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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Eleições Norte-Americanas XX


Peço desde já desculpa pelo atraso do post, que deveria ter sido colocado no dia seguinte ao culminar da convenção Republicana. Tenho estado aterefado e, como consequência, não tenho conseguido estar no computador.

Assisti na íntegra (na CNN) à convenção Republicana que se realizou na cidade de St. Paul, no sempre azul estado do Minnesota (o último Republicano a vencer este estado foi Richard Nixon). Estive com particular atenção aos últimos dois dias da convenção, onde discursaram figuras como Mitt Romney, Rudy Giuliani, Mike Huckabee e, claro, Sarah Palin e John McCain.

Convém não esquecer o grande Joe Lieberman, que no segundo dia já tinha dado o mote: “John McCain é o homem certo, na altura certa. Só por esta razão é que eu, um Democrata, me encontro entre tantos Republicanos”. O vice de Al Gore em 2000 tomou uma decisão controversa ao apoiar o seu grande amigo John McCain, deixando um enorme amargo de boca nos Democratas. A má relação entre Lieberman e o Partido Democrata não é nova, sendo proveniente da candidatura como Independente de Joe Liberman ao Senado pelo estado do Connecticut (eleição que ganhou).

A capacidade de John McCain em chamar votos Independentes e Democratas é um ponto fulcral nas eleições deste ano. John McCain tem a necessidade de continuar ao lado de pessoas como Lieberman, demonstrando que o ticket Republicano é diferente, é consensual, é moderado e nada tem de parecido com a administração Bush. O apoio de Lieberman é, portanto, muito importante.

Foi por causa desta grande independência em relação ao partido que John McCain se viu forçado a escolher alguém mais ligado a ele para a vice-Presidência, de modo a evitar a abstenção entre os Republicanos. É relativamente consensual entre os meios de comunicação social Norte-Americanos que John McCain queria escolher Lieberman para vice-Presidente, mas isso não agradaria, de todo, à base mais conservadora do Partido Republicano.

A escolha de Sarah Palin veio, sem sombra para dúvidas, corrigir a lacuna da candidatura de John McCain. Conservadora feroz a todos os níveis, mãe de 5 filhos, anti-aborto, contra casamentos homossexuais e profundamente religiosa, Palin tem tudo o que um Republicano “duro” gosta.

Mas Sarah Palin não é só isto, é muito mais: é mulher, é jovem, não pertence ao establishment, tem uma boa imagem.

John McCain e Sarah Palin são, acima de tudo, um ticket ao serviço dos Americanos, disposto a fazer a mudança necessária e credível. Sem discursos bacocos, sem baboseiras, sem confetties. Desvinculados do partido, independentes.

No terceiro dia, Mitt Romney iniciou a vaga de discursos importantes. Acusou Washington de ser profundamente liberal, apesar de ser um Republicano o Presidente dos Estados Unidos da América (porém, o congresso e o senado são dominados pelos Democratas).

Mike Huckabee apareceu lúcido e claro. Contou histórias, atacou aqueles que afirmam que os Republicanos são ricos, reclamou por menos governo e mais liberdade. “Oiço por aí muita gente a falar da falta de experiência da nossa vice-Presidente. Pois olhem: quando Sarah Palin foi eleita Mayor naquela pequenina cidade de 7000 habitantes no Alaska, teve mais votos do que aqueles que Joe Biden recebeu na eleição deste ano” (Biden candidatou-se para as eleições deste ano, mas retirou-se depois de algumas primárias). Foi um grande discurso do antigo pastor evangélico, que poderá ser útil a McCain para chamar esta grande fatia do eleitorado.

Rudy Giuliani fez levantar tudo e todos. Foi um grande discurso do antigo Mayor de Nova Iorque, tendo sido, talvez, o discurso que mais se focou em Barack Obama e os Democratas. “Barack Obama não tem experiência nenhuma, niente, nada”. “Barack Obama nunca liderou seja o que for, não está habituado a liderar”. Foi de Giuliani, do meu ponto de vista, o discurso da noite.

