It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
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Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...
30 comentários:
Eu duvido que a mão invisível do Deus-Sócrates, ops, Sócrates-Deus tenha conduzido Mano Menezes - o novo "chefe" da seleção brasileira de futebol - ao convocar dois jogadores do Benfica: David Luiz e Ramires, os quais, aliás, já preparavam as malas para partir, partir, viajar...
Ai, paixão! Pois o que só lhes importam são os bolsos dos adeptos!
@ Agência Financeira: ”O socialista Almeida Santos dá este sábado uma entrevista ao «Diário Económico» onde defende o primeiro-ministro com unhas e dentes. E chega a compará-lo a Deus: «Sócretes é como Deus nosso Senhor, está em toda a parte».
A Agência Financeira também deve ter uma relação com o Altíssimo, porque já sabe o que o Almeida Santos vai dizer no Sábado!!!
CdR,
Almeida Santos já está gá-gá e começa a ter visões.
Pior do que isso é ele ser uma das eminências pardas do PS (e do GOL), o que explica muitas das suas afirmações relacionadas com a justiça. Ele até já sabe que o Sócrates nunca será condenado... Extraordinário.
"Ele até já sabe que o Sócrates nunca será condenado."
É mesmo, esta gente tem mesmo uma relação directa com o Lá-Em-Cima, não pode ser de outra maneira.
PS O que é o GOL?
CdR,
O GOL (Grande Oriente Lusitano) é a loja maçónica com maior influência em Portugal. Dela fazem parte inúneros notáveis da sociedade portuguesa, como Mário e João Soares, António Arnauth, (pai do Serviço Nacional de Saúde), Eduardo Barroso, António Reis (actual Grão Mestre da GOL), Almeida Santos, Noronha de Nascimento (Presidente do Tribunal de Justiça), Maria Belo (ex-deputada europeia) e por aí fora... Não inclui só membros do PS, mas também figuras ligadas ao aparelho da justiça, banqueiros e políticos de várias matizes. Em resumo, uma "máfia" que, juntamente com a Opus-Dei (esta mais ligada ao sistema financeiro), tem mais poder do que pensam os portugueses, que ainda acreditam nos partidos políticos...
Num país de clientelas e patrocinato, são estas ordens e corporações que detém o verdadeiro poder em Portugal.
HV, por isso é que os gajos dos partidos, mais tosco menos tosco, há muitos anos que são sempre os mesmos - começo a compreender...
Não digo eu que andamos a precisar de um Wilders, ou ainda achas esta minha proposta assaz.....revolucionária?
CdR,
Acho que é preciso uma boa "vassourada", que varra esta gente toda para bem longe, pois estes políticos "velhos de ideias" já não têm nada para oferecer nos tempos que correm. Falta um desígnio nacional e não há um projecto que mobilize os portugueses, que ousam pouco e têm medo da mudança (a "não-inscrição" de que fala o José Gil). Aconselho a leitura do seu livro, "Portugal hoje: o medo de existir", que explica parte desta apatia. O resto, é folclore.
HV:
"Falta um desígnio nacional e não há um projecto que mobilize os portugueses"
Bastava o projecto individual de cada um e o resto apareceria naturalmente.
Não vou muito nesse sebastianismo de projecto.
RdO,
Um designio nacional não significa necessariamente uma visão sebastianista. Pode ser um projecto concreto a médio ou a longo prazo. Não faltam exemplos na nossa história recente: a democratização da sociedade portuguesa, após o 25 de Abril; ou a adesão à CEE, nos anos oitenta, para citar apenas dois momentos. Objectivos bem concretos, estabelecidos por políticos com mais visão e que tiveram o apoio da maior parte da população.
Nada disto se passa nos tempos que correm. Em Portugal não existe uma cultura de cidadania e a sociedade civil está amorfa. Não chega a vontade individual.
HV:
"Um designio nacional não significa necessariamente uma visão sebastianista."
Pois não mas é esse o vector principal: um projecto emanado de uns quantos iluminados ...
"Não faltam exemplos na nossa história recente: a democratização da sociedade portuguesa, após o 25 de Abril;"
Isso não foi um projecto, foi mais a demolição do projecto anterior e, em particular, a demolição do projecto PREC. Explicando melhor, a grande dificuldade da implementação da democracia residiu não na dificuldade em estabelecer ou implementar o projecto propriamente dito mas em demolir o monstro que, entretanto, foi estabelecido pelos instituidores de projectos da praxe. A partir do 25 de Abril a instituição da democracia foi um projcetozinho que só foi possível implementar depois de demolido um outro ...
