Teste

teste

terça-feira, 23 de setembro de 2008

AO QUE PARECE...



”acho um piadão que estes anti-muçulmanos, enquanto gastam milhares de palavras contra algumas sociedades muçulmanas,”


Que saudades meu Deus que eu tenho, e que piadão que eu acho a esta estupidez confrangedora! Faz-me sempre lembrar os anos anteriores a 25 de Abril de 1974, em que os emigrantes portugueses na Holanda me proibiam a entrada na Casa Portuguesa de Haia porque, vejam lá………eu dizia mal de Portugal e dos portugueses.

Era absolutamente impossível fazer entender a estas (e outras) almas tacanhas e rudes que uma coisa é criticar a IDEOLOGIA vigente num determinado período da história de um país, e outra coisa criticar os seus HABITANTES.

Mas ao contrário do Stran que ainda hoje, e passados trinta e quatro anos continua a não usar convenientemente a caixa dos pirolitos, e é por isso que continua a chatear o indígena, os emigrantes portugueses acabaram por ir às boas mesmo sem terem alguma vez na vida compreendido esta dicotomia. Como por milagre, no dia 26 de Abril de 1974 tinham todos um cravo na lapela, eram todos socialistas e todos eles queriam ser meus amigos. Não é isto fantástico?

Critica-se o nazismo e pronto, somos obrigados a justificar-nos, a gostar de ver homens bêbados vestidos com calções de cabedal. Critica-se o comunismo e pronto, somos obrigados a dizer que até gostamos de russas com mais de sessenta anos e de Vodka. Critica-se o Maoísmo e pronto, lá somos mais uma vez obrigados a dizer que até comemos sopa com pauzinhos.

Cansativa esta eterna actividade de moralista para explicar aos Frans deste mundo coisas tão simples que, compreendidas, de uma vez para sempre iriam facilitar e elevar consideravelmente a qualidade do diálogo.

"Ao que me parece foi um lunático fundamentalista, do tipo do que matou john Lennon, quem matou Theo van Gogh."


Ao que parece, Mohammed Bouyeri estava ligado a uma organização de islamistas radicais chamada “De Hofstadgroep”. Ao que parece, Mo Bouyeri e os seus acólitos prepararam meticulosamente o assassinato – há testemunhas de várias visitas às imediações da casa de Van Gogh. Ao que parece, Mo Bouyeri não cruzou Van Gogh por casualidade na rua, e depois de o abater a tiro e de lhe ter cortado o pescoço (precisamente como é da praxe islâmica nestas situações), espetou-lhe uma faca de talhante no peito com uma carta impressa por um printer, ao que parece anteriormente redigida – não consta que ele trouxesse consigo um laptop ligado a um printer - e dirigida a Ayaan Hirsi Ali. Segundo a carta seria ela a próxima vítima… Ao que parece.


Mas os cartoons do desenhador da Dinamarca foram uma provocação de um jornal de extrema direita contra uma comunidade, dizem os Strans de diversos quadrantes com uma grande lata …

Como é que um desenho pode ser motivo para matar gente, para obrigar o desenhador a viver durante o resto da sua vida protegido pelo estado?

Vamos lá ajudar mais uma vez (a última) os Frans deste mundo a puxar pela cachimónia. Imaginemos que o desenhador tivesse desenhado Buda ou o Cristo com uma bomba nos cornos! Porque não?

Neste caso seria natural uma pessoa não perceber bem a relação e achar uma piada de mau gosto, mas seria isto motivo para matar gente?

Mas no caso de Maomé
a relação com bombas é mais do que evidente. Porque todos os dias que nosso Senhor nos dá há gente a ser assassinada em nome de Alá e do seu profeta Maomé, ao que parece...

73 comentários:

Anónimo disse...

Critica-se o nazismo e pronto, somos obrigados a justificar-nos, a gostar de ver homens bêbados vestidos com calções de cabedal. Critica-se o comunismo e pronto, somos obrigados a dizer que até gostamos de russas com mais de sessenta anos e de Vodka. Critica-se o Maoísmo e pronto, lá somos mais uma vez obrigados a dizer que até comemos sopa com pauzinhos.


Ah, sr. Carmo, como eu gostei deste bocadinho!
Vou copiá-lo se me der licença, claro.

-- Critica-se a política externa de Israel e pronto, somos obrigados a justificar-nos, a dizer que o Ariel Sharon é um homem bonito por fora e por dentro e que até guardámos a listinha de judeus famosos que o nosso prezado tem a bondade de colar por aí regularmente.
Critica-se a política da administração do idio... do Bush, vulgo neoliberalismo, e pronto, somos obrigados a dizer que até gostámos muito do perú de plástico no Iraque, dos óculos da Sarinha, e vemos com muito bons olhos o descalabro financeiro criativo, a subida das taxas de juro, tudo. --


Já quanto ao Maoismo, olhe, sr. carmo, não gostei assim tanto da sua afoiteza. É que anda por aí tanto ex-maoista vestido de democrata liberal, ou assim, que nem sei se não deverei temer retaliações. A pele levou uma demão, o fanatismo é o mesmo e a mioleira também não sofreu alterações.

Carmo da Rosa disse...

Dona Maria Luisa,

faça o favor, sirva-se à vontade, o prazer vai ser todo meu. E sabe porquê?
Porque precisamente tinha em mente abordar dois dos aspectos que enuncia e acabei por me esquecer! Esta minha cabeça. Mas sabe, estou neste momento metido até ao pescoço numa polémica muito parecida num blogue Holandês (se não acredita veja aqui: http://www.peterbreedveld.com/archives/00001556.html#comments

Cá vai o suplemento que me faltou:

É que precisamente quando se critica a política de Israel, e ainda a mais a política do país do presidente que você ao fazer qualquer referência não pode passar sem enfiar um adjectivo depreciativo mesmo que a medo, NÃO SÃO necessárias qualquer tipo de justificação. Sempre assim foi minha cara amiga, e eu sei isto muito bem, porque, como calcula, usei e abusei disto nos meus tempos de ex, nos meus tempos de revolucionário ao serviço do marxismo.

Quanto ao Maoismo verifico, sem conseguir esconder um ligeiro desapontamento, que a minha cara amiga adora amarar as pessoas ao passado. Gostaria que fossem rochas inabaláveis onde o tempo passa e não deixa marcas. Tenho muito pena, mas faço parte dos fracos que pensam que acreditar numa coisa toda a vida poderia ser sinónimo de muita coisa, de casmurrice, coerência, estupidez, ignorância, determinação, fanatismo, mas não necessariamente de virtude.

” A pele levou uma demão, o fanatismo é o mesmo e a mioleira também não sofreu alterações.”

Eu conheço muitos deles e gostaria de lhe dizer que o que diz é verdade em relação a uns, mas de maneira nenhuma em relação a outros. Olhe, tal e qual como em relação aos muçulmanos seus amigos e meus amigos.

E não me diga que SÓ gostou daquele bocadinho!

Anónimo disse...

Uma resposta curta por alíneas porque o trabalho não me larga e o cansaço já é algum.

a. O adjectivo não é a medo, é que sem querer me foge a boca para a verdade. E eu, como pessoa educada, tento emendar a tempo.

b. Sr. carmo, a coacção é a mesma em relação aos dois assuntos que referi. Então em relação a Israel é quase necessário fazer profissão de fé, e mesmo assim vai por este blogue uma berraria desatada. E não se esqueça de que lá do alto do seu julgamento já me acusou de antiamericanismo primário.

c. Não é a mudança que está em causa, sr. Carmo. É o despudor com que se mantém os mesmos esquemas mentais, ao mesmo tempo que se aponta indignadamente o dedo a outros por pecados comuns, como se tivessem o passado do João César das Neves. Mera burrice que normalmente anda associada a outros comportamentos também pouco estimáveis.

d. Felizmente que muita gente não é assim, pois não senhor. A maioria até não é, e também conheço bastantes que vivem saudavelmente as opções que fizeram em determinada altura.
E porque não? Mas há quem expie culpas toda a vida e os outros é que os aturam.

e. É claro que leio tão bem holandês como me chamo Maria Luísa.

RioDoiro disse...

CR, citando:

"Mas os cartoons do desenhador da Dinamarca foram uma provocação de um jornal de extrema direita contra uma comunidade"

Talvez seja de rever este:

http://fiel-inimigo.blogspot.com/2008/04/democracia-deus-democrtico.html

.

Paulo Porto disse...

Caro CdR

Algumas das coisas que escreveu no comentário acima mereciam elas mesmas um post.

Anónimo disse...

Meu caro CdR,

Julgo que o Carmo da Rosa ainda não entendeu bem a questão.

O problema que se levanta é a vossa (para já sua e do Lidador) propensão de generalizar e escrever post preconceituosos contra uma religião e uma realidade que é mais diversificada.

Acusar os muçulmanos e o Islão de fanatismo ou de que querem acabar com os valores ocidentais, e outras barbaridades identicas é acusar 1.500.000.000 de pessoas.

Vocês partem do pressuposto que cerca de 20% da população mundial quer acabar com o mundo ocidental, o que como é obvio é um enorme erro.

A diferença entre nós é que gosto de analisar os problemas baseado na realidade e não em realidades preconcebidas como o fazem.

A verdade é que a visão muçulmana da Arabia Saudita é diferente do Irão, diferente da Indonésia, diferente de Africa, diferente de Inglaterra, etc...

Aliás a própria religião muçulmana é diferente da católica, sendo muito mais descentralizada que a católica.

Não ter em linha de conta esse factor, faz com que as vossas análises sejam deficientes.

Outro erro comum que fazem é partir do pressuposto que o que une as pessoas no Libano é igual ao que une no Irão ou no Paquistão, ou noutros conflitos.

Uma coisa é verdade a religião, tal como noutras, acaba por ter uma dimensão unificadora e muitos movimentos acabam por utilizar a mesma para ganhar força.

E ao contrário do que querem à força imprimir, quando falamos de Islão e muçulmanos falamos de pessoas, a religião desprovida de pessoas não tem qualquer interesse ou poder.

Mas analisar todos estes conflitos apenas com a matriz religiosa é insuficiente, no meio existem nacionalismo e imperialismo (tão ou mais perigoso que o fundamentalismo religioso), existe muita pobreza e um deficiente apoio social, existem realidades de exclusão social e pouca educação.

Se se misturar todas estas realidades dentro dum caldeirão de fanatismo religioso e se procurar apenas uma solução então nunca se encontrará solução.

Esta não é uma realidade unidimensional como querem fazer crer pelos vossos comentários e ao transformar o problema em unidimensional estarão a fazer o que muitos já fizeram anteriormente com outras culturas.

Tentem imaginar o seguinte cenário:

O CdR é um simples camponês que vive numa aldeia no Paquistão. Como é obvio é pobre e vive do pastoreio. Ambiciona apenas viver uma vida pacata, ter filhos, etc...

Um dia, no caminho de regresso, quase a chegar a sua aldeia vê um avião americano e ouve explosões. A sua aldeia acabou de ser bombardeada e perdeu toda a sua familia.

Agora gostava de saber como é que o CdR explica esta pessoa da "superioridade moral" do ocidente e que o Ocidente é que é bom e que os maus são os Muçulmanos?

