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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mourinho explica como estar entre broncos e continuar a ser o melhor do mundo.

No vídeo abaixo, excerto da conferência de imprensa de Mourinho no final de último jogo do Real Madrid na liga espanhola. A equipa treinada por Mourinho tinha acabado de vencer o adversário por 4-1, depois de estar a perder por 0-1. No final do jogo, Mourinho foi apupado pelos adeptos do Real Madrid.




Mensagem subliminar complementar: “a única coisa que os espanhóis têm de bom é o dinheiro com que nos pagam.”

4 comentários:

Paulo Porto disse...

@CdR

Caro, acho que já reparou que o Mourinho faz questão de falar mal espanhol, metendo aqui e ali uma palavras em português ou ditas em jeito português. Como vê, até nisso o Mourinho soma pontos.

Paulo Porto disse...

@CdR
"Mas então, qual o interesse em falar propositadamente mal uma língua estrangeira?"

Orgulho identitário. Há mais exemplos.



"A frase complementar “a única coisa que os espanhóis têm de bom é o dinheiro com que nos pagam.” é sua ou do Mourinho?

A frase é minha, interpretando o que ele disse sem dizer.



A qtdd de jornais desportivos, e sobretudo de leitores, é mesmo uma caraterística do sul da Europa. Nisso e no sentido de irresponsabilidade, somos realmente parecidos.



"[]E no entanto trata-se quase da mesma actividade [futelbol e ténis]

CdR, o FI está de parabéns: através de si acabámos de bater um novo record para o termo "quase". Se fosse dezembro, dizia-lhe que íamgos aparecer no Guiness (livro de records, nada de pensar em rótulos de latas).

José Gonsalo disse...

Carmo da Rosa:
Viu algum treinador espanhol, que treinasse em Portugal, com um tradutor ao lado ou sequer tentando exprimir-se em portunhol ou espanholês? Eu não me lembro de nenhum.
Os gregos da Antiguidade Clássica desenvolveram a "cultura da vergonha". Era uma vergonha para qualquer grego não se afirmar como o melhor, fosse no que fosse. Daí que os interlocutores de Sócrates dissessem que eram os melhores nos assuntos em discussão e que ele lhes contrapusesse uma sua (falsa) ignorância, pedindo-lhes esclarecimentos sobre o que afirmavam, fazendo-os, deste modo, estatelar-se nos disparates que defendiam. Não se esqueça de que um grego declarava o seu amor a outrem com um "Tu mereces-me!".
Os espanhóis desenvolveram, no seu conjunto, uma cultura de agressividade gratuita ("tinham essa desgraça", como comentava Agostinho da Silva) e um nacionalismo balofo - coisa de que Arrabal dá conta, com asco e sofrimento, na sua Carta Aberta ao General Franco. A coisa, aliás, nem sequer é recente. Se ler o que Hans Cristhian Andersen diz deles no livro que escreveu sobre a sua viagem a Portugal: nós somos gente, os espanhóis pouco mais do bárbaros agressivos.
Por isso, discordo por completo do que diz. Nem Mourinho, que é muito inteligente (e não meramente esperto ou cínico e diz sempre coisa com coisa), fala daquela maneira por má-criação ou arrogância mas como forma de lhes pôr o ego na dimensão devida; nem os espanhóis, salvo as devidas excepções, são, pela sua mentalidade, flores que se cheirem. Não gosto de Espanha, não me deixo embrulhar na propaganda de Espanha como um país cheio de salero e alegria (quando passo do lado de lá para o lado de cá da fronteira as pessoas são muito mais alegres, do lado de lá fazem muito barulho com as luzes para esconder as sombras). E assumo-o perante os espanhóis que conheço.
Três vivas ao Mourinho, que só lá estará pelo desafio e, já agora, pelo proveito de "lho" sacar.

Sorge disse...

O Mourinho tem um problema sério no Real Madrid. E vice-versa. Tratou-se de um erro de casting que ambos pagarão caro. Mais o Real, todos os meses e com a rescisão.
O Mourinho é um guerrilheiro, sempre foi. Em todos os clubes por onde passou venceu com a lógica anti-sistema aliada a uma retórica provocativa aos "grandes e poderosos" que cai bem quando se tem uma grande máquina de relações públicas por trás para explorar o primeiro segundo de sucesso. O melhor Mourinho foi o do FCP. Os outros Mourinhos foram banais. Dizer dele que é o melhor treinador do Mundo é um simplismo exagerado, mesmo com o milagre que ajudou a operar no Porto. O Mourinho é talvez o melhor treinador do Mundo de equipas médias. Faz delas grandes. Das grandes, com excepção do case study Internazionale, não fez nada que outros não conseguissem com menos show-off e sofrimento.