Caro Sorge,
Há uns dias atrás, já não sei bem a que
propósito, você tinha subido dez pontos na minha consideração. Mas agora entrou
com o pé esquerdo! O seu último comentário sobre o Edberg (ver caixa de comentários), segundo você o
melhor, fá-lo perder pelo menos cinco. Porque o Edberg não chega aos
calcanhares de um Djokovic nem de um Nadal, que fará do grande mestre de todos
os tempos: Roger Federer!!!
Voltando ao nosso core business, o
Moralismo, eu diria que vejo moralismo no facto nas suas análises estarem crivadas
com justificações de ordem moral: "a destruição dos índios;
superioridade moral das democracias ocidentais posta em causa; a história
coloca os americanos lado a lado com os nazis; a perpetuação desta ordem é algo
que considero, digamos… bárbaro."
Fáxista
Tudo isto para talvez depois poder concluir
que a minha tese “supõe a inevitável inferioridade de todas as culturas
não-atlantistas”. Sinto que já estou a um passo de ser considerado
FÁXISTA…
Quando na realidade eu apenas disse: [que em
política]….não há bons nem maus. Há apenas menos maus. E em política escolhe-se
sempre do mal o menos. Para melhor compreensão devia ter
acrescentado que apesar de em política não haver bons e maus, há na realidade,
factualmente, bons, maus e péssimos regimes políticos. E com um pouco de boa
vontade isso não é difícil de demonstrar.
Os maus regimes:
são aqueles em que só os membros do politburo
vivem à grande e à francesa, enquanto o resto da população vive em ditadura e
na miséria. Onde as eleições são manipuladas, os sindicatos comprados, a
imprensa acorrentada, a internet filtrada e onde a oposição está presa ou
refugiada num país estrangeiro.
Os bons regimes:
são aqueles em que as pessoas que trabalham
são bem pagas (e a tempo e horas), em que existem sindicatos livres, eleições,
partidos políticos, imprensa livre, qualidade de vida e onde as pessoas, quando
se deslocam ao estrangeiro, o fazem apenas para passar férias.
É evidente que entre estes dois exemplos há
realidades ou situações intermédias. Nada é absoluto – isso só existe na
farmácia ou nas fantasias ideológicas de quem acredita em amanhãs que canto, como é costume da casa dizer-se...
Há países ricos porque outros são pobres!
Creio que o cabeçalho resume bem a sua frase: ”o nível de vida que tanto gaba esteja suportado no
sub-desenvolvimento de milhares de milhões de pessoas..”
Pois eu creio que isto se trata da falácia
típica do esquerdismo terceiro-mundista. Que é desmentida pelos próprios
africanos com dois dedos de testa em relatórios anuais
das Nações Unidas sobre por exemplo o estado actual dos países árabes. Dou-lhe este exemplo de 2002 que já tem alguns anitos mas foi o que pude encontrar. Note-se que a situação ultimamente não melhorou, pelo contrário:
O Arab Human
Development Report 2002 traça uma imagem dramática do mundo árabe.
Três importantes lacunas foram assinaladas no relatório, que foi aliás redigido
por cientistas árabes. Estas lacunas têm a ver com a falta de liberdade, a
fraca posição da mulher e com um dramático atraso na ciência. Nestas três áreas
o relatório dá exemplos. Por exemplo, a produção total de traduções no mundo
árabe a partir do século nove é igual ao número de títulos traduzidos num país
como a Espanha. E para ficarmos por Espanha: o PNB deste país é superior ao PNB
de todos os países árabes!
A ideia de que os países ricos são prósperos
porque os outros são pobres, é uma mentira persistente em meios de esquerda,
mas não é lógica em relação a países capitalistas. Os alemães fabricam Mercedes
e Audis independentemente dos africanos serem ricos ou passarem fome! Se os
africanos fossem mais ricos, ou menos pobres, isso até seria melhor para a
economia alemã, vendiam mais Mercedes e Audis. Oferecer sacos de farinha aos
pretinhos, como você diz, não dá lucro nem cria muitos postos de trabalho e
mantém os africanos em situação de dependência. Este exemplo serve também em
relação aos maus, os americanos: quando mais rico o terceiro-mundo, a Ásia e a
Europa for, melhor, mais computadores, i-phones e i-pads eles vendem.
Só os regimes socialistas e islâmicos - que nada têm para vender, a não ser respectivamente revolução e religião - é que têm todo o interesse em manter o
subdesenvolvimento de milhares de pessoas: quanta mais miséria e caos houver, mais
probabilidades eles têm de exportar as suas maluqueiras.