"ou a adesão à CEE, nos anos oitenta,"
Aí tem mais um exemplo furado. O projecto de refere apenas foi cumprido nos aspectos formais. O desenvolvimento ficou na fumarada das batalhas entre facções defensoras dos vários sebastianismos.
"Objectivos bem concretos, estabelecidos por políticos com mais visão e que tiveram o apoio da maior parte da população."
Isso é conversa de PC. Cheira a projecto quinquenal que tresanda.
"Nada disto se passa nos tempos que correm."
Ainda bem. O último chamou-se PREC.
"Em Portugal não existe uma cultura de cidadania"
Existe mas o conceito de cidadania que cada um tem é que difere do seu.
"e a sociedade civil está amorfa."
Não sem bem o que é sociedade civil. O povo anda um bocado zonzo sem saber que fazer. Dito de outra forma, as escolhas que tem feito têm saído furadas (como era de esperar).
"Não chega a vontade individual."
Um dos erros que o povo tem cometido tem sido o de acreditar que precisa de uma vontade colectiva. Sim, falta vontade individual, mas não para seguir um sebastianismo centralizado.
O grande projecto que o povo precisa abarcar é o de demolir o centralismo (em sentido lato) cada vez mais tentacular e deixar de ter receio de pensar por si próprio. Para isso terá que demolir barreiras e libertar-se do estado papá, coisa que me parece não estar no horizonte.
Essa coisa do projecto é perigosa no estado em que as coisas estão porque se presta a todo o tipo de PRECs.
Por mim ou há iniciativa de cada um (aquilo a que genericamente se chama liberalismo) ou estamos condenados a ser estado marginal. Repare que aquilo que até agora tem mantido Portugal têm sido os 95% de micro e pequenas empresas. Sócrates pôs isso em causa. Não começou agora mas Sócrates tem sido um bom timoneiro desse projecto. Sócrates tem enterrado o tecido produtivo que existia (por incipiente que fosse) e nada surgiu para o substituir porque, evidentemente, essas coisas não resultam de planeamento.
Não sei se o meu comentário ficou completo porque ocorreu um erro qualquer e agora não tenho tempo para feri9ficar.
RdO,
A cidadania não se decreta. É um longo processo de aprendizagem que leva gerações, quando não séculos, de tradição democrática, participação e práticas humanistas. De democracia, em suma.
Os países do Norte da Europa já conhecem o sufrágio universal e o voto feminino desde o início do século XX, com taxas de alfabetismo da ordem dos 90%, para dar dois exemplos. Há 36 anos atrás, Portugal ainda era o país mais atrasado da Europa Ocidental, com taxas de analfabetismo de 30% e percentagens de mortalidade infantil de 53 crianças por cada 1000 nascimentos.
Três décadas depois, cerca de 10% da população (1 milhão de pessoas) ainda é estruturalmente analfabeta e 45% é analfabeta funcional (não entende o que lê). Não há elites dignas desse nome e o clientelismo e o nepotismo são larvares. Uma herança da ditadura, mas não só (o José Gil diz que deve ter começado mais atrás, talvez na Inquisição). O "colectivismo" de que fala, não é de "esquerda" ou de "direita", mas inerente a uma cultura de subserviência e dependência económica que se perpetua de geração em geração (o ciclo da pobreza). É difícil aumentar a consciência colectiva nestas condições. As pessoas andam mais preocupadas com a sua sobrevivência. Como são relativamente ignorantes têm medo de mudar e a tendência é aceitar a demagogia reinante. Como explicar que Portugal, que já ocupou o 26º lugar no "ranking" de desenvolvimento do PNUD, tenha caído para o 34º lugar? Algo está mal neste modelo de desenvolvimento e, portanto, só dois partidos estiveram continuamente no poder durante todos estes anos.
Mas, quem escolheu os partidos que governam Portugal foram os portugueses, logo...
@ HV: ” Falta um desígnio nacional…”
Prometo-te que vou ler o tal livro do José Gil, mas não respondeste à minha questão - ou pensaste que era uma provocação? Não há nada como um Wilders para colmatar a falta de desígnios nacionais…
”a democratização da sociedade portuguesa, após o 25 de Abril”
Creio que sim, que houve alguma democratização, mas às vezes, quando estou mais mal disposto, acho que o Miguel Sousa Tavares tem razão quando diz que: “O que o 25 de Abril, ao fim e ao cabo, veio mudar foi muito pouco: apenas a liberdade de cada um exigir mais do ESTADO em troca de menos da sua parte.”
