Ao contrário do que seria de esperar por alguns, Barack Obama não se tem pautado pela tomada de medidas de clara mudança no que à scene internacional diz respeito, o que nos entristece, como é óbvio. Depois de adoptar o plano de Bush para a retirada do Iraque, depois de recusar conceder direitos constitucionais aos presos no Afeganistão, depois de ter afirmado mais uma vez que as tropas neste país são para aumentar, depois de boicotar a multilateral Conferência de Durban II (comandada pela pandilha anti-Sionista, ups, anti-Semita), chegou a vez de um membro chegado de Obama afirmar que não existem planos, apesar da crise financeira, para alterar o apoio de 30 biliões de dólares em material militar a Israel, na próxima década.
Engane-se quem pensar que isto causou um rombo na popularidade de Obama, pelo menos na Europa. O estado de graça do sorridente e carismático Presidente Americano mantem-se: Obama continua a inspirar pessoas, a fazer capas de jornais e revistas e a fazer-nos felizes (especialmente depois da escolha do cão-de-água Português para animal de estimação. Parece que o lobby Judaico foi suplantado pelo lobby Lusitano). Será por desconhecimento do que tem feito Obama nos primeiros meses na Sala Oval ou será por crença na bondade inegualável do Messias?
É curioso observar como o simples facto de o inquilino da Casa Branca ser outro modificou, para muitos, a forma de se ver a actuação dos Estados Unidos: o plano de Bush para o Iraque foi criticado em praça pública, o plano de Obama, muito idêntico, referido como um grande plano; os ataques dos Estados Unidos na fronteira do Afeganistão com o Paquistão do tempo de Bush eram descritos como uma clara violação do Direito Internacional, os mesmos ataques com Obama são encarados com normalidade; os ataques imparáveis ao unilateralismo de Bush, apelidado de criminoso, e a aparente normalidade da actuação de Obama no que diz respeito à, por exemplo, Conferência de Durban e aos já referidos ataques no Paquistão. Passaríamos aqui o dia todo para enumerar pontos como estes e a tendência para se agravar bem mais nos próximos tempos, afinal ainda nem 100 dias passaram.
Mas a que se deve o facto de Obama conseguir manter, por agora, a visão que as pessoas tinham dele durante as Presidenciais? Sem sombra de dúvidas que a ele próprio e à sua equipa, que sabem, como é óbvio, que é absolutamente necessário dar continuidade à linha Bushista na maioria dos aspectos da política externa Americana, pese embora este refira que é muito difícil lutar contra os interesses maquiavélicos instaurados em Washington e contra os Bushistas que ainda estão no Senado e no Congresso. Refira-se que Obama não conseguíria manter a sua popularidade com a adopção pura e simples da linha Bush, algo que ele também não quer, pelo que analisarei no futuro as jogadas inteligentes de Obama, que anda em busca de uma certa revisão da forma como os Estados Unidos operam na vida internacional, revisão essa que, apesar de tudo, não belisca a já conhecida e moldada política externa Americana.
O reset de Hillary com Lavrov tem que ser entendido num contexto de certa mudança; tal como as críticas dos Americanos ao Reino Unido pelos novos contactos com o Hezbollah têm que ser entendidos como uma manutenção; o suposto negociar com os talibans moderados (existem talibans moderados?) contrasta com as afirmações de Biden, que afirmou que é mais que necessário um empenhamento sério no Afeganistão; a aparente insegurança com o novo Governo Israelita contrasta com os contactos que Obama já manteve e mantém com Netanyahu; a disposição de negociar com o Irão contrasta com a destruição do avião Iraniano que entrou no espaço aéreo Iraquiano e com os muitos relatórios afirmando que o Irão está à beira do nuclear; as críticas aos lobbys contrastam com o passo atrás dado na candidatura ao NIC por um crítico de Israel.
Como bem diria Maquiavel: "Poucos vêem o que somos, mas todos vêem o que aparentamos".
Dos Estados Unidos chegam interessantes números...
Mas a que se deve o facto de Obama conseguir manter, por agora, a visão que as pessoas tinham dele durante as Presidenciais? Sem sombra de dúvidas que a ele próprio e à sua equipa, que sabem, como é óbvio, que é absolutamente necessário dar continuidade à linha Bushista na maioria dos aspectos da política externa Americana, pese embora este refira que é muito difícil lutar contra os interesses maquiavélicos instaurados em Washington e contra os Bushistas que ainda estão no Senado e no Congresso. Refira-se que Obama não conseguíria manter a sua popularidade com a adopção pura e simples da linha Bush, algo que ele também não quer, pelo que analisarei no futuro as jogadas inteligentes de Obama, que anda em busca de uma certa revisão da forma como os Estados Unidos operam na vida internacional, revisão essa que, apesar de tudo, não belisca a já conhecida e moldada política externa Americana.
O reset de Hillary com Lavrov tem que ser entendido num contexto de certa mudança; tal como as críticas dos Americanos ao Reino Unido pelos novos contactos com o Hezbollah têm que ser entendidos como uma manutenção; o suposto negociar com os talibans moderados (existem talibans moderados?) contrasta com as afirmações de Biden, que afirmou que é mais que necessário um empenhamento sério no Afeganistão; a aparente insegurança com o novo Governo Israelita contrasta com os contactos que Obama já manteve e mantém com Netanyahu; a disposição de negociar com o Irão contrasta com a destruição do avião Iraniano que entrou no espaço aéreo Iraquiano e com os muitos relatórios afirmando que o Irão está à beira do nuclear; as críticas aos lobbys contrastam com o passo atrás dado na candidatura ao NIC por um crítico de Israel.
Como bem diria Maquiavel: "Poucos vêem o que somos, mas todos vêem o que aparentamos".
Dos Estados Unidos chegam interessantes números...
2 comentários:
Brilhante post. Só me apetece imprimi-lo e afixá-lo nas ruas :-)
Já que ninguém veio aqui dizer alguma coisa, venho eu: parece-me que tem toda a razão naquilo que diz e exemplos não faltam.
Jogar nos dois lados dá geralmente mau resultado. A ver vamos se Obama tem a capacidade de o fazer, algo que acredito que tem
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