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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Maçonaria: trauma de infância...

Isto é uma dedicatória ao Streetwarrior,  pelo seu combate sem tréguas contra a maçonaria.

Tenho cá uma fezada que a maçonaria, muito falada actualmente em Portugal, é um trauma que se manifesta em homens adultos, mas que foi provocada durante a infância por uma grande carência de brincadeira devido certamente a pais demasiadamente ambiciosos ou opressores. Todos nós, à excepção dos maçons, tivemos durante a nossa infância um sítio escondido, secreto, que só nós e os nossos amigos mais íntimos conheciam. Refiro-me nomeadamente, mas não só, ao brincar às cabanas. Nos maçons essa necessidade premente de recrear a experiência das cabanas, do só-nós-é-que-sabemos, aparece inevitavelmente tarde, quando já são adultos. E é compreensível que a coisa tenha que ser mantida em segredo. Ninguém gosta de apregoar as suas taras aos sete ventos! Sejam elas brincar com comboios eléctricos, soldados de chumbo ou vestir um avental de couro e celebrar ritos estranhos… 


A minha cabana e dos meus capangas, no bairro do Cedro em Gaia, encontrava-se a 6 metros de altura, no topo de um carvalheiro milenar situado num espécie de jardim junto à escola. Aí passamos grande parte da nossa infância contando anedotas, trocando cromos de futebol ou fazendo considerações sexuais sobre as mulheres que passavam por baixo sem nos ver – havia mesmo quem aproveitasse o momento para ‘esfolar o galho’, passe a expressão mas fica muito bem neste contexto. Até cagar lá de cima era possível, tal era o nosso à vontade no topo desta árvore! Os cagalhões estatelavam-se no início do tronco, o que impedia durante uns dias outros de iniciar a já de si difícil escalada.               maçon antes de colocar o avental

E assim passávamos as férias de verão, como tantos outros rapazes espalhados pelo país: ouvindo Beatles e gravando peidos num gravador de fita no quarto dos Rufinos até altas horas da madrugada. Os peidos, filtrados por um amplificador e reproduzidos com muitos decibéis através de colunas poderosíssimas acordavam a família e a vizinhança e provocava em nós uma alegria infinda e uma galhofa que durava horas – isso sem ajuda de haxixe ou outros estimulantes de que nós ainda não conhecíamos a existência. Enfim, era melhor do que sexo, coisa que também  só conhecíamos de revistas. E a falta  
de sexo impelia-nos inevitavelmente para actividades agressivas. Como por exemplo combates de bolotas. Era perigoso e aleijava pra caraças, mas

sempre era menos grave do que atirar pedras em direcção de um bairro limítrofe, chamado “bairro das quatrocentas” (era constituído por 400 casas). Para chegar às quatrocentas as pedras tinham que descrever um arco por cima da auto-estrada A1 que separa os dois bairros e que tinha sido acabada de construír, ligando apenas o Porto aos Carvalhos.  É claro que havia sempre uns nabos que não conseguiam lançar as pedras para o outro lado e elas caiam encima dos carros! Na altura o facto foi publicado nos jornais e visto como acto de vandalismo contra automobilistas! Mas não, era apenas aselhice. Confesso que nunca acertei num carro. Não é para me gabar, mas atirar pedras a grande distância era dos melhorezinhos…

E quando não jogávamos futebol, o nosso ‘core business’ a seguir a tocar à sebastiana, roubávamos fruta em Laborim (zona rural). Aproveitando logo a seguir para nadar numa presa de água, conhecida pela “presa das senhoras” e que ficava junto a uma mina abandonada de volfrâmio. Entre dois mergulhos penetrávamos por vezes no interior da mina para caçar morcegos, libertando-os mais tarde em sítio que pudesse assustar gente, e os pobres morcegos. Enquanto uns nadavam, outros cabrões havia que se divertiam a “ferrar a pulga”: dar um nó bastante esticado nas peúgas ou calças dos incautos! Imagine-se a filha-da-putice, uma pessoa querer vestir-se e não poder…

