No blogue Cachimbo de Magrite Pedro Picoito
escreveu um artigo que se pode resumir nesta frase: (…) Candace
McCullough, é surda e vive com outra mulher, também surda, que se submeteu a
inseminação artificial a fim de conceber uma criança com surdez.
RioD’oiro coloca no FIEL um link e dá-lhe um
título que aponta para “novos desígnios multiculturalistas”. E eu pergunto-me
se isto não terá mais a ver com o contrário? Segregacionismo voluntário.
E porquê?
Porque o artigo de Pedro Picoito lembra-me um
documentário que vi há uns anos atrás, também sobre este assunto mas sem gays à
mistura. E ainda bem, porque pelos vistos as inclinações sexuais de cada um
continuam a confundir e a atrapalhar o raciocínio de muitos.
Um jardim com a relva bem aparada algures num
subúrbio americano durante o verão.
Os homens, como é da praxe, grelhavam em calções hamburguesas enquanto
bebiam cerveja. As mulheres ocupavam-se das saladas e das crianças. Uma família
tradicional americana como tantas outras tinha convidado os amigos. A única
diferença com outros casais americanos ‘normais’, é que não se ouvia uma
palavra. Toda esta gente era surda-muda e falavam através de sinais.
O casal anfitrião debatia-se com um terrível
dilema e discutia o assunto acaloradamente com os amigos presentes entre
salsichas e cerveja. Uma pequena operação poderia devolver o ouvido a um dos
filhos e ele ficar ‘normal’, a ouvir. Esta era a razão e o tema do
documentário.
À primeira vista poderia pensar-se que os pais
estariam contentíssimos com a ideia: o filho vai conseguir ouvir. Mas não! Como
nunca tinha pensado no assunto, fiquei por momentos bastante surpreendido: os
pais não estavam assim tão contentes! Diria mesmo que ambos estavam bastante
renitentes em relação à intervenção cirúrgica. Depois do primeiro momento de
surpresa, compreendi a razão e dei-me rapidamente conta que este dilema não se confina
ao mundo dos surdos.
O resto do documentário são os pais a explicar
(por gestos) a razão do dilema em que se encontravam: de momento que o filho
passasse a ouvir, era bem possível que se desligasse da ‘tribo’ de surdos-mudos
a que, sem a hipotética intervenção cirúrgica, toda a vida iria pertencer… O
medo dos pais era perder o filho, que no futuro correria o ‘risco’ de se juntar
ao mundo dos ouvintes.
O mesmo fenómeno acontece com os ciganos, que
preferem (instintivamente) que os filhos não saiam demasiadamente dos trilhos.
Não sendo estimulados -- salvo raras excepções -- a seguir uma carreira académica
que igualmente os poderia desligar
da caravana, à procura de um ‘network’ mais a condizer com o novo estatuto
social.
Também se nota este fenómeno em
certas famílias de imigrantes : o medo que os filhos se
ocidentalizem (demasiadamente), leva-os a prenderem-se a tradições do
país de origem, tornando-se mais papistas que o Papa… (E eu que o diga: só
bebo tinto do Douro ou Alentejo) Ou seja, conseguem ser por exemplo mais intolerantes que as
gentes lá da terra de onde vieram em relação a inclinações sexuais divergentes…
22 comentários:
Sim, mas é exactamente a isto que, por exemplo, Amartya Sen, um reconhecido homem do mundo, que não é suspeito de xenofobia, chama de "encarceramento civilizacional".
É este o tipo de multiculturalismo que aqui se combate, aquele em que o individuo fica preso nos limites do seu grupo cultural, aquele em que a sua vontade fica limitada ao horizonte dos valores da cultura onde teve a sorte ou o azar de nascer e crescer.
É este o tipo de multiculturalismo que a esquerda mais entranhada defende.
Obama tem um episódio destes, na 1ª universidade onde andou. É ele próprio que relata que interpelou iradamente uma rapariga com ascendentes irlandeses, africanos e indios, sobre a razão pela qual ela não se identificava com os brothers.
Ela disse-lhe que ela era ela, e que se definia pela sua individualidade e não pelo grupo.
Toda uma lição...
Fico muito contente por ver que o CdR acha normal que quando um grupo portador de uma qualquer deficiência defende que a sua prole viva não só no mesmo ambiente mas forçosamente com a mesma deficiência à coisa se possa chamar segregacionismo.
A ser assim haverá um direito da criança em viver em normalidade.
