It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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segunda-feira, 30 de abril de 2012
I Can Change Your Mind About Climate
Entretanto, relativamente a este artigo do EcoTretas, aqui fica o vídeo completo emitido pela ABC da Austrália:
Aquecimento global: onde?
Em 2008 publiquei um link para o Mitos Climáticos relativamente a uma afirmação de David Evans, que, como amostra, transcrevo:
I am the rocket scientist who wrote the carbon accounting model (FullCAM) that measures Australia's compliance with the Kyoto Protocol, in the land use change and forestry sector....
Each possible cause of global warming has a different pattern of where in the planet the warming occurs first and the most. The signature of an increased greenhouse effect is a hot spot about 10 km up in the atmosphere over the tropics. We have been measuring the atmosphere for decades using radiosondes: weather balloons with thermometers that radio back the temperature as the balloon ascends through the atmosphere. They show no hot spot. Whatsoever.David Evans apresenta agora um mais detalhado depoimento (3 vídeos que abaixo estão concatenados) sobre o assunto (maximizem o vídeo - em baixo à direita nos 'cantinhos' - para ver os gráficos em pormenor):
Da surdez no clítoris - 5
(...)
Louçãs e Fazendas já não são adolescentes, já perderam esse
trunfo eleitoral da rebeldia juvenil incitadora das “massas”. E o que propõem,
por mais que alteiem a voz, esbracejem e se contorçam histrionicamente na
Assembleia ou se multipliquem em exemplos de propaganda política criativa e
anticonvencional, cada vez menos encontra audiência e receptividade. Passados
os primeiros anos de fulgor e crescimento, começam lentamente a declinar e
afundar-se na inocuidade. Mas há uma parte dessa “plêiade” da intelectualidade
revolucionária (por força dos tempos, cada vez menos atacada pelo quadradismo
mental do “revisionista” PC) cuja influência — embora quase invisível, na
medida em que se confunde com a luta pela observação dos três princípios
enformadores da civilização ocidental que referi e, por tal, permeia e se
insinua naquilo que a ela própria se opõe — é maior e mais representativa, ao
mesmo tempo, do que resta da esquerda e daquilo em que ela se tornou: falo do movimento
Política XXI.
Desfeita a sovietização no Leste europeu; desmembrada a
URSS; extinto o Pacto de Varsóvia; a crista cubana à banda; desvendada a
miséria dos territórios em que se aquartelava o socialismo; Pequim a todo
vapor, mas agora graças à sua efectiva rendição ideológica disfarçada de
admissão de um “segundo sistema”… A esquerda da mentira disfarçada com a
farronca, acossada, pouco mais pôde fazer, até hoje, do que defender o vão de escada
político e ideológico a que ficou reduzida. Com isso, porém, fez avançar num
movimento — só na aparência — paradoxal a esquerda que sempre procurara
menosprezar e aviltar: a esquerda dos direitos e liberdades das minorias
culturais, do universalismo humanista, do multiculturalismo como tarefa, etc.,
etc., gerada pelos sixties. Ser a
favor da revolução sexual e da liberalização de costumes, ser respeitador das
restantes culturas, costumes e religiões e questionar ou contestar, a partir
delas o que fosse ocidental, ser militantemente (na rua ou no café, no sofá ou
na cama) pelo amor e pela paz no mundo era, nessa época”, para quase todos, ser
“de esquerda” ou, pelo menos, “progressista”. Uma “outra esquerda”, entenda-se,
expressão que se mantém por deformação das vias do pensamento consequentes ao
domínio da vulgata conceptual marxista.
Essa esquerda, contudo, institucionalizara-se já, note-se,
nos países nórdicos e anglo-saxónicos e, em geral, na Europa ocidental e nos
USA, sobretudo no plano da educação. Foi nesta que os seus teóricos
estabeleceram os seus quartéis-generais e criaram os seus ninhos; educar para o
Homem Novo, minar o “sistema” pondo a escola ao serviço da contestação foi a
estratégia seguida. Do mesmo modo que Marx e Engels, numa época em que lhes era
impossível utilizar a imprensa, tanto por falta de meios financeiros e de
distribuição como de oportunidades, escolheram as associações populares para
disseminar a “fé comunista”, os socialistas de horizontes alargados viraram-se
para o ensino, onde mais facilmente pregaram e impuseram a educação
“humanista”, virada para os amarfanhados “aprendentes”, alvos de contínua agressão
opressiva na sua aprendizagem e desejo de saber. As preocupações democráticas
do Ocidente constituíram assim o terreno onde, insinuando questões
sofisticamente ligadas à liberdade individual, essa mesma democracia tem vindo
a ser atacada a pretexto de melhor a consolidar e alargar por meios
pedagógicos. E, o que é pior, frequentemente com as melhores intenções por
parte dos eternos “idiotas úteis” de serviço.
Os filhos e os netos do Dr. Benjamin Spock (o tal que hoje se
sabe, por portas travessas, arrear nos alunos à surrelfa, de vez em
quando) tornaram-se assim a intelectualidade arauta dos três princípios de fé
da cultura ocidental que procurei evidenciar, oficiada por um aparelho
conceptual de raiz marxista aplicado às questões trazidas ao Ocidente por um
desenvolvimento técnico-científico vertiginoso, sem paralelo na História
humana, e respectivas mutações económicas e de dinâmica social. Chegara a hora
da entrada em cena e do protagonismo da nova esquerda, redentora dos pobres e
dos oprimidos, humanista, tolerante: chegara a hora do “politicamente
correcto”. O seu mimetismo com a cultura ocidental é de tal maneira eficaz que
nem os comunistas de antanho conseguiram furtar-se a vergar-se e obedecer à sua
influência.
Louçãs e Fazendas podem desaparecer, portanto, que Política
XXI se dissemina por todo o lado, mesmo sem nome mas com nomes, pelo PS, pelo PSD e até pelo CDS. Não precisa mesmo de designação para se manter e
sobreviver — sempre, é claro, em eternas guerras de poder e de prestígio como é
típico de qualquer organização que, como o marxismo, tenha o modelo de seita.
Mantém-se e sobrevive porque venceu a democracia, envenenando-a com as suas
próprias armas, garantiu audiência e militância porque lhe formatou a
mentalidade e os instrumentos do pensar através da escola, da comunicação
social, da cultura. A esquerda já não se acoita agora nas pretensas conquistas
económicas, no incomparável desenvolvimento e na fuga dos proletários ao jugo
capitalista. A esquerda caminha agora na própria origem com que justifica a sua
existência: a da abertura de novas vias que levem ao aparecimento do Homem Novo
sem necessidade de qualquer golpe armado — embora, em última instância, não o rejeite. Já não premedita, acaba por ser quase sincera. Tornou-se "natural" porque é cultural.
E, para isso, basta-lhe — para além do não abrandamento do
seu discurso tradicional sobre os crimes da burguesia, é claro — passar a defender
cada vez mais os direitos das minorias reveladas ou formadas no âmbito das
transformações do Ocidente, tratando a excepção no mesmo nível da regra e, no
seu discurso, transformando esta numa quase excepção (sem esquecer, o resto do
mundo, quase todo ele transformado, da China ao Médio Oriente, passando pela
África e pela América Central e do Sul, numa espécie de enorme minoria étnica).
Por exemplo, fazendo perspectivar a individualidade sexual como um papel
induzido socialmente ou, de outra maneira: eliminando a noção de indivíduo
dotado de estrutura e vontade construtora de si e substituindo-a pela do ser
humano enquanto mero produto e joguete de forças colectivas a quem, com as
melhores intenções, é preciso desbloquear a mente para outros horizontes.
Lembro-me sempre, a este propósito, dos costumes de uma tribo da Papuásia, Nova
Guiné, referidos pelo Professor José Gabriel Pereira Bastos, do curso de
Antropologia da Universidade Nova de Lisboa, para grande choque dos alunos
(alguns saíam da sala). Nessa tribo, os homens vivem à parte das mulheres; e
raptam os rapazes à medida que eles atingem uma determinada idade, para os
levarem para junto de si, justificando-o com a crença de que, para se tornarem adultos
fortes e saudáveis, terão que beber bastante esperma.