Na tal presa tínhamos frequentemente um conflito de interesses com o lavrador dos campos anexos. Eu explico. O lavrador servia-se da presa como fonte de rega para o seu milheiral, e por isso, quando julgava oportuno, abria uma das extremidades para a água poder correr livremente para os seus campos. O nosso interesse era precisamente contrário: fechar a presa o mais depressa possível para que houvesse água suficiente para nadar e dar um cafunho sem enterrar os cornos no lodo depositado no fundo da presa. Quando o lavrador, a centenas de metros da presa, notava que a água não corria, vinha sorrateiro entre o milho armado com uma vara (a gente dizia fueiro) e, sem dizer água vai, toca de malhar em todo aquele que não fugisse a tempo ou mergulhasse na presa…

Por vezes algum de nós antecipava a chegada do lavrador, avisando imediatamente a malta com a palavra de ordem que todos nós conhecíamos: OLH’ Ó VELHOTE…. Era o sinal para recolher a roupa e em pêlo atravessar o milheiral (que sofria bastante) em correria desenfreada. Do outro lado do campo de milho havia um tanque onde mulheres lavavam a roupa. Ao verem-nos passar a correr naqueles propósitos: nus, descalços e com a roupa debaixo do braço, havia sempre uma que exclamava: ISTO É GANDULAGE DO CEDRO…

Da gandulage do Cedro, que eu saiba, nenhum ingressou na maçonaria….



27 comentários:

Unknown disse...

Impagável, primo.

E é capaz de ter razão...há neste tipo de associações secretas, fixações a fases anteriores do crescimento. Creio que era Freud que falava de fases não superadas ( assim, por exemplo, o fumar seria consequência da má superação daquela fase em que o prazer está na boca e os bebés levam tudo à boca).

A Maçonaria tinha, no inicio, nobres propósitos...nomeadamente a luta contra o absolutismo dos reis e a excessiva influência do clero nos assuntos profanos.

Mas hoje?
Hoje não temos nada disso por cá e por isso qual o objectivo?
Um amigo meu, magistrado e que esteve alguns anos nos serviços de informações, tem um pó danado à maçonaria e explica que neste momento nada mais é do que um grupo de interesses.
A malta sente orgulho de ser convidada, vai aos rituais como quem vai à missa, e protegem-se uns aos outros, na vida e nas profissões. Digamos que
e o compadrio em grande escala.

Carmo da Rosa disse...

O-Lidador: ” E é capaz de ter razão...”

Espero bem que não primo, se não os psiquiatras saltam-me encima – já para não falar de algum maçónico zangado… A contar com isso até mudei o título, troquei “deficiência psíquica” na realidade exagerado, por algo mais neutral: “trauma de infância”.

O-Lidador: ”A Maçonaria tinha, no inicio, nobres propósitos...”

Absolutamente, sobretudo em tempo de ditaduras mais se justifica o secretismo – digamos que juntavam o útil ao agradável. Mas hoje, como você diz, qual o objectivo?

O Streetwarrior em princípio tem razão quando critica a maçonaria em termos de conflito de interesses e em manipulações secretas.

Mas o problema é que as pessoas com poder - assim como todas as outras - também têm os seus momentos de lazer, e, forçosamente, TAMBÉM se encontram no clube de golfe, ténis ou bridge com colegas que igualmente têm influência. Ora, nada de mais natural do que confeccionar arranjinhos políticos e negociatas NESTES locais, abertos ao público e sem a mariquice dos aventais e dos ritos esquisitos. E, muito importante, sem acusações (justas ou falsas) de conspiração. Fama que todas as lojas maçónicas nunca mais se livram, e ainda bem.

Amilcar Fernandes disse...

Então não é que os criminosos actuais que se divertem a atirar pedras aos automóveis na A1 tem um passado.

Nunca tinha pensado tal.

Carmo da Rosa disse...

Para pensar é preciso algo mais do que cabelo e computador...