”Três décadas depois, cerca de 10% da população (1 milhão de pessoas) ainda é estruturalmente analfabeta e 45% é analfabeta funcional (não entende o que lê).”
Tens a certeza que os que não entendem o que lêem são só 45%? É que a mim por vezes dá-me a impressão que vieram todos aqui parar – e tudo anónimo?
HV:
"A cidadania não se decreta."
Pois não. Cada um que entenda cidadania como quiser.
"É um longo processo de aprendizagem que leva gerações, quando não séculos, de tradição democrática, participação e práticas humanistas. De democracia, em suma. "
Isso é conversa que pretende apenas que a cidadania seja abordada pela via que uns tantos iluminados entendem deva ser.
O resto é conversa de chacha que apenas pretende cimentar a teoria do "cidadão" correcto: aquele que segue a cartilha de cidadão.
A "europa" anda a tentar fazer isso com resultados catastróficos. As pessoas devem, ser donas dos seus próprios destinos, o resto é conversa de pretensos donos do destino alheio.
CdR,
Não respondi à tua "provocação", por ser isso mesmo (uma provocação). O Wilders é um populista demagogo de extrema-direita, que não tem qualquer desígnio ou programa nacional, para além de querer combater o Islão. É pouco como programa. Não é esse tipo de políticos que Portugal necessita. De resto, demagogia é o que não falta em Portugal...
Não estou de acordo com a opinião do Miguel Sousa Tavares, relativamente às mudanças pós-25 de Abril. Muita coisa mudou e para melhor. Mas da mesma forma que "Roma e Pavia não se fizeram num dia", a herança (do subdesenvolvimento português) era demasiado negativa para ser recuperada em duas gerações. Mas, era possível fazer muito melhor. As prioridades estabelecidas, pelos diversos governos, nem sempre foram as mais correctas; o modelo de desenvolvimento (dadas as características do país) não foi certamente o mais adequado e hoje os portugueses estão a pagar a factura dos erros cometidos nestes 36 anos. Dito de outro modo: estamos incontestavelmente melhor, mas podíamos estar muito melhor. O António Barreto mostra bem esta (aparente) contradição na série de documentários que fez para a RTP. A herança cultural é terrível (em rigor estamos a pagar 350 anos de Inquisição e 48 de Fascismo) e estas coisas não desaparecem em duas gerações. Falta a tradição de uma cultura democrática. No fundo, de "esquerda" ou "direita", os portugueses não se conseguem libertar de uma visão autoritária e dictómica dos fenómenos na sociedade. Falta de traquejo democrático, é o que é...
Uma coisa parece certa: o "modelo" actual está esgotado e, a não haver uma renovação da prática e das ideias da classe política portuguesa, não vamos lá. Podemos inclusivamente piorar, o que seria dramático para o futuro da nossa soberania, mas, "who cares"?
@ HV: ” Não respondi à tua "provocação", por ser isso mesmo (uma provocação).”
Pois fica sabendo que não era! E como tu dizes, num país onde:
“A cidadania não se decreta. Foi um longo processo de aprendizagem que levou gerações, quando não séculos, de tradição democrática, participação e práticas humanistas. De democracia, em suma. Os países do Norte da Europa já conhecem o sufrágio universal e o voto feminino desde o início do século XX, com taxas de alfabetismo da ordem dos 90%,”
e talvez precisamente por isso, 1 milhão e meio de pessoas votou no Wilders. Mas segundo as sondagens do Maurice de Hond o PVV é neste momento o maior partido na Holanda.
Mas queres saber a melhor? Ouvi esta manhã na rádio que foi feito um estudo sobre felicidade (geluk) em vários países europeus. Apesar dos holandeses terem obtido muito bons resultados: sentem-se felizes, mas não tanto como os dinamarqueses, que com um governo que é uma coligação de direita em que participa o partido irmão do PVV, são de longe os mais felizes…
Creio que para encontrar a FELICIDADE é absolutamente necessário, como tu dizes, acabar o mais depressa possível com “uma cultura de subserviência e dependência económica que se perpetua de geração em geração (o ciclo da pobreza). (…). As pessoas andam mais preocupadas com a sua sobrevivência. Como são relativamente ignorantes têm medo de mudar e a tendência é aceitar a demagogia reinante.”