Mas não só. Na sua ânsia de reinar, a pretexto da libertação
de tudo o que possa cheirar ou ser apresentado como opressão com base no
preconceito cultural ou outro, aceita discutir, com ar sério e quase sempre composto, coisas
como a existência de uma cultura própria de cegos, de surdos ou de coxos,
mistificando e relativizando, desse modo, a noção de cultura e dando azo a que
possa vir a serem cometidos crimes como o que este casal de lésbicas pretende
fazer. Ultrapassa o querer transformar em normalidade o que é excepção, por
apelo à dignidade desta: chega a querer dar estatuto de honestidade à discussão
sobre se um acto hediondo é, afinal, um acto belo; se um egoísmo criminoso é,
antes do mais, um benfeitoria (sem esquecer no que tem resultado a justiça
“humanista” e de quanta injustiça, violência e criminosos impunes dela têm
resultado). O “humanismo” desta nova esquerda traduz-se num banditismo
ideológico instaurador da maior ditadura que a Humanidade poderá vir a
conhecer, imensamente superior à que os nazis chegaram a instaurar na Alemanha.
Para terminar, Carmo da Rosa, um apontamento. Que
outrem haverá mais paradigmático dessa “nova esquerda” e da sua vitória do que
o dirigente máximo do país onde Spock pontificou, do país do “politicamente
correcto” instituído até à náusea? Que exemplo maior de hipocrisia e arrogância
assente em contradições demagógicas do que o sr. Barack Obama? Obama é a típica
esquerda moderna, a esquerda “de sucesso” que ascende ao poder melifluamente
como desejo de justiça e liberdade para as minorias (não interessa quais) e que
se apoia, não somente nas existentes mas ainda descobrindo outras, novas, nem
que para isso, tenha que incentivar a convicção da sua existência. A esquerda
que é permissiva para melhor dividir, a pretexto de unir, e assim reinar.
Certamente que Obama não conhecerá este casal de lésbicas
surdas (ou já teremos que lhes chamar “inauditivas”?) nem muitas outras
existências minoritárias. Ele é, porém, o “progressista” à sombra do qual a
esquerda — a“esquerda esclarecida”, entenda-se — cria e consolida o seu
domínio. E que, tal como todos os colectivistas da História, tem agido
pragmaticamente “à direita”, sempre que a realidade o faz engolir, sem
pestanejar, as convicções ideológicas e as medidas a tomar que propagandeou
para chegar ao poder — por cá, houve quem, anos atrás, metesse “o socialismo na
gaveta”. Porque Obama não é apenas um agente dessa esquerda: isso é, uma vez
mais, engolir o messianismo marxista, na sua afirmação de que as condições
sociais hão-de gerar sempre alguém que as represente e efective, de que a
vontade do indivíduo não é mais do que expressão camuflada do inconsciente
colectivo. Não. Obama é um alguém, possuidor de uma vontade e de um interesse próprios;
como qualquer de nós, não é um agente meramente passivo, é também activo, pretendeu
alcançar o estatuto a que chegou. Obama é, como todo o ser humano, dotado de
livre arbítrio e, portanto, responsável.
Ora um dos pontos de conflito que tem havido entre si e o
Rio d’Oiro é precisamente o grau de envolvimento de Obama em desmandos vários,
permissividade incluída. E argumenta com exemplos de políticos de direita que
sancionam e, por vezes, até dão respeitabilidade a essa permissividade. E isso,
Carmo da Rosa, é não perceber o que está em jogo.
É claro que se quebraram tabus disparatados e inaceitáveis e
que as pessoas que vivem nas sociedades ocidentais onde isso sucedeu passaram a
viver já livres deles. Mas por isso mesmo é que a direita de hoje também não é
já a direita anteriormente dominante, os seus horizontes alargaram-se à medida
das transformações sociais. A direita puritana é folclore, a direita de hoje já
se “debocha” com naturalidade e descontracção, tem uma concepção de vida
muitíssimo mais aberta. Não usa essa autolibertação insidiosamente como arma política,
não manipula as pessoas no que lhes é mais essencial e lhes tempera intimamente
a vida para cimentar o seu domínio “teológico”. Argumentar com a existência de
líderes liberais ou de direita que, a esse nível (e não só), têm o mesmo
comportamento de Obama ou da esquerda “moderna” para afirmar que tal tipo de
coisas nada significa é cair no engodo que a esquerda e Obama estenderam ao
Ocidente crédulo e incauto, é, como dizia o meu paizinho, “o mesmo que comparar
uma vaca com um molho de salsa”.
É a diferença entre assumir novas formas de viver e utilizá-las
como arma, transformando-as na teologia de novos salvadores, que mudam a sua
adopção lenta, natural e espontânea em versículos jurídico-legais moldadores
dos Amanhãs por eles visionados como ninguém e de que serão eternos
oficiadores. Em Portugal, Obama não está no poder, mas temos na universidade
Boaventura de Sousa Santos, do alto de cuja fronte nos contemplam os séculos
vindouros.
Esteja, portanto, descansado. Quando o Rio d’Oiro, o Lidador
ou eu próprio, abardinamos com o Obama ou o apontamos directamente, não é por
embirração, para fazermos reinar a injustiça cega de um qualquer sectarismo ou
para achincalharmos alarve (deverei pedir desculpa por utilizar uma palavra,
que, na sua etimologia, significa “árabe”?) ou gratuitamente. É porque Obama é,
de facto, alguém muito perigoso para o Ocidente e para a presente e futura luta
mundial pela liberdade. Não apenas pelo que faz nem pelo que diz, mas pelo que
diz que faz e porque o faz. Porque, parafraseando Baudelaire, quando dizia que
a maior vitória do diabo é ter-nos convencido de que não existe, a maior
vitória da “esquerda iluminada”, do “progressismo” é ter-nos convencido de que
não é (conscientemente ou inconscientemente) esquerda, mas apenas o ideário do
cidadão de uma sociedade “verdadeiramente humana”.
Se eu quisesse sintetizar o essencial do que aqui fui
pretendendo esclarecer, diria que os três princípios culturais que apontei são,
afinal, como que o horizonte para o qual e pelo qual se moveu e se move a cultura
ocidental. E sob esse aspecto, mais do que necessários, são para ela vitais.
Mas que quando alguns determinam, por vaidade ou por insegurança sobre o que
possa estar mais além do que conseguiram ver — o que constitui esse horizonte
—, fixando-o essa sua visão como a Visão, isso torna-o, pelo contrário, letal,
porque já nada mais há para descobrir do que o que é sabido, nada para fazer
senão ruminar o permitido sob a capa da total ou quase total permissão, sob a
guarda do juízo do pastor omnisciente. E isto engloba quer os antigos paraísos
socialistas — tanto do ponto de vista da economia como do da cultura — quer as
disposições legais introduzidas pela esquerda “moderna”. E também os
socialismos rivais dos marxistas, como o nazismo e o fascismo.
Termino esta minha resposta, que se alongou ao tornar-se,
afinal, já menos para si do que a-pretexto-de-si. Não sei se a ml voltará como o
fez — inesperada, mas atenta e oportunamente — ao fim de tanto tempo, a
ressurgir das sombras, num momento de aparente maior crispação entre alguns de
nós, para falar de um blogue ridículo com ridículas posições de ridículos
colaboradores. Não calculo para que se deu a senhora, de súbito, ao trabalho ou
ao desfastio: mas, confesso, também não estou por aí além desejoso de o saber.
De qualquer modo, não disporei proximamente de muitas oportunidades para
responder seja a quem for. É que não tendo, como o Carmo da Rosa, armários para
acabar de pintar, estou, no entanto, metido noutras tarefas que, além de me
tomarem bastante tempo, me dão um gozo do caraças. E que nada têm a ver com
política. Felizmente.
Até logo.
P.S. - A gravura que encima o post fica como o sinal da minha homenagem às cidadãs lésbicas e bissexuais de todo o mundo.
O PS acaba de descobrir que os impostos sobre as empresas são efectivamente pagos pelas pessoas
O PS foi acometido de um ataque de "neo-liberalismo":
“Discordo da nova taxa, do novo imposto sobre as grandes superfícies em Portugal, porque verdadeiramente, como todos os portugueses já perceberam, não vão ser as grandes superfícies a pagar esse novo imposto e essa taxa. Vão ser os consumidores ou os produtores”, disse o líder do PS, defendendo que “é necessário proteger os produtores do nosso país e os consumidores”.
