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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

CONTINUAÇÃO DE DIVERSÃO...




Carmo disse: Mas aqui entre nós (esquerdistas), que ninguém nos houve, você [Sérgio] sabe tão bem como eu que a direita, com todos os defeitos que possa ter, permite mais a heterogeneidade de opiniões do que a esquerda...

ml disse: O seu humor é delicioso. Melhor do que isso só a bandeira monárquica nos Paços do Concelho. «a direita, com todos os defeitos que possa ter, permite mais a heterogeneidade de opiniões que a esquerda...» Claro, basta ler este blogue.

Sérgio Pinto disse: Carmo, em linha com o comentário da ml, nem sei o que me parece mais divertido, se a sua proclamação de esquerdismo, se essas certezas sobre a direita heterogénea e a esquerda ortodoxa e monocromática.

Caríssimos ml e Sérgio Pinto,

Para a coisa ser ainda mais divertida vai ser necessário a gente pôr-se de acordo sobre a terminologia. Quando eu disse ‘nós esquerdistas’ é verdade que estava a brincar, porque na realidade é bastante provável que a afirmação ‘ser de esquerda’ queira dizer para mim algo completamente diferente do que para vossas senhorias.

Actualmente – digo actualmente porque nem sempre assim foi, também já fui jovem – ser de esquerda significa para mim ser progressista. Progressista no sentido em que acredito que é possível implementar medidas no intuito de melhorar a qualidade de vida do maior número possível de pessoas - incluindo as mulheres claro, o que imediatamente dificulta o diálogo com uma certa esquerda (não forçosamente vocês) que, à falta de proletariado que lhe dê alguma atenção, se encontra ultimamente muito virada para Meca... A qualidade de vida é portanto a única coisa que me interessa, e a única que me serve de padrão para julgar regimes ou sistemas políticos.

E como é que o ‘julgar’ funciona?

Para um militante, para um crente, ou mesmo para um intelectual, nunca foi muito difícil demonstrar (ele há gente para tudo!) que a qualidade de vida na ex-DDR era superior a da Alemanha Federal. O contrário também era perfeitamente possível. O mesmo se verifica em relação a outros sistemas antagónicos: Cuba vs EUA; mundo islâmico vs mundo ocidental. Mas para os pobres de espírito, a única saída possível deste dilema, e é se querem ter a sua parte agradável do reino terrestre, é tentar saber para que lado as pessoas fogem... Os pobres de espírito normalmente sabem. Os crentes e os militantes vão ter que atirar borda fora a sobrecarga em certezas ideológicas e em utopias irrealistas que carregam, outros vão ter que cortar com o passado, até mesmo com a família e com os amigos. Resumindo, requer alguma coragem intelectual.

Faz também parte integrante da minha concepção de qualidade de vida, a total liberdade de expressão. Ora, mesmo sabendo que a total liberdade de expressão é difícil de atingir - por enquanto só na blogosfera, e não em todas: na muito esquerdista China isso não é possível -, sei por experiência que acerca desta temática há diferenças consideráveis entre países e regimes políticos. Mesmo entre regimes idênticos. Sei por exemplo que na Holanda a imprensa pode ir mais longe do que em Portugal. Mas também sei que na Rússia o Miguel de Sousa Tavares e o Prof. Medina Carreira há muito tempo que teriam sido assassinados. Isto só para lembrar que nem só de Guantanamo Bay vive o homem, e que a esquerda portuguesa terá, daqui para a frente, que partilhar a verdade histórica com os demais. Situação a que ainda não se conformou totalmente. Porque normalmente só conhece duas opções: permanecer na clandestinidade e ser perseguida e censurada (tempo da outra senhora), ou, caso fosse ela a mandar, perseguir e censurar ainda mais (o que felizmente não aconteceu em Portugal por um triz). Meios termos é coisa que uma exacerbada verdade moral muito próxima da fé religiosa tem dificuldade em digerir.

Precisamente porque me dou mal em seitas, e porque gosto de partilhar a verdade dos outros, é que eu, já por duas vezes propus, pela parte que me cabe, à ml, postar no Fiel Inimigo. É evidente que a proposta passa a ser extensiva ao Sérgio, e assim podem, juntos ou em separado, carregar à descrição no vermelho, tornando o blogue menos monocromático. Não é muito o que tenho para oferecer, mas é de boa vontade. De qualquer forma sempre vou um pouco mais longe do que a esquerda clássica, porque não acredito que o PCP, o BE, ou o Arrastão - todos eles muito esquerdistas mas não tão policromáticos como os ‘neocons’ do Fiel - alguma vez me dessem espaço para eu dizer o que me vai na alma...