Unknown disse...

" nada de mais natural do que confeccionar arranjinhos políticos e negociatas NESTES locais"

Sim, é verdade. É natural que as afinidades levem a preferências, nos negócios e na vida.

Nas os maçõnicos vão mais longe, segundo aquele meu amigo. Até têm sinais para que, por exemplo num tribunal, fazerem saber a sua condição, de forma a que , por exemplo, um juiz também mação, os beneficie.
E destes assunto, o meu amigo sabe umas coisas, que não apenas a vulgata.

Carmo da Rosa disse...

O-Lidador: ” Até têm sinais para que, por exemplo num tribunal, fazerem saber a sua condição, de forma a que, por exemplo, um juiz também mação, os beneficie.”

Não poderia um político estabelecer igualmente um tipo de contacto no tribunal (ou previamente) com o juiz, com quem joga golfe todas as semanas, e beneficiar de clemência ou favores?

A única diferença que vejo, mas não se pode de maneira nenhuma
menosprezar, é que é fácil saber quem joga com quem, o que imediatamente levanta suspeitas, boatos e rumores. Mas pelos vistos, os visitantes das lojas maçónicas não revelam a sua identidade! Seria interessante que o seu amigo desse umas dicas sobre este assunto de que pouco ou nada sei.

Unknown disse...

Ó Amílcar, este texto do CdR está delicioso. Tomara você de ser capaz de escrever com esta vivacidade.

A avaliar pelos comentários que vai aqui escrevendo, não só não tem qualquer sentido de humor, como está a vários parsec da capacidade de perceber a qualidade quando ela lhe tenta entrar pelos olhos dentro.

Se houvesse que avaliar, em língua portuguesa, o CdR e você, pelos textos que cada um deles aqui deixa, diria que a escala de 0 a 20 não os acomodaria aos dois.

O CdR estaria no topo da escala e o Amílcar, claramente numa terceira ou 4ª escala abaixo desta.

Acredito que não seja capaz de apreciar o estilo impagavel do CdR, pelas mesmas razões que levam a minha avó a fazer esgares quando prova um caviar beluga: é um sabor que só se aprecia no fruir da educação e refinamento...coisas que ela, coitada, habituada ao bacalhau com todos e a uma vida de privações, não tem.

Streetwarrior disse...

Carmo
"" Seria interessante que o seu amigo desse umas dicas sobre este assunto de que pouco ou nada sei""

Carmo , não diz porque em principio cada loja e cada Grau tem a sua palavra Código e os seus sinais próprios, aliados aqueles que são genaralizados pela própria instituição.
Mas aqueles que os sabem, não os dizem porque tal como o é sabido ( e estes são alguns dos bons valores e principios )estão obrigados pelo voto de secretismo que aumenta de grau em grau e que se revelarem alguma coisa...aparecem " suicidados ".
a História em torno da loja P2 ( apesar de ser conveniente dizerem que é mentira e teorias da conspiração )mostra como e o que fizeram a R.Calvi.

É claro que tal como disse num comentário ( entre outros censurados )os ideais da maçonaria não estão em causa.
O que está em causa, é o conflito de interesses que existe e que é protegido sob ameaças de morte pelo secretismo.

Streetwarrior disse...

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=SI8cxMfNBA8

O Herman ao rubro

José Gonsalo disse...

CdR:

De-li-ci-o-so!
A mim, já me "apalparam", uns bons anos atrás, para... as duas prestigiadas agremiações! A uns, insinuei-lhes discretamente que não tenho vocação para mestre d'obras nem aprecio os emblemáticos Mercedes; aos outros, mostrei-lhes o meu canino vampiresco e afastaram-se de mim como o diabo da cruz.
Com isto, concluí que nem uns nem outros sabem verdadeiramente do que falam, já que, sendo opostos, interpretavam o que eu costumava afirmar nas amenas cavaqueiras que com eles ia tendo, como estando do "seu lado". O mesmo problema, aliás, dos brilhantes comentadores que por aqui vão deixando rastos de baba.

