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quarta-feira, 24 de março de 2010

Investimento produtivo

21.05.2006 - Alcateia de lobos obriga a gastar mais 100 milhões em auto-estrada

Um lobo por três milhões de contos

A alteração do traçado da via e os sobrecustos associados continuam a alimentar polémica. Os chefes autárquicos regionais, e antes de todos o presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, o social-democrata Domingos Dias, preferiam a A24 a passar pela encosta nascente da serra do Alvão, uma solução que, nesta altura, está irremediavelmente ultrapassada (a inauguração do troço de Vila Pouca de Aguiar tem conclusão prevista para finais de Junho de 2007). Mesmo assim, o autarca não desiste de soltar a língua e de acusar o Estado central de, em delírio ambientalista, ter avalizado uma solução que desviou o traçado da serra do Alvão para a da Falperra, através do referido viaduto sobre o vale de Vila Pouca. Desvio feito "por causa de uma alcateia de sete lobos" que circula na zona de Vilarinho de Samardã, o que significa que a defesa de cada animal, segundo as contas do líder camarário, "fica por mais de três milhões de contos". Um exagero, pensa Domingos Dias, que roça o insulto a uma região carenciada e a um concelho cujo orçamento camarário o deixa "aflito para comprar um simples autocarro de transporte escolar" (ver texto nestas páginas).

As contas feitas por Domingos Dias ao "custo por lobo" remontam ao tempo em que Valente de Oliveira era ministro das Obras Públicas do Governo de Durão Barroso. Foi o então ministro que lhe falou num disparo de "100 milhões de euros" no custo da obra, ditado sobretudo pelo grande viaduto a ligar as duas encostas. E a coisa podia ter sido pior ainda: depois do chumbo do traçado inicial, uma declaração de impacte ambiental (DIA) de Agosto de 2002 desembocou numa solução que previa o atravessamento do vale de Vila Pouca por um túnel subterrâneo de 650 metros, ainda mais dispendioso do que o viaduto agora em construção; uma segunda DIA, de Julho de 2003, acabaria por impor a versão final, "mais vantajosa sob o ponto de vista técnico e de racionalidade dos custos para o Estado", como sustenta a Estradas de Portugal.

1 comentário:

DL disse...

E também havia uns mosquitos que entravam em stress com uma auto-estrada. Ah e umas gravuras que não sabiam nadar.