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quarta-feira, 10 de março de 2010

A culpa foi do professor que não se desviou da cadeira

No Lisboa - Tel Aviv

Um rapaz de 12 anos agrediu violentamente um professor, na sala de aula e em frente aos colegas, atirando-lhe com uma mochila na cara e batendo-lhe com uma cadeira nas pernas.

O professor agredido ficou de muletas e psicologicamente abatido. O aluno agressor continua, impávido e sereno, a frequentar as aulas como se nada fosse. Uma vez que se tratou de uma situação relatada pelos jornais, será tratada de maneira diferente: haverá a instrução de um processo disciplinar. Caso a agressão não fosse notícia, o aluno agressor levaria, quanto muito, um raspanete. Nada que o maçasse. Assim é completamente diferente: uma montanha de papeis será movida pela directora de turma do menino, que é a instrutora do processo disciplinar, e simultaneamente a maior castigada com esta situação.

Durante a fase de instrução serão ouvidas as 15 testemunhas, o agredido, o agressor, os encarregados de educação, o cão, o gato e o periquito do aluno, e ainda o sociólogo, o psicólogo, o animador, e o pedagogo, todos eles da escola, ou caso nela não existam, da delegação do PS ou do BE que estiverem mais próximas. No fim, todos concluirão invariavelmente o mesmo de sempre: o menino não tem culpa de nada, porque é uma vítima inocente da sociedade capitalista; a agressão não passou de uma resposta a uma ordem opressora; quem vai para professor tem de saber motivar as crianças, centrar o ensino nos seus desejos e ansiedades, e ter agilidade para se desviar de objectos em movimento. Principalmente mesas, cadeiras e sapatos. A instrução irá apurar ainda, que no dia da agressão, o professor corrigiu os testes a vermelho, facto por si só traumatizante para a turma, e se esqueceu de dar os bons dias aos alunos.

Assim, com os representantes do eduquês em maioria, concluir-se-á que o aluno agressor não pode ser responsabilizado, e que o professor é que não cumpriu com as regras de boa educação. Ao decente ser-lhe-á ainda recomendado que, da próxima vez, seja mais rápido a desviar-se da cadeira e que frequente uma formação para melhorar as suas competências de relacionamento inter-pessoal.

4 comentários:

José Gonsalo disse...

Complemento, citando o DN, a propósito desta notícia, «(o aluno) foi ontem a todas as aulas e só não voltou a cruzar-se com o professor agredido porque o docente avisou, logo pela manhã, que não estava em condições de leccionar. "Ele está igual aos outros dias. Nem está arrependido, porque diz que o professor estava a ser injusto com ele", revelou um amigo da turma, admitindo ter tido pesadelos toda a noite, "porque é uma situação que deixa marcas".»

Anónimo disse...

O verdadeiro crime do aluno é totalmente ignorado neste artigo.
O crápula do aluno deu com as pernas do professor numa cadeira de madeira, danificando-a e acelerando a sua substituição, isto é, destruindo uma árvore para esta fornecer a respectiva matéria prima. Este cobarde assassinato de florestas tem de acabar e, o puto lá da escola é nitidamente cumplice!

Anónimo disse...

va la que ainda não levam armas para a escola para matar colegas e professores. ainda estamos atrasados como de costume.

Anónimo disse...

Pois é, quem não sabe dar-se ao respeito, não devia ser professor.