas diferenças entre o português e o castelhano numa linguagem clara e simples que até eu percebo...
Sr. Carmo, não tenho muito mais a acrescentar nem vale a pena esgrimir mais argumentos ou apresentar dados. Ou são de antiamaericanos, ou de antipatrioteiros, ou de outra coisa qualquer. Olhe, e aproveitando a boleia do prezado e numa última tentativa de que não me devolva sempre a mesma questão, o sistema americano tem a melhor saúde do mundo para alguns no que respeita a rapidez de resposta e tecnologia dos tratamentos, e saúde zero para muitos milhões de outros.
Acho que tem mesmo a ver com o sistema e com o modo como convivem bem com o melhor e o pior e tiram partido disso.
Eu percebi muito bem o que me disse do Willemsen. Falei na verdadeira língua, a falada (e mea culpa, o sotaque, porque as palavras são como as cerejas), a escrita é apenas a representação gráfica da fala. Escrevemos assim porque falamos assim e não o contrário, daí a escrita ser uma mera decorrência do que se diz. Se os brasileiros escrevem de um modo mais coloquial e menos formal, é porque é assim que falam. E até vou mais longe, é assim que são.
Mas isso seria ainda uma outra discussão, a de que nós somos a nossa língua e a nossa língua é aquilo que nós somos. Parece um trocadilho, mas não, é um assunto sério. E lembro-me muito dos alemães.
Pois é, o espanhol é tudo isso e ainda uma coisa: é que além das vogais terem uma e a mesma leitura e as palavras se lerem praticamente como se soletram, também a cada consoante corresponde sempre o mesmo som, seja qual for a sua colocação na palavra. O que não acontece com o português. E, para aumentar a confusão, falta dizer que a vogal E também se lê I (e) e pode ler-se A em algumas regiões (joalho), e a vogal O também tem a leitura de U. Etc.
Às vezes também me pergunto como é que duas línguas tão próximas evoluíram de modo tão diferente. Mas quando penso no francês e no inglês, calo-me.
MAS o que eu lhe disse e continuo a dizer, embora tenha passado por cima e continue bravamente em frente como se eu não o tivesse já referido duas vezes, é que as tais recomendações do why speak difficult não eram sobre um inglês minimamente digno dos elogios do sr. Willemsen, mas sim um incentivo a que se usasse uma construção infantilizante. A tal linguagem que põe os cabelos em pé a pedagogos e pediatras, que acusam os papás e as mamãs de falarem com as crianças como se estas fossem atrasadas mentais, em vez de as estimular a alargar o vocabulário e a usar construções progressivamente mais complexas.
É desse facilitismo que falo, sr. Carmo, e não de escrita clara e bem articulada.
Pode considerar-se desde já desobrigado de também levar estas minhas palavras em consideração e continuar a argumentar como se eu tivesse dito uma outra coisa qualquer. Afinal, sr. Carmo, há um ponto em que estamos plenamente de acordo: esta vida são dois dias e já estamos em fim-de-semana.
”nem vale a pena esgrimir mais argumentos ou apresentar dados. Ou são de antiamaericanos, ou de antipatrioteiros, ou de outra coisa qualquer.”
Não falei em anti-americanos em toda a conversa. Para mim tanto é americano George Bush como Michael Moore…
” o sistema americano tem a melhor saúde do mundo para alguns no que respeita a rapidez de resposta e tecnologia dos tratamentos, e saúde zero para muitos milhões de outros.”
É capaz de ter razão, mas nessa discussão não me meto: não percebo nada do assunto e quando vejo uma seringa desmaio.
”Eu percebi muito bem o que me disse do Willemsen.”
Mas se percebeu, porque razão esta resposta? com o seu aviso para eu ”não confundir uma coisa com outra. Os brasileiros utilizam a língua com a mesma complexidade e elaboração que os portugueses, têm é uma norma mais solta que juntam a uma pronúncia mais aberta e acessível para estrangeiros. Basta abrirem as vogais e pronunciarem as sílabas até ao fim. Isto não significa simplismo vocabular e sintáctico nem incitamento ao uso meramente funcional da língua.”
Porque razão é que os Brasileiros, os Americanos e os Holandeses não utilizariam a língua com a mesma complexidade que os Portugueses? Não lhe disse eu que ao ter de escolher entre ler a História de Marrocos em Francês, Português ou Holandês – o mesmo tema, a mesma complexidade – eu optaria pelo Holandês? Não o faço porque acho a língua mais bonita, ou mais fácil, mas apenas porque sei por experiência que os Holandeses não se perdem em preciosismos de retórica, o que me facilita consideravelmente a vida – a mim intelectualmente preguiçoso…
”Escrevemos assim porque falamos assim e não o contrário, daí a escrita ser uma mera decorrência do que se diz. Se os brasileiros escrevem de um modo mais coloquial e menos formal, é porque é assim que falam. E até vou mais longe, é assim que são.”
Absolutamente de acordo, mas nem todos somos assim, nem vamos ficar sempre assim. No século 19 tivemos um Eça, no 20 um Pessoa e no 21 temos um MST e VPV. Tudo gente que escreve, por vezes, coisas complexas mas que toda a gente percebe.
Voltando ao seu ‘escrevemos assim porque falamos assim’. Até aqueles que nunca escreveram uma letra, como a maioria dos jogadores de futebol, falam assim! Ouça com atenção como os nossos jogadores deixam por momentos de ser eles próprios - jovens, saudáveis, espontâneos e provavelmente com sentido de humor - para, em entrevistas para a TV, virarem algo que julgam ser de bom-tom e perderem-se em advérbios de modo e frases feitas. Compare por exemplo com jogadores ingleses, ou desportistas americanos.