É isso mesmo, tiraste-me as palavras da boca, temos que acabar com a demagogia reinante, que nos intoxicou durante anos a caixa dos pirolitos e que nos faz ver racistas, demagogos e populistas de extrema-direita por todo o lado… Assim nunca mais seremos felizes!
CdR,
Conheço esse inquéritos sobre a felicidade, onde os dinamarqueses são, invariavelmente, os "mais felizes". Não gostaria de viver num país onde os seus habitantes se consideram os mais felizes...
Se eles têm lá um partido parecido com o PVV, então "algo está podre no reino da Dinamarca"...será o Hamlet?
@ HV: ”Não gostaria de viver num país onde os seus habitantes se consideram os mais felizes...”
Bem me parecia, gostas mais do compadrio, do livre arbítrio, da corrupção, do subdesenvolvimento, do caciquismo político, resumindo, das atribulações de viver em Portugal. Também se compreende, tem o seu charme e já estás habituado…
@ HV: ” Se eles têm lá um partido parecido com o PVV, então "algo está podre no reino da Dinamarca".
Claro. No seguimento do que disse, não há nada de melhor para quebrar a monotonia protestante do Norte da Europa do que um José Sócrates e uma Fátima Felgueiras… Bom proveito.
CdR,
A felicidade é um sentimento subjectivo. Considerarmo-nos os "mais felizes" ou os mais "infelizes", é uma "boutade". Só um idiota se considera o "mais feliz" em qualquer coisa...isso é tão válido para quem nasce no Canadá, como na Patagónia. A (in)felicidade é intrínseca ao ser humano e não tem nada a ver com o país onde se vive. Um habitante do Haiti, apesar de toda a miséria que o rodeia, pode ser feliz, da mesma forma que um dinamarquês, apesar do bem-estar material, pode ser excepcionalmente infeliz. Os filmes do Bergman ou do Lars van Trier, não falam de outra coisa. Se não percebes estas coisas simples...
Carissímos,
Provavelmente por eu estar fora do contexto, e já metendo minha colher no caldeirão de sopa, considerei que o assunto do post fosse político, mas, noto, pelos comentários, que a coisa avança, ou melhor, é justamente social e econômica.
Eu acabei de ler esta semana, "A economia não mente" de Guy Sorman - ecomonista e filósofo francês. Eu sugiro a leitura de sua entrevista em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI15069-15295,00-GUY+SORMAN+FALAR+EM+FIM+DO+CAPITALISMO+E+HISTERIA.html
Num mercado dinâmico, as pessoas buscam o melhor para si - aprimoramento em educação e tecnologia, pois está provado que o Estado não é suficiente para estimulá-las, além da chatice dele nos infernizar com sua demagogia irresponsável [o pleonasmo é importante]. Com o passar do tempo, o país constrói uma pirâmide virtuosa em que os melhores efetivamente ficam no topo. Não por acaso os EUA continuam os melhores do mundo a atrair para suas universidades e negócios os melhores do mundo. As "bolhas" são necessárias ao sistema justamente para manter a qualidade de produtos e serviços. Por ex., nos EUA os créditos continuam abertos e alto consumo de casas, carros, planos de saúde, computadores/internet...
A verdadeira "igualdade" acontece num sistema aberto de mercado, por ex., a China que tirou da fome centenas de milhões de pessoas na última década!
Índice de Felicidade? Ora, tão vazio de sentido como "justiça social", "direitos humanos", e outros termos do jargão socialista para azucrinar a vida.
HV,
Quer dizer, tiveste ontem a dar lições de sociologia ao Rio D’oiro sobre a superioridade dos países do Norte da Europa, com sufrágio universal, voto feminino e taxas de alfabetismo de 90%, e hoje já podemos deitar os teus ‘papers’ no caixote do lixo porque acabas agora mesmo de dizer que todas essas vantagens não contribuem de maneira nenhuma para a nossa FELICIDADE…
A felicidade é um sentimento subjectivo em conversa de café, mas quando economistas fazem um estudo sério sobre o assunto, a primeira coisa que fazem é precisamente eliminar o subjectivismo… Só ficam dados concretos e quantificáveis que dão uma ideia bem precisa e científica sobre a qualidade de vida nos diversos países.