Resumindo. Eu sei que isto ideologicamente é difícil de aceitar, mas há realmente países mais ricos do que outros
porque simplesmente trabalham mais ou melhor, ou ambas as coisas. Ou são mais
eficientes. Ou passam menos tempo a rezar. Ou a queixar-se. Ou aos tiros uns
com os outros.
Rótulos
Você queixa-se que eu lhe quero colar um
rótulo (ideológico). De momento em que você exprime uma opinião política, eu,
queira ou não, inconscientemente penso num rótulo que me ajude a enquadrar as
suas opiniões - é inevitável. Sobretudo tendo em conta que você, neste ponto de
vista, não é claro. Apenas critica sem apresentar qualquer tipo de alternativa
como sendo do seu agrado! Já percebi que você não gosta de americanos nem com
molho de ketchup, mas li que talvez goste do comunismo soviético porque foram
eles – e só eles! - quem derrotou o nazismo! A partir destes dois dados você
poderia perfeitamente apresentar ou assumir uma alternativa de sociedade,
dissipando dúvidas, especulações e ……..rótulos.
14 comentários:
"A ideia de que os países ricos são prósperos porque os outros são pobres, é uma mentira persistente"
Exacto. O pensamento de esquerda, e cristão, já agora, tem a ideia de que a riqueza é uma coisa fixa, uma espécie de manta. Se puxo aqui, destapo ali. Se as coisas fossem assim, se a riqueza fosse imutável, a esquerda teria razão e então para eu ser rico, outro teria de ser pobre.
E então a esquerda apenas pensa na "distribuição".
Ora isto não é assim. A riqueza cria-se. Há neste momento infinitamente mais riqueza em todo o mundo, do que havia há 10, 20, 30, anos.
Quanto à ideia tonta de que os países ricos são ricos porque exploram os pobres ( na verdade uma variante do bordão marxista dos "explorados" e dos "exploradores", já teve outras versões. Uma delas era que a riqueza dos países europeus era consequência da exploração colonial.
Quando confrontada esta palermice com o facto de alguns dos mais ricos países europeus, jamais terem tido colónias ( Suiça, Dinamarca, Austria, Suécia,etc), o marxista típico embatucava e assobiava para o ar. E o facto de alguns dos países "colonialistas" serem pobres como Job ( Portugal, por exemplo), fazia fundir neurónios (os poucos que restam),naquelas cabeças atamancadas com slogans e papas ideológicas.
O-Lidador: ” O pensamento de esquerda, e cristão, já agora, tem a ideia de que a riqueza é uma coisa fixa, uma espécie de manta. Se puxo aqui, destapo ali.”
Humanamente compreendo o desespero de quem não tem trabalho, mas, na mesma ordem de ideias, sempre achei absurdas as manifestações em que as pessoas exigem trabalho - ao Estado. Como se trabalho (riqueza) fosse uma coisa que cai lá de cima como maná do céu. Realmente, vêm riqueza como uma coisa fixa e imutável. Uma espécie de vasos comunicantes como você diz, ‘puxo aqui, logo destapo ali’.
E o Estado é que tem o dever de lhes dar trabalho e riqueza! Não percebem que o Estado apenas serve para regular, para criar regras, para que as pessoas mais facilmente possam criar riqueza (trabalho).
O-Lidador: ”Uma delas era que a riqueza dos países europeus era consequência da exploração colonial.”
Nem me lembrei dessa! Mas é realmente um excelente exemplo. E as colónias, depois de libertadas, não ficaram em melhor situação, pelo contrário. Mesmo as que têm enormes recursos naturais.
ounci@ CdR E o Estado é que tem o dever de lhes dar trabalho e riqueza!
Carradas de indignação moral é o novo chic.
A visão do estado como papá, começa na infância, os putos não são ensinados a fazer-se à vida. Conheço jovens de 30 anos, saudáveis e alguns com qualificações académicas que nunca trabalharam e que vivem completamente dependentes dos pais.
Lyle H. Rossiter um psicólogo americano, escreveu um livro interessantíssimo sobre este assunto. - The liberal mind: The psychological causes of political madness.
Dois pequenos excertos:
Thus the adult individual’s understanding of his world begins in childhood and affects both his basic conceptions of the human condition and his ability to function as a competent adult. That understanding will also eventually influence his preferences for particular economic, social and political programs. His personality acquired from parental caretaking and from the climate of values and beliefs in his community will have an impact on whether or not, as an adult, he will vote for policies that maximize his and others’ individual liberty in a manner consistent with social cooperation, or for policies that forfeit a great deal of that liberty in return for government promises of protection or subsidy.