Anónimo disse...

"Um dia, no caminho de regresso, quase a chegar a sua aldeia vê muçulmanos. A sua aldeia acabou de ser atacada e perdeu toda a sua familia."

Foi isto que o islão fez aos pacíficos hindus e budistas paquistaneses.
E não só a eles, mas a todos os povos que desgraçou.
E actualmente justifica e defende esse processo em todo o mundo e arredores.

Anónimo disse...

"Foi isto que o islão fez aos pacíficos hindus e budistas paquistaneses."

Não sabia que Allah tinha descido à terra (lol).
P.S. Nem todos os hindus são pacificos e explique a esses hindus que quem bombardeou era pacifico e com superioridade moral...

Anónimo disse...

"Não sabia que Allah tinha descido à terra (lol)."

Em palavras simples.
No islão só satanás anda à solta.
Só satanás tem liberdade de movimentos.
Só satanás fala.
E tudo por permissão directa e clara de allah.

Portanto, nem é preciso que allah desça à terra.
Já tem quem faça o trabalho por ele.
Pode ser até que allah seja o próprio dito cujo.
Pelo menos é da família, é o pai(criador) dele.


"Nem todos os hindus são pacíficos"

Mas foram e são pacíficos ou tendencialmente pacíficos.
A tal ponto que no hinduísmo há milhões de deuses há milhares de anos e não se andaram a matar uns aos outros, como aconteceu no mundo de allah.

Anónimo disse...

"explique a esses hindus que quem bombardeou era pacifico e com superioridade moral..."

Há quem saiba explicar melhor estas coisas.

Mas o sr. está a basear-se num mito.

Um grão de areia de erros ou de supostos erros dos americanos são uma montanha para si.

E uma cordilheira de montanhas de crimes e de vontades de fazer crimes do islão, para si, são um grão de areia.

Anónimo disse...

Acautele-se, que a vontade deles também é de o violarem a si.

Não será com um simples e inofensivo grão de areia.

E nem será só no orifício das rotundidades posteriores.

Anónimo disse...

Caro anónimo,

Adorei a sua lógica! E ainda dizem que sou eu que desculpabilizo o Islão.

Veja lá se "Já tem quem faça o trabalho por ele" e esse alguém é o diabo ("No islão só satanás anda à solta", "nem é preciso que allah desça à terra"). Então não são os muçulmanos mas o próprio diabo que está a fazer os bombardeamento, donde inferimos que o Islão não é a religião do "Mal"!!!! (LOL)

"Um grão de areia de erros ou de supostos erros dos americanos são uma montanha para si."

Se fosse só um grão de areia...

Anónimo disse...

Segundo aquilo que o próprio maomé nos revelou, alá foi e é o culpado por todo o mal deste mundo, do outro e arredores.

Indirectamente através de outros, directamente através de maomé e do islão.

E quando é directamente, é muito pior.

Tudo isto nos foi revelado por maomé.
ele disse que:
Foi alá que criou o inferno.
Foi alá que fez satanás.
Foi alá que deu permissão a satanás.
E alá só deu permissão a satanás.

Portanto alá é quem está por detrás de todo o mal.
É mesmo o responsável em primeiro grau.

Como vê, é tudo muito simples.
É só acreditarmos naquilo que o próprio maomé nos revelou.

Já agora, são os próprios que dizem que islão não é religião, é sim submissão às vontades de alá.

Nem se lembram, que se alá tem vontades é porque é carente.

E se é carente, não é todo poderoso.

Não foi por acaso que maomé incitou a recitar, mas não a estudar.

Porque quem estuda aquilo, vê que o islão não tem uma única coisa boa que se aproveite.

Mesmo aquilo que aparentemente parece bom, está na verdade ao serviço do mal.

E as pessoas normais, por muitos defeitos que tenham, de uma ou de outra maneira procuram o bem

EJSantos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
EJSantos disse...

Caro Carmo da Rosa, excelente texto. Parabéns.
Já agora, passem no site da "Faith Freedom International".
Há lá muitos textos interessantes sobre o tema. Os melhores criticos do Islão são os ex-islamitas. E, criticando o islamismo, recordam que os próprios muçulmanos são as primeiras vitimas dessa ideologia.

Carmo da Rosa disse...

Cara Maria Leonor,

A coação não é de maneira nenhuma igual.
No caso de Israel você teria toda a razão se tivesse escrito isto há uns anos atrás e em holandês. Na Holanda, realmente, e por causa do Holocausto e da Guerra que sempre esteve mais próxima da memória colectiva deste país do que em Portugal, houve sempre uma certa dificuldade em criticar Israel. Mas até isso já desapareceu.

Em relação aos EUA, creio que é escusado dizer-lhe que não é bem dizer-se em festas de anos ou durante uma vernissage que somos pró-americanos - pró Bush nem falar. Em contrapartida ninguém se surpreende se dissermos que gostamos muito do Sr. Putin.

Não me lembro de a ter acusado de anti-americanismo primário (mau gosto, sobretudo tratando-se de uma senhora), mas é bem possível.

Por outro lado, é também verdade que ainda não a apanhei em flagrante a dizer algo que seja de positivo sobre os EUA. Creio estar lembrado que mesmo naquilo em que os americanos são absolutamente imbatíveis, na esmagadora quantidade de excelentes Universidades nos primeiros rankings mundiais, a minha amiga veio com uma história caricata, muito abaixo do nível a que sempre nos habituou, sobre estudantes luso-americanos que davam preferência às Universidades americanas porque o nível das portuguesas era superior (ver mais difícil)!!!

Lembre-se ao menos que é graças aos americanos que estamos aqui a trocar ideias e elogios.

”Não é a mudança que está em causa, sr. Carmo. É o despudor…”

Mas mesmo tratando-se de despudor, ficamos na mesma, penso eu de que! Uns têm mais e outros menos despudor – what to do about it?
E quem é o João César das Neves?

” É claro que leio tão bem holandês como me chamo Maria Luísa.”

Tem razão, mas a ideia não era ler, era ver a quantidade de letras que enfiei na caixa de comentários acerca da temática que nos é tão querida, e ver as imagens…

Carmo da Rosa disse...

”Julgo que o Carmo da Rosa ainda não entendeu bem a questão.”

Meu caro Stran,

A coisa mais acertada que você disse até agora. É verdade, ainda não entendi a questão. E a questão é saber se a sua galopante falta de compreensão é intrínseca ou é má-fé?

Ó seu cara de c…….. bom, peço desculpa, vou respirar fundo e contar até dez. Eu escrevi esta frase especialmente para si,

Era absolutamente impossível fazer entender a estas (e outras) almas tacanhas e rudes que uma coisa é criticar a IDEOLOGIA vigente num determinado período da história de um país, e outra coisa criticar os seus HABITANTES.

pelos vistos debalde!

Você percebeu, ou não percebeu a frase acima? Hé pá, eu sei bem que em Portugal as pessoas se acanham e preferem morrer ignorantes do que perguntar algo em público, mas em Portugal também se costuma dizer que quem tem vergonha passa mal…
Por isso, não passe mal, faça perguntas, eu estou aqui para responder a tudo aquilo que você quiser, mas por favor não passe por cima daquilo que eu já disse e expliquei COMO SE NÃO TIVESSE LIDO NADA. Isso é pior do que cuspir na minha sopa.

Você, com a sua conversa de chacha num tom insuportavelmente moralista e de professor do ensino primário sobre os meus pressupostos, reage, pelos vistos, como os fachos portugueses do tempo da outra senhora:
Ao criticar a guerra colonial e o regime de Salazar estou, segundo a sua lógica brilhante, a criticar 10 milhões de portugueses, fora as províncias ultramarinas!

Enquanto você não entender isto não é possível discutir consigo. Para haver um diálogo é necessária uma base mínima de entendimento. É impossível discutir de futebol com alguém que diz nas calmas que se uma equipa não consegue marcar golos na baliza do adversário, deve marcá-los na sua própria baliza…

Não me leve a mal, mas às vezes tenho a sensação que estou a polemizar com uma máquina, com uma espécie de Deep Blue mal-programado, não para xadrez mas para polémicas sobre esta temática. Porque você passa completamente ao lado daquilo que eu disse e vai por aí abaixo a desbobinar nas calmas como se estivesse a falar sozinho sobre saberetes que toda a gente já sabe:

a religião muçulmana é diferente da católica, sendo muito mais descentralizada que a católica.

Tem a certeza?

a visão muçulmana da Arabia Saudita é diferente do Irão.

Eu não chamaria a isto uma ‘visão’, mas percebo o que você quer dizer, mas você não acha que alguém minimamente informado conhece a diferença? Ou você julga que isto é um segredo dos deuses que você muito amavelmente nos quer fazer parte?

Acerca da minha pessoa como ’um simples camponês que vive numa aldeia no Paquistão.’ acho uma ideia genial para um próximo artigo. Estamos assim combinados, mal tenha um pouco de tempo vou meter mãos à obra.

Carmo da Rosa disse...

@ Range-o-Dente disse:

”Talvez seja de rever este:”.

Vem mesmo a calhar…


@Paulo Porto disse...

”Algumas das coisas que escreveu no comentário acima mereciam elas mesmas um post.”

Quais precisamente?

@ ejsantos disse...

”Os melhores criticos do Islão são os ex-islamitas. E, criticando o islamismo, recordam que os próprios muçulmanos são as primeiras vitimas dessa ideologia.”

É isso mesmo. Mas tenta lá tu explicar isso ao Stran que eu já não consigo, ou melhor, escreve um post.

ml disse...

sr. Carmo, se mantém que a coacção não é a mesma, deixemos cair a alínea porque vamos andar à volta. Bem ou mal, não aprecio o Putin nem um bocadinho, bastava-lhe o passado KGB, mas é mais uma alínea que está resolvida por impraticabilidade de entendimento. Creio que para que o meu desapego à personagem ficasse bem claro teria que jurar que o acho tão idiota como o Bush, mas parece-me que não se deve brincar com misérias e prefiro arriscar simpatias suspeitas.

Caricata, caro sr. Carmo, foi a leitura que fez do que eu escrevi, mantenho, e é do consenso geral de quem se debruçou alguma vez sobre o assunto:

- os EU ocupam o topo do ranking das universidades, seguidas pelo RU;

- tirando as universidades de topo, a qualidade do serviço na grande maioria das instituições de ensino superior é inferior ao fornecido pelas congéneres europeias;

- o tal amigo de que falei não é luso-americano mas um portuguesinho da silva que foi temporariamente para os EU acompanhando o pai, em serviço;

- quando regressou a Portugal verificou que os conhecimentos adquiridos eram insuficientes para o que era cá exigido no nível correspondente;

- voltou aos EU para completar o curso, iniciando depois o processo de equivalência;

- tudo isto pode ser comprovado por informação comparada vária, reflectida no livro que indiquei e que se debruçou a sério sobre o assunto, ‘The Closing of the American Mind’, de Harold Bloom, um americano de quatro costados que morreu com o desgosto imenso de nunca ter visto a situação inverter-se.
Como o assunto voltou à berra nos últimos anos, creio poder ainda acompanhar a discussão se assim o entender e o Frontaal Naacht e De eeuwige moslim lhe derem folga;

- a minha experiência vale o que vale pois é confinada a uma região, mas foi exactamente o que constatei. Mestrados vários que mais não exigiam do que o equivalente aos anos iniciais da faculdade por aqui, e por vezes nem issso;

- preconceito é achar esta constatação inadmissível, e não entendo bem porquê. Se se admite que a França ou o RU podem não ter, genericamente falando, o melhor ensino actual, a Alemanha, a Holanda, o Japão idem aspas, porque não os EU?