Por razões que não vêm ao caso conheço uma infinidade de gente cega que, quase sempre, sabendo, antes de já terem filhos, que têm uma deficiência grave, optam por não ter filhos para evitar a altíssima probabilidade de os fazer passar pelo mesmo.
O mesmo parece passar-se com a comunidade portadora de paramiloidose.
Quando alguém portador de deficiência grave decide ter filhos, regra geral informa-se o melhor possível para pesar os riscos que corre (fará correr). Se o risco for claramente demasiado as pessoas torcem o nariz. O caso que o CdR refere é, claramente, uma aberração e ninguém se coíbe de o declarar. No caso dos homossexuais, qualquer dúvida que lhes seja levantada leva logo o carimbo de xenofobia aplicado pela esquerda... o que não surpreende porque se trata de gente xenófoba ao ponto de pretender que a sua prole seja portadora das mesmas deficiências que eles próprios.
" eu chamo a isto segregacionismo voluntário"
E chama mal, porque o sujeito do direito não é o que escolhe. Quem escolhe por ele são os outros, no caso que descreve, os pais.
" e não vejo porque razão o caralho do sexo e a ideologia, e o Obama (já faltava cá este!) têm que ser aqui metido à pressão"
Não é à pressão. Esta visão das culturas é uma marca retinta da esquerda. Você dá-me um gajo que defenda isto e eu devolvo-lhe um esquerdista. Ou sofisticado, os gurus das coisa, os ideólogos, ou um gajo que nem sabe que é esquerdista, mas é. O CdR já devia ter percebido que a esquerda tende a agrupar as pessoas em classes herméticas. O operário, o burguês, o explorado, o explorador, a minoria étnica, etc. O indivíduo que transita entre estas classes, é o vendido, o vira-casaca.
Obama vem aqui a talhe de foice porque ele cresceu nesta visão comunitarista, ele mesmo se definia como um "organizador comunitário".
E isso prova que é um esquerdista, ainda que o sistema de checks and balances não lhe permita fazer aquilo em que realmente acredita.
"O grande Pim Fortuijn levava na peida e foi na Holanda o grande adversário do tipo ”de multiculturalismo que a esquerda mais entranhada defende.”"
Mas o que é que uma coisa tem a ver com a outra?
" para Obama conseguir ser pior espingarda que o Santorum?"
É pior. O que fez fala por ele.
O Santorum não fez nada.
POde ser que até fizesse pior do que o Obama, nas mesma funções, mas isso não se sabe. O que se sabe é que o Obama é uma nódoa, do meu ponto de vista, claro. Um gajo que vai dizer ao Putin que lhe abrirá as pernas, mal seja reeleito, é do piorio, desculpe lá.
"porque a discursar o Obama mete todos os republicanos num bolso."
Com teleponto e discurso escrito pelo seu famoso speechwriter. Sem isso, é confrangedor e repetitivo.
Ora veja aqui
http://www.youtube.com/watch?v=erYpXzE9Pxs
CdR,
Já percebi. O CdR defende que os pais devem poder decidir se querem filhos surdos ou não, cegos ou não, manetas ou não, com uma, duas ou 3 cabeças ou, até, sem cabeça, com as pernas trocadas pelos braços ...
Deixe-me adivinhar ... talvez se devam ter cauda como os crocodilos, bico como os galinácios ...
É portanto aos pais que compete decidir daquilo a que se chama 'brincar a Deus'.
Carmo da Rosa:
Julgo que toda esta discussão assenta num mal-entendido. Ambos, o Rio d'Oiro e o Carmo têm razão (deixando de lado agora o que disse o Lidador, a quem, aliás, ainda não dei os parabéns pelos 3 ou 4 excelentes posts que aqui publicou recentemente).
O Carmo da Rosa tem toda a razão quando classifica o que se passou como auto segregacionismo, com base no medo (ou cobardia de rebanho?). Mas o Rio d'Oiro também a tem, quando aponta para o facto de esse medo pretender "salvar a face" apresentando-se como cultura minoritária, isto é, aspirar à respeitabilidade pela institucionalização. E isto é que é perigoso, na medida em que adopta a máscara da luta pela liberdade. Pior: constitui-se, na prática, como a maior das arbitrariedades, porque pretende condicionar os limites da experiência vivencial. Ao mesmo nível dos que praticam a excisão do clítoris para não correrem o risco de haver mais mundo para as mulheres do que aqueles que eles conseguem suportar.