Quando Giuliani saiu do palco ainda faltava falar Sarah Palin. O seu discurso foi visto por 37,2 milhões de espectadores que, certamente, não ficaram desiludidos com a Governadora do estado do Alaska. Foi um discurso maioritariamente auto-biográfico, explicável por muitos Norte-Americanos continuarem sem a conhecer muito bem. Elogiou John McCain a todos os níveis, realçando a sua história de vida, o seu combate nos bastiadores de Washington, a sua personalidade. Identificou-se como uma hockey mom, foi várias vezes interrompida pelo slogan “drill baby drill” e atacou Obama. Chamou Obama de “community organizer from Chicago”, capaz de fazer dois livros de memórias, mas incapaz de fazer 1 lei séria no Senado. “Acho que sou a única que tenho experiência executiva”.

Sarah Palin incendiou a plateia. A união do Partido Republicano estava consumada. A sua popularidade subiu e flecha sendo, hoje, mais popular que Barack Obama, Joe Biden e John McCain.

No 4º dia, os comentadores Democratas da CNN tinham notícias novas: Sarah Palin tinha recorrido ao teleponto para discursar! Não me digam que o grande Barack não usa teleponto? E o Joe Biden? E a Michelle Obama?

Como se isso não bastasse, o discurso foi escrito por um Bushista convicto. Isto nada tem para o caso, quem escreve discursos é pago para o fazer pelo Partido Republicano. Escreve apenas. Escreve e o seu texto é visto por um batalhão de acessores antes de ser aceite.

Mais: havia poucos Afro-Americanos na convenção! Mas quem é que é o negro Norte-Americano que vai votar em John McCain? Sondagens dizem que 95% dos Afro-Americanos vão votar em Barack Obama. Eu ainda vi alguns Afro-Americanos, poucos é certo, mas os comentadores não parecem capazes de decifrar sondagens e de terem um raciocínio lógico que lhes permita perceber que o voto com motivos raciais, especialmente dentro de uma minoria, impera.

Nada que afectasse a convenção: era dia do candidato discursar. Depois de quatro dias de tributo à vida de John McCain, este só poderia retribuir com um grande obrigado a todos os presentes e com algumas recordações do tempo que passou no Vietname: “Devo a vida a alguns amigos que, nos tempos em que estava em baixo no Vietname, tiveram a coragem de me ajudar e de me dar força. É por causa deles que estou aqui hoje”.

“Eu já disse, por mais que uma vez, que prefiro ver-me a perder uma eleição do que ver os Estados Unidos perderem uma guerra”. “Existem muitas diferenças entre mim e Barack Obama, mas existem coisas que nos unem. A maior delas todas é ele ser cidadão dos Estados Unidos. Isso para mim é tudo”.

“Aprendi a amar o meu país quando estive prisioneiro. Depois disso eu já não era de mim próprio, era do meu país”. Muitas foram as pessoas emocionadas durante o seu discurso, visto por 39 milhões de pessoas nos Estados Unidos, superando dessa forma a marca de Barack Obama.

Mas John McCain criticou também o próprio partido, demonstrando que o dia não era só de festa e que o partido deve reflectir um pouco aquilo que tem feito: “Perdemos a confiança dos Americanos, quando valorizámos o poder em detrimento dos princípios”. “O partido vai voltar à base e receber de novo o apoio dos Americanos”. “A luta contra a corrupção tem que prevalecer. Não podemos permitir que esta exista, sejam Republicanos, Democratas ou Independentes.”

A noite acabava. A luta continuava amanhã, num outro qualquer ponto do país.

O fenómeno Palin ganhou votos, a história de John McCain também.

15 comentários:

Diogo disse...

«No terceiro dia, Mitt Romney iniciou a vaga de discursos importantes. Acusou Washington de ser profundamente liberal, apesar de ser um Republicano o Presidente dos Estados Unidos da América (porém, o congresso e o senado são dominados pelos Democratas»


Caro RB, você nem sequer sabe que o termo «liberal» na América quer dizer de esquerda. Que grande analista você me saiu!

Anónimo disse...

Não tem que desculpar o atraso. Mas, não seria conveniente o senhor declarar abertamente o seu amor por Mccain, fazer as malas, e partir definitivamente para a América?!. Ó homem lá é que se está bem. Ou não?!