Carmo da Rosa disse...

Streetwarrior: ” Carmo , não diz porque em principio cada loja e cada Grau tem a sua palavra Código e os seus sinais próprios, aliados aqueles que são genaralizados pela própria instituição.”

Pronto. Fantástico. Não disse ele mas disse você, que está no segredo dos deuses e não tem medo de ser morto (é por isso que não assina com o seu nome!): ”cada loja e cada Grau tem a sua palavra Código….”

Não percebi patavina, mas pronto, santa paciência, vou ter que me habituar à ideia que certas pessoas adoram dizer coisas crípticas! Vai-me custar muito, porque, como você sabe vivo há muitos anos num país simples em que toda a gente diz coisas da forma mais simples possível…

Streetwarrior: ” a História em torno da loja P2.”

Sim, a história da loja P2 é uma história convencional da máfia italiana. Trata-se de folclore local e que deve ser resolvida pela polícia. E se não foi resolvida a culpa não é minha, nem do Bush, é dos italianos e só dos italianos…

Streetwarrior: ” O que está em causa, é o conflito de interesses que existe e que é protegido sob ameaças de morte pelo secretismo..”

Sim, mas o que é que eu disse? Para criticar é preciso primeiro ler antes o que os outros escreveram! Eu disse às 10:44 O Streetwarrior em princípio tem razão quando critica a maçonaria em termos de conflito de interesses e em manipulações secretas.

E no parágrafo a seguir acrescentei que a mesma situação pode acontecer, e acontece certamente, nos clubes de golfe, ténis, bridge e….. já agora, acrescento squash (o meu desporto) para você não dizer que estou a esconder algo…

Carmo da Rosa disse...

Ainda volto à carga, mas agora tenho que colocar o avental para ir à loja cá do bairro comprar vinho tinto (Paulo Laureano tinto).

Ele também é maçónico?

Estou-me cagando, o vinho é bom e barato.

Streetwarrior disse...

" Não percebi patavina, mas pronto, santa paciência, "

Não percebeu patavina mas ai a culpa já não é minha, é manifesta ignorancia sua.
Se tivesse o minimo de interesse, saberia ao que me estou a referir.
Apesar de distorcer o contexto, eu não lhe disse que sabia codigos ou segredos...disse-lhe que existiam, o que aliás, os mesmos não escondem.
É claro que quando se disponibiliza toda a inteligencia para caçar os Papões comunistas e terroristas, alguma coisa tem que ficar para trás.

http://www.youtube.com/watch?v=MEL48khJHRQ&feature=player_embedded#!

O Portugal dos Ratos

Streetwarrior disse...

http://www.youtube.com/watch?v=Jde1D_esmxw&feature=related

Talvez assim, em forma de entertenimento, consiga compreender melhor.

Carmo da Rosa disse...

Streetwarrior: ”Não percebeu patavina mas ai a culpa já não é minha, é manifesta ignorancia sua.”

É claro que a culpa é minha, a culpa é sempre dos outros. Foi o que ouviu da sua mãe durante toda a sua vida: é culpa dos professores, porque o meu menino é muito inteligente. E os meninos em Portugal continuam a ser tão inteligentes como os pais, só que não precisam de fazer exames para passar e tão pouco aprendem a ler e a escrever.

Streetwarrior: ”… eu não lhe disse que sabia codigos ou segredos...disse-lhe que existiam, o que aliás, os mesmos não escondem”

Pronto. Fiquei a saber que existem códigos ou (porque não “e”?) segredos! Informação importantíssima, muito obrigado! Mas se não existissem códigos e segredos a maçonaria NÃO PASSARIA DE UM CLUBE PARA JOGAR À SUECA, e toda a gente poderia jogar logo que soubesse como funciona o jogo - NUNCA SAIR COM A MANILHA SECA…

Creio – digo creio porque nunca sei ao certo, porque as respostas são ambíguas - que você está convencido que a maçonaria controla o mundo inteiro, é uma conspiração ao nível planetário. Menos a Coreia do Norte e o mundo muçulmano, penso eu de que. Seja.