Aquelas lésbicas são, afinal, nesse sentido, islamitas avant la lettre.
E, com este toque de poliglota, despeço-me com um abraço a todos.
Até já.
CdR,
"O CdR defende que se o Rio D’oiro quer realmente uma resposta às suas perguntas"
O CdR pretende que sejam respondidas perguntas elaboradas por cima e na sequência de problemas não resolvidos. Chama-se a isso elaborar no erro.
"segregacionismo voluntário" aplica-se ao próprio (voluntário), não se aplica aos outros (forçado). Os filhos dos próprios não são os próprios mas outros.
Uma ideia torna-se de esquerda ou de direita não pela tendência política de quem a defende mas pela aceitação em defesa (ou não) de estruturas políticas significativas de esquerda ou de direita e de um número significativo de pessoas de esquerda ou de direita.
No caso presente (e parecidos) a ideia (criança surda) é rejeitada pela direita mas aceite pela esquerda. É isso que faz com que o assunto seja político e não apenas do foro do indivíduo. Acresce ainda que a direita rejeita esse tipo de 'modernidades' mas a esquerda aceita. É, portanto, de esquerda que uma criança possa ser um gato com dedos de gente e não o é de direita.
Voltando ao caso do "voluntário", trata-se também de uma falácia a que a esquerda recorre com muita frequência (é falácia pelas razões explicadas) e é com base nela que a esquerda pretende que 'o outro' seja sua propriedade. O CdR elabora (provavelmente alinha) também nesse erro.
A defesa do aborto é coisa de esquerda não porque a minha vizinha que é de direita o defende mas porque a esquerda, regra geral, o defende. A direita, regra geral, não o defende.
Obama é de esquerda (e não apenas ligeiramente) porque defende a generalidade das posições da esquerda (mesmo que ele esperneie em sentido contrário).
CdR,
"O CdR defende que se o Rio D’oiro quer realmente uma resposta às suas perguntas"
O CdR pretende que sejam respondidas perguntas elaboradas por cima e na sequência de problemas não resolvidos. Chama-se a isso elaborar no erro.
"segregacionismo voluntário" aplica-se ao próprio (voluntário), não se aplica aos outros (forçado). Os filhos dos próprios não são os próprios mas outros.
Uma ideia torna-se de esquerda ou de direita não pela tendência política de quem a defende mas pela aceitação em defesa (ou não) de estruturas políticas significativas de esquerda ou de direita e de um número significativo de pessoas de esquerda ou de direita.
No caso presente (e parecidos) a ideia (criança surda) é rejeitada pela direita mas aceite pela esquerda. É isso que faz com que o assunto seja político e não apenas do foro do indivíduo. Acresce ainda que a direita rejeita esse tipo de 'modernidades' mas a esquerda aceita. É, portanto, de esquerda que uma criança possa ser um gato com dedos de gente e não o é de direita.
Voltando ao caso do "voluntário", trata-se também de uma falácia a que a esquerda recorre com muita frequência (é falácia pelas razões explicadas) e é com base nela que a esquerda pretende que 'o outro' seja sua propriedade. O CdR elabora (provavelmente alinha) também nesse erro.
A defesa do aborto é coisa de esquerda não porque a minha vizinha que é de direita o defende mas porque a esquerda, regra geral, o defende. A direita, regra geral, não o defende.
Obama é de esquerda (e não apenas ligeiramente) porque defende a generalidade das posições da esquerda (mesmo que ele esperneie em sentido contrário).
CdR, repare nesta sua frase:
"Precisamente, quem escolhe são os pais. E quem havia de ser? Só no seio de famílias de ‘esquerda’ hippies meias amalucadas é que existe (existia. São cada vez menos) a democracia total, onde os filhos também têm voto em quase todas as matérias."
O CdR refere a democracia total dos hippies exactamente no contexto em que a criança, que ainda não existe, não se pode manifestar (dando de barato que isso faria sentido).
O CdR volta a misturar planos e a tentar que se elabore sobre eles como se não estivessem feridos de morte. O CdR pretende que se elabora na ideia de democracia em que a criança escolhe, no exacto caso em que a criança não pode escolher porque alguém pretende escolher por ela.
CdR, repare nesta sua frase:
"Precisamente, quem escolhe são os pais. E quem havia de ser? Só no seio de famílias de ‘esquerda’ hippies meias amalucadas é que existe (existia. São cada vez menos) a democracia total, onde os filhos também têm voto em quase todas as matérias."