The modern liberal mind believes in the following propositions:
• An idealized liberal state or its close approximation can, in fact, be created in the real world.
• The idealized parental state can and will act as a benign and loving parent.
• The idealized managerial state can and will manage the people’s lives for their great benefit just as loving parents manage their children’s lives.
• The idealized caretaking state can and will ensure the health, economic security, and social status of the people.
• The idealized regulatory state can and will control the lives of the people to eliminate economic adversity, social strife and political conflict.
• The idealized liberal state can and will meet all or nearly all of the people’s needs and desires, including their desire to be indulged.
Caro Go_Dot, transcrevi para aqui:
http://www.profblog.org/2012/01/de-recuo-em-recuo.html
o seu comentario.
Caro Rio, esteja à vontade. Use como bem entender.
Excelente texto. Reencaminhei para os meus amigos
Go_dot: ”The liberal mind:”
Talvez seja necessário precisar o que é que os americanos entendem por LIBERAL. A palavra não tem a mesma conotação que o nosso 'liberal', nem tão pouco o sentido que se dá na Europa.
Liberal em americano significa: esquerda, mais estado, tudo do melhor. Para nós a mesma palavra significa: direita, capitalismo, coisa má.
Olhe, Carmo da Rosa, estou algo sensibilizado com o facto de me ter endereçado um dos seus afamados posts no FI. Infelizmente passei uns dias fora e só agora dei com esta pérola.
Vamos por partes.
O que apreciava no Edberg era essencialmente a inteligência de jogo. Seria idiota, evidentemente, negar a qualidade, incomparável, em muitos anos, do jogo do Federer, é uma delícia assistir a uma partida dele, joga elegante, mas a verdade é que em muitos dos actuais tenistas a força bruta no jogo, a aposta excessiva no desgaste físico do adversário retira alguma da magia da partida, que encontrávamos mais frequentemente em alguns confrontos grandes há 15, 20 anos.
No entanto, já o ténis no feminino tem beneficiado extraordinariamente das técnicas de depilação a laser e da entrada da Rússia no roteiro ATP. É o melhor de dois mundos.
Quanto ao resto.
Admito que o comentário que deu origem ao seu post tenha sido um pouco genérico, digamos que é um mal do meio/media, é difícil ir além da espuma das coisas, mas fico sobretudo desapontado pela dimensão um pouco infantil desta discussão da riqueza das nações..
Em particular, é uma tristeza ver o Lidador perder assim qualidades, em comparação com alguns dos tratados de estratégia que já foi capaz de produzir aqui no FI.
Se conhece marxistas que acham que a riqueza não se cria, que é sempre a mesma, naturalmente não conhece nenhum. Mas se calhar conhece marxistas de espelho, que são aqueles antagonistas que gostamos de inventar à medida das nossas próprias limitações, não é Lidador?
A palermice vai mais longe, Lidador. Você ainda vive na ilusão de que o sistema capitalista em que vive e tão diligentemente defende é o espaço da livre concorrência, da liberdade e da democracia. É uma ilusão de mais de um século, logo é uma coisa evidentemente triste. Admito que custe a abandonar e também se calhar já não está na idade, correcto?
Desde o início do século XX que a livre concorrência desapareceu nos países capitalistas desenvolvidos. Mandam nos mercados internos e externos os cartéis, sindicatos, trusts. Os sectores da economia que não partilham são insignificantes. A criação do mercado mundial foi a grande contribuição do capitalismo para a humanidade. Nesse mercado mundial aumentou a exportação de capitais, alargaram-se as relações entre países, a pressão económica sobre as colónias, a criação das “esferas de influência” das maiores associações monopolistas.
(… e a segunda parte)
É da ampliação destas esferas de influência económica e financeira que nascem as grandes potências "não-coloniais" da Europa. A ignorância do Lidador é típica dos adoradores do Mr. Smith, que se pasmam com as teses das dinâmicas invisíveis da economia. Aconselho que estude (é normalmente a melhor forma de começar a "ver" as coisas à sua volta), por exemplo, o avanço da indústria eléctrica em finais do século XIX e inícios do século XX, nomeadamente na Alemanha e nos EUA, os mais avançados à data.
