(A entrevista está dividida em duas partes, dois vídeos)
A mundialização vista de França
No melhor programa de entrevistas da Tv.
Francesa (Zemmour et Naulleau) Naulleau, ao introduzir Christophe Guilluy, o
geógrafo muito na berra que escreveu Fractures Françaises, diz que Zemmour (o
parceiro dele) tem dois grandes admiradores: Mick Jagger e o dito cujo
geógrafo.
Zemmour confirma que é um grande admirador mas
não se inibe de dizer ao geógrafo que Mick Jagger canta melhor do que ele
escreve, mas acentuando imediatamente que este é realmente o único defeito do geógrafo,
passando logo a seguir a fazer um curto mas conciso resumo do livro que retrata
com precisão o grave problema com que a França [ler Europa] actualmente
se debate: a mundialização.
(Traduzi só o início: o resumo que Zemmour faz
da temática do livro, o resto do debate é mesmo só para quem aproveitou as
aulas de francês. De todas as maneiras é melhor do que nada, ou seja, do que espetar
com o vídeo e os outros que se amanhem!)
A mundialização dos últimos vinte anos
proletarizou as classes médias reconfigurando o território nacional em grandes
metrópoles privilegiadas, (porque são o centro do fluxo da mundialização) e em
longínquas e abandonadas cidades de província carentes de tudo, mesmo dos
serviços públicos.
Neste enquadramento, os subúrbios [das grandes cidades] são desfavorecidos [socialmente] em relação à grande
metrópole, mas mais favorecidos do que as povoações abandonadas de
província, porque se encontram nas imediações das grandes metrópoles.
Existe uma insegurança económica e social, e a
esta insegurança vem juntar-se uma insegurança cultural provocada pelo
multiculturalismo, que você explica muito bem quando diz que nos subúrbios ninguém gosta de estar em minoria, e que a partir de um certo grau
ou fluxo migratório passam irremediavelmente a existir maiorias e minorias.
E quando a maioria nos subúrbios é
proveniente da imigração, o que se verifica é que esta gente passa a viver,
muito naturalmente, como no país de origem [com os mesmos hábitos e costumes].
E neste caso, a minoria, ou seja, os franceses de origem, têm o sentimento que
não estão no seu país e na primeira oportunidade mudam-se para outras paragens
[longe da grande cidade].
Este distanciamento, esta separação, faz do
VIVRE ENSEMBLE uma anti-frase [uma frase oca], porque, muito precisamente, o
conceito é muito utilizado quando o fenómeno deixa de existir… É um conceito inventado pelos ‘bobos’
[esquerda caviar], que vivem muito longe desta promiscuidade social e étnica,
fonte de muitos conflitos.
Sem comentários:
Enviar um comentário