Aos santos salvadores do aquecimento global
Supreme irony: wind farms can cause atmospheric warming, finds a new study
Our results show a significant warming trend of up to 0.72 °C per decade, particularly at night-time, over wind farms relative to nearby non-wind-farm regions.
domingo, 29 de abril de 2012
A arte de praticar esgrima com um muro
No Espectador Interessado
O entrevistador, um jornalista da Globo, não consegue esconder a sua incredulidade quando Williams, calmamente, fustiga as políticas baseadas na affirmative action, segundo as quais só se poderiam obter resultados sociais aceitáveis aplicando as regras da proporcionalidade - quotas - aos diferentes grupos étnicos (mais tarde de sexo e de orientação sexual) numa dada população.
AUTO-DI-FÉ
Nivaldo Cordeiro
Meus amigos,
Si lembram daquela história da Bíblia, em qui
Jesus deu uma festinha para os amigos lá na Palestina? Mais dipois apareceu
muito pissoal que Ele não esperava e Ele teve ali no momento qui multiplicar
peixi para dar di comer a todos os convidados? Não foi coisa fácil não...
É prêcisamentji com basi nesti fato, qui a Igreja
católica espanhola e á portuguesa passaram a festêjar esti milagri di Jesus com
sardinha assada durante às festas di Santo António. Mais foi Tomás di
Torquemada, o confessor da rainha Isabel a Católica, o grandi inquisidor-mor
dos reinos di Castela e Aragão no século XV, quem oficializa pela primeira vez
esti ato e dá nomi à coisa, falando di AUTO-DI-FÉ...
Pois bem, meus amigos,
em pleno século XV e durante um Auto-di-fé em
que Tomás de Torquemada e seus amigos cristãos reviviam a tradição de Jesus na
Palestina, dando uma festinha com sardinha assada para o povão de Segóvia, quando um
grupo di judeus qui não quis esperar pela sua vez mas quiria agarrar
duas ou três sardinhas di uma vez e caiu dentro do assador, morrendo di
queimadura! O povo falou qui judeu tevi pouca sorti, mais Torquemada, homem
sapientíssimo nessi negócio di religião católica, falou qui a ocorrência era
pura sacanagem di Judeu e que por isso sofreram castigo divino.
Meus amigos,
é com base neste
acidenti, trágico para um grupo di judeus, mais historicamente trivial, qui os
modernos Sancho Panças, essis socialistas degenerados da alma, essis ateus e
apologistas do Mal, essis veadinhos da Escola di Frankifur si servem para dizer
atualmentji qui a Igreja Católica assava judeu como sardinha em Espanha e Portugal no século
XVI…
Tudo mentira, tudo conversa di bicha… Como é
qui á Igreja Católica vai assar judeu si o próprio Cristo Nosso Senhor era (e
é) judeu? Judeu é genti boa qui sempri foi protêgida pela Santa Igreja, e como
dissi no início e vou ripitir:
”Vejo o Mal em ação, o Mal que aprende e que
se potencia contra as coisas de Deus. Os judeus, como os cristãos, são seu
alvo, sempre e sempre. De novo e de novo.”
sábado, 28 de abril de 2012
Porque amanhã é domingo: Ariel Ramirez - La tristecita (zamba) PIANO
Música a 6 dimensões (a ordem não interessa): Harmonia, melodia, dinâmica, ritmo (variação de), arranjo, simplicidade (aparente).
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Família, sexo e marxismo cultural
Tem havido aqui uma interessante troca de ideias sobre a família, sexo, marxismo e afins.
O Gonçalo tem-se esmerado e o CdR tem brincado que nem um índio.
Por falta de tempo vou dando a minha opinião, desgarrada como é típico das caixas de comentários.
Mas este é um assunto interessante, que lança gavinhas para a questão do marxismo cultural.
Começo por dizer que não subscrevo a ideia (feminista e protomarxista) de que as relações entre sexos são basicamente relações de poder. Eu sou daqueles que acham que os homens devem ser cavalheiros e tratar as mulheres com cortesia e sensibilidade, mesmo aquelas mulheres de tal modo feministas que se eriçam com a ideia de serem consideradas senhoras.
Porquê?
Porque as mulheres são o tesouro mais precioso da espécie e é por isso, racionalizado ou não, que elas devem ter precedência, em situações de perigo e não só.
Mas adiante.
Um dos dogmas do missal politicamente correcto e hoje considerado "moderno", é a ideia do sexo como algo de natural, que não deve ser sujeito a ritualizações e constrangimentos culturais.
Esta ideia de "libertação sexual", nascida nos idos de 60, foi, e é, essencialmente uma boa táctica masculina, já que o sexo "fácil" é sobretudo agradável aos homens.
A biologia explica isto muito bem. Os homens são impelidos a espalhar ao máximo os seus genes, ao passo que, às mulheres, as limitadas possibilidade de procriação, exigem muito mais selectividade e investimento num único parceiro.
Os homens são (todos, em menor ou maior grau), basicamente predadores sexuais e quem acha que assim não é, ou tem uma sexualidade anormal, ou ainda não se olhou a si mesmo.
As feministas, evidentemente, viram nesta ideia do sexo livre, um passo em direcção à igualdade. Pois se os homens são promíscuos, as mulheres não o podem ser também?
De algum modo é compreensível, se projectarmos estas ideias sobre o pano de fundo da repressão do tipo vitoriano e sobre a irrealista idealização feminina que a antecedeu.
Acontece que não é uma questão de poder. Em a "Insustentável Leveza do Ser", Kundera dá-nos conta de uma personagem feminina que tenta agir como um homem, tendo sexo de forma mecânica, e acaba debulhada em lágrimas, porque aquilo não só não lhe agrada, como a deprime.
Mas estas reacções, bem como as desconfianças da generalidade das mulheres relativamente a balneários mistos, dormitórios mistos, etc, sempre foram encaradas como retrógrado condicionamento cultural.
O resultado disto foi um mundo bem mais agradável para os homens do que para as mulheres.
Não é por isso estranho que hoje se assista a um feminismo reactivo em relação à chamada "libertação sexual". Como emblemas desta reacção, temos o movimento lésbico, a hostilidade feminina à pornografia masculina, o conceito de assédio sexual, a vontade das mulheres em realçarem a sua feminilidade, etc.
A chamada família nuclear, que sobrevivou a várias décadas de escárnio, por parte das pessoas empenhadas na "libertação sexual", vem ganhando nova respeitabilidade.
E são, muitas vezes, aqueles que a ridicularizavam, que surgem agora a incensá-la, embora segundo um novo Evangelho que apenas fala de amor. E segundo esse vademecum, deverão formar uma famíla nuclear, todos aqueles que o queiram, desde que haja "amor". Independentemente do género, por exemplo.
Ora a família tem algo a ver com amor, sim, mas sobretudo com responsabilidade. As crianças não querem ser beijadas a toda a hora, antes desejam essencialmente segurança, entremeada com ocasionais demonstrações de afecto. Os rapazes, por exemplo, a partir de determinada idade, detestam ser apaparicados pelas mães.
E, na realidade, não é pelo numero de beijocas e manifestações alambicadas de amor, que nós apreciamos os nossos pais, mas essencialmente por estarem lá, quando precisamos deles. Responsabilidade, segurança e, claro, também afecto.
De onde veio esta ideia, tão presente na cultura pop, de que é o amor que deve determinar a família?
Da desconstrução marxista.
Esta cultura popular, originada no pensamento marxista e recauchutada pelo marxismo cultural produzido na Escola de Frankfurt, passou anos a tentar desmembrar a família como instituição social e tenta agora reconstrui-la como uma associação puramente voluntária alicerçada em sentimentos pessoais.
Ora, na vida real, a família assenta sobre sentimentos impessoais. Não respeitamos pai e mãe por aquilo que são como pessoas, mas porque são o nosso pai e a nossa mãe. A sua autoridade primordial não surge porque a merecem, mas porque ela deriva naturalmente do seu papel.
Ora estas noções de papéis culturais e autoridade natural são blasfêmias segundo o pensamento politicamente correcto. Elas apontam para a tradição, e indicam uma predisposição conservadora.
Deus nos livre de tal anátema!
E é por isso que o marxismo cultural rejeita a "família burguesa", assente na responsabilidade e na autoridade, e procura recriar a familia exclusivamente como ligada pelos afectos.
Só pode dar asneira, porque os "afectos" têm uma característica que torna os casamentos muito voláteis: a sua eternidade dura geralmente pouco tempo.
Da surdez no clítoris - 4
Achei por bem acrescentar ainda alguns aspectos, para que não ficassem dúvidas quanto àquilo a que pretendo chegar. Pelo que dividi o que restava em duas partes, a última das quais publicarei na segunda-feira. Entretanto, irei a Inglaterra para tentar encontrar um determinado árbitro de futebol.
