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terça-feira, 1 de maio de 2012

Cavalheirismo: uma sublimação do cacete do troglodita


Lidador disse: ”….disse que a cortesia para com as mulheres é um gesto de condescendência, um tratamento do superior para o inferior” 

Precisamente. Digo, repito, assino e já vai perceber porquê. A cortesia e o cavalheirismo é apenas uma sublimação do cacete do troglodita. 

Lidador disse: ”e agora diz que afinal a cortesia é um tratamento do inferior para o superior (foi exactamente o que disse a propósito da rainha da Holanda). CdR, tem de admitir que se está a contradizer.”

HUMMMMMM!!!!!!!!!! 

Esqueça a Rainha. A Monarquia é uma instituição e por isso não tem sexo. Ninguém vai a uma audiência da Rainha para a engatar! Além disso, o protocolo não exige, como você pensa, que o súbdito seja cortês, bem educado, refinado e simpático. Apenas formal. 

Lidador disse: ”É-se mais cortês com quem nos é superior. Por isso, qed, o meu argumento sustem-se e o seu não".

Com todo o respeito que a família nos merece, está a misturar a cortesia de uma relação entre SUBORDINADO E PATRÃO (realmente, é-se mais cortês para quem nos é superior) com uma relação entre HOMEM e MULHER, que era o título e o tema do seu post inicial: FAMÍLIA, SEXO E MARXISMO CULTURAL.

O problema é que para ligar estas realidades tão diferentes, você precisa de dizer que ”…. as mulheres são mais importantes para a espécie do que os homens." OK, tudo bem, mas mais importantes biologicamente (conceito imutável). É evidente que as mulheres nos últimos cinco mil anos não se alteraram, continuam a ser biologicamente diferentes dos homens: podem ter filhos, com tudo o que isso acarreta. Mas isso não significa que tenham automaticamente uma supremacia na relação homem/mulher (conceito mutável), um fenómeno sujeito a evolução no tempo. 

Do homem das cavernas ao cavalheiro do tempo dos nossos pais 

O que separa o homem das cavernas, que dá uma cachaporra na primeira fêmea que vê, arrastando-a seguidamente pelos cabelos para a sua gruta, e o cavalheiro do século XVIII, não é a biologia, é uma enorme evolução  na relação entre homens e mulheres (indiscutivelmente para melhor). Mesmo usando um exemplo menos acentuado que o anterior e muito mais curto no tempo, é fácil de demonstar uma considerável melhoria neste tipo de relações. Basta dar uma vista de olhos na nossa literatura e ver a diferença existente entre os romances do século XIX e a actual escritora Margarida Rebelo Pinto na abordagem desta temática. Isto para usar um exemplo nacional que toda a gente conhece. O resultado disto tudo é um mundo bem mais agradável (sobretudo) para as mulheres. Mas para os homens também, mas isto fica para outra ocasião para não atrapalhar e tornar o texto demasiado longo. 

A influência do islamismo cultural no pensamento da direita portuguesa  

Lidador disse: ”… as mulheres são o tesouro mais precioso da espécie e  é por isso, racionalizado ou não, que elas devem ter precedência, em situações de perigo e não só." 

Isto é grosso modo o argumento que os islamitas usam para cobrir os seus tesouros mais preciosos da cabeça aos pés! 

Lidador disse: ”Um dos dogmas do missal politicamente correcto e hoje considerado "moderno", é a ideia do sexo como algo de natural, que não deve ser sujeito a ritualizações e constrangimentos culturais."  

Sujeitar o sexo a ritualizações e constrangimentos - o Islão neste caso não fala em ‘constrangimento’ mas em ‘submissão’ - culturais é meio caminho andado para crimes de honra, lapidações e enforcamento de homossexuais! 

Lidador disse: ”Esta ideia de "libertação sexual", nascida nos idos de 60, foi, e é, essencialmente uma boa táctica masculina, já que o sexo "fácil" é sobretudo agradável aos homens.”

Os anos 60 tiveram um papel positivo (libertador) na abordagem à sexualidade, mas, como todos os movimentos pioneiros, foram acompanhados de excessos inerentes a uma época de rotura. Mas não se deve exagerar a importância dos anos 60, este período não passa de uma ligeira e insignificante ondulação na longa evolução da relação entre homem e mulher - numa pequena parte do mundo ocidental. 

Qualquer tipo de sexo, em situação normal, de consentimento mútuo, sempre foi mais agradável para as mulheres (o raio da biologia), mas agora, com as fiáveis técnicas anticoncepcionais existentes, tornou-se ainda mais agradável. Já para não falar de toda uma gama de acessórios que facilitam bastante a vida sexual da mulher moderna…

Voltando à libertação sexual. Quando os ocidentais objectam falta de emancipação ou uma sexualidade reprimida no Islão, as intelectuais muçulmanas não costumam usar o argumento "sexo fácil é sobretudo agradável aos homens”, (the man is never to blame), preferem afirmar, sem corar nem pestanejar, que são precisamente as mulheres ocidentais as reprimidas sexualmente: pela moda e o comércio que as explora...

O poder da mulher e o determinismo engatatório

Lidador disse: ”A relação de conquista, quando um homem quer uma mulher, é sempre feita de gestos de sensibilidade, de cortesia. Quem tem o "poder" é a mulher. É ela que retém, normalmente, a decisão de dizer sim ou não.” 

Sempre?

Porque razão não se pode simplesmente perguntar a uma mulher ‘queres dar uma queca hoje?’, e ela, em pleno poder de decisão sobre a sua sexualidade responde ‘eh pá, hoje não calha bem, tenho que me deitar cedo porque vou dar aulas amanhã’. E porque razão não inverter os termos? Passando a mulher a ser a parte conquistadora e usar os gestos que se adaptem à sua linguagem ou carácter: - 'CdR, não queres passar por minha casa hoje, estou sozinha e podíamos comer juntos?'

E neste caso o poder de decisão passa cá para o rapaz: - 'eh pá, que desgraça, hoje já combinei com o Fernando Cabeça para ver o Barcelona! Isabel, não pode ficar para outro dia?

1 comentário:

Unknown disse...

Agora não tenho tempo, mas amanhã responderei ponto por ponto.

Mas assim a voo de pássaro, não posso deixar de notar a enorme confusão que o CdR faz.

Só um exemplo: eu digo que a mulher é mais importante que o homem, no que à espécie diz respeito.

O CdR equipara-me justamente aos islamistas, que pensam exactamente o contrário. Um salto quântico de tirar o fòlego.

O CdR acha que a cortesia é a expressão moderna da moca e do arrastar pelos cabelos.

Eu acho que é precisamente o oposto. Uma coisa é ignorar que o outro é um individuo com vontade própria, e a outra, é colocar a enfase justamente considerar como mais importante, a vontade do outro.

Quanto à ritualização do sexo, como deve ter já reparado, o que acontece entre humanos civilizados é algo diferente do que acontece entre dois canídeos.

E como a experiência já lhe devia ter ensinado, com a abordagem que especificou (vamos lá à queca), o mais provável é que tenda a ganhar uma boa musculação na mão direita.

E é bem feito.


Pelo contrário, se for simpático, se seguir o ritual, se for cortês e sensível, é muito mais provável que durma com a cama quente.