22 comentários:

Sérgio Pinto disse...

Carmo,

Tenho andado com muito pouco tempo livre, portanto vou tentar ser bastante telegráfico.

1) Nada contra usar a qualidade de vida como padrão. No entanto, sugiro-lhe um medidor melhor para a aferir: o Índice de Desenvolvimento Humano (cuidado, pode provocar indisposições aos crentes na teologias do mercado).

2) Isso da esquerda e do fundamentalismo islâmico já foi discutido consigo. Continuo a achar que não tem base para afirmar que essa colagem é válida para além de uma muito pequena parte da esquerda.

3) Está enganado se acha que os restantes blogues são necessariamente monocromáticos. Vocês, que tanto gostam de malhar no 5 dias, deveriam saber que chegou a albergar praticamente todo o espectro da esquerda portuguesa, por exemplo (até chegou a ter um 'exemplar' de direita, veja lá).

4) Obrigado pelo convite, mas às vezes nem tenho tempo para ler tudo o que gostava, quanto mais para escrever...

ml disse...

Sabe, sr. Carmo, voltando ao princípio dos princípios porque não adianta caminhar sem coordenadas claras, o problema de alguma direita, largamente representada aqui nos fiéis, é que presumem de mais e conhecem de menos. Não sei se por cegueira ou por vícios de raciocínio, chega a ser penoso o simplismo com que arrumam o mais neutro dos assuntos no ‘nós’ ou no ‘vós’. E já se sabe que o ‘nós’ é super, o ‘vós’ é o Mal, um moralismo que remonta à Idade das Trevas.
Felizmente no país a capacidade de manobra desse sector de opinião é mínima.

E não me parece que haja nada de mal num blogue constituído por quem partilha ideias, princípios, interesses, a maior parte deles é capaz de ser assim e até terá condições para funcionar bem. O que já não é nada normal é que se transforme em seita, uma contradição em relação ao espírito do que é um blogue, e que é coisa que o Arrastão e a larguíssima maioria dos que conheço não são. Com excepção dos blogues da Sociedade Recreativa dos Assessores e Amigos do Sócrates, mas isso são outros quinhentos. Ou antes, 'com Sua licença o Sócrates', como o meu avô, um velho republicano anticlerical, dizia dos padres.


é tentar saber para que lado as pessoas fogem...

Olhe, é giro esse critério, porque um número considerável de cidadãos da RFA, 600 000 concretamente, fugiu para a DDR. Cinco vezes menos do que o contrário, mas ainda assim mais de meio milhão de pessoas considerava a parte agradável do reino terrestre do lado de lá.

Eu acho que é esta falta de conhecimento do real e a associação automática 'bright lights, big city', que torna algumas conversas em diálogo de surdos.

Sérgio Pinto disse...

Carmo,

O Índice de Desenvolvimento Humano é calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Eu percebo que lhe cause algumas alergias, dada a distância dos EUA aos países cimeiros.

É e evidente que vivemos em planetas diferentes, dado que para si a posição da esquerda está necessariamente compreendida entre 'laxismo inconsciente e apoio criminoso'.
Acho engraçada essa conversa à volta dos cartoons, especialmente porque quem fala disso esquece-se que em Espanha, por exemplo, tenham sido censurados cartoons relativos à família real.
Mas há exemplos ainda melhores. E como o Arrastão, esse covil de esquerdistas primários, anti americanos, islamófilos e totalitários, de vez em quando informa acerca de coisas giras, deixo-lhe uma prenda:
Na mesma semana em que se soube que uma comediante italiana poderá vir a ter que responder em tribunal por ter feito uma piada com o Papa Bento XVI, atitude que lhe pode valer uma pena de prisão até 5 anos, tornou-se público que a polícia alemã está a assegurar a protecção a um padre protestante que tem recebido ameaças à sua vida desde que escreveu uma canção criticando Bento XVI. Ao contrário dos célebres cartoons com Maomé, e será certamente por distracção, ambos os casos não têm merecido a indignação dos exaltados de serviço quando a intolerância religiosa e ataques à liberdade de expressão vêm de outras latitudes.

http://arrastao.org/religiao/ainda-se-fosse-um-cartoon/

E por favor não desligue o cérebro para tentar chegar ao mesmo patamar de QI do lidador, que essa do bin Laden e do Che Guevara é demasiado absurda para merecer resposta (e acredite que estou a ser simpático por saber que normalmente você escreve coisas melhores que esta).