- se isto está abaixo do nível a que o habituei é porque a matéria-prima analisada não me permite ir mais longe;

- é claro que contrariando o que atrás diz, sr. Carmo, eu teria que bater a mão no peito de amor ao ensino superior nos EU para provar que não tenho os sentimentos antiamericanos que realmente não tenho;

- não sou Maria Leonor.

Anónimo disse...

Experiencia comprovada por experienia comprovada eu tenho na minha mão 342 casos de estudantes que ficaram a "ver navios" por falta de aptidão e conhecimentos (apesar das suas belissimas notas em Portugal)em pelo menos 10 universidades nos eua.

Anónimo disse...

Bem meu caro Carmo,

Julgo que do seu comentário apenas fica de substancial a necessidade de comentar a seguinte frase:

"Era absolutamente impossível fazer entender a estas (e outras) almas tacanhas e rudes que uma coisa é criticar a IDEOLOGIA vigente num determinado período da história de um país, e outra coisa criticar os seus HABITANTES."

Ok, posto desta maneira até as "almas tacanhas" percebiam essa diferença. E não existe nenhum problema em criticar uma ideologia.

Aliás é esse o esforço que tenho imprimido a este blogue, que se critique a ideologia e não as pessoas.

No entanto se tal fosse verdade, se atacassem uma ideologia frases como vou transcrever a seguir não eram escritas:


"O facto de os seus praticantes degolarem pessoas, lapidarem mulheres, atirarem aviões contra prédios, fazerem explodir bombas em comboios, creches e autocarros, matarem escritores, cineastas, pessoal de ONG, destruírem ícones de outras religiões (por exemplo, Bamyan), matarem os apóstatas, amputarem e chicotearem os criminosos suspeitos, etc, etc, e tudo isso em nome de Alá, são meros “fait divers” que de modo nenhum alteram a premissa."

"O Islão não é pacífico nem avançado, nem tolerante.
O Islão é intrinsecamente violento e essa violência releva não só do Corão mas também das interpretações dominantes que dele se fazem. Esperar-se-ia que as pessoas normais encarassem esta religião como perigosa e criassem anticorpos."

Chamo a atenção para duas palavras: "Praticantes" e "Religião".

A forma como está utilizado a palavra "praticantes" é para englobar o todo e não apenas uma parte.

Imaginemos a seguinte frase:

"Os padres católicos praticam pedofilia."

Quem ler esta frase deduz que todos os católicos praticam pedofilia (o que é falso) e não que apenas alguns praticam pedofilia (o que é verdade).

Ao utilizar a palavra desta forma está a acusar todos os praticantes e não apenas uma parte.

No segundo caso ao falar em "Religião" e não na Ideologia que pretende denunciar está a trocar o sentido de cada palavra. Neste caso acaba por cometer o mesmo erro, ou seja caracteriza a parte menor mas denomina o todo. A religião muçulmana é mais do que esta vertente fundamentalista.

Posto isto o meu problema não é que vocês critiquem uma ideologia, mas sim o facto de que NÃO criticam uma ideologia mas sim uma religião e os seus praticantes.

Como dei a conhecer no caso do do Rato Mickey, houve muita gente muçulmana que criticou aquela frase, o que vos deixa num dilema na vossa visão, ou a religião é mais do que a ideologia da pessoa que a proferiu ou quem criticou não é muçulmano.

P.S. Já agora gostaria de saber a seua opinião sobre o ultimo comentário que coloquei no artigo "desculpabilizando o islão"

Anónimo disse...

Errata:

Onde se lê:

"Quem ler esta frase deduz que todos os católicos praticam pedofilia (o que é falso) e não que apenas alguns praticam pedofilia (o que é verdade).

Ao utilizar a palavra desta forma está a acusar todos os praticantes e não apenas uma parte"

Deve-se ler:

"Quem ler esta frase deduz que todos os padres católicos praticam pedofilia (o que é falso) e não que apenas alguns praticam pedofilia (o que é verdade).

Ao utilizar a palavra desta forma está a acusar todos os padres e não apenas uma parte"

Anónimo disse...

Experiencia comprovada por experienia comprovada eu tenho na minha mão 342 casos de estudantes que ficaram a "ver navios" por falta de aptidão e conhecimentos (apesar das suas belissimas notas em Portugal)em pelo menos 10 universidades nos eua.

E...?
Provavelmente quiseram entrar em Yale, Harvard, MIT, Princeton, Berkeley, Brown, etc, etc, etc, e provavelmente alguns ainda terão ficado à frente de milhares de alunos americanos e de outras nacionalidades que também se candidataram.

Se tiver também a percentagem de recusas de entradas nos restantes milhares e milhares de instituições de ensino superior nos EU, agradeço-lhe. Pode começar pela Nova Inglaterra, que é onde são mais sofisticados e mais se orgulham da herança europeia.



____________________________


Aproveito para fazer uma errata ao comentário ao Carmo da Rosa: não é Harold Bloom, é Allan Bloom. Frequentemente lhes troco os nomes, mas creio que nenhum deles se incomodará.

Carmo da Rosa disse...

”Julgo que do seu comentário apenas fica de substancial a necessidade de comentar a seguinte frase:”

Caríssimo Stran,

É isso mesmo. Estou contentíssimo que tenha percebido pelo menos isto, que é para a gente passar à fase seguinte, ao que ainda ficou por comentar.

” Ok, posto desta maneira até as "almas tacanhas" percebiam essa diferença. E não existe nenhum problema em criticar uma ideologia.

Lá meteu você outra vez o pé na poça! Você não devia ter começado o seu comentário com ”Ok, posto desta maneira”, porque eu não alterei em nada a minha frase inicial. Ainda lá está, inalterável… O ‘posto desta maneira’ só tem razão de ser se eu tivesse posteriormente alterado a frase, por exemplo para você perceber melhor. Isto não é muito grave mas obrigou-me a ler três vezes o seu comentário para perceber…

Mais grave é,

Eu não disse que ’até as almas tacanhas percebiam essa diferença! Eu disse que era impossível fazer explicar a diferença entre criticar uma IDEOLOGIA e criticar os HABITANTES que vivem no país onde bla bla bla…
Este facto não foi alterado, as pessoas não sofreram alteração (que eu saiba), o que sofreu alteração foi o país, que mudou de ideologia. Dá para entender?

”Aliás é esse o esforço que tenho imprimido a este blogue, que se critique a ideologia e não as pessoas.”

Muito bem Stran. Mas, que eu saiba ninguém aqui critica as pessoas em vez da ideologia - é impressão sua.

E EU dou preferência a discutir as frases que EU escrevi, que já assim me dão bastante trabalho. Tenho a certeza que os outros estão dispostos e são capazes de lhe dar uma resposta.

”Os padres católicos praticam pedofilia."

Mais uma vez você quer obrigar-me a responder por algo que eu NÃO escrevi, NEM tão pouco pratiquei! Salvo seja, cruzes cruzes canhoto, vade retro Satanás.
Pela alma de quem tem, limite-se a criticar ou a apontar aquilo que eu escrevi, tá…..

Anónimo disse...

Ok já existe muita confusão:

"Muito bem Stran. Mas, que eu saiba ninguém aqui critica as pessoas em vez da ideologia - é impressão sua.

E EU dou preferência a discutir as frases que EU escrevi, que já assim me dão bastante trabalho. Tenho a certeza que os outros estão dispostos e são capazes de lhe dar uma resposta."

Antes demais a frase com que inicia o seu artigo foi retirado de uma resposta ao Lidador, não a si. Se quer discutir só o que lhe diz referência então este artigo não teria existido. No entanto se entra na discussão tem de estar preparado para discutir tudo, OK?

Mas já que dá preferência a discutir frases que VOCÊ escreveu vamos a esta: "Mas, que eu saiba ninguém aqui critica as pessoas em vez da ideologia..."

Agora com esta frase já me pode responder ao meu comentário anterior, pois foi retirado AQUI!

---------------------------------

"O ‘posto desta maneira’ só tem razão de ser se eu tivesse posteriormente alterado a frase, por exemplo para você perceber melhor. Isto não é muito grave mas obrigou-me a ler três vezes o seu comentário para perceber…"

Escusava de ter lido três vezes, pois como é obvio eu estava a comentar a frase inicialmente escrito que presumi era identica à citada, e o "posto desta forma" é comparando esta frase como o que se tem dito no meio da discussão donde você reitou a minha frase inicial.

Posto de uma forma clara é: O Carmo diz isso nesse artigo mas o Lidador (com quem eu estava a ter a discussão) não fez o que você disse.

Daí eu ter retirado as frases para você comentar.

Comentário que aguardo que agora o faça!!!

P.S. - Mas já agora concorda e subscreve essas frases?

Carmo da Rosa disse...

”Mas já agora concorda e subscreve essas frases?”

Quais frases?

Enuncie lá uma (para começar e para você não meter os pés pelas mãos) frase retirada do meu post AO QUE PARECE que lhe cause confusão, ou que não está de acordo. Mas leia primeiro com atenção para não tirar conclusões erradas.

” Se quer discutir só o que lhe diz referência então este artigo não teria existido.”

Algo diz-me sempre respeito logo que esteja escrito por mim, mesmo que seja uma referência à sua pessoa (como exemplo de uma maneira de pensar).

Carmo da Rosa disse...

”deixemos cair a alínea porque vamos andar à volta.”

De acordo.

ML,

Lá me obrigou você outra vez a andar à procura dos rankings. Lembro-me vagamente que na outra vez que procurei das 10 melhores universidades do mundo, 7 eram americanas, 2 britânicas e a restante já não me lembro (creio nipónica!).

Agora verifico neste site http://www.webometrics.info/index.html que neste momento mundialmente até ao lugar 25 são todas americanas! A 26 do ranking e primeira europeia é a Cambridge. Das 50 melhores do mundo só 6 é que não são americanas. Creio que do mundo estamos conversados.

O top da Europa é encabeçado pela Cambridge, no sétimo lugar encontra-se a Universidade Holandesa de Utreque e o décimo lugar é para a Universidade de Viena. A primeira universidade portuguesa encontra-se no 99-lugar (267 no mundo) e trata-se da universidade do Porto. Mas você pode verificar todos estes dados indo ao site que eu acima indiquei e tire as conclusões que desejar.

O que eu acho engraçado é que quando há uns tempos atrás andava à procura destes dados lembro-me de ter lido num jornal holandês que eles (holandeses) estavam todos contentes porque Utreque (na altura 45) e Wageningen (70 e tal) ocupavam estas posições no ranking mundial… Os portugueses (neste caso você) são bem mais ambiciosos – QUEREM SER MELHORES QUE OS AMERICANOS…

Mas mesmo que os rankings não dêem uma ideia exactíssima de excelência, dão uma ideia aproximada daquilo que cientificamente se produz nos respectivos países. Ou não será assim?