”Um habitante do Haiti, apesar de toda a miséria que o rodeia, pode ser feliz,”, dizes tu, UM pode, os restantes não são felizes. E é por isso que na primeira oportunidade vão procurar a felicidade noutro sítio – de preferência no norte da Europa, mas se conseguirem entrar nos EUA já ficariam muito felizes….
Porque nunca tivemos um Bergman ou um Lars von Trier Portugal continua a ser o mar de rosas cantado pelos vates do Estado Novo! Que felicidade ter apenas o cineasta Olibeira, que só aborda temas metafísicos…
CdR,
Continuas a não perceber. Eu não escrevi que a Dinamarca é um "bom" ou "mau" país (seja lá o que isso for). O que eu escrevi, é que não gostaria de viver num país (seja ele qual for) onde os seus habitantes se consideram os "mais felizes" do Mundo...
Ou seja, os inquéritos sobre tal coisa (a felicidade) valem o que valem e não devem ser levados a sério.
Conheço dezenas de holandeses que vivem permanentemente em Portugal e dizem-me que não trocavam a "qualidade de vida" do Sul, pela "qualidade de vida" do Norte da Europa. A única pessoa que nunca está de acordo com eles sou eu...
Logo, um holandês pode sentir-se bem aqui, apesar de eu pensar que Portugal não é um país que se recomende. Há alguma contradição nisto que eu estou a dizer? Não, não há; os sentimentos das pessoas são isso mesmo, sentimentos (ou estados de alma, se quiseres) e têm a ver com as suas circunstâncias. De resto, o Homem é fruto das suas próprias circunstâncias, como deves saber...
Resumindo: o que para um dinamarquês, é bom, pode não ser para outro dinamarquês e por aí fora. Percebeste, agora?
Quer dizer, EStiveste ontem a dar lições...
Oh sabão, o verbon é ESTAR e não o TER.
@ HV: ”Continuas a não perceber. Eu não escrevi que a Dinamarca é um "bom" ou "mau" país (seja lá o que isso for).”
Como perceber se hoje dizes uma coisa e amanhã defendes o seu contrário! E também como perceber se tu crias as tuas próprias polémicas! Por exemplo, ao dizer que “eu não escrevi que a Dinamarca é um "bom" ou "mau" país”. Nem eu disse que tu disseste que a Dinamarca é um bom ou mau país!!!
Eu falei num estudo científico sobre felicidade, o que está intimamente ligado com qualidade de vida, e isso, quer tu queiras quer não, é quantificável através de estatísticas. E as estatísticas não são baseadas em sentimentos, preferências ou estados de alma de uma pessoa, por muito iminente que esta seja quando afirma: “não gostaria de viver num país (seja ele qual for) onde os seus habitantes se consideram os "mais felizes" do Mundo...”
E depois! TU não gostarias, mas se fizerem um inquérito deste tipo onde vives, não me admirava nada que a grande maioria dos teus vizinhos preferissem viver na Dinamarca. Será isto um bom ou mau resultado? Não, é apenas o resultado da preferência da maioria...
@ HV: ” Ou seja, os inquéritos sobre tal coisa (a felicidade) valem o que valem e não devem ser levados a sério.”
Isso dizes tu, quando te convém, se o estudo concluísse que os cubanos morrem de felicidade já era válido! Tenho muita pena mas não é essa a opinião dos especialistas cá da praça. Dá uma voltinha pelo site do Centraal Plan Bureau, uma das instâncias que aconselha o governo, e já vês.
@ HV ” Conheço dezenas de holandeses que vivem permanentemente em Portugal e dizem-me que não trocavam a "qualidade de vida" do Sul, pela "qualidade de vida" do Norte da Europa. A única pessoa que nunca está de acordo com eles sou eu... Logo, um holandês pode sentir-se bem aqui, apesar de eu pensar que Portugal não é um país que se recomende.
Há em Portugal de certeza milhares de pessoas (portugueses incluídos) com excelente qualidade de vida, assim como há centenas de angolanos que vivem muito bem em Angola, mas não formam de maneira nenhuma a maioria. Um estudo deste tipo com base nestes dois países diria provavelmente que os portugueses são mais felizes em Portugal que os angolanos em Angola.