Renato Bento disse...

Nao me diga caro Diogo!

Mas, ja agora, eu disse o contrario? Eu apenas constatei um facto, que tambem foi sublinhado por todos os analistas da CNN.

Mas estes tambem nao sabem que o termo liberal na America quer dizer de esquerda, certamente...

Coisas que so o Diogo sabe...

Renato Bento disse...

O Diogo e as suas magnificas fontes!

Diogo disse...

Pronto, pronto RB. Não se amofine. Achei a sua análise brilhante. Mas não acha que o melhor ticket para McCain seria o William Rodriguez, o zelador do WTC no 11 de Setembro? Aquele que sentiu uma enorme explosão na cave do edifício antes do avião bater lá em cima?

William Rodriquez - WTC Head Janitor

RioDoiro disse...

Diogo:

Veio o primeiro disparate e logo depois o segundo.

Não quer despejar, de uma só vez, todos os que tem guardados na caixinha que diz "fuga pr'a frente"?

Escusávamos de perder tanto tempo.

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RioDoiro disse...

Tardio:

"Ó homem lá é que se está bem. Ou não?! "

Parece que sim. E aí pelo Zimbabwe, como vão as coisas? Ainda há ratazanas para comer?

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osátiro disse...

sarah palin veio trazer um élan ao GOP k lhe estava a faltar. A campanha contra ela (típica da esquerda, vidé Sá Carneiro) foi mais do k contraproducente porque chamou a atenção para uma desconhecida k fez um discurso brilhante.

Anónimo disse...

Range-o-dente. Ratazanas! Zimbabwe?!. Ratazanas, há em qualquer lugar, só não compreendo a relação de Zimbabwe com a questão. PS: Áh! desculpe estava um pouco tardio com a sua ofensiva subtileza. Zimbabwe é o país onde as pessoas comem ratazanas. Pois é!, os Africanos são uns bárbaros. Este comentário diz-nos provavelmente muito mais de si, do que deles. Bom apetite.

Diogo disse...

A razão porque RB e Range-o-Dente não deven muito à inteligência.

RioDoiro disse...

Caro Tardio

Tome lá,

http://range-o-dente.blogspot.com/2007/05/no-zimbabwe-as-ratazanas-so-caras.html

e divirta-se.

Naquela altura custava cada um 30 dólares do Zimbabwe. Devem estar agora a 300000000000000000000.

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Anónimo disse...

caríssimo, range-o-dente. O meu amigo é mesmo persistente na sua surreal procura de argumentos para uma confucionista temática. Ó homem qualquer país se come merda! a questão é só ter fome. Continuo sem saber se o RB está, ou não, de saída para os EU. Quanto a si. Vá mas é comer um BIGMAC e quando rotar, por favor na direcção de zimbabwe. Ranger os dentes não ajuda, palitos sim. Bom apetite

RioDoiro disse...

Caro tardio,

No Zimbabwe come-se dois tipos de merda: ratazanas ou sacas de cereais que dizem USA. Mas você só deve escolher a primeira porque a sua paranóia em despachar o RB para os EUA só pode ser entendida face a conhecimento de causa em sentido contrário.

Ainda não percebeu? É preciso fazer um boneco?

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Anónimo disse...

ó meu! vai roer, digo, ranger, com o teu dentinho para a Berlenga. Ainda não percebeu? é preciso fazer um boneco? - tem direitos de autor.

RioDoiro disse...

Nota de imprensa:

O autor da expressão "é preciso fazer um desenho" é o intérpido navegador que descobriu a Berlenga.

A expressão "intérpido navegador", é oriunda da mesma mona.

A expressão "mona" tem a mesma autoria.

A expressão "autoria" provém do mesmo iluminado.

A expressão "iluminado" foi interditada pelo Tardio por provocar aquecimento global. Caso eu insista, ele ordenará a Chavez que envie os bombardeiros russos para atacar os Estados unidos, o RB e o estúpido Bush.

http://www.youtube.com/watch?v=4RN-WCj2eW0

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