Bom fim-de-semana.
(...)
Quando Álvaro Cunhal publicou A superioridade moral dos comunistas já Freud era, há muito, dono da
secção ocidental do Jardim das Delícias, comunistas residentes incluídos. O
século XX foi, neste plano, o século da psicanálise, o que, em conjugação com o
aumento do número e importância dos papéis desempenhados pelas mulheres e a
consequente alteração do estatuto do feminino, alterou por completo a
perspectiva das relações entre os sexos e a própria definição do que definiria
cada um deles quer individual quer socialmente. Os conceitos psicanalíticos
foram, a partir de certa altura, integrados num outro conjunto conceptual
emergente no âmbito da luta por emancipações e direitos diversos, sempre,
todavia, inseridos num enquadramento dado pelo vocabulário social e histórico
do ou com a raiz oitocentista do materialismo dialéctico.
Foi nos trinta anos decorridos entre 1955 e 1985 que teve lugar a formação do contexto no seguimento do qual vivemos hoje. São os trinta
anos em que as chamadas tendências sociais minoritárias irrompem no Ocidente
como expressão da necessidade das mudanças no modo de viver que se tornavam
irreprimíveis. Surgem grupos contestatários do “sistema”: os provos, na Holanda; quase imediatamente,
os beatnicks; poucos anos depois, nos
USA, o movimento hippie, como
consequência da influência de ambos os grupos na chamada beat generation; e, inevitavelmente, dois ou três anos depois, os yippies, do Youth International Party, politicamente ligado ao anarquismo —
todos eles declarados pelos marxismos instituídos como movimentos de alienação
da juventude fabricados pela CIA para a desmobilizar da "justa luta encabeçada
pelos comunistas". É também na segunda metade da década de 50 que, paralelamente
à posterior pregação hippie do “make love, not war”, começa a emergir o burguesíssimo movimento swinger, o qual no final
dos anos 60 merecia já reportagens em órgãos de informação tão respeitáveis como
a Newsweek. E é também nos mesmos
anos que a homossexualidade — essa “tristeza”, como a classificava o mesmo Cunhal, nos
anos 90 — começa a espreitar dos armários quando não a mostrar-se já orgulhosamente de corpo inteiro. De tudo isto se distanciaram os marxismos dos
diferentes países “revolucionários” bem como os partidos comunistas, de diversas
obediências, do resto do mundo: homossexualidade, bissexualidade, família comunitária,
amor livre e o próprio erotismo eram considerados desvios, doenças da sociedade
burguesa.
Lembro-me de haver lido algures que um jornalista de uma
revista de Angola (de cujo nome não me recordo agora e onde escrevia gente da craveira do poeta Herberto Hélder),
enviado para cobrir a chegada do Homem à lua, voltou mas a falar
predominantemente de coisas como… camas de água, inventadas por essa altura e
aproveitadas desde logo para muitas mais coisas além de dormir. Além de dar também
conta de algo que, visto à distância de mais de 40 anos, adquire contornos
interessantíssimos: a orgia sexual colectiva que se terá seguido ao sucesso da missão
entre muita gente envolvida no projecto, quase como que numa celebração
espontânea da própria espécie. Creio que este exemplo
bastará para se conseguir uma imagem da erupção que, neste plano, se deu no
Ocidente. Juntamente com as emergentes problematizações ecológicas e à atenção
dada às formas espirituais de vida do Oriente, do hinduísmo ao budismo zen — a
este último devido sobretudo aos estudos de Alan W. Watts, que integrava o
exército americano estacionado no Japão a seguir ao final da guerra.
O Maio de 68 representa e acrescenta algo a tudo isto: a
afirmação da existência de uma esquerda “moderna”, de “temas e propostas
fracturantes”, para utilizar a terminologia de herdeiros dos soixante-huitards, como o é a parte mais
inspiradora da formação do BE. O fascínio oriental chegou também aos “duros” do
marxismo (e, não por acaso, aos neo-nazis), com os seus entusiasmos pelo educador-mor das massas, Mao Tsé-Tung e
pela “revolução cultural” do “Bando dos 4” no PC chinês, esses “comunistas de
manteiga”, como lhes chamara Estaline — agora também “bloquistas”. E nem é
preciso sair da recordação da constituição do Bloco para nos apercebermos de
outra coisa.
(...)
Marxismo entranhado
Dúvidas houvessem sobre a dualidade esquerda=bom / direita =mau reinante na nossa imprensa e na europeia temos dois excelentes exemplos a pulular na actualidade internacional.
No caso Breivik temos o caricatural da acusação a invocar insanidade e o arguido e sua defesa a negá-la. A motivação desta inversão de papéis é clara: pretende-se demonstrar que quem é acérrimo opositor do multiculturalismo, do actual modelo de integração ou mesmo ouse pôr em causa os ideiais de esquerda deverá ser rotulado de "maluco".
No caso das eleições francesas, e relativamente aos resultados da Frente Nacional, encontramos artigos de opinião (mascarados de notícia) com as seguintes pérolas: «Quanto menos diplomados mais votam na FN. São seduzidos pelo lado anti-sistema e pela denúncia das elites, escreve Le Monde. [...] A extrema-esquerda apenas atraiu o voto de dez por cento das classes populares, residindo a sua força nas classes médias e, sobretudo, entre os mais diplomados. »
Ou seja, com ares de análise científica, afirma-se que a esquerda é composta por iluminados, cultos e letrados, e a direita é composta por grunhos, influenciáveis e inimputáveis.
Esquerda e racismo: unha com carne
Supremo ribunal Federal do Brasil aprova, por unanimidade, a política de cotas raciais
Nivaldo Cordeiro:
Nivaldo Cordeiro:
A confirmação, pelo Supremo Tribunal Federal, das contas nas universidades é a prova do descenso moral da Nação, que implantou agora o racismo oficial, legal. Perdemos a declaração formal de que todos são iguais diante da lei. E não nos esqueçamos da unanimidade, porque ela diz muito: o baixo nível moral e intelectual do STF foi devidamente contemplado por ela. Vivemos tempos de grandes perigos
Dos donos do popular
A assembleia "popular" da escola da Fontinha reuniu-se na rua, à porta fechada. Só era permitida a presença dos apropriados "populares". Os que poderiam assistir via TV eram populares inapropriados.
E porque não se lhes dá com um gato morto na cara até o gato miar?
E porque não se lhes dá com um gato morto na cara até o gato miar?
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Contra-comemorar o 25A com um poema libertário
A 26 de Abril, “o dia seguinte”, era um dado adquirido que íamos ter palhaçada, que os “ideais puros e tal” só eram “puros e tal” se fossem "comunistas e tal", e quem tivesse dúvidas podia acabar preso sem saber porquê, nem por quanto tempo, e ainda ser seviciado.
Foi preciso esperar mais de um ano pela democracia. O que não esperou foi a roubalheira, que continua instalada, nessa mesma democracia.
Para contra-comemorar o 25 de Abril do Triunfo dos Porcos reformatado que molda o Portugal de hoje, para contrariar o espírito de carneiros obedientes mas exigentes que molda os portugueses de hoje, nada como escarrapachar aqui um poema libertário português:
Foi preciso esperar mais de um ano pela democracia. O que não esperou foi a roubalheira, que continua instalada, nessa mesma democracia.
Para contra-comemorar o 25 de Abril do Triunfo dos Porcos reformatado que molda o Portugal de hoje, para contrariar o espírito de carneiros obedientes mas exigentes que molda os portugueses de hoje, nada como escarrapachar aqui um poema libertário português:
Link para o texto do Cantico Negro, de José Régio.
DONOS DE PORTUGAL
Afinal trata-se de uma ‘quadrilogia’! Deus, Pátria, Família e um ENORME ESTADO.
Donos de Portugal é um documentário de Jorge
Costa baseado no livro homónimo escrito por vários dirigentes do Bloco de
Esquerda sobre cem anos de poder económico. O filme retrata a proteção do
Estado às famílias que dominaram a economia do país, as suas estratégias de
conservação de poder e acumulação de riqueza. Mello, Champalimaud, Espírito
Santo – as fortunas cruzam-se pelo casamento e integram-se na finança. Ameaçado
pelo fim da ditadura, o seu poder reconstitui-se sob a democracia, a partir das
privatizações e da promiscuidade com o poder político. Novos grupos económicos
– Amorim, Sonae, Jerónimo Martins - afirmam-se sobre a mesma base.