Em Portugal, assim como em França (imagino a mesma coisa em Itália) falar bem, ou seja, discursar utilizando uma linguagem elaborada é bem visto, é positivo. O povo, mesmo quando não percebe patavina, exclama: Sim senhora, fala como um padre.
Na Holanda a mesma pessoa é vista com desconfiança, e o povo, na maior parte das vezes, e sobretudo quando não percebe, exclama: O que é que este tipo nos quer vender?
Um embate interessante entre duas culturas deu-se há uns anos atrás quando o primeiro-ministro holandês, Wim Kok, teve a visita de Jacques Chirac, o presidente francês na altura. Estando ambos de visita ao parlamento, Jacques Chirac, como todo o Francês que se preza, lançou um grande discurso sobre a amizade que une os dois povos, a história e sei lá eu que mais naquele tom bombástico e exagerado que lhe era tão peculiar. No final deu a palavra ao anfitrião, a Wim Kok, e este apenas respondeu em francês e com ar de galhofa e de porra-que-já-me-safei-desta: pour moi le même! Os parlamentários holandeses partiram o coco a rir, eu, em casa, diante da TV parti o coco a rir. Só os franceses, que não perceberam, é que não se riram.
É claro que o Why speak difficult, que pela maioria é bem aceite na Holanda, país de costumes sóbrios e simples, pode muito bem ser interpretado como a apologia de uma linguagem infantilizante, eles até têm uma expressão muito gira mas pejorativa para isso: Jip en Janneke taal (linguagem Jip e Janneke, baseado numa banda desenhada para crianças). Mas por outro lado, é preciso ter em conta que as estatísticas provam que eles lêem mais do que os franceses…
De resto, desejo-lhe um muito bom fim-de-semana.
CR.
"Para mim tanto é americano George Bush como Michael Moore…"
Ora aí está a prova final que o CR nunca poderá se de esquerda.
Michael Moore é um insigne estúpido cosmopolita, farol de clarividência às trapaças dos neo-tudo-quanto-é-coisa-ruim.
.
Mas se percebeu, porque razão esta resposta?
Sr. Carmo, faça o favor de não passar por cima do que eu disse como cão por campo vindimado. Eu já informei que se falei na pronúncia foi porque ‘as palavras são como as cerejas’ e numa conversa muitas vezes divergimos para um raciocínio paralelo, não necessariamente fora de contexto.
Voltando ao seu ‘escrevemos assim porque falamos assim’. Até aqueles que nunca escreveram uma letra, como a maioria dos jogadores de futebol, falam assim!
Claro, e caso escrevam, escrevem assim porque falam assim. Não foi o que eu disse? Aliás, falam todos do mesmo modo e até com a mesma entoação, aos arrancões. Não estou muito atenta a essa gente, mas é impossível escapar às televisões. Já pensei se não será o efeito do choque da cabeça com a bola que provoca uma reacção depauperante da linguagem.
Sobre os vários níveis de língua haveria tanto ou mais a dizer do que sobre as estatísticas e os rankings universitários. Não é este o lugar para isso, talvez um dia se proporcione uma discussão menos impressionista e mais fundamentada. Nem todos gostam de dados e estudos, e também sei que são para ser lidos em contexto, mas faz-me muita mais falta um relatório sobre determinados assuntos, ainda que com as devidas reticências, do que impressões sobre isto ou aquilo ‘porque me parece’ ou ‘porque eu gosto’.
Quanto aos dois americanos que cita, eu nem dúvidas tenho. Defeitos por defeitos, pelo menos um deles não atravessou o Atlântico com artilharia às costas para destruir um país e matar milhares de pessoas.
Claro que tb aqui nunca nos entenderemos.
PS: enquanto escrevia e não escrevia este comentário, li no jornal que tinha saído um novo ranking das universidades. Não é minha intenção voltar à vaca fria a dizer o mesmo, mas apenas actualizar os dados.
http://www.topuniversities.com/worlduniversityrankings/results/2008/overall_rankings/fullrankings/
TOP 10: UK – 2.3% ; US – 0.14%
TOP 100: UK – 9.9% ; FIN – 2% ; US – 0.9% ; GER – 0.9% ; JAP – 0.88%
TOP 200: UK – 23% ; GER – 3.3% ; JAP – 2.2% ; US – 2% ; FIN – 2% ;
- O Reino Unido lidera os rankings a milhas de qualquer outro país
- A Finlândia, de 49 universidades, mostra uma única no TOP 200 (91º lugar)
- O Japão aparece pela 1ª vez na lista em 19º lugar
- A Finlândia lidera neste momento nas estatísticas da NationalMaster quanto a desenvolvimento tecnológico
- Os EU estão em 2º lugar
- O Japão em 3º
- O Reino Unido em 7º
- A Alemanha em 12º
http://www.nationmaster.com/graph/eco_tec_ach-economy-technological-achievement
- O orçamento de Harvard é superior ao orçamento de todas as universidades britânicas (Público, 10/10/2008)
- O orçamento de Harvard é superior ao orçamento do Ministério da Educação francês
- O desenvolvimento tecnológico não é directamente proporcional à posição global das universidades nos rankings. A Finlândia, com uma única universidade no TOP 200, é o que melhor se posiciona, ao contrário do Reino Unido, que liderando a grande distância os tops universitários, se posiciona no 7º lugar do desenvolvimento tecnológico.
ML:
"Já pensei se não será o efeito do choque da cabeça com a bola que provoca uma reacção depauperante da linguagem."
Dizem que é por terem o cérebro nos testículos.
O espaço é curto e de vem em quando ... pfffff.
.
Enviar um comentário