Até no Brasil (São Salvador da Bahia) há cursos profissionais...
Rio, a isto sou obrigado porque o post onde esta discussão teve origem há 5 dias, já foi ultrapassado por DEZASSEIS
artigos! Já nem há respeito pelos dias de descanso, já nem sequer há descanso
no dia do Senhor… Tudo malta que não vai à missa, não dá a mínima atenção à mulher e, mais grave
ainda, nota-se que não seguem o Australian Open…
Rio disse: "enjaular" criaturas em salas contra a sua vontade para
nada aprenderem e tentarem que os outros nada aprendam é, no mínimo, idiota e
talvez mesmo criminoso.”
Não digo que isto não possa ser verdade, o que
digo é que não pode ser afirmado a seco, sem primeiro provar (minimamente e
dentro das nossas possibilidades) que não há alternativas. E você responde que
“não há cursos técnicos, não há dinheiro para pagar equipamentos para cursos
técnicos,”
Tenho uma visão frouxa de Portugal, mas creio
que as Caldas da Rainha fazem parte do território nacional, onde há uns anos
atrás dei cursos de verão (fotografia) no ESTGAD (Escola Superior de
Tecnologia, Gestão, Arte e Design) por exemplo. Sei também que existe uma
Escola de Hotelaria e Turismo no Porto a funcionar desde 1969. A Escola
Comercial e Industrial de Vila Nova de Gaia, onde eu andei, ainda hoje existe…
Haverá escolas profissionais suficientes? Não sei.
Será que o nosso ensino, em detrimento do
ensino profissional, é demasiadamente canalizado para a formação de doutores, com a cumplicidade dos
encarregados de educação, que querem à viva força que os filhos tenham um canudo
para um ‘trabalho limpinho’ e não sejam cozinheiros ou mecânicos?
Desconfio que sim, mas não tenho a certeza.
Não havendo uma explicação convincente,
apoiada em números, para estas perguntas a acompanhar a afirmação: “o triplo
desastre que resultará da extensão da escolaridade obrigatória até aos 18 anos
de idade”, por muito verdadeira que ela seja, vai ser percebida como mais uma
boca como tantas outras! Induzindo naturalmente os comentadores a fazer o
mesmo: a responder com bocas sem qualquer tipo de argumentação. E o espaço
deixado vago pelos argumentos vai ser rapidamente preenchido com insultos…
Se é isso que se pretende, muito bem, já não
está aqui quem falou (eu até sou bastante bom a insultar)… Mas se a intenção é
outra: estimular a discussão, informar, trocar ideias com outros, então é preferível
não postar 197 artigos com apenas uma frase e três links, mas só 37, com
argumentos e dados compreensíveis para a maioria. Assim até ficam os postes
mais espaçados, dando mais tempo para que toda a gente possa ler e reagir sem
deixar de ir à missa ao Domingo. Quantidade não significa qualidade, além disso
a CIA, como você sabe, não nos paga por post, mas sim pelo peso e clareza dos
argumentos…
P.S. E a Mossad manda dizer que um pouco mais
de humor, judeu ou outro, também não faria mal nenhum, até faria subir a mesada...
16 comentários:
CdR:
"Tenho uma visão frouxa de Portugal,"
A formação profissional em Portugal existe. É um curiosidade de feira de quinquilharia.
Caro Carmo da Rosa,
Não vale a pena confabular castelos sobre alicerces de farófia.
Não há formação profissional com um mínimo de consistência e abrangência territorial em Portugal. Quer quer mais que lhe diga? Aliás, o próprio ensino clássico está, há muito, de pantanas.
CdR,
Eu dou-lhe uma dica.
Ao incipiente ensino profissional existente chega gente com o 9º ano feito (antigo 5º ano) para sair com o 12º. Quando essa malta está no último ano (12º) ainda não sabem ler, não sabem escrever e é incapaz de dividir, de cabeça, 20 por 2.
Pense um pouco nisto e tente o nível de disparate e irrealismo a que se chegou.
Se seguir este link tem informação e pano para mangas para as suas preocupações: http://fiel-inimigo.blogspot.com/2012/01/profblogue.html.