No caso da Alemanha verá que a crise de 1900 levou a um processo de concentração industrial inédito, ampliado pela influência da banca, já nessa altura ligada à indústria, que levou à ruína e absorção de milhares de empresas (a banca negou capital aos capitalistas que mais dele precisavam para ultrapassar a crise). Desse processo saíram dois grandes grupos. Em 1907, os ajustes de influência entre as trusts americana e alemã entregaram a Alemanha, a Áustria, a Rússia, a Holanda, a Dinamarca, a Suíça, a Turquia e os Balcãs à AEG. Há algum tempo atrás foi aliás publicado no FI um texto interessante de um ministro do fascismo português acerca do desenvolvimento industrial onde focava precisamente a questão eléctrica. Mas este exemplo da indústria eléctrica alastra-se ao petróleo, ao aço, entre outros.
A expansão das esferas de influência, a exportação de capital e a concentração financeira, indissociáveis da partilha dos recursos do mundo, à data, pelas principais potências europeias e americana, permitiram o ascenso económico desses países europeus "não-coloniais".
Sobre isso fala com alguma graça, pela boçalidade, Cecil Rhodes, bem honesto em relação aos benefícios do colonialismo para a coroa britânica, ou Driault, em declarações que vão dar ao mesmo: as nações que não se "abastecerem" no século XIX, correm o risco de nunca mais o virem a conseguir e assim, de não participarem na exploração gigantesca do globo — dizia Driault, no próximo século (XX).
Alguns países colonialistas continuaram pobres como Job, eis Portugal, não só porque contaram e contam nas suas fileiras com teóricos da craveira de O-L a ocupar cargos de governação e pensamento mas porque, entre diversas razões, depois de perderem a sua metade do Mundo, nunca foram capazes de incorporar as "riquezas" na labuta. As aristocracias e elites sempre investiram o seu bling em coisas bem mais interessantes, babavam-se pelas modas dos franceses, depois dos ingleses, agora dos americanos. É uma mentalidade pequena. É por isso que hoje temos a economia produtiva que temos, a ciência e a técnica que temos, os engasgues energéticos que temos, a soberania que temos…
Olhe, leia Marx acerca da expansão marítima portuguesa, pode ser que aprenda alguma coisa.
CdR,
Nessa piada do nível de vida do politburo inclui o E. Catroga e o A. Nogueira Leite? As eleições manipuladas tem alguma coisa a ver com o primo Jeff da Florida? J. Hoffa? Patriot Act? Guantanamo?
Agora esquerdista é que não…… Podemos ter os nossos desacordos mas também não é preciso passar logo para o insulto às pessoas, que é isso CdR?
O meu único esquerdismo forte tinha precisamente a ver com o ténis. Dava cartas com a pancada de esquerda.
Agora toda a sua tese sobre os países que são ricos porque trabalham e os outros são pobres porque rezam… então? Consegue melhor que isto. Continua a haver uma certa noção de superioridade moral nessa sua interpretação da origem da riqueza que soa mal.
Dá a ideia que alguns países são ricos porque são civilizados, sendo o oposto igualmente verdade. Um pouco como a teoria do Sr. Smith, alguns nascem manquinhos porque os papás fizeram caquinha durante a sua vida, os outros nascem fortes e espadaúdos como recompensa pelas virtudes da sua progenição. É uma tese.
Sorge: ” Seria idiota, evidentemente, negar a qualidade, incomparável, em muitos anos, do jogo do Federer,…”
Dou-lhe os 5 pontos de consideração que lhe tinha retirado de volta.
Sorge: ” fico sobretudo desapontado pela dimensão um pouco infantil desta discussão da riqueza das nações..”
Há dias você dizia que a minha tese “supõe a inevitável inferioridade de todas as culturas não-atlantistas”. Agora diz que apenas se trata ”da diferença da riqueza das nações”.
Noto aqui um salto qualitativo, estarei também a ganhar pontos na sua consideração? Em poucos dias passei de racista para neo-liberal…
Em relação à infantilidade da discussão, creio que se trata de uma diferença cultural. Sabe, os portugueses normalmente adoram textos rebuscados, enigmáticos e quanto mais crípticos melhor – o barroco está-nos na alma.
Eu, como compreende, depois de tantos anos de exílio, virei protestante sem o saber: simplicidade, eficiência e clareza é o meu lema ideal. Mas sei que em Portugal sempre existiram dissidentes. O Eça por exemplo, ou o seu amigo Ramalho Ortigão, que demonstrando uma poder de observação pouco vulgar, em poucos dias de férias percebeu imediatamente a essência sobre esta diferença cultural que nos separa, e descreveu-a da seguinte forma na página 47 no seu livro A HOLANDA:
(…) Assim nas câmaras não há tribuna e não há oradores. Ninguém faz o que se chama – o discurso. Diz cada um do seu lugar o que tem a dizer, simplesmente, precisamente, rapidamente. Muitas vezes se procede apenas por perguntas e respostas. O país tiras as conclusões.
