A Escola Básica de Lagoa Negra, em Barcelos, arranjou forma de formar uma turma de ciganos a maioria deles atrasadíssimos em relação ao que, em função da idade, seria de esperar. Essa turma foi instalada num pré-fabricado (coisa absolutamente irrelevante).
Aqui d'el rei que há discriminação, dispara um autarca. Não, responde a DREN, que há discriminação positiva e integração social.
Claro que há discriminação e há integração social. Há discriminação negativa de todos os alunos que não dispuseram do apoio que têm os ciganos e não vem, por aí, nenhum mal ao mundo. Há integração social dos ciganos porque, pelo menos, passam-lhes professores a curta distância. Mas há outra discriminação mais insidiosa, negativa para todos, de formas diferentes e que tem a ver com o "currículo alternativo".
Os alunos normais (não tenho qualquer problema com o termo, como também não tenho em relação à opção heterossexual como sendo do mesmo tipo) terão que partir a cabeça (dando de barato que aprendem o necessário) para conseguirem passar de ano (aquilo a que agora se chama "transitar"). Os ciganos aprendem (?) umas coisas e estão passados.
Os alunos normais tenderão a não perceber porque terão que se esforçar mais que os outros para obter a mesma classificação e tenderão a seguir a via dos ciganos porque o sistema lhes garantirá uma "alternativa" com o mesmo resultado que, embora falacioso, é, nas suas cabeças, compatível. Os cigano não virão a perceber porque continuarão a ser "discriminados" mesmo tendo a "mesma" escolaridade.
E depois há os idiotas que querem misturar os ciganos nas outras turmas como forma de "integrar", imunes à hipótese de perceberem que a probabilidade de abandalhamento geral é monumental e que nem os ciganos aprenderiam o (pouco) que podem aprender, nem os normais que conseguem, apesar de tudo, aprender mais.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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4 comentários:
"Bem-vindo" às chamadas "políticas de inserção social", tão propagadas pelo Brasil atual.
Já estou convencendo meu filho a tomar bastante sol para que sua pele escureça, para que aprenda a falar um idioma de raiz tupi ou guarani e eventualmente até que mude de religião. Tudo isso para que ele possa vir a pertencer a qualquer minoria ou grupo supostamente discriminado e, assim, poder reivindicar para si qualquer vantagem competitiva sobre seus pares.
Só não me convenço a lhe pedir que se torne um homossexual. Isto me seria demais.
Além de que, consta, os ciganos em causa incluem matulões com 17 anos.
Só ao Dr Louçã lhe ocorreria meter estas "crianças" na mesma sala que um puto de 8 anos. Aliás o Dr Louçã tem sempre soluções fantásticas para tudo. Há tempos sentenciava que em determinadas escolas da região de Lisboa, o ensino devia ser bilingue e que as crianças portuguesas de Portugal deviam ser obrigadas a estar em determinadas turmas com crianças portuguesas de Cabo Verde, para "integração" destas últimas, e deviam ser obrigadas a aprender crioulo.
Um mimo..obviamente os pais das crianças não teriam voto na matéria, serviriam apenas para compor o cenário.
Entretanto a filha do Dr Louçã foi estudar para boas escolas no estrangeiro.
Juntam-se
Não se juntam
Existe solução?
Gostei da sua análise, mas não vejo solução possível para este problema. Mas de uma coisa eu sei: 90% do trabalho da escola vai para os alunos que nada querem fazer. Para esses há uma imensa discriminação positiva. Um bom aluno numa escola pública actualmente não tem nenhum incentivo para o ser. Só receberá atenção se for mau.
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