[não tive tempo para rever o texto]
Há coisas para as quais as anteriores soluções deixam de funcionar.
Vejamos um caso anterior. Há uns anos instalou-se esta coisa imbecil de se atafulharem as caixas de correio das pessoas e empresas com publicidade. O caso das pessoas é mais crítico porque não se estando em casa diariamente só se abre a caixa esporadicamente.
As caixas de correio existem porque há uma relação implícita com as empresas de (inicialmente) correios ou transportes em geral que resulta da necessidade de se receber algo que nos é enviado.
Tendo alguém percebido que as caixas de correio eram um excelente meio para publicidade eram às dezenas a quantidade de porcarias que entravam nas caixas obrigando os donos das caixas a seleccionar a legítima correspondência da trampa que lá era depositada. Frequentemente os legítimos transportadores não conseguiam deixar a missiva por falta de espaço.
Relativamente a correio do mesmo teor enviado com destinatário, havia a possibilidade de se reclamar junto do remetente ou, simplesmente, devolver invocando uma qualquer razão.
Regulamentação mais ou menos adequada cria um autocolante que deve ser respeitado e que deve inibir que lá seja deixado tudo o que não seja endereçado à excepção de um pequeno leque de entidades mais ou menos encaradas como de utilidade. Sob pena de ficarem na alçada da fúria dos locatários, as empresas que distribuem o referido lixo respeitam, relativamente bem, o autocolante.
Infelizmente algumas almas mais ou menos apalermadas das cúpulas dos correios resolveram inventar uma coisa a que clamam "info-mail" que, segundo eles, lhes dá o "direito" de subverterem a sua relação com o próprio cliente depositando lixo num local que deveriam ser eles os primeiros a respeitar.
No caso do e-mail as coisas são diferentes porque o meio é extremamente flexível. O estado das coisa giras e sociais tratou também de legislar para que e-mail não fosse abusivamente depositado nas respectivas caixas. Foi o desastre. A legislação acabou por estar, de facto, ao serviço de quem faz trampa. "Mas o destinatário pode pedir que o seu nome seja retirado" dizem os defensores. O problema é que esse pedido serve como confirmação de que esse endereço está efectivamente em actividade aumentando o seu valor de marketing desse endereço de e-mail e permitindo que as bases de dados que, para o efeito, circulam pela nuvem da Internet se mantenham funcionais. A solução para este caso foi encontrada por empresas que operam na internet e que geram as chamadas listas negras de desrespeitadores. Quem desrespeitar ou pactuar com o desrespeito vai parar à lista negra vendo subir em flecha o índice de desconfiança que lhe é atribuido. A adesão a este processo é facultativo mas quem não colaborar com ele verá subir sensivelmente o referido índice de desconfiança em relação a si próprio. É o chamado controlo flexível, do mundo real, que responde com flexibilidade a uma coisa muito flexível. A legislação nunca conseguirá ter utilidade neste processo.
Com o audiovisual tem-se passado coisa idêntica mas as empresas produtoras e/ou de distribuição ainda não perceberam que terão que encontrar uma solução no mundo do real e insistem, com a colaboração de una tantos palermas, que se legisle abundantemente.
A pirataria de material audiovisual será sempre imparável porque já existem métodos que funcionam em nuvem, para distribuir ficheiros cifrados entre todo o tipo de redes possíveis e imaginários. Não é mais possível tentar que sejam uns quantos "malandros" a pagarem o prejuízo de uma tecnologia que, não tarda nada, até nos secadores de cabelo será instalada. Mais, é até possível vender-se um dispositivo que nada tenha a ver com imagem ou som e actualizá-lo posteriormente instalando software para que ele os possa poder manipular.
... mas as fascistas aventesmas da regulação regulamentação e legislação no absurdo insistem que ...
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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