Também acho extremamente engraçada essa ideia de que a esquerda deve abrir os olhos e... comportar-se exactamente como a direita. De facto, 10 pontos para a heterogeneidade de pensamento. Enfim, os imbecis do SIMplex e demais blogues de apoio ao PS também chamam todo o tipo de nomes aos restantes partidos de esquerda por quererem avançar o seu próprio programa em vez de levar o socrates ao colo.

Deixe de usar o lidador como informador, o Miguel Portas não lambeu seja o que for do Hamas.

O seu 3º post volta a repassar pressupostos errados dos dois primeiros.

Por fim, a ml usa matéria factual para demonstrar a falibilidade dos seus pressupostos e você desconversa? Francamente!

ml disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ml disse...

Tanta recomendação, sr. Carmo, veja isto, veja aquilo. Está a assemelhar-se perigosamente ao prezado. Mas já vi o ‘Goodbye Lenin’.
E...?


vai ter a amabilidade de me explicar como é que um Trabant consegue puxar, para o lado de lá, um BMW de seis cilindros?

Não faço a mínima ideia como lhe explicar, eu não estava lá e se estivesse e tivesse tido a sorte de ficar do lado de cá, mantinha-me quietinha no meu lugar.
Os dados aproximados, que eu desconhecia, foram-me fornecidos por berlinenses ocidentais, que não vêm nada de mais em reconhecer que hoje é 6ª feira, se realmente for. Preferiam o sábado, mas o calendário é impiedoso. E ainda há pouco os ouvi repetidos na televisão, o número exacto que lhe forneci. Deduzo que haja alguma verdade nisso, já é gente a mais a dizer o mesmo, a menos que tenham ido todos ao engodo dos ficheiros da STASI.

Achei interessantíssimo dar-lhe esta novidade, já sabia que iria ter dificuldade em arranjar um lugarzinho, por pequenino que seja, para encaixar a informação que não fique bem com o tom das duas cores que conhece. Mas creio que se procurar por aí, encontra, os números não apareceram do ar e os alemães são demasiado racionais para romancearem a história. Isso é mais a escola dos fiéis – a que eles obviamente não pertencem - e nem preciso de me maçar muito a demonstrá-lo.


Eu falei uma vez em seita e você aproveita a deixa e carrega na hipotética ferida, mas eu creio que é ainda cedo demais para considerar o Fiel uma seita.

Sou muito mazinha e precipito-me sempre nos meus juízos. É do convívio, começo a despegar da realidade e a usar o carimbo dos meus devaneios com a mesma destreza dos fiéis.

Sérgio Pinto disse...

E porque razão você, quando falou no I.D.H., não disse imediatamente do que se tratava - o que mede e quem são os campeões do tal índice

Porque supus que soubesse. Combina PIB per capita, esperança de vida e grau de educacional e de literacia. Regra geral, no topo estão os nórdicos. Feliz agora?


Mas você, por razões que desconheço, recusa-se a ver, e no entanto o exemplo dos manos Portas que eu citei é sintomático

Ainda bem que alguém que se lembre de falar num índice que você desconheça o irrita, mas já não tem problema absolutamente nenhum em exalar arrogância quando alguém não vê algo que você afirma sem nunca se dar ao trabalho de demonstrar. O lidador vai fazendo escola.


Também é interessante - olhe, escreva que eu publico em seu nome – mas olhe que tem enormes semelhanças com a ml a querer provar factualmente, como você diz, que a DDR afinal era um paraíso socialista mesmo ali à mão de semear, a dois passos de minha casa e, vejam lá, eu nem sabia da existência!!!

Lamento, você ou teve sérios problemas em compreender o que a ml escreveu ou está simplesmente a ser desonesto. Em todo o caso, o problema é seu.
Se quiser deixar de ser o lidador II pode voltar a ler e verá que nenhum juízo de valor é feito aí. Aliás, se se desse ao trabalho de ler, veria que o único juízo de valor feito sobre esse tema é precisamente em sentido contrário.


Quer você dizer que a Espanha e a Itália são países com menos liberdade de imprensa que o Irão? É isso?