Basta fazer a contabilidade, ou melhor, nem sequer isso é preciso, basta ter uma ideia aproximada das invenções e dos prémios Nobel atribuídos para imaginar que os americanos devem ter excelentes Universidades. Não era preciso obrigar-me a procurar dados na Net para chegar à triste conclusão – já vou dormir mal - que as Universidades Portuguesas nem com as do México se podem comparar, que fará com as americanas…

Anónimo disse...

sr. carmo

Se não fosse o absurdo desses números eu até poderia ter reconsiderado que nos últimos anos, para contentamento póstumo do Bloom, as coisas tinham mudado.

O que mais me atraiu a atenção foi a posição do RU, que contradiz tudo o que os artigos da especialidade afirmam.

E como o que é demais é demais, lá fui de candeia à procura de rankings actualizados. Salvaguardando as diferentes metodologias, deixo-lhe aqui alguns de proveniências variadas para escolher à vontade.


http://www.paked.net/higher_education/rankings/times_rankings.htm

http://www.ensmp.fr/Actualites/PR/EMP-ranking.html#7

http://www.socialcapitalgateway.org/eng-deprankings.htm

http://www.topuniversities.com/worlduniversityrankings/results/2007/overall_rankings/top_100_universities/

http://www.guardian.co.uk/education/2007/nov/08/highereducation.internationaleducationnews


Parece que falamos de um outro planeta, não lhe parece?

sr. carmo, isto não é uma competição e não vejo porque adulterar a realidade.

Anónimo disse...

Caro Carmo,

"”Mas já agora concorda e subscreve essas frases?”

Quais frases?

Enuncie lá uma (para começar e para você não meter os pés pelas mãos) frase retirada do meu post AO QUE PARECE que lhe cause confusão, ou que não está de acordo. Mas leia primeiro com atenção para não tirar conclusões erradas."

Estou a ver que ou está demasiado confuso ou tenta por tudo empurrar a discussão para o non sense.

Vamos então colocar a questão de forma a que desta vez não fuja:

O meu caro Carmo disse (não é do post mas do seu comentário):

"Muito bem Stran. Mas, que eu saiba ninguém aqui critica as pessoas em vez da ideologia - é impressão sua."


No entanto qual a sua opinião quando alguém escreve o seguinte:

""O facto de os seus praticantes degolarem pessoas, lapidarem mulheres, atirarem aviões contra prédios, fazerem explodir bombas em comboios, creches e autocarros, matarem escritores, cineastas, pessoal de ONG, destruírem ícones de outras religiões (por exemplo, Bamyan), matarem os apóstatas, amputarem e chicotearem os criminosos suspeitos, etc, etc, e tudo isso em nome de Alá, são meros “fait divers” que de modo nenhum alteram a premissa."

"O Islão não é pacífico nem avançado, nem tolerante.
O Islão é intrinsecamente violento e essa violência releva não só do Corão mas também das interpretações dominantes que dele se fazem. Esperar-se-ia que as pessoas normais encarassem esta religião como perigosa e criassem anticorpos."

Acha que que está a criticar a ideologia ou as pessoas?

Chamo a atenção para duas palavras: "Praticantes" e "Religião".

A forma como está utilizado a palavra "praticantes" é para englobar o todo e não apenas uma parte.

Imaginemos a seguinte frase:

"Os padres católicos praticam pedofilia."

Quem ler esta frase deduz que todos os católicos praticam pedofilia (o que é falso) e não que apenas alguns praticam pedofilia (o que é verdade).

Ao utilizar a palavra desta forma está a acusar todos os praticantes e não apenas uma parte.

No segundo caso ao falar em "Religião" e não na Ideologia que pretende denunciar está a trocar o sentido de cada palavra. Neste caso acaba por cometer o mesmo erro, ou seja caracteriza a parte menor mas denomina o todo. A religião muçulmana é mais do que esta vertente fundamentalista.

Posto isto o meu problema não é que vocês critiquem uma ideologia, mas sim o facto de que NÃO criticam uma ideologia mas sim uma religião e os seus praticantes.

Como dei a conhecer no caso do do Rato Mickey, houve muita gente muçulmana que criticou aquela frase, o que vos deixa num dilema na vossa visão, ou a religião é mais do que a ideologia da pessoa que a proferiu ou quem criticou não é muçulmano. Qual é a sua opinião sobre isto?

Carmo da Rosa disse...

Cara ML,

No seu primeiro link, Paked.net, menos actualizado (2007) que o meu, que é de 2008, mas mais razoável, vejo o seguinte em:

University Rankings general

Das 10 primeiras Universidades do mundo 6 são americanas. A primeira é Harvard seguida de Cambridge e Oxford. Noto aqui um score muito bom para o RU: 4 Univdersidades nas 10 primeiras.

Se tiver em conta até 20 Universidades 12 são americanas. Dei-me à pachorra de ‘scrolar’ as 200 melhores Universidades desta lista e vejo uma porrada de americanas (não as contei); uma quantidade considerável (tendo em consideração o tamanho do país) de Universidades holandesas (não contei). Vi de repente duas Brasileiras, Campinas e São Paulo, e não vi Universidades portuguesas na lista…

Top 50 Universities for Technology

Em tecnologia das 10 primeiras são igualmente 6 americanas. A diferença é que neste caso as 4 primeiras são americanas. (Delft em 17: os holandeses todos contentes!). Das 50 melhores do mundo neste campo 19 são americanas. Nesta lista tão pouco consta uma Universidade portuguesa…

Top 50 Universities for Natural Sciences

In ciências das 10 melhores do mundo 8 são americanas. As restantes 2 Universidades são Cambridge (3) e Oxford (8). Interessante, este ranking corresponde um pouco mais aquilo que eu na altura vi, falta apenas uma terceira Universidade de um país exótico (creio Japão).

Top 50 Universities for Arts and Humanities

Que merda, até nisto os americanos são bons, sinceramente que não estava à espera.

Top 50 Universities for Life Sciences and Biomedicine

Sim senhora, os bifes aqui esmeraram-se, três Universidades nos primeiras 10: Cambridge (2), Oxford (3) e Imperial College (7). Uma universidade Canadiana (10) e o resto tudo made in USA.

Top 50 Universities for Social Sciences

Das 10 Universidades do topo em Ciências Sociais 7 são, já começa a ser chato, americanas. A London School of Economics está em terceiro lugar!!!! Vou já dizer isto à minha mulher porque ela tirou lá um curso, vai ficar toda contente e assim vai certamente perdoar-me o tempo que eu passo na blogosfera a chatear o indígena.

Peço imensa desculpa mas já não vou ter tempo para ver os outros links, tenho que ir com a minha mulher visitar a sogra. E são 45 km para lá e 45 km de volta, de bicicleta…

Anónimo disse...

Como é engraçado começar a discução com UMA experiencia que vale deixando no ar a "falta de qualidade" introduzindo-se permissas a posteriori quando se rebate com factos identicos embora de sentido contrario mas com maior "amostra".
A quem se presume não seja mentecapto e acredito que não seja só só se lhe atribuir má fé.
De cruzados ou talibans destes cancei.

Carmo da Rosa disse...

Caríssima ML,

Ainda tenho algum tempo, enquanto a minha mulher enche os pneus às biclas.

”tirando as universidades de topo, a qualidade do serviço na grande maioria das instituições de ensino superior é inferior ao fornecido pelas congéneres europeias;”

Pois, mas é que eles não são excelentes apenas no TOPO-10, também no TOPO-50 e TOPO-500.
E como eu já disse o melhor é esquecer os rankings e as Universidades e ver aquilo que os respectivos países produzem nos diversos campos científicos.

E o seu portuguesinho da Silva só pode ser uma caso único, de um estudante que se deixou intimidar pela enorme qualidade, pelas excessivas exigências que Universidades portuguesas pedem aos seus alunos, e resolveu voltar para a bagunça dos EUA…

Bom, desculpe mas agora tenho mesmo que arrancar senão tenho divórcio…

Anónimo disse...

Caro Carmo,

Uma pergunta quando utiliza a expressão "muçulmanos" o que é que esta significa para si?

Anónimo disse...

Sr. carmo

Vá lá, não deixe a sua mulher à espera por causa de um blogue. Isto não vale uma crise conjugal, nem sequer se trata do nosso país.

Eu de início não quis entrar nos tops porque, como quaisquer dados estatísticos, fornecem muito mais informação do que uma leitura simples e achei que não valia a pena ir por aí. O sr. Carmo entendeu que o topo se estende à qualidade geral, o que é tudo menos verdade.

Também fiz umas pesquisas mais finas mas só cheguei a um top 400, onde já entram duas universidades portuguesas. A de Coimbra e a Universidade Nova de Lisboa. O ano passado os portugueses embandeiraram em arco com isso, claro.

http://www.topuniversities.com/worlduniversityrankings/results/2007/overall_rankings/top_400_universities/

Mas fui mais longe ainda e fiz a relação tops/número de universidades. E cheguei a alguns números.

Deixando de lado os primeiros lugares, que evidentemente são incontestáveis, vamos até aos tais 400. Por uma questão de método poderemos considerar que a listagem vai até à qualidade média.


Instituições de Ensino Superior e Politécnico (dados oficiais ou oficiosos)

Portugal - 76 ; 2 (2.6% ) no top 400
UK – 278 ; 43 (15.6%) no top 400
USA – 4 140 ; 93 (2.3%) no top 400

Resulta que para as universidades de qualidade abaixo da média, que serão as restantes, temos os seguintes números:

Portugal – 74 (97.4%)
UK – 235 (84.5%)
US – 4 037 (97,7%)

Faltam-nos muitos dados interessantes, como por exemplo qual a percentagem que cada país vai obtendo para o fim do ranking, mas acho que não estão disponíveis.

Pelos rankings o melhor ensino do mundo é de longe o britânico, o que não obsta a que se nos concentrarmos apenas no 1º lugar sejam os US. Isto já nos diz muito sobre o modo de ler os números.

Nos US 93 escolas são excelentes, muito boas, boas e médias. E as restantes 4 037? Embora com uma muito ligeira diferença, ficam abaixo da média portuguesa. Como disse antes, a gradação de pelo menos 100 em 100 até ao fim da lista é que nos iria dizer tudo.

Quer lhe agrade quer não, é assim que acontece e parece-me que, se concordar, esta discussão deu o que tinha a dar e já só nos resta andar à roda. E como o Bloom já cá não anda para se justificar tintim por tintim, temos que nos valer do que vamos lendo e de outros testemunhos, como o de Branislav Slantchev, que ensinou em ambos os lados do Atlântico.

Os estudantes americanos estão entre os mais close-minded, mal preparados para manter um ponto de vista crítico ou para defender as suas ideias (no caso de as terem), e os mais anti-intelectuais que alguma vez vi. E sim, é uma questão cultural e educacional.