A discussão existe mas, desculpe que lhe diga, o Carmo da Rosa anda distraído.
CdR:
"Estas afirmações não são muito consistentes e prestam a alguma confusão, mas eu percebo a ideia e quero evitar uma discussão semântica. Porque o busílis da questão, da SUA questão, é saber o que fazer com esta rapaziada até aos 18 anos!"
São além de consistentes, auto-explicativas.
"Aqui o seu link confirma implicitamente a existência de um ensino profissional – sem dizer se é bom ou mau!"
Existe ensino profissional, incipiente, ajarvardado, raro e que serve, basicamente, para evitar que uns quantos bezerros andem a roubar ... muito. Mais, sem equipamento.
O ensino profissional exige equipamento que não existe nem há dinheiro para ser comprado. E mais, nas mãos dos bezerros em causa duraria uma semana.
Sei de uma escola onde, com esforço, instalaram numa sala uma instalação eléctrica caseira para ensinar os bezerros a arte da mecânica da electricidade (só a mecânica). Numa semana os alunos roubaram o cobre.
O kaos é total e as escolas, profissionais ou não, são terra de ninguém.
"também não vão poder empregar estes jovens."
Nem esses nem nenhuns. Por isso se está à beira do precipício
"Então, partindo do princípio que a situação é tão dramática como foi aqui esboçada, só vejo duas saídas: a rapaziada aguenta a penada até aos 18 anos na escola,"
Tal só é possível em celas individualizadas.
"pelo menos sabe-se onde estão, ou pira-se para França, como eu fiz."
E há franceses que os aturem?
"Ou haverá mais opções que a minha distracção natural não me deixa ver?"
A situação é de descalabro. Toda ela é de descalabro, no ensino é de terramoto.
Se o Carmo da Rosa se der mais ao trabalho de seguir os links em particular para os blogs de professores (como o ProfBlog) poderá, com o tempo, perceber não só o descalabro que é o ensino em geral e o exíguo-profissional em particular como ainda a parvoeira socialista que grassa entre professores.
Já agora, existe ainda ensino profissional para adultos, também bastante incipiente, mas menos mau que para bezerros, mas para adultos (mesmo) é outra história porque, pelo menos, não há indisciplina = conseguem dar-se aulas.
"pelo menos sabe-se onde estão, ou pira-se para França, como eu fiz."
Caro Carmo da Rosa.
A rapaziada do alter-profissional-bezerroide chega às aulas quando lhe apetece, vai à casa de banho 2 vezes por hora porque "tem que ser", goza os intervalos das aulas pelo triplo da duração, perde os livros, deita fora os cadernos, apresenta-se na sala apenas com A Bola debaixo do braço, não trás caneta, só discute futebol, entrega testes em branco ... e o estado, até ontem, não queria ouvir falar em chumbos.
Em boa verdade, como eu já afirmei várias vezes, se eles fizessem um exame de 4ª classe (nem falo da antiga 4ª classe) chumbaria metade, se fizesse de 6º ano chumbaria 80% e nenhum seria aprovado num exame de 9º ano. Esta malta é enfiada em turmas de 12º ano. Se eles chumbassem por não saber sequer 20% da matéria, ficariam eternamente a tentar acabar o 12º ano que, no ensino profissional, é um simulacro de 12º ano.
Não é possível sair-se daqui sem que se comece, finalmente, a dar aulas desde a 1ª classe e sem que os alunos se habituem que a escola não é uma extensão das suas relações de vizinhança de bairro.
Volto a afirmar que se o Carmo da Rosa pretende perceber algo a distância sobre o ensino em Portugal terá que ter muito mais trabalho do que ler o corpo dos artigos no Fiel Inimigo. Terá que seguir os links e ler as discussões nos artigos dos links. Ora, o Carmo não gosta de seguir links.
Já agora relembro que o que acabo de afirmar foi repetidamente afirmado em múltiplos artigos ao longo de anos e em milhentos comentários. Eu percebo que o que eu afirmava lhe poderia parecer inverosímil e, naturalmente, ir parar aos neurónios de reciclagem. O problema é que o que eu afirmava era verdade e essa informação, aparentemente, no que lhe diz respeito, perdeu-se.