Não seja obtuso. É isso que eu digo? Não? Então porque é que faz a pergunta absolutamente asinina sobre liberdadesb de imprensa em Espanha e no Irão?

O que pretendia dizer era que pessoas com uma agenda são desgraçadamente parciais e só procuram informação que lhes confirme a ideia inicial. De outra forma, alguém como você, que já fez diversas referências aos cartoons de maomé, não deixaria também passar em branco outros casos de atropelo à liberdade de expressão. Se argumentar que o que o preocupa é o fundamentalismo religioso, então também não deixaria o que referi no último post em branco. Como se calhar não leu, aqui vai outra vez (e a bold):

tornou-se público que a polícia alemã está a assegurar a protecção a um padre protestante que tem recebido ameaças à sua vida desde que escreveu uma canção criticando Bento XVI. Ao contrário dos célebres cartoons com Maomé, e será certamente por distracção, ambos os casos não têm merecido a indignação dos exaltados de serviço quando a intolerância religiosa e ataques à liberdade de expressão vêm de outras latitudes.

http://arrastao.org/religiao/ainda-se-fosse-um-cartoon/


Quanto a conversas de Hamas e Miguel Portas, ódio aos EUA e afins: tem provas disso? Aguardo AFIRMAÇÕES dos próprios que comprovem o seu ponto.

ml disse...

Não me diga que lhe surgiu uma lágrima nostálgica ao canto do olho:

Não é difícil perceber à vista desarmada porque é que eu digo que falta aos fiéis um mínimo que seja de perspicácia para raciocinar sobre simples factos. Apesar de eu ser latina dos pés à cabeça, até no aspecto físico, a ausência de raciocínio lógico é uma das coisas que sempre me há-de espantar. E preocupar, porque muitas medidas importantes são tomadas baseadas neste pensamento mágico.

Presumo que seja a sapiência divina com que foi bafejado numa qq fase feliz da sua vida, que o faz pressentir a nostalgia de um regime com o qual nunca simpatizei e sobre o qual nunca tive ilusões, nem sequer juvenis.


a ml a querer provar factualmente, como você diz, que a DDR afinal era um paraíso socialista mesmo ali à mão de semear

Acha mesmo que foi isso que eu quis mostrar? Ora aproveite lá uma segunda oportunidade, leia de novo com calma e pense melhor. Não acredito que não seja capaz de, de vez em quando, sair do carreirinho estreito em que normalmente elabora os seus juízos.

Acho que o Sérgio tem razão. O prezado foi lá para as Europas e deixou-o a tomar conta da casa.

Sr. Carmo, eu não invento, não efabulo, não dou um jeitinho nas situações para condizerem com as minhas ficções. Sei o que sei, sei o que leio, sei o que ouço. Não fui certamente a única portuguesa a ver televisão naquele dia e a ouvir que ‘o que muita gente esquece ou desconhece é que não houve só fugas para cá, cc de 3 milhões, para lá tb passaram à volta de 600 000 pessoas’, ou coisa que o valha.
Fora disto, nada, a não ser tentar especular sobre os motivos.

Mas sei ainda um bocadinho mais. Que o partido que representa a antiga RDA recebe na ex-Alemanha de leste o apoio de 30% dos votantes.
Apesar de isto vir em qq jornal que queira consultar, decerto que o atrevimento de alguém constatar e transmitir aqui que ainda existem tantos trabantistas, será motivo para mais sermão e missa cantada. Porque factos, que são factos, só devem ser conhecidos se confirmarem a construção mental que elaborou para seu uso pessoal.

Aqui há uns aninhos, como bem se lembra, ia por aí um burburinho semelhante por essa net e media fora, cheiinhos de prédicas e indignações pela heresia de se duvidar do mundinho mental criado pelos fiéis da altura (alguns até são os mesmos, LOL!). Que os ‘libertadores’ iriam ser recebidos com palmas e flores por parte dos agradecidos iraquianos, nem tal podia deixar de ser, “eu sei porque sei, bla, bla, bla", inspiração do além, e "só os antiamericanos primários, os pró-Islão e a seita do Mal é que acreditam no contrário”.
Passados uns dias, um manto de silêncio abateu-se sobre os ‘agradecimentos’. Até hoje, parece.

Sérgio Pinto disse...

A essa conclusão, e sem a ajuda do seu índice, já eu tinha chegado

Sim, pois. Peço desculpa por gostar de me basear em conclusões que assentem, realmente, em factos. Mas, enfim, se calhar devia guiar-me apenas por intuições e senso comum, coisas muito mais objectivas.


