Porquê então este irrisório preço de saldo?
Porque o Dr. Mexia, à imagem do que o primeiro Primeiro-Ministro que o nomeou em 2006 para o lugar que detém fez com o país, endividou a EDP em 16,5 biliões de €, para realizar investimentos ruinosos no estrangeiro, em eólicas subvencionadas pelos poderes políticos de países estrangeiros, investimentos que estão em muito maus lençóis! Mas, mesmo descontando os passivos da EDP, o seu património ainda vale duas vezes e meia o valor de "mercado" definido pela venda do seu controlo! Como pode o actual CEO da EDP gabar-se do mérito deste negócio?
Na verdade, a EDP é agora uma empresa de elevado risco, coisa que os mercados sabem e que explica os 10% de taxa de juro que a EDP vinha a ter de pagar para conseguir refinanciar a sua colossal dívida, e se algum mérito especial houve na venda conseguida foi o ter-se conseguido impingir essa dívida à China (com o que a taxa de juro lá baixou de 10% para uns ainda incomportáveis 8.5%!...)
Os tais investimentos em energias renováveis feitos pela EDP no estrangeiro, com eólicas fabricadas no estrangeiro e com dinheiro emprestado pelo estrangeiro, dependem na grande maioria de os poderes políticos dos países em questão continuarem dispostos a subvencionar as elevadas tarifas que só elas permitem a rentabilidade dessas renováveis. É tema para futuros posts, mas todos sabem que o protocolo de Quioto faleceu Dezembro passado em Durban e que a economia mundial não está propensa a fantasias dessas...! Os alegados lucros que a Administração da EDP tem imputado aos investimentos estrangeiros derivam sobretudo da valorização cambial dos activos e lucros brasileiros nos últimos anos, mas claro que isso é puramente contingente, como o ilustra o recente aumento da dívida da "EDP Renováveis" nos EUA, resultante da valorização do dólar...
Ora além destes investimentos puramente financeiros e de alto risco no estrangeiro serem apresentados como grande valia da EDP, outra completa mistificação que os media por conta desta empresa têm feito passar é que um dos seus trunfos seria a "tecnologia". Não se poderia invocar melhor exemplo da genética socratina desta Administração do que tal aldrabice!...
É que quem detém o know-how tecnológico de energia eólica são os fabricantes estangeiros que concebem, fabricam e vendem à EDP os aerogeradores que ela manda instalar lá fora sem sequer lhes "tocar"!
De energia eólica, a EDP nada sabe, e todos os que acompanham o que cá se faz em I&D em energia estão a par de que até a célebre windfloat nada tem de concepção portuguesa a não ser o dinheiro que custou!
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Venda da EDP
Pinto de Sá no A Ciência Não É Neutra
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