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segunda-feira, 23 de março de 2009

Ouvir quem sabe


Peter Schiff - um liberal que antecipou a actual crise e que muitos outros liberais (e não-liberais) ignoraram - faz uma análise da actual situação económica americana. Uma palestra de 1h 15m mas em que todos os minutos de bom senso merecem ser ouvidos. Pese embora discorde com ele relativamente à afirmação de que o sector dos Serviços seja improdutivo. 

Especialmente divertido entre 39:45 e 43:30.

«Bankrupcy is a good thing. It's the way the market cleanses the economy of companies that shouldn't be there [...] they are not effectively utilizing resources. Those resources need to be freed out. [...] so we can use them productively. [...] We work because we want stuff no because we want to work. So, just to preserve jobs doesn't make sense if they're not productive, if they're not efficient.»

«President [...] says "We need to restore credit" (he keeps saying credit is the lifeblood of the economy) "so americans go out and buy more cars." [...] That's the last thing we need! [...] We have too much cars. We have too much everything. [...] The last thing America needs is to buy more stuff.»

«What is the Government is trying to do with the stimulus? The government is trying to recreate the conditions that led to the crisis. [...] They are not talking about stimulating  economic growth. They're talking about stimulating spending. They want us going back to the auto-show rooms, back to the malls and buying more stuff. And they want us going deeper into debt to pay for it. And if we are not able to accumulate the debt on our own then the government will do it for us. As if "This is the secret!". If they can just spend enough money, then the economy will just gonna magically grow.»

«Historicaly America borrowed a lot of money in the 1800's and it was not a problem. [...] and the economy was in great shape. [...] Back then we borrowed money to make investments,  to build infrastructure [...] to build a productive economy. We invested the money. We didn't just spend it on stuff.»

«The popular notion is that we had a depression because Hoover was so irresponsible he trusted the free market he did nothing. And because he did nothing we had a depression. And then Roosevelt rowed to the rescue and saved the day with Big Government. [...] The reality is that we had a depression because we had a Federal Reserve that was too easy in the 20's and created a boom [...]. When the boom bust, Hoover ignored the good advice of the Secretary of Treasury [...] and instead of allowing the free market work he came up with all kinds of crazy things: to bail people out [...] and all kinds of things that created the depression. And then Roosevelt came in and proceeded to make it worse. And everything that Roosevelt did exacerbated it. [...] We would have gonne out of it a lot faster had Roosevelt not just expanded the failed policies of Hoover. And that's very similiar to what is happening now.»

«We're not the engine of the world's economy. We're the caboose»

3 comentários:

Sérgio Pinto disse...

Tarzan,

Caso você seja o mesmo que de vez em quando passa no 'ladrões de bicicletas', devo dizer que já o vi a fazer comentários com mais sentido.

Deixar o mercado entregue a si mesmo numa recessão? Políticas restritivas nesta altura? Pode estar no início de uma espiral contraccionária e deflacionária e a solução é assobiar? Isso nem chega a ser irresponsável, é apenas lunático. Sei lá, leia o que o Krugman vai dizendo...

E confesso que ter um 'liberal' a dizer em que é que se deve gastar dinheiro tem a sua piada.

NC disse...

Caro Sérgio, sim sou eu que muitas vezes apareço no estaminé dos ladrões.

«Deixar o mercado entregue a si mesmo numa recessão? Políticas restritivas nesta altura?»

Do ponto de vista histórico é um bocado inútil tentar chegar à conclusão que a aplicação de medidas keynesianas foi pior do que mão as aplicar. Infelizmente (?) a Economia não é uma ciência laboratorial pelo que não é possível sequer recriar condições idênticas para tentar avaliar diferentes hipóteses de medidas de política económica. Mas tentar formular hipóteses fora do mainstream parece-me ser saudável desde que fundamentadas.

Não me parece ilógico que deixar o mercado funcionar e deixar falir quem tem de falir, apesar de ser muitíssimo mais dolorosa, é uma solução que traria o equilíbrio perdido de forma muito mais rápida e eficiente. Qualquer pessoa dirá que prefere pagar em suaves prestações do que tudo de uma vez. Ao ponto a que os EUA chegaram, resta saber se há alguém disposto a emprestar o dinheiro para essa solução "indolor". Acresce o facto que as pretações serão pagas não só por esta geraçao mas por muitas outras que se seguirão. Quanto mais insípidas forem as soluções ao nível da criação de riqueza, de produção, mais tardará a pagar a solução "indolor".

Mas também não nego que dizê-lo é mais fácil que fazê-lo. Para quem não exerce o poder é fácil "atirar" com soluções deste tipo, tão dolorosas e traumatizantes.


«Pode estar no início de uma espiral contraccionária e deflacionária e a solução é assobiar?»

Mas isso não ficou claro? Oiça o Peter Schiff e entenderá que este é da opinião de que não se trata de deflação mas de um efeito de correcção de mercado que se encontra insuflado.


«E confesso que ter um 'liberal' a dizer em que é que se deve gastar dinheiro tem a sua piada.»

O liberal constatou que não é possível ter um sistema em que se consome mais do que se produz indefinidamente. "Não há almoços grátis". As intervenções keynesianas só geram efeitos virtuosos se conseguirem repor algum do equilíbrio perdido e se conseguirem gerar retorno. Estimular consumo sem estimular a produção significa, importar e endividar, que por sua vez significa hipotecar as gerações futuras e/ou a bancarrota. Eu não li a a intervenção de Schiff como um julgamento da decisões de consumo/poupança dos americanos mas antes como um julgamento das políticas económicas seguidas por Clinton e W. Bush assentes na expansão do consumo.

Diogo Almeida disse...

O problema da esquerda é sempre o mesmo. O carácter messiânico e simplista das suas expectativas. Estão tão agarrados ao planeamento centralizado que não percebem que determinados parâmetros económicos não são fins em si mesmos. São apenas reflexos da economia real, cuja manipulação pode ter consequências catastróficas. Voltando à velha analogia da bezana, uma bebebedeira não nos torna alcoólicos, mas uma todos os dias...