Não há arrogância e exemplo não é de maneira nenhuma comparável,

Claro que não. Você destila as suas 'teorias' sobre os gostos e simpatias da esquerda, não se dá ao trabalho de sustentar absolutamente nada e, quando alguém não concorda, é porque está a querer fechar os olhos à realidade. Arrogância? Não, suponho que seja educação dos analfabetos.


O Miguel Portas foi ou não foi a Gaza? O Paulo Portas ficou em casa sossegado ou também foi lamber o cu ao Nasrallah? O mano Paulo é de esquerda ou de direita? O mano Miguel é de esquerda ou de direita? A viagem do mano Miguel a Gaza foi política ou foi passar férias?

Vamos lá por passos a ver se a coisa funciona melhor:

1) Geografia: Nasrallah <-> Hezbollah <-> Líbano; Hamas <-> Gaza; percebe a diferença?

2) Quando é que você e os seus colegas de blogue vão finalmente ser capazes de ligar a parte do cérebro que permite visões policromáticas? Não consegue assimilar o facto de ser possível alguém ir a Gaza numa acção política para denunciar a brutalidade de um exército invasor sobre um povo que vive miseravelmente sem que com isso tenha de estar a elogiar um governo de extremistas?


E você continua com as comparações de mau gosto entre pessoas, na próxima vou ser grosseiro. Compara-o com o doutor Cunhal, ou prefere o Arnaldo de Matos, o grande educador da classe operária?

Compare com quem quiser. Quem consegue comparar o Che Guevara ao bin Laden é, obviamente, uma de duas coisas: ignorante ou desonesto. Bem, pode ser uma terceira: pode simplesmente ser o lidador, que consegue combinar e superar ambas as características.


Não é PRECISAMENTE isso que você disse, mas é PRECISAMENTE isso que sugere, e isto é também válido para a ml.

Veja lá se consegue deixar de se levar tão a sério e de se achar tão prescientezinho. O que eu quero PRECISAMENTE dizer foi o que já AFIRMEI no post anterior e que você continua a não ser capaz de entender. Como pelo vistos a coisa não funciona nem quando é escrita a bold, por mim pode continuar a marrar contra fantasmas imaginários, que com a estreiteza dos outros posso eu bem.

A ml também já lhe explicou o que é que a referência aos 600.000 queria dizer e fê-lo muito bem. Você pode continuar a ignorar factos quando não gosta deles, isso é uma escolha sua. Mas suponho que a ml, tal como eu, seja um bocado alérgica a quem gosta de propalar teorias assentes em pressupostos que chocam com a verdade. Você lida mal com isso. Paciência!

Luís Oliveira disse...

"gostar de me basear em conclusões que assentem, realmente, em factos."

Cdr, o relatório de 2008 está aqui

Mas onde o Pinto vê "factos" eu vejo alarmismo, catastrofismo, socialismo e muitos outros ismos bem ao jeito da ONU (onanismos portanto).

A tabela que o Pinto adora está na página 229.

Talvez seja interessante referir o "facto" de a diferença entre o valor do indicador para o primeiro da lista (Islândia 0,968) e os USA (12º 0,951) ser menos de 2 por cento.

E é bom saber que na Finlândia se vive 0,1% melhor que nos Estados Unidos. Viva a social-democracia!

Luís Oliveira disse...

Parece que o link não funciona. Aí vai outra vez:

http://hdr.undp.org/en/media/HDR_20072008_EN_Complete.pdf

Unknown disse...

Já agora a Islândia (1º da lista), não era aquele país onde o "capitalismo financeiro de casino, ultra-neo-liberal" galopava descontroladamente?

É afinal esse o modelo do nosso comentador SP?

Ora, homem, seja bem-vindo e venha de lá esse abraço camarada.
Se essa é a esquerda onde se revê, então somos todos esquerdistas.

P.S. Já agora, esclareço o SP que o Dr Miguel Portas foi de facto a Beirute babar-se perante Nasralah e o Hezbolah, e ao Hamaastão, fazer uma perninha à conta dos meus impostos, para se solidarizar com o movimento fundamentalista, xenófobo, terrorista e islamista que aí domina.