Todo o eleito do povo que se lembrasse de tratar dos interesses da nação pondo-se em pé no parlamento, colocando uma das mãos sobre o coração, levantando os olhos ao céu e exclamando: Sr. Presidente, sob estas abóbadas, a minha débil voz, etc., seria, sem perda de tempo, amarrado e submetido pela assistência pública a um tratamento de alienado.
O dique basta para produzir todos estes efeitos salutares. O dique é para o holandês a contingência eterna de ter juízo, ou de morrer inundado.
Caro Sorge, quero com isto dizer que culturalmente compreendo perfeitamente que você não queira responder simplesmente às minhas perguntas e prefira fazer O DISCURSO. Tudo que seja menos que um discurso é, para si, irremediavelmente, culturalmente inferior, ou seja infantil….
Sorge: ”Lidador. Você ainda vive na ilusão de que o sistema capitalista em que vive e tão diligentemente defende...”
Sorge, imagino que deve ser triste não ter uma ilusão, um sistema que possamos defender, já nem digo diligentemente. Eh pá, assim só para poder falar no assunto sem vergonha no café…
E agora creio que vou ver o Djokovic contra o Ferrer e aproveitar para beber um caneco…
Você é um gajo com piada.
Mas está equivocado em alguns aspectos. Acontece aos melhores. Tenho pouco jeito para discursos e conversas elaboradas. Não tenho educação que chegue. Gosto de trocar uns pontos de vista. Tenho as minhas convicções, coisas da vida, bem temperadas, mas gosto mais de fazer alguma coisa por elas do que estar a passar-lhes a mão pelo pêlo.
Isso das ilusões tem muito que se lhe diga. O meu mundo não acabou em 1990, se é isso que pensa. Já o erro dos seus amigos é precisamente pensar que a História começou nessa altura.
Sorge: ”Nessa piada do nível de vida do politburo inclui o E. Catroga e o A. Nogueira Leite?”
Porque razão falar de gente que eu não conheço? São seus familiares? Fazem parte de algum politburo?
Vou-lhe repetir mais uma vez a essência da minha tese que deu origem a este seu comentário: nos paraísos socialistas apenas os membros do politburo vivem bem, enquanto os proletários que eles dizem representar passam fome.
Será que estou a dizer alguma mentira?
Nos regimes que eu designo por bons, tomemos como exemplo a França: é verdade que os membros do senado vivem à grande e à francesa. É normal, estão no país deles! Mas os trolhas portugueses que lá vivem e trabalham são bem pagos e não pensam tão cedo regressar (só de férias) à pátria, e muito menos emigrar para algum paraíso socialista. Isto é a essência da questão, a referência aos seus familiares vem apenas atrapalhar e pode muito bem ficar para outro dia…
Sorge: ”As eleições manipuladas tem alguma coisa a ver com o primo Jeff da Florida? J. Hoffa? Patriot Act? Guantanamo?”
Quer você com isto dizer que os EUA não são um país democrático? Muito bem, mas então diga-me onde se encontra a democracia que você usa como exemplo! E se estiver bem disposto, pode mesmo acrescentar o que entende por democracia…
Não percebo o que Guantánamo tem a ver com esta questão? Em Guantanamo estão presos terroristas que de vez em quando são obrigados a meter a cabeça num balde com água – mas é só para refrescar as ideias. Acha que noutros países tratam melhor os terroristas presos?
Sorge: ”… a sua tese sobre os países que são ricos porque trabalham e os outros são pobres porque rezam… então? Consegue melhor que isto. Continua a haver uma certa noção de superioridade moral nessa sua interpretação…”
Peço imensa desculpa mas isto que diz não tem qualquer lógica!
Rezar ou trabalhar é uma escolha, não tem nada a ver com moral ou com altas cogitações filosóficas. Uns pensam – devido a propaganda de indivíduos perigosos como você - que a felicidade se encontra numa vida posterior, depois da morte. Outros, mais pragmáticos, acham que o que se leva desta vida é o que se come, o que se bebe, umas quecas na vizinha e, eu acrescentaria, Federer na TV contra Nadal. Amanhã vou atingir o Nirvana. Bem, quase, ainda não consegui convencer a vizinha…
Ivanisevic vs Rafter na final de Wimbledon em 2001.
Federer vs Sampras no mesmo torneio, na quarta ronda. Federer vs Safin em 2005, semifinais na Austrália.
Grandes partidas.
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