O CdR refere a democracia total dos hippies exactamente no contexto em que a criança, que ainda não existe, não se pode manifestar (dando de barato que isso faria sentido).
O CdR volta a misturar planos e a tentar que se elabore sobre eles como se não estivessem feridos de morte. O CdR pretende que se elabora na ideia de democracia em que a criança escolhe, no exacto caso em que a criança não pode escolher porque alguém pretende escolher por ela.
CdR,
"Acerca das crianças surdas ou cegas, onde é que eu disse que achava NORMAL isto ou aquilo?"
Se o caro CdR chama voluntário a uma caso de coisa forçada de forma prepotente, pretende explicar o caso como do foro da decisão própria (se eu quiser pôr 'phones' aos berros e ficar surdo é comigo) e não do foro da super-prepotência, (vamos fazer os possíveis para gerar um ente surdo) o caso em causa, é incontornável que concorda o que originalmente de discute.
Foi justamente para evitar ter que lho dizer tão claramente que publiquei este outro artigo: http://fiel-inimigo.blogspot.pt/2012/04/mais-segregacionismo-voluntario.html
Eu dou uma chapada ao meu vizinho e repondo à polícia que também dou chapadas em mim próprio.
Isto significa, para qualquer alma, que eu não vejo qualquer problema relevante em dar porrada ao vizinho.
Uma síntese brilhante, do que consigo perceber desta conversa , é o comentário do José Gonsalo, (4 de Abril de 2012 16:06 ) que o caro CdR aparentemente não achou digno de resposta mais cuidadosa ou não reparou, mas que me deixou curioso.
Antes que a conversa fique entalada em postes repetidos, ou divague para o disse que disse.
Volto a repetir a parte do comentário do José Gonsalo, que me deixou mais curioso da sua resposta. (o negrito é meu)
[...] E isto é que é perigoso, na medida em que adopta a máscara da luta pela liberdade. Pior: constitui-se, na prática, como a maior das arbitrariedades, porque pretende condicionar os limites da experiência vivencial. Ao mesmo nível dos que praticam a excisão do clítoris para não correrem o risco de haver mais mundo para as mulheres do que aqueles que eles conseguem suportar.
Suprimir a liberdade com a mascara da luta pela liberdade, é aqui que a porca torce o rabo. É esta a traição da esquerda, ou não?
É por isso que admiro a malta mais à direita: procura sempre o melhor para os filhos nem que deixe a pele das mãos agarrada à enxada.
Caro Carmo da Rosa,
Tem pouca relevância que o CdR afirme que não disse quando o afirma no desenvolvimento. Senão repare:
"Em famílias ‘normais’ são sempre os pais que acabam por decidir para o bem e para o mal a sorte dos filhos."
O CdR continua a misturar escolhas em termos de educação com escolhas em termos da constituição física da pessoa. Nunca, à excepção de umas quantas parvoeiras na Alemanha Nazi e nos paraísos socialistas, se tentou interferir directamente na constituição física das pessoas e os casos excepcionais vão em sentido contrário, ou seja, vão no sentido, por exemplo, no caso do aborto por mal-formações, de interromper a gestação por haver justamente mal-formações. Nunca se pôs o caso de militar na mal-formação.
Relativamente a escolhas em educação em em sentido lato toda a gente concorda que seja assim. Quando o Carmo da Rosa mete no mesmo caldeirão a educação e a tentativa de forçar um nascimento com uma mal-formação está a arrastar a sua anunciada ausência de concordância para o cenário de uma incontornável e implícita concordância.
Quanto à esquerda e direita, é capaz de encontrar uma declaração de alguma estrutura significativa de esquerda "indignado" com este tipo de coisas? Ou vai dizer que, coitados, não deram por isso mas que nunca afirmaram estar de acordo?
http://www.theatlantic.com/technology/archive/2012/03/how-engineering-the-human-body-could-combat-climate-change/253981/
Pois estas coisas são justamente o que a Coreia do Norte vem fazendo por via da "educação" sem que, também aqui, a esquerda de indigne. A esquerda, sistematicamente simpatizante destes regimes, esquece-se sempre de repudiar comportamentos que, no caso, têm vindo a precisamente fazer encolher a população por via de a fazer passar fome ... a questão "cultural" recorrendo à selecção natural* para 'fazer' seres que venham ao encontro dos desígnios culturais ...???