É possível que os Donos de Portugal, ou seja,
as famílias mais influentes retratadas neste documentário, não se vejam como
socialistas, mas entre o minuto 09:11 e 09:56 o locutor Fernando Rosas faz uma
introdução ao Estado Novo que, na minha opinião, deixa pouca margem para
dúvidas acerca das características socialistas do regime do doutor Oliveira
Salazar:
09:11
O regime tem duas características: por um lado
cria grupos industriais, e por outro mantém uma ganga de pequenas actividades
obsoletas.
São mantidas como?
Como base social do regime e são mantidas
através de dois instrumentos fundamentais: uma é o condicionamento industrial,
que é uma coisa quase surrealista vista aos olhos de hoje, porque significa que
não podes criar uma nova indústria, não podes mexer em nada de essencial na tua
empresa: comprar uma nova máquina, mudar um turno de trabalho, recrutar mais
trabalhadores e despedir. Não podes fazer nada de relevante, desde a criação da
empresa até à modificação do seu funcionamento, SEM A AUTORIZAÇÃO DO ESTADO.
09:56
Isto nem na China!
Os dirigentes do Bloco de Esquerda que
escreveram o livro que esteve na base deste documentário, estão na realidade
mais próximos de Salazar do que por ventura gostariam de admitir!!!
quarta-feira, 25 de abril de 2012
A "europa" espalha os lingotes que os bancos, por acaso, irão encontrar
"Os bancos podem-se refinanciar a eles próprios. Nós apenas criamos as condições de mercado para que eles se re-financiem."
Portugal, 25 de Abril de 2012
Atendendo a ser a data que todos conhecemos, achei oportuno publicar este texto, originalmente publicado aqui, e que o Joaquim Simões, por sua vez, também achou por bem divulgar no Ablogando. O final do texto que tenho vindo a escrever ficará para amanhã.
MILITARES DE ABRIL QUEREM SAIR DE NOVO PARA A RUA
O Protagonismo político camuflado na A25A
A “Associação 25 de Abril”
(A25A) fiel à ideologia inicial do seu “Abril não desarma” declara que “não
participará nos actos oficiais nacionais evocativos do 38.º aniversário do
25 de Abril” mas sim em comemorações populares, traduzido isto em texto claro: participará
em comemorações arruaceiras. A A25A quer ver os militares abrilistas na rua
antes que o povo os chame à responsabilidade. Nestes festejos, a sociedade
portuguesa deve estar atenta não só aos que comemoram a oficialidade como
também aos mais populistas, aos “conscientes das obrigações patrióticas que a
nossa condição de Militares de Abril nos impõe…”, aos que, oportunamente
abandonam as bancadas, como faz agora Soares. Só assim, os portugueses poderão
concluir do conluio entre irresponsabilidade política e popular para se tornar
imune contra o oportunismo de ideologia e de rectórica alienante.
Aproveitando-se do
mal-estar português, a A25A torna-se porta-voz de recalcados anseios dos seus
“Militares de Abril” por um novo Golpe Militar. A A25A apoia descaradamente a opção militarista
como solução para os problemas de Portugal, como Portugal fosse uma república
das bananas interessada na solução árabe para Portugal. De facto, a A25A
confessa, para quem lê nas entrelinhas: “declaramos ter plena consciência
da importância da instituição militar, como recurso derradeiro nas
encruzilhadas decisivas da História do nosso Portugal”. Portugal “nosso”
deles…
Continua-se com a mesma
oratória de há 200 anos para cá, como se os problemas políticos e sociais das
sociedades modernas pudessem ser solucionados com uma rectórica irresponsável.
Têm ainda a insolência de afirmar: “a nossa atitude não visa as Instituições de
soberania democráticas”, como se esta acção demagógica não partisse de pessoas
ligadas às instituições de soberania como é o caso de Militares e não fosse
apoiada como pessoas como M. Soares.
Afinal, quem são os
“Militares de Abril”? Uma aparição salvadora? O protagonismo político, que a
A25A cobre, é irresponsável, num momento em que Portugal ferve e deveria
reflectir sobre si mesmo e sobre estratégias isentas para sair da crise.
Fala-se do Militares de Abril como se na terceira república não tivéssemos
também os militares de Novembro. Será que as forças militares se sentem
obrigadas a ideologias ou a facção abrilista está interessada em criar o caos
em Portugal?
Os interesses da facção
dos “Militares de Abril” e seus aliados, em tempos de crise descobrem a rua e
muitas autarquias locais como campo de acção, para, por trás do mito de Abril
(Primavera) poderem continuar a vestir a pele de cordeiro e poderem, no ribeiro
popular, afirmar que quem “suja” a água não são eles mas os outros, os maus. Camuflados dos ideais de liberdade, justiça e
libertação enganam o povo dizendo “A A25A participará nas Comemorações
Populares e outros actos locais de celebração do 25”.
É cinismo verificar como
“Militares de Abril”, que, com os seus cúmplices de partido, atraiçoaram os
interesses de Portugal, a nível internacional, se querem agora aproveitar da
crise e das insatisfações do momento bem como correspondente descarga de culpas
no estrangeiro. A culpa morreu solteira, sabia o povo de antigamente! Em nome
de Abril, a terceira república meteu a carroça da nação na lama e os seus
beneficiados querem-se agora ilibar, armando-se em libertadores da nação. Coisa
semelhante aconteceu na primeira república que depois deu origem à do Estado
Novo. A Nação portuguesa já está habituada a ser o bombo da festa de
oportunistas à espera do momento para assaltar o Estado. Quem provou os seios
do Estado foge do povo para se alimentar dele.
Na sua ética e moral
jacobínias atiram pedras escondendo-se por trás de palavrinhas mágicas como
liberdade, cidadania. Do alto do barranco do protagonismo político da A25A,
pretendem a sua “Integração plena na sociedade portuguesa” como se eles não se
tivessem de integrar na sociedade portuguesa. Esta mentalidade tem sido o
cancro da nação: em vez de se pretender integrar as partes no todo pretende-se
reduzir o todo à parte!
Que as condições mercantilistas
impostas a Portugal devam ser contestadas é lógico mas que o movimento
republicanista se lave as mãos da lixeira por ele criada, ultrapassa os limites
do tolerável.
O que falta em
Portugal é o sentido dum trabalho produtivo, um voltar à terra e ao povo
deixando a ideologia que apenas serve os privilegiados, os tais de “corpo
inteiro”, já que turbo-capitalismo e esquerdismo só valorizam o trabalho à
custa da dignidade humana. Os quadros da ideologia e da economia, esses, os
senhores da ética (que enriqueceram à custa do 25 falam agora de “ética como
“palavra vã”) são os novos-ricos alimentados à custa da exclusão social e de
dinheiros da UE. Senão observe-se a excrescência que o 25 de Abril tem
produzido: gente esfomeada do dinheiro e da ideologia a viver seus nichos e uma
pobreza cada vez mais envergonhada. Enriqueceram à custa da revolução e à
sombra da revolução atiram pedras sabendo bem que quem paga a crise não são
eles, os encostados à Nação mas sim o povo que a alimenta.
Construíram um Portugal
dos oportunos (somos dos países com mais cargos em instituições internacionais
e vêm agora queixar-se que “Portugal não tem sido respeitado entre iguais”. Precisam dum Portugal vítima para não terem de ser
chamados à responsabilidade. Os delinquentes são sempre os de fora! Para si só
importam o marisco!...
Falam de barriga cheia
porque sabem que a crise, seja ela qual for, só ajuda os das margens da
esquerda e os das margens da direita.
A terceira república fomentou a irresponsabilidade, o medo sub-reptício, o
conformismo e o oportunismo; tudo isto em nome do combate ao fantasma de
Salazar, pensando que se pode viver à custa do trabalho dos outros. O povo não
come moral nem ideologia e neste momento o que tem é fome, fome de justiça e de
trabalho digno e de honra ganha com o próprio esforço.
Os Militares
revolucionários de Abril queriam-nos um protectorado de Cuba, Pequim e Moscovo
e, agora, no seu camuflado de libertadores abrilistas, acusam-nos de sermos um
“protectorado”. Protectorado não é porque Portugal conhece bem o sol do
oportunismo e a sua situação de terra maninha, a terra do que é mais forte. A
nossa História dos últimos séculos só dá razão aos fracos no momento em que
servem de plinto para os mais fortes subirem.