A menos que toda esta gente, americana e não americana, seja antiamericana primária.
Fácil de resolver, basta um rotulozito.

Anónimo disse...

Ainda aqui volto porque encontrei, no mesmo estudo da QS Quacquarelli Symonds, um ranking até 500 estabelecimentos e que confirma a tendência que referi.

Portugal – 76 escolas ; 3 (3%) no top 500 (aqui surge a Católica)
Reino Unido – 278 escolas ; 50 (21,27%) no top 500
Estados Unidos – 4037 escolas ; 101 (2,5%) no top 500

No faixa do ranking em que já pode haver comparações, Portugal apresenta melhores resultados percentuais e a diferença vai aumentando à medida que novas escolas portuguesas entram no ranking.

O Reino Unido continua a liderar, aumentando significativamente a já larga margem.

Encontrei rankings até às 4 000 escolas e não tenho dúvidas, pelo que sei e que aqui tenho afirmado, de que a tendência se manteria, mas como foram feitos por outras empresas os critérios e descritores serão diferentes.

Carmo da Rosa disse...

Caro Stran,

Espero bem que agora as minhas respostas às suas perguntas sejam agora suficientes.

Entretanto tenho uma pergunta pessoal a fazer-lhe: você é um estrangeiro que escreve admiravelmente bem português, ou um português (no exílio) que de vez em quando, nada de grave, dá um errozito?


”Acusar os muçulmanos e o Islão de fanatismo ou de que querem acabar com os valores ocidentais, e outras barbaridades identicas é acusar 1.500.000.000 de pessoas.”

Acusar o Islão (ideologia) de fanatismo é lícito, é uma acção a bem da humanidade e não é muito difícil de demonstrar.

a. Um grupo considerável (considerável suficiente para provocar no mundo inteiro enormes esforços de segurança em todos os aeroportos, embaixadas, portos, centrais nucleares, etc, etc.) de muçulmanos quer mesmo acabar com os valores ocidentais.

b. Um grupo ainda mais numeroso de muçulmanos, instrumentalizados pelos anteriores, não gosta dos valores ocidentais nem com cuscuz em molho de harissa.

c. Um grupo ainda mais numeroso de muçulmanos não vai muito à bola dos valores ocidentais mas pratica-os diariamente e sem qualquer problema, e não chateiam muito.

d. Um pequeno grupo de muçulmanos gostaria que o Islão deixasse de ser fanático, porque se envergonham, e abraçasse de uma vez para sempre valores ocidentais.

e. Um grupo de muçulmanos ainda mais pequeno que o anterior quer (como eu) que Alá e o profeta tenham muitos meninos pela peida e que vão chatear a grande p. que os pariu.

” E ao contrário do que querem à força imprimir, quando falamos de Islão e muçulmanos falamos de pessoas, a religião desprovida de pessoas não tem qualquer interesse ou poder.”

Você não quererá dizer (….à força impigir), parece-me neste caso melhor do que ‘imprimir’! Mas você é que sabe. Para responder à sua pergunta dou a palavra a Eça de Queirós, Correspondência de Fradique Mendes (pag. 135), por sua vez em resposta a Guerra Junqueiro: uma religião que consista apenas numa moral apoiada numa fé – é ter da religião, da sua essência e do seu objecto, uma sonhadora ideia de sonhador teimoso em sonhos!

” existe muita pobreza e um deficiente apoio social, existem realidades de exclusão social e pouca educação.”

Na Arábia Saudita?
A raça negra sempre foi a mais descriminada e maltratada, mas nunca existiu um movimento de negros que quisesse fazer explodir o mundo branco!

”Os padres católicos praticam pedofilia. Quem ler esta frase deduz que todos os católicos praticam pedofilia (o que é falso) e não que apenas alguns praticam pedofilia (o que é verdade).”

Estou absolutamente de acordo consigo. Assim como também é falso dizer que todos os imãs são pedófilos, apesar de haver mais pedófilos imãs do que padres. Os padres não sentem tanto essa ‘necessidade’ porque, na nossa cultura aberta e permissiva, ainda vão comendo umas sopeiras e umas catequistas mais atrevidas – lembre-se de O Crime do Padre Amaro de Eça de Queirós. Devido à constante separação dos sexos os pobres dos imãs são obrigados, sexe oblige, a recorrer a rapazinhos ou a uma cabrinha mais jeitosa.

RioDoiro disse...

"” E ao contrário do que querem à força imprimir, quando falamos de Islão e muçulmanos falamos de pessoas, a religião desprovida de pessoas não tem qualquer interesse ou poder.”"

A velha máxima que se esboroou: aprender a ler, escrever e contar.

Gosto desta em particular:

"a religião desprovida de pessoas não tem qualquer interesse ou poder."

Faz-me lembrar um autarca idiota que conheci e que defendia a absoluta necessidade de haver pessoas a morar no concelho para dinamizar o comércio.

.

Anónimo disse...

Meu caro Carmo,

Antes demais obrigado pela resposta.

Começo por responder primeiro à pergunta pessoal:

"você é um estrangeiro que escreve admiravelmente bem português, ou um português (no exílio) que de vez em quando, nada de grave, dá um errozito?"

Infelizmente nenhuma das situações se aplica a mim. Digo infelizmente pois a razão pelos meus erros de português é menos "aceitável", os meus erros derivam da velocidade com que respondo. Tento responder o mais rapidamente para manter a discussão "acesa".

No entanto, e ainda sobre este assunto, julgo que a palavra "inpingir" é demasiado forte/negativa para o que queria transmitir, no entanto posso aceitar a sua sugestão se isso lhe facilitar a leitura.

Para terminar este ponto queria apenas dizer que sempre que encontre erro não se iniba de o tornar claro. É com os erros que vamos aprendendo...

Agora quanto à temática:

"Acusar o Islão (ideologia) de fanatismo é lícito, é uma acção a bem da humanidade e não é muito difícil de demonstrar."

Antes demais fico contente por não ter mencionado "muçulmanos" nesta frase.

Quanto à questão do Islão, tenho alguma dificuldade de concordar consigo. Mas gostava de lhe pedir uma correcta definição de "Islão" e do nome que dá aos seus praticantes fazendo uma analogia com a Igreja Católica.

Espero que não seja pedir demasiado...


Passemos então aos pontos seguintes:


"a. Um grupo considerável (considerável suficiente para provocar no mundo inteiro enormes esforços de segurança em todos os aeroportos, embaixadas, portos, centrais nucleares, etc, etc.) de muçulmanos quer mesmo acabar com os valores ocidentais."

Concordo com tudo excepto com a parte do considerável. Aliás o que o 9/11 demonstrou foi que não é necessário um grande número de pessoas para causar um enorme impacto no mundo. Embora não concorde,não tenho dificuldade em aceitar este termo.

"b. Um grupo ainda mais numeroso de muçulmanos, instrumentalizados pelos anteriores, não gosta dos valores ocidentais nem com cuscuz em molho de harissa."

Concordo.

"c. Um grupo ainda mais numeroso de muçulmanos não vai muito à bola dos valores ocidentais mas pratica-os diariamente e sem qualquer problema..."

Concordo, sendo que considero este o grupo mais numeroso. Já agora poderia nomear os "valores ocidentais" a que se refere?

"d. Um pequeno grupo de muçulmanos gostaria que o Islão deixasse de ser fanático, porque se envergonham, e abraçasse de uma vez para sempre valores ocidentais."

Concordo, e seria interessante saber se este grupo é mais ou menos numeroso que o grupo B...

"e. Um grupo de muçulmanos ainda mais pequeno que o anterior quer (como eu) que Alá e o profeta tenham muitos meninos pela peida e que vão chatear a grande p. que os pariu."

Aqui é que não concordo, pelo simples facto de que se quisessem isso não eram muçulmanos. Pura lógica.

"...uma religião que consista apenas numa moral apoiada numa fé – é ter da religião, da sua essência e do seu objecto, uma sonhadora ideia de sonhador teimoso em sonhos!"

Julgo que tenho a interpretação desta frase precisamente oposta à que você lê...

”existe muita pobreza e um deficiente apoio social, existem realidades de exclusão social e pouca educação.”

"Na Arábia Saudita?"

Ainda bem que se refere a este país. Gostava de saber porque é que nunca "denunciaram" as relações dos USA com este país. É que pela imagem que transmitem este seria um dos países que deveria de estar no famoso "eixo do mal" (julgo que até tem papel principal) e no entanto não vejo neste blogue qualquer "denúncia". Pode-me esclarecer este ponto?


"A raça negra sempre foi a mais descriminada e maltratada, mas nunca existiu um movimento de negros que quisesse fazer explodir o mundo branco!"

Tem a certeza que não? Por exemplo nos USA?

”Os padres católicos praticam pedofilia. Quem ler esta frase deduz que todos os católicos praticam pedofilia (o que é falso) e não que apenas alguns praticam pedofilia (o que é verdade).”

Estou absolutamente de acordo consigo.

Ainda bem, pois este tem sido exactamente o ponto de discórdia.

Nunca leram nenhuma frase minha a afirmar que não existem muçulmanos extremistas, nem que não existe um movimento ou ideologia que pura e simplesmente quer que todos vivam sob jugo da lei Islamica. O que não defendo é que todos os muçulmanos (ou seja todo o mundo Islamico) seja assim, imagem que querem transmitir.

Julgo que ambos concordamos que existe um problema, discordamos é em quase tudo o resto (definição do problema, dimensão do problema, focalização da análise, ligações a outros problemas, soluções para o problema).

Gostava de dar uma sugestão:

- se quiser podemos continuar esta discussão tendo em linha de conta os pontos que mencionei (definição do problema, dimensão do problema, focalização da análise, ligações a outros problemas, soluções para o problema).

Talvez desta forma a discussão possa ficar mais clara.

Carmo da Rosa disse...

Caro Stran,

Os seus erros são os seus, os meus são os meus o que interessa é neste caso o conteúdo. Por vezes sou obrigado a fazer referência a possíveis erros para perceber aquilo que você quer dizer.

Mas se quer evitar erros ortográficos como I(m)pigir compre um bom corrector de texto. Aconselho o excelente programa fabricado em Portugal por portugueses, o FLIP (há para PC e Mac). Barato e bom.

"inpingir" é demasiado forte/negativa para o que queria transmitir, no entanto posso aceitar a sua sugestão se isso lhe facilitar a leitura.

O melhor é você NÃO aceitar a minha sugestão e continuar assim soft e politicamente correcto, não me facilita a leitura mas a vida. (just kidding!)

”Quanto à questão do Islão, tenho alguma dificuldade de concordar consigo. Mas gostava de lhe pedir uma correcta definição de "Islão" e do nome que dá aos seus praticantes fazendo uma analogia com a Igreja Católica.”

O Islão, que significa submissão, é uma religião que certamente copiou elementos da Thora e da Bíblia (os que mais se adaptavam à cultura árabe local) e que foi, logo nos primórdios da sua existência transformada numa ideologia totalitária e de conquista e continua muito na mesma. Os seus praticantes, melhor seria dizer os seus submissos, são os muçulmanos.

