6ª feira passada vim do Porto pela Resende que parece estar relacionada com a Renex.
O autocarro teimava em não querer andar. A caixa de velocidades berrava, cheirava a queimado, as mudanças não entravam, o autocarro andava mais para trás que para a frente. De cada vez que parava era a fita total para voltar a engrenar uma mudança. Muito embora fosse óbvio que a caixa de velocidades do autocarro estava partida, o condutor assegurava que tudo estava bem. A cada nova mudança um novo regabofe de rodas dentadas triturando-se mutuamente.
O condutor parecia não ter autonomia para decidir que fazer, ao telemóvel pedia que alguém por ele decidisse e a marcha continuava, atribulada com cheiro a queimado.
Os passageiros, dezenas, começavam a fica preocupados. Na auto-estrada a necessidade de evitar usar a caixa de velocidades fazia com que o condutor fosse fazendo gincana para manter uma velocidade uniforme ziguezagueando por entre o tráfego tanto quanto possível.
Os passageiros começaram a exigir que o autocarro fosse parado numa área de serviço e trocado por outro. O condutor, ao telefone e aparentemente por instruções do chefe dele, ia fazendo orelhas moucas. Dizia que iria parar na próxima mas as “ordens” do chefe pareciam ditar que toda aquela gente teria que participar numa catástrofe.
Com o sempre presente cheiro a queimado o ambiente começou a toldar-se. Os passageiros começaram a falar grosso e a ameaça ligar para o 112 para informar a Policia que um autocarro desgovernado conduzido por um louco ao serviço do seu não menos louco chefe de uma irresponsável empresa ia avançando rumo a um destino fatal. Finalmente o autocarro parou finalmente numa área de serviço onde, pouco tempo depois, chegou um autocarro de substituição.
O autocarro avariado já dali não conseguiu sair tendo o ?condutor? seguido também no autocarro de substituição. Se o chefe dele ali tivesse aparecido teria levado porrada.
A viagem prosseguiu sem mais incidentes.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
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