No manifesto da A25A,
incapazes (a situação em que nos encontramos é disso a prova) acusam Portugal
de ter “dirigentes sem capacidade autónoma de decisão” como se não tivessem
sido eles, também, quem na altura abdicou de Portugal para se deixar ir na
corrente mais forte.
O regime da terceira
república configurou a Constituição Portuguesa e o povo na afirmação dos seus
ideais e valores ideológicos e numa estratégia de derrube de tudo o que
cheirasse a tradição ou a ética da responsabilidade pessoal e institucional. O povo dançou e dança nele ao toque das bandas
políticas deles e da moda; agora sofre as consequências e os organizadores da
festa têm o desplante de se armarem em homens bons. Porque “Abril não
desarmou”, Portugal chegou onde chegou. Há 38 anos os militares de Abril na
“convicta certeza „ de só eles serem os porta-vozes do povo, quando, o que
fizeram foi substituir um regime autoritário por outro, e permanecer na
“convicta certeza” de só terem certezas para oferecer, esquecendo que o que faz
um povo crescer é a dúvida metódica. Se “Abril não desarma” o povo encontra em
guerra: a guerra do oportunismo só serve os tais que sempre vivem encostados à
“convicta certeza” como quer a A25A.
Ontem como hoje os
portugueses gritaram e gritam por liberdade; ontem como hoje os responsáveis
falam da culpa dos outros e o mesmo povo entra no jogo não notando que está
sempre a canto! O que Portugal precisa não é de revolução, o que o precisa é de
responsabilidade. Quem aposta na culpa dos outros precisa de um inferno para
eles! Esquece que o paraíso que tem para oferecer é o inferno dos outros
também!
Viva Portugal, termina o
manifesto. Os mercenários internacionalistas de outrora camuflam-se agora de
patriotas e gritam a palavra oportuna do momento: Viva Portugal!
António da Cunha Duarte
Justo
terça-feira, 24 de abril de 2012
Da surdez no clítoris - 3
(...)
A viabilidade e a verdade do socialismo científico enquanto
único sistema político natural ao Homem depende, portanto, da verdade dos
princípios, ou seja, da medida em que eles traduzam efectivamente a realidade. O
materialismo dialéctico ou materialismo histórico ou marxismo procede, deste
modo, ao contrário do que afirma ser: uma ciência; porque o pensamento
científico não afirma a existência de algo antes de a provar, sem o que não
seria ciência mas doutrina. Não podendo os teóricos do marxismo saltar no tempo
para se assegurarem de que a sua análise e previsão são verdadeiras, o marxismo
não é mais do que isso: uma doutrina que parte da simplificação conceptual da
complexidade do real. E que procura disfarçar essa sua fragilidade conceptual
com a complexificação teórica sobre uma evolução social desde os tempos
arcaicos até aos nossos dias, para fazer afirmações seguras sobre como ela
chegará ao seu termo e considerando esse final como o reencontro da Humanidade
perdida consigo própria. No que, como se sabe, para grande embaraço dos
marxistas, falhou todas as previsões, já que foi nos países em que a teoria
previa uma mais tardia chegada à revolução proletária aqueles onde se instalaram
as primeiras ditaduras comunistas.
Daí que Sartre, enquanto militante comunista, haja
escandalizado as cúpulas teóricas do socialismo ao dizer que o materialismo
dialéctico não tem ponta por onde se lhe pegue, e fosse repescar Hegel para
justificar o comunismo pela via do existencialismo — o que, eliminando a possibilidade da
previsão segura, retirava o carácter messiânico à propaganda comunista, para
grande irritação do PCF. De facto, o marxismo situa-se ao nível da fé, melhor
dizendo: da fezada. É esta a dimensão da “fé socialista”, expressão que, como
se pode ler em cartas trocadas entre ambos, Marx e Engels, ambos decidem
abandonar por equívoca (cf. O prefácio ao Manifesto
do Partido Comunista, publicado pelas Edições Avante!), tanto mais que abastardava
o carácter “científico” de que os autores queriam revestir o materialismo
dialéctico. Nem é preciso chamar Freud. Mas, para o que interessa no final
desta minha resposta, é precisamente Freud que é preciso chamar.
Dizia Rorty, o maior filósofo americano contemporâneo, desde
sempre ligado à esquerda dos EUA, que para justificar o desejo que todos temos
de sermos decentemente pagos pelo nosso trabalho não é preciso arranjar uma tão
complexa justificação como é a que deu Marx. Ou, como diria o diácono Herman:
não havia nescheschidade… hmm …hmm. Complexidade essa, para cúmulo, assente em
conceitos tão superficiais que pouco resistem a uma análise séria. Mas tais
fragilidades do marxismo revelaram-se, afinal como a sua maior força de
expansão! É que essa superficialidade preto-no-branco de onde parte depois o
rendilhado dialéctico é facilmente absorvível e manejável por qualquer um à
saída da adolescência, a época em que todos organizaríamos facilmente o mundo —
bastaria que nos dessem o poder para tal, que isto era cá um cortar a direito…!
A disseminação e penetração desses conceitos nos mais
diversos sectores das sociedades europeias e norte-americanas, facilitadas e
justificadas por via das oscilações, das asneiras e dos desmandos que nelas
ocorreram no período de transformação das suas economias desde o final do
século XIX, acabaram por as constituir como as referências principais do mapa
intelectual do Ocidente. Com as inevitáveis consequências no plano da
perspectivação dos problemas que nele surgiram e nas soluções para eles
propostas ou adoptadas. Dos jovens intelectuais aos jovens e velhos trabalhadores de menor ou média qualificação, muitos deles injusta e estupidamente
afastados, quer do alargamento dos estudos quer do capital que lhes permitiria
a dinâmica empresarial que poderiam desenvolver, por uma estrutura social ainda
demasiado estratificada, a Oeste o aparelho conceptual da esquerda popularizou-se
como ferramenta intelectual de serviço para sucessivas gerações de gente com
mais ou menos legítimas aspirações à mudança. O desenvolvimento industrial e tecnológico
expandiu-o por todos os continentes.
A esquerda, porém, ao longo do seu percurso histórico, não
apenas criou o “caldo cultural” em que vivemos (para cuja existência e
influência avassaladora ao nível conceptual e do correspondente raciocínio o
Lidador não se cansa de alertar) como, inevitavelmente, se deixou permear pelos
acontecimentos e pela evolução social e política decorrentes da segunda e da
terceira vagas da industrialização, procurando tratar, com os mesmos conceitos,
os novos problemas, procurando apresentar o marxismo como uma teoria, na sua
essência, trans-histórica.
É o firmar de uma outra cultura que visa estabelecer, uma
cultura de homens por fim livres, aquilo que constitui o terreno em que a
esquerda assentará o assumir da sua luta no plano cultural. De início somente
empenhada na luta pelo acesso de todos aos bens anteriores e na
produção de outros, diferentes, desse tipo, que constituíssem, em simultâneo, instrumentos de
luta contra o capitalismo e visões da desejada sociedade nova — a chamada “arte
comprometida” com as lutas do “bom povo” — a esquerda foi, progressivamente,
geração após geração, sendo posta perante novos problemas decorrentes do
processo em curso nas sociedades em que se gerou. Em que se incluíram, a partir
de certa altura, não apenas novos dados como outros elementos, até aí estranhos
à noção de cultura, que contrariavam muitos dos anteriores.
Na sua A Origem da
Família, da Propriedade Privada e do Estado, Engels faz, no final do último
dos três capítulos iniciais, nos quais traça a evolução do conceito de família
desde as sociedades arcaicas até ao final do século XIX, uma advertência às
gerações seguintes: embora ele considere que a família monogâmica europeia oitocentista
constitui o melhor modelo jamais conhecido, o que ele pensava nada valerá face ao
que os homens futuros quiserem que seja a sexualidade e a família. Estes três
primeiros capítulos, num total de oito em que se divide o texto de Engels, e
que constituem metade da obra, foram referidos sumariamente e pela última vez
em público por Lenine, num discurso aos estudantes, em 1919 (os restantes cinco
estão na base da propaganda oficial dos partidos comunistas de todo o mundo). A
revolução bolchevique, aquela que o nosso Mário Castrim considerou como o
acontecimento que marcava a saída do Homem da Pré-História, decretou logo após
o casamento monogâmico como o único válido nos Amanhãs Canoros da URSS, mesmo que
contra as sacrossantas tradições de muitos dos povos que a integraram
voluntariamente ou à força.