A grande diferença com a Igreja Católica é que os muçulmanos, apesar de haver referências no Alcorão a Jesus Cristo e de o reconhecerem como UM profeta (mas de maneira nenhuma O profeta), nunca perdoarão a Cristo ter sido amigado com uma prostituta e ter transformado água em vinho…. (Não me foi ainda possível averiguar se se tratava de vinho tinto ou de vinho branco!)

”Concordo com tudo excepto com a parte do considerável. Aliás o que o 9/11 demonstrou foi que não é necessário um grande número de pessoas para causar um enorme impacto no mundo. Embora não concorde, não tenho dificuldade em aceitar este termo.”

É verdade que não é preciso um grande número de pessoas para causar impacto, mas há muito mais jihadistas do aquilo que você quer imaginar. Repare na quantidade de frentes de batalha onde eles actualmente actuam. E não se esqueça que todos os dias são formados novos jihadistas nas madraças espalhadas por vários países do mundo muçulmano – e mesmo em certas madraças de países Europeus.

”Concordo, sendo que considero este o grupo mais numeroso. Já agora poderia nomear os "valores ocidentais" a que se refere?”

Saltar para a espinha à minha vizinha sem que ela e eu devamos ser lapidados, que a minha mulher e a minha filha se possam vestir como entenderem e que eu possa beber uns tintos e uns whiskies quando e a quantidade que me der na real gana sem ter que dar satisfações a um macaco de barbas de saias e turbante. Ah, já me esquecia de uma muito importante: poder utilizar o Alcorão para colocar debaixo da perna da mesa da cozinha que está inclinada. Chega-lhe?

” Concordo, e seria interessante saber se este grupo é mais ou menos numeroso que o grupo B...”

Sem ofensa isso depende da quantidade de Strans que eles, grupo B, encontrarem pela frente. Quanto mais Strans, mais fácil é a propagação da propaganda e maior se torna o grupo B.

”Aqui é que não concordo, pelo simples facto de que se quisessem isso não eram muçulmanos. Pura lógica.”

Tem razão. Deixaram de ser muçulmanos há pouco, mas eles existem.

Sobre a Arábia Saudita é realmente um ponto a discutir e voltarei mais tarde ao assunto. Mas não há problema nenhum em discutir a relação USA-Arábia Saudita, até porque a CIA, ao contrário daquilo que prometeu e com desculpa na crise financeira ainda não nos pagou um chavo…. Cabrões.

Anónimo disse...

"...não me facilita a leitura mas a vida. (just kidding!)"

LOL

"O Islão, que significa submissão, é uma religião que certamente copiou elementos da Thora e da Bíblia (os que mais se adaptavam à cultura árabe local) e que foi, logo nos primórdios da sua existência transformada numa ideologia totalitária e de conquista e continua muito na mesma. Os seus praticantes, melhor seria dizer os seus submissos, são os muçulmanos."

Julgo que aqui existe uma confusão entre religião e ideologia.

Enquanto uma religião (o acreditar num ente superior) pode ter várias ideologias e formas de ver a sociedade uma ideologia tem uma forma de ver e organizar a sociedade.

É neste ponto que começamos a divergir. Dando o exemplo do cristianismo, que é uma religião. Esta religião engloba dentro dela várias ideologias, normalmente ligadas às diferentes Igrejas. Desta forma quando critica uma ideologia comete um erro ao ligar à religião. (Seria identico ao criticar uma "seita" cristã e dizer que o que aquela seita devendo define o cristianismo).

Esta sua confusão é patente na seguinte frase:

"A grande diferença com a Igreja Católica..." A comparação, quando fala do Islão é com o Cristianismo e não com a ICAR...


"Saltar para a espinha à minha vizinha sem que ela e eu devamos ser lapidados, que a minha mulher e a minha filha se possam vestir como entenderem e que eu possa beber uns tintos e uns whiskies quando e a quantidade que me der na real gana sem ter que dar satisfações a um macaco de barbas de saias e turbante. Ah, já me esquecia de uma muito importante: poder utilizar o Alcorão para colocar debaixo da perna da mesa da cozinha que está inclinada. Chega-lhe?"

É interessante saber que no IRAQUE de Saddam se podia vender alcool, as pessoas andavam mais libertas do que no Iraque dos USA...

"Sem ofensa isso depende da quantidade de Strans que eles, grupo B, encontrarem pela frente. Quanto mais Strans, mais fácil é a propagação da propaganda e maior se torna o grupo B."

Aqui como é obvio que divergimos totalmente. É com os "Carmos" e "Lidadores" que eles vão buscar o melhor material de propaganda, é com casos como a guerra no Iraque que eles conseguem angariar mais apoiantes. Quantos mais "Carmos" e "Lidadores" mais terroristas fanáticos existem...

"Sobre a Arábia Saudita é realmente um ponto a discutir e voltarei mais tarde ao assunto."

Fico a aguardar portanto.

Deixo ainda em aberto o desafio que lhe propus:

"- se quiser podemos continuar esta discussão tendo em linha de conta os pontos que mencionei (definição do problema, dimensão do problema, focalização da análise, ligações a outros problemas, soluções para o problema)."

Carmo da Rosa disse...

”Enquanto uma religião (o acreditar num ente superior) pode ter várias ideologias e formas de ver a sociedade uma ideologia tem uma forma de ver e organizar a sociedade.”

Caro Stran,

Não há confusão nenhuma entre religião e ideologia. Eu disse, e vou ter que repetir: o Islão foi, logo nos primórdios da sua existência, transformada numa ideologia totalitária e de conquista e continua muito na mesma.

Há confusão porque você dá à palavra ideologia uma conotação errada! Uma religião NÃO tem várias ideologias, mas sim várias correntes. Assim como a mesma ideologia, mundivisão, pode ter também várias correntes, movimentos, et cetera.

É evidente que o Islão, assim como o marxismo e como a cristandade, são compostos de correntes, facções e de movimentos a dar c’um pau todas diferentes e que divergem pouco ou muito da ideologia ou religião inicial.


Exemplos de correntes islâmicas liberais bastante perseguidas no mundo islâmico:

Os alevitas, uma subdivisão muito liberal do xiísmo (há bastantes na Turquia e na Síria), dão muita importância a Ali o quarto califa. Isto é típico dos xiitas mas ao contrário dos Khomenistas não têm problemas nenhuns em não respeitar o Ramadão. A peregrinação a Meca diz-lhes pouco, dão-lhe no Raki (bebida alcoólica com sabor a anis, precisamente a mesma mixórdia que os gregos bebem (Uzo) e parecido com o Pastis 51 francês) que é uma fervurinha e as raparigas alevitas são lindíssimas, gostam de se vestir sexy e não usam hejab (lenços nos cornos).

Outra corrente liberal dentro do Islão são os Ahmadias, do indiano Mirza Ghulam Ahmad que nasceu no Punjab em 1835. Há cá na Holanda uns tantos. Não fazem mal a ninguém mas é mais do que evidente que os ‘verdadeiros’ muçulmanos não podem com eles nem com molho de tomate, pelo simples facto do bacano se ter auto-proclamado o Mahdi, o Messias, o Profeta.

Pela mesma razão a maioria dos muçulmanos, os wahabistas, não vão muito à bola dos xiitas: para os wahabistas (o centro nevrálgico situa-se na Arábia Saudita) o único profeta e, muito importante, o ÚLTIMO, é Mohammed Abdulah. Acabou-se, não há cá mais profetas nem Mahdis nem Messias. Só que, como os xiitas são mais do que as mães, os wahabistas, por enquanto, vão dizendo mal deles mas têm que os suportar…
Mas por exemplo no Iraque e no Paquistão eles não perdem uma oportunidade para trocarem uns explosivos entre eles.

” A comparação, quando fala do Islão é com o Cristianismo e não com a ICAR...”

Comparar o Islão com católicos, ou com protestantes, ou com budistas VAI SEMPRE DAR AO MESMO…

” É interessante saber que no IRAQUE de Saddam se podia vender alcool, as pessoas andavam mais libertas do que no Iraque dos USA...”

É interessante saber que o Iraque de Saddam Hussein era, nesse ponto preciso, no consumo do al kuhul, mais liberal que noutros países muçulmanos, mas convém não esquecer que as únicas pessoas que gozavam de uma certa liberdade eram os muçulmanos sunitas, uma minoria, e sobretudo se fizessem parte do Partido Bath. Os outros sunitas, xiitas e curdos, eram, na época de Saddam mortos aos 100.000 por ano! E se eles continuam a matar-se uns aos outros, isso não é culpa dos americanos, que não têm interesse nenhum que isso aconteça.

” É com os "Carmos" e "Lidadores" que eles vão buscar o melhor material de propaganda,”

Quer dizer, eles matam e esfolam, mesmo na terra deles, por isso é que os EUA e a Europa estão repletas de refugiados dos países árabes. Eu e o Lidador apenas dizemos que eles matam e esfolam e tomámos o partido dos dissidentes árabes progressistas e liberais que querem acabar com os crimes, como por exemplo esta senhora árabe que você pode ver aqui: http://nl.youtube.com/watch?v=ciOGS6r97oE&feature=related

Você, sem se dar conta, toma partido pelos barbudos, pelos reaccionários que querem manter o status quo de atraso medieval. É esta a escolha a fazer: mas decida-se porque o tempo urge…

Anónimo disse...

Caro Carmo,

Achei o seu ultimo comentário bastante interessante. Julgo que foi a primeira vez que apresentou várias correntes dentro do Islão, apresentando uma imagem multifacetada desta realidade.

Julgo muito mais interessante abordar a questão desta forma do que com o simplista "Islão" e "muçulmanos".


Quanto ao regime de Saddam não quis dar uma visão idilica do mesmo. Foi um pequeno aparte nada mais que isso.

"Eu e o Lidador apenas dizemos que eles matam e esfolam e tomámos o partido dos dissidentes árabes progressistas e liberais que querem acabar com os crime..."

O problema é que ao definir mal o "ELES" incluem no "ELES" as correntes muçulmanas mais liberais que ainda anteriormente fez menção.

Ao fazerem isso facilitam a perda de influência que estas correntes têm sentido neste ultimos anos, desde que o discurso se extremou.

"Você, sem se dar conta, toma partido pelos barbudos, pelos reaccionários que querem manter o status quo de atraso medieval. É esta a escolha a fazer: mas decida-se porque o tempo urge…"

Não, aliás como já transcrevi, deixei bastante claro a minha posição contra os fundamentalistas islâmicos. Gosto é de dar os nomes correctos, chamo terroristas aos terroristas e religiosos aos religiosos.

Aliás também acredito, e poder-me-à refutar, que quanto maior for a bipolarização entre ocidente-mundo muçulmano, maior é o aumento do radicalismo em ambos os lados.

Um fenomeno identico está a acontecer dentro da Europa nestes ultimos anos, com o crescimento da Extrema-direita também cresceu o espaço da extrema-esquerda. Resultado: encolheu-se o espaço da democracia. O caso da Austria é sintomático...

Carmo da Rosa disse...

”Gosto é de dar os nomes correctos, chamo terroristas aos terroristas e religiosos aos religiosos.”