Eu também conheço (pessoalmente) os holandeses que vivem em Portugal. Fazem parte de um grupo restrito com espírito de aventura – acham romântico e muito giro o atraso dos países do sul – com a garantia que se a coisa correr pró torto apanham o primeiro avião para Amesterdão. Tu não estás de acordo com eles porque não fazes parte dos ‘happy few’, e achas que na Holanda tinhas melhor qualidade de vida…
@ HV: ”Resumindo: o que para um dinamarquês, é bom, pode não ser para outro dinamarquês e por aí fora.”
Pois é, só que um estudo científico não se baseia apenas na opinião de DOIS dinamarqueses, são precisos mais alguns…
@ Nausicaa: ” Com o passar do tempo, o país constrói uma pirâmide virtuosa em que os melhores efetivamente ficam no topo.”
Num mercado ABERTO e dinâmico é verdade. Também é verdade que os EUA têm as melhores universidades e por isso atraem automaticamente os melhores.
@ Nausicaa: ” A verdadeira "igualdade" acontece num sistema aberto de mercado, por ex., a China que tirou da fome centenas de milhões de pessoas na última década!”
A China está a tornar-se a grande velocidade uma sociedade terrivelmente desigual. Em 2005 a China já tinha 350.000 milionários e este número tem vindo sempre a crescer. Não me surpreenderia nada que neste momento a China já fosse um país mais desigual do que a Holanda e a Dinamarca.
@ Nausicaa: ” Índice de Felicidade? Ora, tão vazio de sentido como "justiça social", "direitos humanos", e outros termos do jargão socialista para azucrinar a vida.”
De maneira nenhuma vazio. Tanto o índice de felicidade, justiça social e direitos humanos são conceitos bem concretos. Tão reais como viver como um escravo em constante perigo de vida, em certos países, e decentemente e com excelente qualidade de vida, noutros…
CdR,
Vê lá se percebes desta vez: não há estudos científicos sobre a felicidade que é um conceito subjectivo. Percebeste?
Ai a felicidade depende da qualidade de vida e é um dado objectivo? sim sim para os materialistas, que por norma são os que se suicidam mais. Este rosa. A felicidade é um dado objectivo e diz isso assim mesmo com estudo cientifcios e tudo, valha-nos deus, como esta pessoa não entende nada.
@ HV: ”não há estudos científicos sobre a felicidade que é um conceito subjectivo.
Se não há estudos então estes dois links que te envio são milagre!
O primeiro é um curto artigo de Ruut Veenhoven da Erasmus Universiteit Rotterdam, mas que dá uma ideia da coisa com conclusões bem interessantes, e é baseado no estudo do Sociaal en Cultureel Planbureau.
http://www.kennislink.nl/publicaties/groter-geluk-voor-een-groter-aantal
O segundo trata-se da real thing em PDF. Título: Veel Geluk in 2007 escrito pelo director do CPB o sociólogo Paul Schnabel.
http://www.google.nl/#hl=nl&source=hp&q=Paul+Schnabel+%28red.%29+Veel+geluk+in+2007%2C+Sociaal+en+Cultureel+Planbureau%2C+Den+Haag%2C+januari+2007.&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=&fp=a70b580ef3511263
É preciso ser burro para não entender que a felicidade se baseia em sentimentos e os sentimentos não obdecem as leis do mercado nem da compra a venda, bem em algumas pessoas sim os sentimentos vendem-se e compram-se a integridade não existe mas isso é outra historia.
Se há pessoas que só são felizes rodeadas de bens materiais sempre mais e mais e dizer que isto é felicidade tirando daqui uma regra geral para a felicidade da humanidade, só de mentes idiotas.
o conceito de viver bem com o que uma sociedade poe ao dispor dos individuos não significa felicidade, pois esta é individual ou como dizia um velho filosofo,
"porque procurais ó mortais a felicidade fora de vós mesmos"
Cdr,
Fui ler o Veenhoven.
Onde é que estas conclusões negam o que eu afirmei?
"In the present day world, there is little relation between income inequality in nations and average happiness of citizens. Controlling for wealth, a slightly positive correlation emerges.There is no clear level of income inequality beyond which happiness declines. Income inequality is not correlated with the inequality in happiness after controlling for wealth. Although income inequality might have downsides, these are apparently outweighed by the positive aspects of income inequality" (Ruut Veenhoven, 2010)
Provavelmente, se ele tivesse alargado o inquérito ao Butão, chegava à conclusão que a maioria da população deste país (constituida por seguidores budistas e xamanistas) era a "mais feliz" do Mundo...Isso quereria dizer alguma coisa?
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