Já agora, mais uma história.
Numa escola não profissional aqui do burgo, os alunos habituaram-se a apalpar as professoras nos corredores. As participações não davam em nada porque era a palavra de vários alunos contra a professora. Neste ensino socialista a palavra de um aluno vale tanto quanto a de uma professora. Sendo vários alunos a desmentir a professora (declarando que nada se passou) tanto pior.
Um dia apalparam as mamas a uma professora grávida e ela devolveu uma chapada. A professora ia sendo despedida. Foi suspensa, acabou por ficar de baixa, por pouco não perdia o bébé, e ia sendo despedida.
Veja se percebe agora porque aparece este artigo:
http://www.profblog.org/2012/01/politicos-ingleses-querem-castigos.html
.
Uma das coisas pelas quais o Carmo da Rosa peca é por ser, aparentemente, avesso a processar os sinais.
Quando uma coisa acontece, mesmo que potencialmente, faz sentido especular-se sobre as prováveis implicações, efeitos secundários, motivações, o que se quiser.
Este exercício de especulação aplicado apenas a um caso não serve de nada mas, com o tempo, aparecem, digamos 'médias' que têm significado. Evidentemente que para que o significado se revele tem que se ter trabalho, digerir informação dispersa e indirecta, matutar e tirar conclusões.
Quando eu leio um artigo de reflexão de alguém de quem nada mais li não tiro dali grande significado. Mas o que leio, subsequentemente, do mesmo autor tem o peso do que li antes. Não é necessário que um artigo tenha a integridade de um ovo para que se perceba o que vai no comboio. Os blogs têm essa vantagem mas têm que se seguir links, manter o contacto com os assuntos porque, e em particular no caso do ensino, a tramóia é gigantesca e tem sido bem urdida.
Caro carmo,
"Você não menciona o nome das escolas,"
Quer também uma listagem com os nomes, moradas e nºs de telefone de todos os alunos que passaram por essas escolas nos últimos 50 anos?
Mas qual nome das escolas qual carapuça. Ninguém hoje em Portugal nega que o ensino é uma catástrofe. A única coisa que anda se discute é se a culpa é de Bush ou da Mossad ou da falta de dinheiro que os especuladores roubaram.
Essa discussão teve lugar há uns anos.
CdR:
" o restante, que nem caneta nem martelo sabem utilizar podem emigrar, e no estrangeiro, longe da mamã e do papá, vão ser obrigados a fazer pela vida."
Mas você está convencido que eles alguma vez na vida levantarão ferro? Só se forem deportados em alternativa a serem arrecadados.
"e já agora do director,"
Mas o Carmo está convencido que o director manda na escola? A escola é terra de ninguém. Ninguém manda nem pode mandar.
"Mas se fizer um post sobre este aspecto, convém dar-se ao trabalho de provar isto com meia dúzia de números ou estudos já existentes."
Mas o que pensa o Carmo que é Portugal? Não há uma estatística que não seja positiva embora entre pelos olhos dentro que está tudo de pantanas. Não conseguiu ainda perceber que em Portugal tudo é fachada?
Resumindo. O Carmo não lê os artigos, não lê os comentários, não visita os links, não segue as discussões nesses links e quer, à viva força ser convencido com uma tal estatística, o nome dos directores e o nome das escolas?
Acha que eu tenho pachorra para estar repetir tudo o que afirmei ao longo de anos, que o Carmo ignorou e que já apenas o Carmo põe em causa?
Venha a Portugal, apresente-se, por exemplo, num centro de formação do IEFP, dê aulas (tente, pelo menos) e ficará a saber. Quando numa reunião lhe perguntarem se não é possível dar positiva a um aluno que não se dignou a responder, num teste, a uma única pergunta, quero ver que estatística lhe acudará.
... um dos cursos de grande "sucesso" no IEFP dá pelo nome (de memória) de informática para jardinagem. Nem imagina os excelente profissionais que de lá saem ... mas todos vão parar à estatística como casos de sucesso.
Além do ProfBlog tem ainda este grupo do FaceBook:
http://www.facebook.com/ramiromarques2
CdR:
"Esta afirmação sem estar apoiada num mínimo de dados é apenas a sua IMPRESSÃO."