"Mas qual não existe? Mas qual contexto?"
Porra! Caro Carmo da Rosa. O que a coisa inicial refere é uma manobra para gerar (note bem, gerar, ele não existe antes de ser gerado) um ser deficiente, no caso um ser surdo. Podia ser cego, maneta, ter duas cabeças, ... trata-se de gerar um ser surdo por questões ... "culturais". Porque os 'artistas' pretendem seringar o futuro ser com uma anomalia e invocam questões que apenas se aplicam após nascimento, o CdR vai atrás e morde o isco?
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* Selecção natural porque os que melhor se adaptarem a passar fome serão os que mais provavelmente deixarão descendência também mais adaptável.
Não me recordo de alguém sugerir que o assunto fosse simples.
Estou de acordo, que talvez a airosa picardia, com que o CdR nos brinda, nos seus singulares comentários, neste caso, terceiro “thread” derivado da mesma conversa. Tem ajudado a baralhar o assunto.
Agora, à pala da mascara, continua sem referir o brilhante dilema que o José Gonsalo aqui colocou.
“... a excisão do clítoris para não correrem o risco de haver mais mundo para as mulheres do que aqueles que eles conseguem suportar. Aquelas lésbicas são, afinal, nesse sentido, islamitas avant la lettre.”
Que eu saiba é só a esquerda desnorteada, que defende este folclore.
Ultimamente, tenta até, misturar o assunto dos “paus cortados,”que já referiu de passagem, com o argumento, se é autorizado para o menino, também deverá ser para a menina. Nem que seja só um cortezinho, para salvar a face do rebanho.
Resumindo, mutilar e segregar em nome da liberdade, para tornar a imbecilidade respeitável.
CdR,
"A primeira escolha tem a ver com segregacionismo voluntário do núcleo familiar. A segunda é uma perversão."
Não é verdade. Não é segregacionismo voluntário porque ainda não há voluntário, ainda não nasceu. É apenas tudo perversão.
"Mais dia menos dia e Deus está ultrapassado – e ainda bem, para o serviço que fez!"
Curiosamente o CdR não encontrou um exemplo em que a intenção seja de reduzir capacidade. Depois diga que estão a pôr palavras na sua boca quando lhe chamam a atenção que está a misturar alhos com bugalhos e, implicitamente, a justificar o injustificável.
"Preferimos broa de Avintes"
Mais uma. Alhos com bugalhos. Experimente a nacionalização dos meios de produção, a captura dos bens dos capitalistas, etc.
"O quê? A Coreia do Norte defende o direito dos homossexuais, promove o sexo livre e facilita o uso de droga leve?"
Mas alguma vez nalgum sítio alguma esquerda quando no poder autorizou uma coisa dessas? Não está ao corrente que a esquerda se está absolutamente nas tintas para esses "direitos" e que os atropela imediatamente assim que chega ao poder? Não conhece o termo 'ideita útil'?. Alguma vez, alguma esquerda, quando no poder, permitiu um sindicato não controlado (como, aliás, ela tenta fazer em democracia)? Acaso o Carmo da Rosa está convencido que esta esquerda, no poder, permitiria que alguém militasse no sentido de se produzirem "operários defeituosos? Está convencido que a esquerda, no poder na Coreia do Norte, está preocupada com os raquíticos que produz? É que me pareceu que o CdR defenderia a multiplicação do raquitismo na Coreia do Norte como resultante de um novo ship avant la lettre.
"Esta afirmação é tão redutora e tão falsa como as dos esquerdistas, quando a torto e a direito acusam a direita de islamofobia e racismo por dá cá aquela palha."
A esquerda acusa sistematicamente tudo e todos e a torto e direito de tudo o que ela faz (ou pretende fazer) ou, quando o não faz, é por apenas tacticismo. Houve algum regime de esquerda, dos verdadeiros, que não perseguisse tudo o que é religião? A esquerda está de olho com carne com o Islão para chatear quem tem razão porque uma vez no poder faria a Islão o que fez em toda a parte a tudo o que é religião.
O que é um Thread? Confesso que hesitei quando escrevi a palavra, mas não encontrei na anemia do meu vocabulário nem na wiki_pt, nenhum termo que cubra o conteúdo da palavra original. Segundo a wikipedia : A group of linked messages posted on the Internet that share a common subject or theme.
Coisas de americanos estúpidos. Obrigado Jimmy Wales e Larry Sanger .