Você diz que foi ver "o povo".
Pois, pois!
Mas olhe que quando o Hamas matou centenas de palestininanos ligados ao outro movimento, o Dr Portas não teve um momento sequer para lá ir mostrar solidariedade ao povo.
Nem ao Líbano foi quando o Exército Libanês cercou e bombardeou um campo de "refugiados palestinianos", matando mais de 100.

Na sua opinião, a que se deve tal falta de solidariedade do Dr MIguel POrtas?
Falta de tempo?
Assobiando para o lado?
Estava ocupado a jogar matraquilhos no bolso dos camaradas da OPus Gay?

ml disse...

Sr. Carmo, uma última tentativa. Talvez resulte, quem sabe?, e que depois deste empurrãozinho mais, a via única, a tal que só vai para lá e vem para cá, fique ao menos melhor lubrificada.

1. Afirmou que o melhor critério para se avaliar a bondade de qq lugar era ver para onde os pobres de espírito fugiam e, um dos exs. que deu, fugiam para a RFA.

2. Fiz-lhe ver que esse seu critério é falível e era melhor revê-lo, porque muitos pobres de espírito também tinham passado para a RDA.

3. A partir daí foi o devaneio à solta, como sempre acontece quando alguma peça não encaixa nos pré-fabricados. A Voz da Verdade inquieta-se e só sossega quando despejar a cartucheira.

4. Acho que para não destoar, porque a desconversa é até bastante mais divertida e entretém muito mais (já viu como a sonolência aqui do blogue entrou num corrupio?), vou voltar atrás e reanalisar o que aqui tem sido dito. E começo pelos posts sobre o Salazar, que segundo os fiéis, não era fascista mas apenas um simples chefe de estado autoritário.
Afinal não era uma questão de critérios na análise dos factos mas uma simpatia declarada pelo ditador. Ou pelo menos uma tentativa de desculpabilizar 40 anos de ditadura.


PS: o Barthes ficou-lhe atravessado. Não seja assim, pode ser que seja útil ao prezado dar uma vista de olhos pelas intelectualices.

E se houver alguma coisinha mais que eu não tenha lido e mereça a minha pachorra, amanhã volto à antena. Por hoje vou preparar as malas para zarpar daqui.

Sérgio Pinto disse...

Luisinho,

Eu percebo que vocês gostem de competir para ver quem é o mais idiota mas, sabendo que o índice se baseia em indicadores normalizados, percebe-se bem que a sua conclusão é estúpida.


Carmo,

Experimente um copinho de água e pode ser que se acalme.
Claro que é sempre muito fácil vir com a conversa do costume de que se alguém diz algo que não lhe agrada, ainda que esteja a dizer
UNICAMENTE a dizer a verdade, como no caso do IDH ou dos 600.000, então é necessariamente 'antiamericano' e 'anti-mais-não-sei-o-quê-que-lhe-dê-jeito'. E como não gosta que lhe questionem a fé e as crenças subjacentes, começa a perder o tino e a disparatar. Quando quiser sustentar alguma coisa, apite.


Lidado,

Imagino que a desregulação do sistema financeiro seja a virtude das virtudes para si. Infelizmente, creio que os islandeses discordarão. Não se excite demasiado, o ranking de 2008 baseia-se em dados de 2006. Quanto ao resto, é a mesma conversa do costume: fico à espera que mostrem uma entrevista, artigo, etc., em que ele, o Louçã, o resto do BE, elogiem o Hamas ou os fundamentalistas islâmicos ou o bon Laden, ou...

Luís Oliveira disse...

@Pinto:"sabendo que o índice se baseia em indicadores normalizados, percebe-se bem que a sua conclusão é estúpida"


Qual conclusão, Pinto? Limitei-me a citar os valores do relatório.

Parafraseando o António Silva, "a onda bate na lâmpada e recua, o indicador tem de normalizar"...

Ficam aqui alguns valores para o pessoal se rir do seu facciosismo. Quem quiser rir mais siga o link que deixei há bocado.

6 Sweden 0.956
11 Finland 0.952
12 USA 0.951
14 Denmark 0.949

@Pinto:"os islandeses discordarão. Não se excite demasiado, o ranking de 2008 baseia-se em dados de 2006."

Aaaaah então foi isso, 2006 foi um ano de social-democracia na Islândia. 2008 é que foi de neo-liberalismo. Está explicado.

Go_Dot disse...

Diz o CDR: … A qualidade de vida é portanto a única coisa que me interessa, e a única que me serve de padrão para julgar regimes ou sistemas políticos…
… é tentar saber para que lado as pessoas fogem...