Impressão o tanas. Não e muito complicado perceber que um gajo que está no 11º ano não sabe ler nem escrever o nome dele. Em 10 turmas o panorama geral é este. Metade não sabe ler nem escrever. É assim na generalidade dos centros de formação das várias estirpes.
"Só não leio o que não percebo, o que é confuso e críptico!"
Pois. Eu oiço essa frequentemente. Sempre que alguém não percebe nada acha que a culpa é dos outros. Há que investigar, lutar com o assunto e, em último caso, pedir ajuda explicando o que não se percebe. "Não percebo nada" apenas resulta numa resposta 'então tá bem'.
"Experimente uma vez enfiar legendas (sincronizadas com a voz) em português num vídeo do Pat Condell… Vai ver o que é ter pachorra…"
Já fiz isso centenas de vezes em coisas bem mais complicadas. Também já esqueceu a minha recente conversa com um leitor sobre o TDT?
Carmo da Rosa:
"Mas enquanto não me provar o drama com dados verificáveis,"
Mas eu não estou preocupado em provar nada a ninguém por duas razões:
1 - dados, em Portugal, é conversa que dá para todos os gostos. Nada bate certo e em tudo há salto quântico em matéria de semântica.
"nunca iria utilizar isto por exemplo num artigo para a imprensa holandesa."
Mas eu não vivo na Holanda nem estou rigorosamente nada preocupado (se calhar nem convém) com a imprensa holandesa.
"Digo “pequena” porque os adversários podem argumentar que se trata apenas de um sintoma de uma doença antiga…"
A doença continua.
"Tem piada, eu oiço frequentemente outra versão."
Então não caia no mesmo erro.
Voltando ao assunto principal, conheço professores nos 4 cantos do país e em diversos ramos de ensino. O cenário é de catástrofe e é assim até nalgumas universidades.
No caso do 12º, veja este cenário:
«Nuno Crato manda fechar 129 CNO e põe fim a mais uma bandeira socrática»
http://www.profblog.org/2012/02/nuno-crato-manda-fechar-129-cno-e-poe.html
OS CNO (Centro Novas Oportunidades) são organizações estatais paridas, regra geral, dentro das escolas estatais (também há em organizações não estatais) destinadas a distribuir canudos de 12º ano à balda.
Muitos inscreviam-se apenas para sacar um computador portátil por 150 euros. Outros pegavam nos trabalhos de outros gajos noutros centros, mudavam um pózinhos aqui e ali, entregavam o trabalho e sacavam o canudo. Ninguém perguntava se o suposto autor era capaz de explicar ou defender o que quer que fosse que constasse no trabalho. E o Carmo da Rosa vem falar em estatística? Mas o Carmo não esteve atento ao que no FI foi escrito relativamente a manipulação socialista (salto quântico / salto qualitativo) da estatística? Do redesenhar da semântica e da realidade? Andámos aqui a partir pedra durante meses relativamente ao assunto. Recordo, que o Carmo também nesse caso queria valores quantitativos de dose de socialismo. Está lembrado?
Essa fixação em valores e estatística num terreno como o que grassa em Portugal é perigosa. Há um ano a situação económica do país era brilhante, piramidal, "porreiro pá", de absoluto sucesso apenas ensombrado pelos malandros dos especuladores que insistiam em não acreditar na estatística oficial.
Esta chegou à estatística.
http://www.publico.pt/Educação/professor-agredido-por-tres-homens-apos-expulsar-aluna-de-sala-de-aula-1531753
Seria bom se houvesse dados das várias polícias e derivados de polícia relativamente a intervenções nas escolas.
Aqui pode ler-se:
http://www.profblog.org/2012/02/agridem-violentamente-professores-quase.html#more
P.S. Mal acabei de publicar este post recebi esta mensagem de uma professora: Sou professora e em 2006 apresentei uma queixa na polícia (GNR) por agressão física.O agrupamento fez de tudo para não a formalizar (assuntos internos) mas apresentei-a. A verdade é que a queixa (com n.º de processo e assinada) desapareceu e ninguém sabe como. É bom ser professor(a) em Portugal...
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