Porquê? Porque os grandes argumentos dos comunistas e dos
revolucionários de todos os cambiantes sempre se basearam muito menos numa
estrutura teórica do que na sua superioridade moral. Marx nunca propôs nenhum
falanstério, nunca contestou a monogamia enquanto único paradigma moral sexual
e familiar: contestava, isso sim, a degradação a que ela estava sujeita pela
imoralidade do casamento burguês. Por cá, o Júlio Dantas e os republicanos
também fizeram da superioridade moral, ao nível da justiça e da sexualidade, o
esteio da sua justificação quanto à necessidade da revolução do 5 de Outubro para derrubar uma monarquia injusta, prepotente e, oh!, em permanente deboche.
Termino amanhã.
(...)
ABOLIR A FAMÍLIA
Amor burguês em quantidades industriais. Ainda a direita se queixa! É preciso ter lata...
Abolir a família! Sim, mas a burguesa ou a
chinesa?
A família em geral, ora aqui está uma coisa
acertada do esquerdalho pra frentex. Como dizem os holandeses, que sempre foram muito dessas
coisas de socialismo, os amigos somos nós que os escolhemos, a família é-nos
impingida… Mas não há crise para os que gostam muito de estar em família,
porque a grande maioria dos comunas são de direita. Veja-se o exemplo de amor
familiar que nos é dado a partir da Coreia do Norte: os Kims devem certamente ter lido o Manifesto do Partido Comunista em pequeninos, mas o mais
provável é terem-se esquecido, porque na realidade só têm mesmo confiança na
família…
Mas também o Mao - que até gostava à brava de
dar umas traulitadas nas secretárias que tinham todas idade para ser suas netas
e que sempre o acompanhavam nas suas digressões num comboio privado pela China
fora - que pouco antes de falecer e num momento de arrependimento burguês se preparava para
promover a mulher ao cargo máximo... O Deng Xiauping,
que apesar de ter traduzido o Manifesto para mandarim e andar sempre com o Livro
Vermelho na algibeira já não ia lá muito à bola do Mao, sempre achou muito mal, lá está, muito pouco família e
burguês, a Jiang King ter três amantes ao mesmo tempo (Zang Chunqiao, Wang
Hongwen e Yao Wenyuan). Por estas e por outras o Deng não alinhou em modernices
e o bando da uma + três são quatro foi parar à cadeia e condenado à morte…
Justiça de direita burguesa
O Mao podia andar aos três meses de comboio
pela China fora a comer as secretárias à grande e à francesa (não estou a
inventar, tudo isto se pode ler no livro de Li Zhisui, o médico de cabeceira do
Grande Timoneiro) e a mulher coitadinha não podia dar umas quecas com uns
jovens e ambiciosos marxistas-leninistas!
Que grande burguês este Deng me saiu!
O que veio a confirmar-se pouco tempo mais
tarde, quando se tornou Camarada-Presidente e introduziu o capitalismo selvagem
na China. Não contente, ainda introduziu a família chinesa muito burguesa de
uma criança só.
Mas casar na Alemanha (de preferência num Castelo como este em Neuschwanstein) é o último grito em casamento burguês chinês)
Nicolau Ceaucescu com a sua Helena também
faziam um lindo par burguês, é verdade… mas há sempre uns cabrões que
interpretam o Manifesto à letra e depois dá no que se viu…
E para terminar temos os Castros em Cuba,
outros grandes defensores da família. Ultimamente até convidaram o Papa para
dar à família burguesa e cristã um cachet que até há pouco esta instituição
carecia muito na ilha! Até ouvi dizer - por isso não levem a mal se
estiver enganado! – que em Santiago de Cuba as casas de tias é porta sim porta
sim! Modernices: um dia destes chega o Fidel a casa depois de mais um enorme
discurso e está a mulher em pelotas com um grande charuto nos beiços…
"Onde é que tu estavas quando Portugal se atascou na 'europa'"?
1.
“Foi um “erro histórico” entrar no euro.“Avisei que, com a moeda única, iríamos ter mais défices externos, menos PIB efectivo, menos PIB potencial, menos emprego. Chamaram-me eurocéptico e outros mimos que me colocavam a nadar contra-a-corrente”, lembra Miguel Cadilhe em entrevista publicada hoje no jornal i.
Declarar hoje que se “avisou” sobre o problema da entrada no euro não chega, até porque o euro, sendo o problema maior, não é “o” problema mas um dos problemas que a união política e monetária trouxe a Portugal. Mais importante que a questão do euro, é relevante saber onde “estava” politicamente Cadilhe nas datas seguintes:
1 de janeiro de 1986;7 de fevereiro de 1992;
1 de fevereiro de 2003;
13 de dezembro de 2007.
2.
Na mesma entrevista, diz Cadilhe: “Não deveríamos ter entrado para o euro, hoje não devemos sair”.
O que é como quem diz, “não devíamos ter entrado na casa dos horrores, agora não devemos sair”, ou “não devíamos ter casado com aquela megera, agora não devemos divorciar-nos.” A questão é que, mais tarde ou mais cedo, a tal megera vai atirar janela-fora a roupa, os livros e os cd's do emplastro e ver-se livre dele, tudo isto depois de ter mudado a fechadura. Veremos então o que Cadilhe dirá.
Das carpideiras do cravo
Relativamente ao anúncio que umas tantas alucinárias deram à estampa "informando" que não iriam as comemorações do 25 de Abril, deixei uns quantos comentários no Facebook de Ramiro Marques.
....
Dá volta ao estômago que o cravo tenha sido abocanhado por toda a esquerda. Dá volta ao estômago que o cravo tenha sido abocanhado por forças que defenderam e tentaram, in extremis, implantar a ditadura do proletariado.
...
Vamos lá pôr os pontos nos i e chatear os tristonhos pela ausência dos especialistas em transporte de cravos.
O 24-25 de Abril foi um golpe implementado por razões relacionadas com mordomias de alguns militares.
A reacção popular no dia 25 foi muito para além do esperado e o golpe transformou-se em revolução.
Pouco tempo depois o PCP tinha tomado posições no sentido de controlar a generalidade do estado e, em conjunto com a extrema-esquerda, tinha voltado a aplicar a censura e propaganda na generalidade dos órgãos de comunicação social. Chegou a haver pancadaria entre facções esquerdistas e a tomada de poder esquerdista na Rádio Renascença foi de tal ordem que o emissor de Lisboa (na Buraca, ode está agora o prédio da Agência Portuguesa do Ambiente) foi dinamitado para esvaziar a coisa e permitir a recuperação de controlo pelos legítimos proprietários. No jornal República houve pancadaria porque os tipógrafos afectos à UDP não queriam publicar o que a redacção entendia. ... este período entre o 25 de Abril e 25 de Novembro é sistemática e propositadamente mal contado nas salas de aula. Havia um ou outro órgão (variava no tempo) que iam conseguindo escapar a esta censura (antes do 25 de Abril também assim era). Foi nesse período que, se a memória me não falha, BBC voltou a emitir para Portugal para contrabalançar o engajamento da comunicação social ao PCP e à extrema-esquerda.
A democracia (ainda não formal) foi, de facto, apenas instituída com o 25 de Novembro de 1975. Só o golpe anti-esquerdista de 25 de Novembro de 1975 permito que os trabalhos da então assembleia constituinte continuassem de forma a ter-se aprovada (em Abril de 1976) a primeira versão da Constituição de Portugal do pós 25 de Abril.
A democracia formal só chegou em Abril de 1977 com a primeira Assembleia da República eleita directa e universalmente.
...
Ninguém mais que o PCP e a extrema esquerda foi contra o 25 de Abril. Ninguém como essas forças lutou para que não houvesse uma constituição cujos constituintes fossem eleitos directa e universalmente.
Não há pachorra para ler tanta mentira sobre o que foi o 25 de Abril e o que se lhe seguiu. Cunhal chegou a apostar com uma jornalista italiana que "nunca haveria democracia em Portugal".
...
Já agora, honra lhe seja feita, foi Mário Soares que mais encarniçadamente lutou contra a esquerdalhada fascista do Pacto de Varsóvia e da revolução cultural maoista.
Depois do 25 de Novembro, o PCP continuou sempre nas suas reuniões magnas a analisar ... O PREC. Já o muro de Berlim tinha derrocado e o PCP analisava ... O PREC!
...
Após o 25 de Novembro a extrema esquerda pendurada na figura do cravista Otelo, formou as Forças Populares 25 de Abril e começou a assassinar portugueses a torto e direito.