Partindo desta premissa, significa que eu vivo num país em que a Opus Dei é na realidade quem manda, e não o governo holandês actual, como eu, incrédulo e ingénuo pensava. Até aqui tudo certo.

Mas tendo em conta a qualidade de vida deste país: os salários perfeitamente razoáveis e pagos sempre a tempo e horas; protecção social; casas bem construídas; ruas limpas; serviço de saúde dos melhores do mundo; transportes públicos excelentes; internet por cabo; blogs de discussão excelentes, com jornalistas pagos e malta a comentar que escreve ainda melhor que os jornalistas; futebol e ténis em directo na TV de borla; TV com filmes de qualidade e em versão original (tal e qual como em Portugal); três jornais diários de qualidade; lojas com produtos de todo o mundo; e, infelizmente para si, nos restaurantes já se come melhor que em Portugal; felizmente para mim, ‘courts’ de squash por todo o lado; políticos não corruptos, nem os de esquerda nem os de direita; padarias com pão excelente…

Só tenho uma coisa a acrescentar, deixe-me por favor a minha maçonaria em paz, está tudo muito bem assim… VIVA A OPUS-DEI.

No seu caso, que não gosta da Opus Dei nem com molho de tomate, mas também não quer votar ou formar um partido sem esta gente, só lhe resta uma opção, emigrar para um país que você tenha a certeza absoluta (para um perito como você não deve ser muito difícil obter esta informação) que a maçonaria seja totalmente inexistente. E aí arranjar uma rapariga bonita, casar, ter filhos e ser muito feliz…

Carmo da Rosa disse...

O-Lidador: ”….razões que levam a minha avó a fazer esgares quando prova um caviar beluga“

Primo, shut, isto só muito baixinho e entre nós: eu gosto mais de sardinha assada com broa de avintes e verde tinto numa málga… Não há nada a fazer, não tomei chá de pequenino, como se costuma dizer…


José Gonsalo: ”De-li-ci-o-so!”

Ainda há muito mais para contar sobre o bairro do Cedro, e para isso estou a tentar arranjar reforços de gente que ainda lá vive. Sempre era mais interessante que eles participassem, até porque a memória começa a falhar ou então é selectiva.…

cabeça disse...

Boa martelada. Carmo, no meu bairro, o único secreto local onde, não todos tinham entrada, mas só eu e a filha do sapateiro, resguardarmos o segredo, brincávamos aos casamentos, ou seja, nem uma queca era, digamos... esfregadela! de pila em haste no meu quintal por detrás do galinheiro. O segredo caiu! o choque foi noticia nas redondezas quando a minha mãe me apanhou em flagrante delito por cima da rapariga, o meu pai quando soube, nunca mais me perdoou, o sapateiro era bom, e barato! para arranjar os sapatos, tinha agora o meu pai, para as meias solas, se deslocar um par de quilómetros, e era de longe muito mais caro. A sua reacção foi para mim uma lição a não esquecer, olhou para mim e disparou! - este rapaz é uma maçada!!. Era miúdo, e a "maçada" ficou-me na cabeça que nem palavra proibida. Talvez por isso a ele posso agradecer, graças a uma má interpretação minha do termo maçada! tivesse eu livre ficado, das cagadas unhas da, Maçonaria. Gostei realmente do teu artigo, há muito que digo, não me ouves.... mas repito!. Para quando, UM LIVRO!!??.

Amilcar Fernandes disse...

É pessoal é isso mesmo, faz falta na nossa literatura. Livros desses vendiam-se as resmas nos supermercados perto de si, “as minhas memórias do carvalho” “Ou então do galinheiro”. Tudo que queria saber e nunca teve oportunidade acerca dos miúdos de antigamente, nomeadamente acerca de sexo, caganeiras altaneiras e guerras da pedra lascada. Mãos a obra.

cabeça disse...