Caro Stran,

Gosta mas nem sempre consegue, como prova a sua história das religiões com várias ‘ideologias’. Por isso evite dar lições de moral aos outros com esse ar paternalista muito chato, como se você fosse o único no universo que consegue ver a diferença entre religiosos e terroristas.

”Aliás também acredito, e poder-me-à refutar, que quanto maior for a bipolarização entre ocidente-mundo muçulmano, maior é o aumento do radicalismo em ambos os lados.”

Talvez, mas qual é a sua alternativa, baixar as calcinhas?

”Um fenomeno identico está a acontecer dentro da Europa nestes ultimos anos, com o crescimento da Extrema-direita”

É precisamente o contrário, a extrema-direita cresce na Europa por causa do comportamento de (alguns) muçulmanos em geral e dos salafistas em particular, mas também por causa da falta de actuação dos respectivos governos (tanto de esquerda como de direita) contra os exageros do multiculturalismo nos últimos 30 anos. Lá está, um excedente de Strans.

Mas felizmente que na Holanda já vai havendo uma esquerda inteligente que já não tem medo de nomear a origem dos problemas e quer finalmente pegar o boi pelos cornos…

Você refere-se a Arábia-Saudita e pergunta porque razão é que não denunciei a relação dos EUA com este país?

Neste caso sou da opinião da Ayaan Hirsi Ali, que disse que seria preferível os EUA terem invadido a Arábia-Saudita em vez do Iraque. Mas os americanos é que decidem da sua política externa em relação com os seus interesses geoestratégicos. Sublinho ‘interesses’ porque você na sua pergunta já parte de uma falsa premissa: a premissa moral, a Arábia-Saudita é má, por isso os americanos nem sequer deviam ter relações com este país…

Mas política nada tem a ver moral, é misturar alhos com bugalhos, é uma distorção típica da esquerda moralista que quer salvar a humanidade mas não sabe bem como. Se implantar uma democracia no Iraque for do interesse dos EUA, eles tentam fazer isso, se não for, ressuscitam o Saddam Hussein com a ajuda da ICAR (que tem o know how e experiência nesta tecnologia) e colocam-no outra vez no poder. Is this clear?

RioDoiro disse...

”Aliás também acredito, e poder-me-à refutar, que quanto maior for a bipolarização entre ocidente-mundo muçulmano, maior é o aumento do radicalismo em ambos os lados."

O racismo tem destas coisas: A provoca B e B provoca A, mas só um dos casos é deplorável.

Um dos povos é superior porque deve compreender o outro. Mas só um deles deve.

.

Anónimo disse...

Meu caro Carmo,

"Gosta mas nem sempre consegue, como prova a sua história das religiões com várias ‘ideologias’. Por isso evite dar lições de moral aos outros com esse ar paternalista muito chato, como se você fosse o único no universo que consegue ver a diferença entre religiosos e terroristas."

Não entrei na discussão de "ideologias" pois é acessória, mas visto que não percebeu isso aqui vai:

Podemos classificar ideologia como:

"the body of doctrine, myth, belief, etc., that guides an individual, social movement, institution, class, or large group."

Neste sentido e se tomarmos como ponto de análise p.e. o cristianismo (crença em Cristo) veremos que dentro dele existem doutrinas, mitos, crenças, etc, distintas. Neste caso falo por exemplo do protestantismo e do catolicismo.

O mesmo se aplica aos muçulmanos liberais e os muçulmanos ortodoxos.
Neste sentido pode-se falar de diversas ideologias dentro de uma religião.


Se quiser podemos falar em diferentes correntes ideológicas. É uma solução intermédia entre as nossas posições e escusamos de perder mais tempo nesta discussão.

"Talvez, mas qual é a sua alternativa, baixar as calcinhas?"

Não. Aliás para si parece-me que ou é branco ou preto. Já foi dito por um colega comentador um caminho: dar mais apoio e visibilidade às correntes mais liberais.

Mas a nível interno julgo que é necessário não estigmatizar as pessoas, no entanto julgo que a integração é algo que é necessário.

P.E. Faz-me confusão (sou contra) a utilização de véu completo (questão de segurança), sou contra os imãs que defendem o terrorismo (julgo que estam a incentivar um crime e devem ser julgados por isso, no fundo o mesmo tratamento que os neo-nazis devem ter).

Como vê a minha posição em nada tem a ver com a submissão a esta religião (o que conceptualmente me faria muçulmano), apenas me oponho a esta visão unilateralista que existem os bons (mundo ocidental) e os maus (muçulmanos).

"É precisamente o contrário, a extrema-direita cresce na Europa por causa do comportamento de (alguns) muçulmanos em geral e dos salafistas em particular, mas também por causa da falta de actuação dos respectivos governos (tanto de esquerda como de direita) contra os exageros do multiculturalismo nos últimos 30 anos"

Só não concordo com o "é precisamente o contrário..." de resto sim, um dos erros dos governos moderados foi a falta de discurso relativamente a esta temática, que afecta muitas pessoas. Deu espaço a discursos mais radicais. É um erro que se vai pagar caro...

"Lá está, um excedente de Strans."

Lá está um erro seu, o Stran já fala desta temática à bastante tempo...


"Mas os americanos é que decidem da sua política externa em relação com os seus interesses geoestratégicos. Sublinho ‘interesses’ porque você na sua pergunta já parte de uma falsa premissa: a premissa moral, a Arábia-Saudita é má, por isso os americanos nem sequer deviam ter relações com este país…

Mas política nada tem a ver moral, é misturar alhos com bugalhos, é uma distorção típica da esquerda moralista que quer salvar a humanidade mas não sabe bem como."

Primeiro, quem normalmente defende razões "morais" para justificar esta guerra são muitos dos elementos deste blogue. Aliás quando um de nós aponta o contrário cai o "Carmo e a Trindade" em cima de nós. Acho interessante esta mudança de posição que deveria ser explicitada nos vossos artigos.

Segundo, a politica tem a ver com a moral (sendo a moral um conjunto de valores), e por mais confusão que isso lhe faça existem pessoas (aliás quase todas) que se movem por valores.

Agora julgo que faz uma pequena confusão quando escreve "esquerda moralista" e a conota comigo. Julgo que o que quer dizer é snobista, algo que eu não defendo.

Você pode-me perguntar se eu não acho que os valores que defendo são superiores a outro valores?

A resposta será obviamente que sim (daí eu defende-los), mas tal posição não significa que quando encontro alguém com um conjunto de valores diferentes que eu entre numa actitude de "eu é que sei, você não sabe, ainda não aprendeu".

Normalmente debato abertamente, tentando fundamentar a minha posição (pondo em causa a minha posição), e no final chegar a uma conclusão (normalmente as posições são as mesmas que as iniciais, no entanto, se o debate for aberto e honesto, ambas as pessoas ganham com o debate).

Terceiro e ultimo, quanto à Arábia Saudita, muitas vezes as posições aqui demonstradas a favor da posição dos USA na guerra no Iraque e no Irão são relativas ao fundamentalismo Islamico, e julgo que é apenas incoerente quando se defende essa posição não se abordar com a mesma actitude a Arábia Saudita, nada mais. (Ou seja quando se fala nesses temas não é o combate aos Fundamentalismo, mas sim interesses próprios dos USA os motivos de tais actos).

Carmo da Rosa disse...

”mas visto que não percebeu isso aqui vai: Podemos classificar ideologia como:
"the body of doctrine, myth, belief, etc., that guides an individual, social movement, institution, class, or large group."”


Caro Stran,

CARVALHO, você é que não percebeu, eu sei bem o que é uma ideologia! E ainda por cima vem-me você com a definição em amerloc, a língua do imperialismo!!!

” dar mais apoio e visibilidade às correntes mais liberais.”

É precisamente isso que fazemos, DAR APOIO ÀS CORRENTES LIBERAIS. Você não viu a discussão no YouTube que lhe mandei entre a Wafa Sultan e um clérigo muçulmano na Al Jazeera? Um bom exemplo de uma liberal que deve ser apoiada antes que lhe cortem o pescoço. Mais liberais que apoio; Ayaan hirsi Ali, Afshin Ellian, Abdullah Al Araby, Walid Shoebat, Fouad Laraoui, Hafid Bouzza, Salman Rushdie et cetera.

” Como vê a minha posição em nada tem a ver com a submissão a esta religião (o que conceptualmente me faria muçulmano), apenas me oponho a esta visão unilateralista [em] que existem os bons (mundo ocidental) e os maus (muçulmanos).”

Não é necessário você submeter-se completamente ao Islão para (inconscientemente) fazer o jogo dos salafistas, do ponto de vista deles até nem convém. Nunca ouviu falar no Chamberlain?

” Lá está um erro seu, o Stran já fala desta temática à bastante tempo...”

Quando digo Strans não me refiro a si pessoalmente, mas a uma certa esquerda com muitas boas intenções mas muito ingénua.

” Primeiro, quem normalmente defende razões "morais" para justificar esta guerra são muitos dos elementos deste blogue.”

NÃO, SÓ RAZÕES ESTRATÉGICAS. Meta isso na cabeça de uma vez para sempre. Os americanos, como toda a gente neste mundo, só regem a sua política por razões estratégicas. O Plan Marshal para a reconstrução da Europa Ocidental não foi uma esmola nem um acto de caridade, foi uma medida estratégica para fortalecer os países ocidentais e parar o avanço do comunismo. A invasão do Iraque não foi para levar a democracia aos iraquianos, a não ser que instalar uma democracia sirva os interesses americanos. Já lhe disse isso. NÃO MISTURE MORAL COM POLÍTICA…

A Arábia-Saudita é sem dúvida um país que, para os nossos padrões ocidentais, MORALMENTE deixa muito a desejar, mas enquanto não interferirem nos nossos interesses, não nos impingirem a sua maneira de viver (coisa que já vão fazendo através do financiamento de várias organizações religiosas), enquanto se limitarem à caixa de areia, tudo bem. Quando se tornarem um perigo para os nossos interesses estratégicos, ou ameaçarem o nosso way of life, é conveniente levarem uma mocada para não levantarem cabelo – debaixo dos turbantes…

Anónimo disse...

"”Primeiro, quem normalmente defende razões "morais" para justificar esta guerra são muitos dos elementos deste blogue.”

NÃO, SÓ RAZÕES ESTRATÉGICAS. Meta isso na cabeça de uma vez para sempre."

Quais são as razões estratégicas aqui:

"3. Para libertar os curdos do jugo e da chacina (pela primeira vez na história)."
"4. Para igualmente evitar que os chiitas fossem chacinados pelo regime sunita de Saddam."

"É precisamente isso que fazemos, DAR APOIO ÀS CORRENTES LIBERAIS."

Explique-me lá quando defendem que os muçulmanos são radicais em que medida é que apoiam os muçulmanos de correntes liberais. É que ao definirem muçulmanos como radicais eliminam os muçulmanos liberais...

RioDoiro disse...

Stran:

"Explique-me lá quando defendem que os muçulmanos são radicais em que medida é que apoiam os muçulmanos de correntes liberais. É que ao definirem muçulmanos como radicais eliminam os muçulmanos liberais... "

O desconhecimento da realidade dá estas babuseiras.

Em terras de muçulmano radical, é cadáver quem se peidar curvando-se virado para Meca.