Percebe-se assim o que vai na alma dos esquerdalhos que hoje se transformam em carpideiras do cravo.
....
Dá volta ao estômago que o cravo tenha sido abocanhado por toda a esquerda. Dá volta ao estômago que o cravo tenha sido abocanhado por forças que defenderam e tentaram, in extremis, implantar a ditadura do proletariado.
...
Vamos lá pôr os pontos nos i e chatear os tristonhos pela ausência dos especialistas em transporte de cravos.
O 24-25 de Abril foi um golpe implementado por razões relacionadas com mordomias de alguns militares.
A reacção popular no dia 25 foi muito para além do esperado e o golpe transformou-se em revolução.
Pouco tempo depois o PCP tinha tomado posições no sentido de controlar a generalidade do estado e, em conjunto com a extrema-esquerda, tinha voltado a aplicar a censura e propaganda na generalidade dos órgãos de comunicação social. Chegou a haver pancadaria entre facções esquerdistas e a tomada de poder esquerdista na Rádio Renascença foi de tal ordem que o emissor de Lisboa (na Buraca, ode está agora o prédio da Agência Portuguesa do Ambiente) foi dinamitado para esvaziar a coisa e permitir a recuperação de controlo pelos legítimos proprietários. No jornal República houve pancadaria porque os tipógrafos afectos à UDP não queriam publicar o que a redacção entendia. ... este período entre o 25 de Abril e 25 de Novembro é sistemática e propositadamente mal contado nas salas de aula. Havia um ou outro órgão (variava no tempo) que iam conseguindo escapar a esta censura (antes do 25 de Abril também assim era). Foi nesse período que, se a memória me não falha, BBC voltou a emitir para Portugal para contrabalançar o engajamento da comunicação social ao PCP e à extrema-esquerda.
A democracia (ainda não formal) foi, de facto, apenas instituída com o 25 de Novembro de 1975. Só o golpe anti-esquerdista de 25 de Novembro de 1975 permito que os trabalhos da então assembleia constituinte continuassem de forma a ter-se aprovada (em Abril de 1976) a primeira versão da Constituição de Portugal do pós 25 de Abril.
A democracia formal só chegou em Abril de 1977 com a primeira Assembleia da República eleita directa e universalmente.
...
Ninguém mais que o PCP e a extrema esquerda foi contra o 25 de Abril. Ninguém como essas forças lutou para que não houvesse uma constituição cujos constituintes fossem eleitos directa e universalmente.
Não há pachorra para ler tanta mentira sobre o que foi o 25 de Abril e o que se lhe seguiu. Cunhal chegou a apostar com uma jornalista italiana que "nunca haveria democracia em Portugal".
...
Já agora, honra lhe seja feita, foi Mário Soares que mais encarniçadamente lutou contra a esquerdalhada fascista do Pacto de Varsóvia e da revolução cultural maoista.
Depois do 25 de Novembro, o PCP continuou sempre nas suas reuniões magnas a analisar ... O PREC. Já o muro de Berlim tinha derrocado e o PCP analisava ... O PREC!
...
Após o 25 de Novembro a extrema esquerda pendurada na figura do cravista Otelo, formou as Forças Populares 25 de Abril e começou a assassinar portugueses a torto e direito.
Percebe-se assim o que vai na alma dos esquerdalhos que hoje se transformam em carpideiras do cravo.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Da surdez no clítoris - 2
(...)
O mais antigo encontra-se na afirmação de Aristóteles de que
“todo o ser humano deseja, por natureza, conhecer”. O que é inegavelmente
verdadeiro por simples constatação das características comuns aos indivíduos de
uma espécie que, através de um salto qualitativo na evolução do cérebro e em algumas
particularidades físicas, foi investido nas funções de assistente de gestão do
planeta.
O que Aristóteles passa por alto, porém (de boa-fé ou convenientemente
para o que pretendia com essa afirmação), é algo que se inclui na mesma experiência
em que se baseou para formular o princípio referido: que nem todos os seres
humanos se empenham de igual modo em obter conhecimentos tanto em extensão como
em profundidade, tal como nem sempre se encontrem preocupados por aí além
quanto a eventuais erros e injustiças que venham a cometer.
Descartes, já no século XVII, formulou o segundo desses
princípios, tentando, ao mesmo tempo, colmatar em parte as falhas de
Aristóteles. Define ele a razão, ou bom- senso, como a capacidade de distinguir
o verdadeiro do falso, capacidade que se encontra por igual em todos os seres
humanos. Se todos erramos, uns mais que outros, nos nossos raciocínios é porque
não utilizamos o método correcto, coisa que Descartes procura evitar propondo
um, de sua autoria, com base nos procedimentos lógico-matemáticos, do qual já
retirara muitos bons resultados. Se aplicarmos rigorosamente esse método,
chegaremos à verdade, tal a evidência com que as conclusões a que nos leva se
impõem ao nosso espírito. Mas não deixa de fazer notar que ele próprio, apesar
de tentar proceder desse modo, também se engana. Porquê? Porque a mesma vontade
que nos impele para o conhecimento leva também, pela sua intensidade, a que nos
precipitemos e, assim, não observemos os necessários passos a percorrer. Uma
questão de excesso de impetuosidade, portanto.
O tempero final veio de Jean-Jacques Rousseau. Para o suíço
que escreveu, poucos anos antes da Revolução Francesa, o primeiro tratado da
pedagogia humanista na forma de romance, Emílio,
o ser humano é igual e originalmente curioso e bom, é um “bom selvagem”. O seu
desenvolvimento exige a socialização; mas, se a sociedade em que se desenvolver
estiver corrompida pelos vícios e pela imoralidade, ele tornar-se-á tão
estúpido, mau e corrupto como essa sociedade. É a sociedade, portanto, que é
necessário reformar, educar.
Não havendo maneira de demonstrar a teoria, uma vez que não
existe uma experiência social anterior conhecida correspondente a uma “sociedade
boa” que lhe sirva de referência e a realidade se apresenta num jogo
constituído por uma enormíssima multiplicidade de situações e factores, o que
Rousseau diz não ultrapassa uma afirmação sem outro fundamento maior do que a
convicção pessoal. É, por assim dizer, uma fé, uma fé claramente mais inserida
em horizontes políticos decorrentes dos tempos de mudança que se vivia. Está
definitivamente aberto o caminho aos Grandes Reformadores Sociais e aos Grandes
Educadores do Povo.
Já agora, a propósito do carácter dessa convicção do “bom
selvagem filosofante” é interessante relembrar alguns pormenores da sua vida.
Rousseau foi abandonado pelos pais e passou a sua infância com um tio, a quem
ficou a dever não apenas a vida mas também uma educação cuidada. O exemplo do
tio, contudo, não foi seguido pelo fundador da pedagogia moderna, que abandonou
todos os seus filhos na roda. Rousseau, aliás, tinha um carácter tão intratável
e sofria de tais distúrbios de personalidade que David Hume, seu grande
admirador e amigo, foi obrigado a afastar-se dele. Pelos vistos, a corrupção e
a imoralidade sociais fizeram-se sentir mais fortemente sobre o seu carácter do que a acção do pobre tio.
As teorias socialistas, enunciadas num contexto cultural que
absorveu até hoje acriticamente a vulgata desses princípios e em meio de um
movimento de transformação social em que predominava a ideia de igualitarismo
político, justificaram-se, implicitamente, com eles e a partir deles. Com
efeito, na ideologia e na propaganda socialistas estão omnipresentes, implícita
ou explicitamente, estes pressupostos, sem qualquer necessidade de prova: os
seres humanos são igual e naturalmente dinâmicos quanto à disposição para obter
conhecimento; todos são capazes de aceder ao topo do saber se forem devidamente
incitados ao estudo devidamente planeado, tornando-se assim iguais em
capacidades e merecimento; o que impede o paraíso terrestre é, afinal, a
sociedade gerada pelo sistema de produção em que assenta o capitalismo, e a sua
máquina repressora do povo trabalhador, o Estado. Uma sociedade que só a
Revolução Socialista poderia gerar, apoderando-se do Estado (isto, na
perspectiva marxista) para, proletarizando-o, o destruir. O pensamento de
Hegel, a quem ambas, esquerda e direita, devem os fundamentos filosóficos de
raiz e as posteriores derivações com que se ornamentaram, conferiu estrutura final
ao ramalhete.
(...)
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