Conheço um arquitecto que tem um método ainda mais simples que o do CDR para determinar a qualidade de vida dum povo.
Segundo ele, basta observar a limpeza e qualidade do equipamento sanitário publico e privado. Para ele uma visita à retrete diz mais que as estatísticas todas juntas.

ml disse...

No período entre a fundação da DDR, em 1949, e a queda do muro, em 1989, deslocaram-se aproximadamente meio-milhão de alemães ocidentais para a Alemanha de Leste.
Eram ‘politicamente ingénuos’ e contavam com melhorias sociais tais como emprego garantido e rendas baixas.


Bem, sr. Carmo, pouco mais a acrescentar.
Depois de não sei quantos milhares de palavras desperdiçadas, teria sido mais avisado ter metido a viola no saco. Este último dá para rir, não tanto como o seu comentário dos 600.000 alemães a fugirem para a DDR .
Por acaso até desconfio de mais um forte motivo a não pôr de lado, mas só lhe conto se prometer usar o raciocínio e não a presunção da Verdade Revelada.

E já agora que estamos numa de tête-à-tête, não lhe parece que o email em que o seu amigo afirma não querer que eu tenha razão, entra em contradição com o artigo que traduziu?

A minha inteligência ou a falta dela não é para aqui chamada, não precisa de me passar a mão pelo pêlo. O que é para aqui chamada é a incapacidade do pensamento mágico se centrar na informação sem devaneios, sem discursos embalados pela vigilância devota. Chego a confundi-los com o Rasputine.

De resto, pode dizer o que lhe apetecer. Agora que o pequeno fait-divers está esclarecido, pode ensaiar a tentativa de atenuar o crime, que é para o lado em que durmo melhor. Por muito estranho que lhe pareça, de mim, sei eu, e basta que nos cinjamos ao encadeamento da conversa para se perceber que sou a melhor intérprete de mim mesma. Bizarro, concordo, mas ainda não cheguei, e duvido que alguma vez chegue, à ética fiel de aldrabar, omitir, inventar. Ou de mascarar o que penso.


se for a Berlim faça uma visita ao museu no Checkpoint Charlie, ouvi dizer que tem bastante informação sobre as passagens de ‘um lado para o outro’...

Obrigada por mais uma recomendação, mas já lá fui e, como qq bom turista, vim carregadinha de fotos junto ao muro, às fardas, à casota, o costume.
Sr. Carmo, e obrigadinha também pelos abundantes esclarecimentos sobre o modus operandi da repressão na RDA mas, como calcula, informação é capaz de não me faltar.


Mas alguns de nós (entre eles eu) acham que, por motivos de precisão,

Ah, bom, afinal parece que aprecia a precisão, desde que não se trate de assuntos tabu.
Factos em relação à RFA/RDA são tentativas suspeitas; leituras bondosas em relação a uma ditadura, são simples precisão.
Como eu adoro esta lógica!

De qq modo, assinale-se o fair-play com que confirmou o que eu aqui escrevi.

PS: o contrário, acabaram foi as férias.

ml disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ml disse...

errata: Desejo-lhe muito boas festas.

Ainda não foi desta. As boas festas são no Natal.
Mas desde já agradeço, as boas férias que acabaram e as boas festas que aí vêm.
Thanks for both.

ml disse...

Eu percebo que vocês gostem de competir para ver quem é o mais idiota

Agora é que o Fiel vai animar, isto andava muito mormo por falta de concorrência.

Luís Oliveira disse...

@cdr"Eu, como você, acredito que os países nórdicos oferecem melhor qualidade de vida que os EUA"

Vive-se bem na Suécia, nos USA, e até em Portugal, mais milésima de pentelho, menos milésima de pentelho.

Não se vive bem na Coreia do Norte, em Cuba e no Zimbabwe.

O resto é conversa de maluco.

ml disse...

Sobressai apenas uma atitude que infelizmente ainda está na moda à esquerda, não assumir os seus crimes mas tentar relativizá-los

Sr. Carmo, vamos lá ver se tb sou capaz de ser diplomática. Eu nunca pertenci a essa esquerda, posso dar-me ao luxo de não precisar de me penitenciar.

ml disse...

Balhamedeus, essa penitência tem que acabar um dia, antes que dê cabo de si. Ainda faz um buraco no peito de tanto bater.