Zé: Porra, aumentaram os impostos!
Sócrates: Não é verdade. Não aumentámos os impostos.
Zé: Mas eu vou pagar mais impostos, c******
Sócrates: Vais, mas os impostos não aumentaram.
Zé: Oh, cum c*****, mas se eu pago mais, como é que não aumentaram, porra?
Sócrates: Não aumentaram. O que aconteceu é que houve melhorias na incidência dos benefícios fiscais. É a isto que se chama, mais justiça social.
Zé: F***, pá, então eu pago mais e tu dizes-me que não pago mais? Mas pensas que eu sou parvo ou quê?
Sócrates: Penso.
Zé: Mas eu vou pagar mais impostos ou não?
Sócrates: Vais.
Zé: E os impostos não aumentam?
Sócrates: Exacto.
Zé: Obrigado Sr Engenheiro...assim está tudo mais bem explicado. Que seria de nós sem o Sr Engenheiro. Para a próxima voto outra vez em si.
10 comentários:
Não vejo nenhum absurdo. É apenas um exemplo da Retórica Socrática
O governo resolveu subir os impostos aos bancos. Imaginem quem vai pagar.
Perdoai-me, o-Lidador,
O Zé ia bem na partida: incisivo nos argumentos, mas no minuto final entrega o jogo, por acaso o gajo é do Benfica?
P.S. - poupai-me dos palavrões.
Nausica,
creio que o gajo é do benfica.
P.S - Que palavrões?
(“Para a próxima voto outra vez em si.”)
[Se os portugueses fossem hoje chamados a votar, voltariam a escolher José Sócrates para primeiro-ministro. De acordo com a sondagem da Universidade Católica, o PS reforçaria a sua posição e conseguiria um resultado próximo da maioria absoluta (41%).]
sondagem da Universidade Católica
ainda vai a tempo e não esta sozinho
Humor?
Então porque razão este diálogo imaginado me dá vontade de chorar?
Nausicaa, o Zé Povinho é assim mesmo.
Aí no Brasil, provavelmente não conhecem o personagem, mas ele é assim mesmo. Bruto, impulsivo, palavroso, com o coração e o c***** sempre na boca.
Disposto a partir tudo e todos, agarrem-me senão eu desgraço-me, e tal, mas depois, contam-lhe uma historieta qualquer e é vê-lo, morcão, papalvo a beijar a mão de quem o trama.
Este é o típico português, capaz de tudo e de nada.
De brandos costumes e de momentos de total irracionalidade.
Enganado por todos, mas acreditando que é esperto que nem um alho e que a ele ninguém faz o ninho atrás da orelha.
Lidador:
"Este é o típico português, capaz de tudo e de nada.
De brandos costumes e de momentos de total irracionalidade."
É verdade. Neste momento há uma excepção excepcional :) - o "momento" é bastante mais comprido que o habitual mesmo para português.
'Diz-se' que é por falta de alternativa. Eu tenho dúvidas.
Mutatis mutandis, o ambiente começa a parecer-se com quilo que me parece ter sido o ambiente anterior à implantação do Estado Novo (que posteriormente conduziu Salazar ao poder).
Dito de outra forma (optimista) não aparecerá alternativa por ainda não valer a pena.
Nem estado novo nem estado velho, é o nacional pessimismo. O gozo pela desgovernação é um apanágio dos portugueses. Esta característica remonta ao nosso tempo mais antigo como Lusitanos de quem já os romanos diziam "estranho povo este que não se governa nem se deixa governar", somos assim, com algumas excepções. A má gestão pública existe e é conhecida, ouve-se e diz-se por toda a parte e fica-se com a sensação de que ninguém faz nada. A sociedade portuguesa é uma sociedade apolítica, não se envolve de uma forma democrática, não participa nos momentos onde poderia e deveria ter uma voz activa, ( o voto devia ser obrigatorio em algumas sociedades democraticamente imaturas) os cidadãos preferem o regozijo das piadas sobre a má governação em vez de darem o seu contributo. É aquela velha história / piada, do tempo dos nossos bisavós, que sempre ouviam dizer que as coisas estavam mal e a culpa era do governo; depois veio a república, as coisas estavam mal e a culpa era do governo; depois veio salazar, as coisas estavam mal e a culpa era do governo; depois veio o 25 de abril, as coisas estavam mal e a culpa era do governo; nos dias de hoje, a historia continua, e a culpa é do governo.
Caro, o-Lidador,
Eu penso que o Zé-povinho não faz - nem pensa - as perguntas desse diáologo. Para ele o que importa é a ordem das coisas: trabalho para si, escola para os filhos, comida na mesa, água na torneira. Sabeis? Essas coisas mundanas e típicas da burguesia.
Admiti, vós, que Salazar e os generais brasileiros são amados até hoje pela memória da lista acima. Vós podeis dizer que nem tudo funcionava, mas os desfiles militares eram contagiantes!
Quem faz e/ou propõe essa espécie de diálogo é o sujeito da classe média massacrada por baixo pelo zé-povinho e por cima pelos tubarões: empresários, industriais, banqueiros, comunistas...
P.S. - apesar do empate no último minuto de jogo, Júlio César foi o melhor em campo, dizer que ele deu seu sangue seria exagero, mas quase quebrou as costelas.
P.S. 2 - eu detesto o estilo do futebol francês, além de ideologias de lá, motivo pelo qual eu exercito uma catarse numa partida como essa.
P.S. 3 - eu sugiro-vos a leitura do livro "Raízes do Brasil" de Sérgio Buarque de Holanda, sim, do pai do tal Chico, e vereis que nós dois somos parte da mesma "mitocôndria".
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