Em terras de muçulmano radical é executado quem: tiver livros que não sejam o Corão; vir filmes; ouvir música; parar o carro para que uma mulher atravesse; etc.

Apoiar o que? Quem? Como?

.

Carmo da Rosa disse...

Caríssississisisissimo Stran,

Aqui não há razões estratégicas nem eu disse isso, isto são apenas os efeitos colaterais da invasão no Iraque…

Acabei agora mesmo de lhe dizer:

Os americanos, como toda a gente neste mundo, só regem a sua política por razões estratégicas. O Plan Marshal para a reconstrução da Europa Ocidental NÃO foi uma esmola NEM um acto de caridade, foi uma medida estratégica para fortalecer os países ocidentais e parar o avanço do comunismo.

As repercussões do Plan Marshal na Europa Ocidental foi: democracia parlamentar e um nível de vida nunca dantes conseguido na história da humanidade. (E mesmo assim havia uns caramelos que queriam destruir isto como a RAF, Brigatti Rossi e Rode Jeugd!?)

Os americanos NÃO invadiram o Iraque para libertar os curdos, mas apenas para defenderem os seus interesses estratégicos, que os curdos agora gozem de mais liberdade do que no tempo do Saddam é mera casualidade histórica. Tiveram sorte.

” Explique-me lá quando defendem que os muçulmanos são radicais em que medida é que apoiam os muçulmanos de correntes liberais. É que ao definirem muçulmanos como radicais eliminam os muçulmanos liberais...’

Isto não tem ponta por onde se lhe pegue! Aliás a resposta a isto está no filme YouTube que lhe enviei da Wafa Sultan.

A minha ultima tentativa:

Tudo isto é mera especulação e qualquer semelhança com factos ou pessoas da vida real é pura coincidência.

Imagine que tenho um encontro consigo numa festa para lhe pedir dinheiro emprestado. Não gosto de festas, geralmente as pessoas têm a música muito alto, está tudo às escuras, não sei dançar, e além disso não conheço ninguém na festa.
Mas tenho que ir à festa porque preciso de dinheiro e você pode-me emprestar.

Na festa, depois de você ter acedido ao meu pedido de lhe emprestar dinheiro, ainda me apresenta en passant a sua irmã que por sinal é aleijadinha de boa… Para cúmulo da minha sorte dou-me muito bem com a sua irmã. E não querem ver que ela quer à viva força ir prá cama comigo? Ao que acedi voluntariamente e sem pensar muito. Ainda por cima - a minha sorte não tem fim - o Stran e a sua família ficaram todos contentes com esta nova aquisição da sua irmã porque ela andava metida com um tipo muito ordinário de drogas. Eu pelo menos sei comer de faca e garfo.

Resumindo: a minha intenção era apenas ir à festa e tratar dos meus interesses estrégicos: o dinheiro emprestado. Mas inesperadamente consegui dois efeitos colaterais positivos, fiz duas boas acções(a moral): dei uma queca na sua irmã e ajudei a família a libertar-se de más companhias…

Unknown disse...

Eh, eh, caro cdr.
Não sei como consegue manter o bom humor ao trocar impressões com este comentarista.
A ideia de ensinar através de uma "fábula", é útil quando nos dirigimos a crianças e a indivíduos de compreensão limitada.
Mas perante este comentarista eu sinto o imenso desespero de quem tenta argumentar com uma pedra da calçada.
É absolutamente impressionante...

Paulo Porto disse...

CdR

Eu não sei qual é o patrono da paciência mas, na ausência de um acho que vc é um bom candidato a preencher a vaga.

Quanto à santidade, requisito prévio, não se preocupe: quando a Congregação para a Causa dos Santos fizer um relatório do que se passa aqui na caixa, o Papa assina logo a papelada toda no mesmo dia.

Anónimo disse...

Caro CdR

"Aqui não há razões estratégicas nem eu disse isso, isto são apenas os efeitos colaterais da invasão no Iraque…"

O seu a seu dono. Tem 100% de razão, nesta discussão fui eu que errei. Voltei a reler e assumi a palavra "serviu" no sentido de atingir determinado objectivo.

Erro meu...

Anónimo disse...

P.S. Não era necessário a fabula mas apreciei o toque (;-))

Anónimo disse...

"Isto não tem ponta por onde se lhe pegue! Aliás a resposta a isto está no filme YouTube que lhe enviei da Wafa Sultan."

Visto ser um requisito para você responder, quando ver o video eu irei voltar para comentar.

Anónimo disse...

Caro Carmo,

Poder-me-ia dar o link do video?

Anónimo disse...

Caro Carmo,

Já vi e vou ver outros videos. Eu não concordo com bastantes coisas que ela diz, mas admiro bastante a coragem que ela teve (tem) em dizer o que disse.

Só uma nota, convém contextualizar as posições. Vocês quando escrevem as vossas opiniões não estão a escrever para os muçulmanos radicais, nem estão num debate da Al Jazeera. As mesmas frases vindas de um ocidental eram gasolina para incendiar esta discussão.

Transcrever as frases directamente, sem existir uma contextualização, parece-me um grave erro!

RioDoiro disse...

Stran:

"As mesmas frases vindas de um ocidental eram gasolina para incendiar esta discussão."

Apesar disso os ocidentais devem apoiar os muçulmanos moderados.
Dizia o Stran:

"Explique-me lá[,] quando defendem que os muçulmanos são radicais[,] em que medida é que apoiam os muçulmanos de correntes liberais.[?] "

RioDoiro disse...

Stran:

"As mesmas frases vindas de um ocidental eram gasolina para incendiar esta discussão."

E, evidentemente, o que se diz tem apenas valor em função de quem diz.

.

Anónimo disse...

"Apesar disso os ocidentais devem apoiar os muçulmanos moderados."

Sim, uma maneira é parar de se dizer que todos os muçulmanos são fanáticos, sei lá...

RioDoiro disse...

Stran,

No que lhe toca, é mais por aqui: "sei lá...".

.

Anónimo disse...

Sim meu Caro RoD,

É muito dificil eu conseguir desligar tantos neurónios na minha cabeça para conseguir ter uma conversa consigo...

RioDoiro disse...

Stran:

"É muito dificil eu conseguir desligar tantos neurónios na minha cabeça para conseguir ter uma conversa consigo... "

Experimente ligar primeiro alguns.

.

Anónimo disse...

"Experimente ligar primeiro alguns."

Fui o que fiz inicialmente, verifiquei que para conseguir manter tinha que desligar. Por exemplo neste momento tenho apenas um a funcionar a meio gás...

RioDoiro disse...

Stran:

"Fui [foi] o que fiz inicialmente, verifiquei que para conseguir manter tinha que desligar."

Segundo escreve, ligou o neurónio, mas para o conseguir manter ligado tinha que o desligar.

... a não ser que quisesse dizer o que não disse e, nessa altura, virá novamente não dizer o que não disse antes.

O Stran nunca lê o que escreve, lê mas não percebe que escreve coisas sem sentido, supõe que escreve à primeira o que pretende dizer sem risco de o não conseguir e, portanto, o mundo é belo?

.

Anónimo disse...

"Fui [foi]..."

Obrigado. É mesmo dificil escrever com apenas o Tico a meio gás...

"O Stran [quase] nunca lê o que escreve..."

Verdade. Deveria ter coragem de admitir o mesmo, ou será que você lê o que escreve?

Carmo da Rosa disse...

@ O-Lidador:
”Eh, eh, caro cdr.
Não sei como consegue manter o bom humor ao trocar impressões com este comentarista.”


Porque tudo isto aconteceu antes de ter adoecido e do Porto ter perdido 4-0 contra o Arsenal.

@ Paulo Porto:
”Quanto à santidade, requisito prévio, não se preocupe: quando a Congregação para a Causa dos Santos fizer um relatório do que se passa aqui na caixa, o Papa assina logo a papelada toda no mesmo dia.”

Talvez seja necessário retirar uns comentários menos positivos que eu aqui e ali fiz em relação à ICAR. Esta minha costela esquerdista só me traz é chatices…


@ Stran:
”Já vi e vou ver outros videos. Eu não concordo com bastantes coisas que ela [Wafa Sultan] diz, mas admiro bastante a coragem que ela teve (tem) em dizer o que disse.”

É pena que não concorde, mas ela faz parte dos tais muçulmanos moderados que você tanto quer defender…

”Vocês quando escrevem as vossas opiniões não estão a escrever para os muçulmanos radicais, nem estão num debate da Al Jazeera. As mesmas frases vindas de um ocidental eram gasolina para incendiar esta discussão.”

Não estamos a escrever para muçulmanos radicais?
Escrevemos para todos aqueles que nos quiserem ler. E um debate na Al Jazeera é para já, quando eles quiserem… e dou-lhes dois estalos de avanço.

Palavras que são gasolina para incendiar discussões?

Ó Stran, você não estará por acaso a querer insinuar que os muçulmanos são incendiários pois não?

Anónimo disse...

"...mas ela faz parte dos tais muçulmanos moderados..."

Ela ainda se considera muçulmana?

"Escrevemos para todos aqueles que nos quiserem ler."

Por acaso ainda não vi por cá nenhum muçulmano radical a escrever, seria interessante...

" E um debate na Al Jazeera é para já, quando eles quiserem… e dou-lhes dois estalos de avanço."

Não quererá dizer "duas bombas"?

Anónimo disse...

As melhoras meu caro Carmo...

RioDoiro disse...

Stran:

""O Stran [quase] nunca lê o que escreve...""

Você não sabe ler. Não é uma afirmação, é uma pergunta. Não reparou no '?' no fim da frase?

.

Anónimo disse...

"Você não sabe ler. Não é uma afirmação, é uma pergunta."

Por acaso são 3 afirmações que conclui com uma pergunta.
E eu comentei uma parte da sua frase não respondi à perguntar.

Mas não se preocupe que eu retiro um pouco mais de gás ao Tico...

Anónimo disse...

Errata:

Onde se lê:

"perguntar"

deve-se ler:

"Pergunta"

RioDoiro disse...

Stran:

"Por acaso são 3 afirmações que conclui com uma pergunta. "

Não são 3 afirmações coisa alguma em em parte alguma do mundo. Toda a frase é uma colecção de perguntas.

Se eu escrever:

'O Stran não vai à escola, não gosta de ir à escola, não gosta de aprender, não quer aprender a ler, não gosta dos colegas ou não gosta da cor da escola?'

Estou a fazer 6 perguntas em sequência.

Eu diria que o Stran precisa investir bastante tempo a aprender a ler, escrever e contar.

Tenha paciência, meu caro. Por muito informal que a escrita num blog seja, há um patamar mínimo abaixo do qual ninguém se entende.

Que idade tem?

.

Anónimo disse...

Repare nas diferenças:

"O Stran nunca lê o que escreve, lê mas não percebe que escreve coisas sem sentido, supõe que escreve à primeira o que pretende dizer sem risco de o não conseguir e, portanto, o mundo é belo?"


"'O Stran não vai à escola, não gosta de ir à escola, não gosta de aprender, não quer aprender a ler, não gosta dos colegas ou não gosta da cor da escola?' "