Ó senhor Amílcar pelos vistos ou o senhor nasceu assim, digamos irritado!! ou provavelmente o seu trauma é de uma outra ordem, "masturbaria?!" espero que não! cuidado ou então fica ainda mais seco do que já é!. Ó homem acalme-se!. Eu vim aqui só para ver se o Carmo da Rosa, já tinha reagido, sabe....! ele é um amigo. Pá! desta não esperava eu!! Calminha.

Carmo da Rosa disse...

Cabeça,

Com que então a comer a filha do sapateiro, que, se não me engano, era a namorada do Paulo Nuno! Ou seria do Zé Manel?

Sim sim, foi só esfregadela – já estás como o Clinton “I did not have sexual relations with that woman, the dochter of the shoemaker, only esfregadela”

Mas de qualquer maneira admiro os teus tomates (não tanto como a filha do sapateiro claro!) em vir aqui contar esta peripécia da tua vida com o teu nome e…….. a tua carantonha. Não é como este merdas, que de vez em quando é Amilcar, outras vezes é Fernandes, ou Afonso, ou Anónimo! E até acontece de se bajularem uns aos outros debaixo das saias do anonimato!!!

É claro que isto equivale ao Ortega a dizer bem do Gasset, ou o Álvaro de Campos a dar um prémio de poesia ao Alberto Caeiro. Não sei se me faço entender…

Mas não lhe dês muita atenção, porque isso é o que ele quer. Provavelmente que a mulher dele já desistiu de lhe dar atenção e o gajo, como não tem nada que fazer (e para contar) vinga-se em quem pode com comentários infantis e de um humor que já nem no bar dos Lusitanos se ouve…

Cabeça: ”….há muito que digo, não me ouves....”

Para te ouvir tens que passar cá por casa, sabes como é, isto só com tinto, se não o ouvido não funciona - o ouvido e os outros órgãos.

PS. Tenho cá em casa uma pomada alentejana que gostaria que provasses: Paulo Laureano…

Amilcar Fernandes disse...

bem pelos vistos as galinhas faziam muito chavascal.

cabeça disse...

Ó Amílcar, Fernandes, Asdrubal, ou seja o que for, não é costume meu reagir à distancia, o meu mote, e preferência, é curtir no jogo do Tete há Tete, mas já que a minha mão longe está, e não alcança, peço que mostre, se faz favor! só desta vez, uma pontinha do seu bico!! seria possível?!. Agradecido!!!!
P.S. Se não for possível, claro que compreendo, ficaremos na mesma. Quem nada é! não nasceu....você não existe!!. para mim caso arrumado. Ponto final.

cabeça disse...

Carmo. Ta mais que certo. Ontem tive que fazer um dia no Azul, o Pedro foi a uma prova de vinhos na Rai, e provou um néctar divinal, Mouchão! conheces? parece ser de chorar por mais, o preço...? não mente. Temos que combinar um destes dias, o Laureano é para mim totalmente desconhecido. Depois falamos.

Amilcar Fernandes disse...

"peço que mostre, se faz favor! só desta vez, uma pontinha do seu bico!! seria possível?!. Agradecido!!!!
"

bico?????? ora essa, não viu tantos no galinheiro?

tete a tete com uma cabeça dessas?

cabeça cabeça onde vais.

Carmo da Rosa disse...

cabeça: ”…néctar divinal, Mouchão! conheces?”

Claro que conheço. Já mo ofereceram por duas vezes e vem da loja do escocês aqui ao lado (o mesmo do Paulo Laureano), que só tem pingas do Douro e Alentejo.

Mas o Mouchão mais barato (o que eu conheço) custa 14 euros, o dobro do Paulo Laureano. Só para dias festivos. Mas é uma pomada estilo Convento da Cartuxa - que tu tão bem conheces, quase nasceste dentro de uma pipa do convento - que por sua vez custa quase o dobro do Mouchão mais barato. Mas o escocês tem Mouchões ainda mais caros, preço de perfume, mas isso só serve para pôr atrás da orelha quando se vai comer a filha do sapateiro.

