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domingo, 22 de março de 2009

Dos integradores - II


Esta história dá pano para mangas.

De imediato ressalta o ar marciano com que Margarida Moreira vem declarar que “não se pode tratar de igual forma o que não é igual” porque, evidentemente, tudo na política do Ministério da desEducação remete para igualdade-a-todo-o-custo.

As políticas de igualitarismo oriundas dos iluminados idiotas da 5 de Outubro, com as quais uma quantidade inquietante de professores tem alinhado pelas exactas e mesmíssimas razões, têm transformado a escola num local de pasto e treino em lutas de galo a condizer.

Há que esclarecer que muitos professores (não sei se a maioria – muitos apenas vogam ao sabor da maré) estão conscientes do problema mas não há massa crítica e/ou capacidade organizativa para anular o efeito do Partido Comunista e das abécolas do Bloco de Esquerda. A “revolta dos professores” é consequência, por um lado, de lhes estarem a ir ao bolso, por outro, por lhes estarem a tentar impor níveis de qualidade. Em relação à carteira, a “indignação” colhe pouco eco fora do estado porque apenas revela que têm conseguido viver em redoma. No que respeita aos níveis de qualidade, a coisa não colhe porque em larguíssima medida, a “revolta” vira-se claramente contra a simples existência de níveis porque, evidentemente, colide com a sua visão igualitária do mundo.

O Partido Comunista, organização tentacular, tem instalados controleiros na maioria das escolas e é sabido que nenhuma decisão será tomada sem o seu acordo. Independentemente de ele ser, ou não, cozinheiro, saberá, certamente, com deverá ser temperada a “decisão correcta”.

Os palermas do Bloco de Esquerda funcionam como tropa de assalto que, em caso de dúvida, abandalha qualquer coisa que lhes cheire ir contra os desígnios da “sociedade mais justa” que lhes entrou na massa cinzenta à boleia de uns charros.

Voltando à sala de aula, é evidentemente mais profícuo que as turmas sejam constituídas por alunos de capacidade intelectual mais uniforme, independentemente da dificuldade em o quantificar. Mas a esquerda-charro e os controleiros virão, numa primeira fase, rosnar contra a “impossibilidade científica” em determinar o nível de cada aluno fazendo de conta que a classificação global de cada um não traduz exactamente o mesmo. Traduz? Traduziria, não fosse a estúpida classificação de 1 a 5 e não fosse o caso de se estar numa zona de pastagem com portaria. Numa segunda fase virá uma Lurdinhas qualquer arreganhar que tal ideia “segrega” os alunos e cria “elitismos” e outras palermices.

A mãe natureza parece, como os desígnios do Senhor, insondável e gera putos que não são iguais. Alguns, imagine-se, são até capazes de estarem dispostos a aprender.

Permitir que aprenda quem está para aí virado tornará óbvio que há uns quantos que o não fazem independentemente de serem genuinamente incapazes ou de serem rebentos de quem* declara não perceber porque há de a escola atazanar as moleirinhas dos pobrezinhos com números e letras sobre assuntos muito miudinhos.

As mais altas abelhas-mestras do desígnio pedagógico (como se os desígnios fossem intrinsecamente pedagógicos) vertem políticas educativas (como se as políticas fossem, de per si, educativas) que reflectem apenas uma espécie de grito de protesto face à imperfeição (na perspectiva dos idiotas) do homo sapiens.

A escola parece um caldeirão em que a “interacção” entre alunos faz ferver o molho que a pedagogice de serviço se encarregará (certeza total) de gerar em bom guisado. O problema é que, do caldeirão, tendem, cada vez mais, a brotar borras.

A maioria dos professores já passou o ponto de não retorno e é incapaz de perceber que no lago de fresca natureza só há jacintos.

Muitos supõem que o sucesso só será obtido no dia em que o perfeito igualitarismo seja obtido.

Uns quantos, não muitos mas, como carraças, tenazmente agarrados ao castelo das ciências de educação, salivam vendo estrebuchar o imperfeito animal.

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* frase re-redigida por ter, eventualmente, sentido dúbio

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