Ora bem, um “Thread” será portanto o fio da conversa (tema assunto) que se estava a debater, o qual o caro CdR já alegremente quebrou por três vezes.
Uma espécie de, baralha e torna a dar. Sempre com magnificas imagens, que são um prazer para os olhos e me tiram o sono, e acompanhadas de um vernáculo que me arrepia de saudades.
Adiante. Se bem me recordo o assunto era a indescritível estupidez do Santorum e da Fox News. “Tão estúpidos que nem dá para discutir.” Isto gerou um par de comentários: que talvez o CdR, devesse abrandar um pouco, o seu entusiasmo em relação à estupidez dos americanos.
Eu entre outros, pelo prazer do debate, apontei-lhe um par de pintelhices que me pareciam relevantes.
Debalde, o CdR, apesar da riqueza do seu luso vocabulário, não hesita em distribuir Goodwins* (Ui! Mais um termo que não sei em português) a torto e a direito, quando lhe põe as suas convicções em risco.
Compreendo que seja aborrecido não estar tudo de acordo consigo, mas é a vida.
Boa Pascoa.
* Mike Godwin. Mais um imbecil americano, não sei se fala pelo nariz, mas é provável. É Texano. Um pequeno comentário do imbecil:
"One of the difficulties we face now, and the cause of a backlash of fear of the medium, is the problem of pluralism. Most of us don't have to deal with the full range of opinions and ideas - from the inspiring to the obnoxious - that exist in the American landscape because the mainstream mass media filter them out. When you spend time on the Net, you discover that people are hungry to read and talk and that the political landscape is a lot richer than you ever thought it was.”
Se bem percebi, o CdR é cobras e lagartos com o Santorum porque ele falou da eutanásia na Holanda, de um modo que o CdR acha errada. E é contra a Fox News porque "distorce", ao passo que parece acreditar na imaculada virgindade dos media que estão do outro lado do espectro ideológico.
E incensa o Obama porque sim, porque é o "chosen one".
E exige desculpas ao Santorum por causa de uma pulseiras.
Bem, e que tal exigi-las ao Obama por ter negociado e se preparar para negociar ainda mais, deixar a Europa, à mercê de mísseis balísticos vindos lá dos Lestes?
Ou por andar na converseta amigável com a Irmandade Muçulmana?
É que entre uma conversa de pulseiras e a cabeça a descoberto relativamente a misseis balisticos, a questão dos mísseis parece-me ligeiramente mais grave.
Mas se calhar sou eu que estou a ver mal.
Se calhar andei a ver a Fox News em vez da BBC...
É que entre uma
...Com isto não quero de maneira nenhuma ganhar o debate, quero apenas tentar mostrar que com retórica tudo é possível.
Esclarecedor. Mas, na minha opinião está redondamente enganado.
Para citar mais um americano: “You can fool all the people some of the time, and some of the people all the time, but you cannot fool all the people all the time.
O fanhoso do Bob Dylan tem uma magnifica interpretação deste tema.
Quanto ao alegado cinismo, é como dizem os holandeses:
“Elk vogeltje zingt zoals het gebekt is.” .
Ou seja. Cada pássaro tem a sua lábia.
Precisamente o desabafo para com a ML, pareceu-me bem esclarecedor da maneira que o CdR tem abordado este assunto.
Reage só ao que lhe interessa, mistura alhos com bugalhos, condimenta, com muita picardia e de passagem, vai distribuindo etiquetas, a torto e a direito, como é que os outros deviam ou não observar os assuntos que o
CdR considera, deter, não só o fio-de-prumo, mas também o parecer final.
Se isso lhe dá gozo por mim esteja à vontade.
Não estará desta forma a correr o risco que eu possa pensar que você...
Ora essa CdR. Mais uma vez. Pense o que lhe der na realíssima gana. Para mim a liberdade de expressão, só não é sagrada porque não sou crente. Mas olhe que anda lá perto. Pense o que quiser, escreva o que lhe apetecer, ofenda quem não lhe não lhe cair no goto. Desde que não me atice os cães, ou a matilha dos gajos que sabem melhor do que eu, o que é bom para mim, está tudo bem.
Divirta-se, aproveite o tal Laureano enquanto dura.
Aqui, o CdR, é capaz de ter razão. Apanhou-me desprevenido.
Não estava habituado, a ver os gajos da casa a partir a mobília.
Vou tentar estar mais atento.
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