O Amílcar continua sem que fazer e julga que isto é um parque infantil… Se ao menos fosse uma gaja boa, mas pelo paleio não me parece. Tão infantil só pode ser homem.

Amilcar Fernandes disse...

Ouve la ó cabeça, grande nome pá, não sei se diz tudo mas quase. Aqui o teu colega de copofonia, esta-te a poupar a malha, é um combate desigual, senao num tete a tete ficavas com duas cabeças e uma crista.

Sendo assim com tantas proteções, emborca lá uns jarroes e deixa de ser infantil, porque ele (o rosinha) mesmo definiu a situação.

Brinca muito brinca, mas não batas com a cabeça é que quando é muito grande desiquilibra as pessoas e faz galos, e la esta mais bicos estás a ver.

Des Contente disse...

Delicioso este seu texto, somos mesmo da mesma geração e pelos vistos do mesmo meio social, vocês banhavam-se num tanque e nós no Rio Douro, empoleiravam-se numa árvore, nós refugiávamo-nos numa gruta natural na antiga ilha do Trinta saltando um muro nas Escadas do Barredo, “esgalhava-se” para ver quem chegava primeiro, quanto à fruta, como não haviam pomares, ia-se às camionetas que estavam a descarregar no mercado Ferreira Borges, aos caixotes e aos cachos de bananas pendurados à porta das mercearias.

As pedradas, serviam para tudo, desde as guerras Sé/Ribeira à tentativa de acertar em qualquer coisa, os alvos preferidos eram as guaritas da guarda-fiscal junto ao rio.

Ainda há dias falei com uma pessoa amiga sobre as minas da serra de Laborim.

O vosso “OLH’ Ó VELHOTE” era o nosso OLH’ Ó POLÍCIA.

Espero que não leve a mal eu publicar no meu blogue este seu texto que me deu a mesma sensação dos livros do Germano Silva, para terminar e por falar em polícia, parece que ainda sinto as correadas do meu pai no dia da minha comunhão solene.

Levantei-me por volta das sete da manhã para tomar banho e vestir o fatinho com aquele laço no braço, as primeiras calças compridas, à homem, até esse dia, fizesse calor ou frio, andei sempre de calções, devia ser para cicatrizar melhor os joelhos que andavam quase sempre esmurrados.

Voltemos ao dia da comunhão, lá fui para a igreja, por volta das dez horas já quase não via com a fome, era quase uma da tarde quando acabou a cerimónia, deram-nos um saquito de plástico com uns biscoitos e um Sumol, entretanto tínhamos de esperar pelo diploma, os velhos foram para casa adiantar o almoço melhorado. Logo apareceu uma bola de plástico para uma partida no adro enquanto o senhor abade não fazia a chamada para a entrega do certificado, para não esmurrar o verniz dos sapatos tirei-os e às peúgas, tínhamos dados uns toques quando apareceu o mono, foi a debandada em direcção à igreja, ficando para trás sapatos, coturnos e bola, praí uns vinte pares estavam alinhados na soleira da porta da escola da Protectora à Infância que ladeava o adro da Igreja de Santa Clara, era mesmo ao lado do Aljude, o guarda não conseguiu levar todos, levou os meus, azar.

Imagine o quadro quando cheguei a casa, todo aprumadinho e descalço, ainda ia a meio da explicação e já tinha levado quatro bufardos do velho, nem mudei de roupa, toca a andar para a esquadra, eu à frente o meu pai atrás.

Abreviando, voltei a levar nas ventas na esquadra e quando cheguei a casa, almoço? De grilo.

Falta só acrescentar que o meu pai era polícia e eu era daqueles que tinha a mania que era duro, levava mas não chorava, era burro!

Abraço.

PS: Os tais "cagalhões" usavam-se muito nos puxadores dos carros de quem a malta não gostava, até o da porta do comandante da PSP não escapou.