No vídeo abaixo, excerto da conferência de imprensa de Mourinho no final de último jogo do Real Madrid na liga espanhola. A equipa treinada por Mourinho tinha acabado de vencer o adversário por 4-1, depois de estar a perder por 0-1. No final do jogo, Mourinho foi apupado pelos adeptos do Real Madrid.
Mensagem subliminar complementar: “a única coisa que os espanhóis têm de bom é o dinheiro com que nos pagam.”
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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9 comentários:
O 'Mour(u)nho' continua a não dizer coisa com coisa mas, sejamos sinceros, o 'special one’, sem saber e sem pedir dinheiro por isso, está a contribuir enormemente para a resolução de problemas sexuais.
Todos aqueles que sofriam de ejaculação precoce deixaram de sofrer sem gastar um tusto com psiquiatras ou sexólogos. Basta pensar no Mourinho a falar espanhol e uma pessoa já não ejacula….
Paulo Porto, obrigado!
Deve ser por isso que as mulheres gostam tanto do Mourinho, e não tanto por causa daquele ar de genro ideal...
Pero no pasa nada!
@CdR
Caro, acho que já reparou que o Mourinho faz questão de falar mal espanhol, metendo aqui e ali uma palavras em português ou ditas em jeito português. Como vê, até nisso o Mourinho soma pontos.
Mas então, qual o interesse em falar propositadamente mal uma língua estrangeira? Somar pontos?
Mais pontos de arrogância e de má-criação!
Paulo Porto, mais uma coisita:
A frase complementar “a única coisa que os espanhóis têm de bom é o dinheiro com que nos pagam.” é sua ou do Mourinho?
De qualquer forma gostava de saber o que é que os espanhóis não têm de bom?
Já sei.
A desmesurada quantidade de jornais desportivos – coisa típica de países subdesenvolvidos – que se publicam em Espanha e as intermináveis e ordinárias polémicas na TV sobre ‘El Clássico’…. Mas neste aspecto nós não somos nem um cisquinho melhores, até somos muito parecidos, e o tio Mourinho, infelizmente, é o exemplo vivo da nossa ibérica semelhança…
Ouvir tenistas durante uma conferência de imprensa, ou treinadores e jogadores de futebol, a diferença é abismal… E no entanto trata-se quase da mesma actividade – diria até que o futebol é, tacticamente, mais complexo que o ténis…
@CdR
"Mas então, qual o interesse em falar propositadamente mal uma língua estrangeira?"
Orgulho identitário. Há mais exemplos.
"A frase complementar “a única coisa que os espanhóis têm de bom é o dinheiro com que nos pagam.” é sua ou do Mourinho?
A frase é minha, interpretando o que ele disse sem dizer.
A qtdd de jornais desportivos, e sobretudo de leitores, é mesmo uma caraterística do sul da Europa. Nisso e no sentido de irresponsabilidade, somos realmente parecidos.
"[]E no entanto trata-se quase da mesma actividade [futelbol e ténis]
CdR, o FI está de parabéns: através de si acabámos de bater um novo record para o termo "quase". Se fosse dezembro, dizia-lhe que íamgos aparecer no Guiness (livro de records, nada de pensar em rótulos de latas).
Paulo Porto: ”Orgulho identitário.”
Quando ouço o Mourinho falar espanhol, além daquele problema sexual a que eu me referi anteriormente, fico com o meu orgulho identitário pelas ruas da amargura…
Teria orgulho sim, se ele, por enquanto - até aprender espanhol. Isso para um ‘special one’ dura entre 6 meses e um ano -, se limitasse a falar em português, eventualmente com um tradutor a seu lado. Isso seria de tomates. E depois de ter lido uns livritos de Pérez Galdós, apareceria em pleno esplendor perante os micros espanhois, utilizando ‘un castellano de puta madre…’
Aí sim, poderia atirar com aquelas frases todas enigmáticas e rebuscadas, com aquele cinismo de pacotilha e esperteza de pechisbeque que lhe é tão peculiar…
No final, no que respeita ao meu orgulho identitário, ia tudo dar ao mesmo, mas pelo menos o Mourinho aprendia castelhano como deve ser, que é uma língua que vale a pena. Até porque ajuda a melhor conhecer português. Vice versa a coisa também funciona, claro.
Paulo Porto: ” A qtdd de jornais desportivos, e sobretudo de leitores, é mesmo uma caraterística do sul da Europa..”
Não é só do sul da Europa. A este, na Turquia, é a mesma coisa, e imagino que igualmente na América Latina.
O seu comentário sobre o quase não percebi!
Não me diga que já está sob a influência do Mourinho?
Carmo da Rosa:
Viu algum treinador espanhol, que treinasse em Portugal, com um tradutor ao lado ou sequer tentando exprimir-se em portunhol ou espanholês? Eu não me lembro de nenhum.
Os gregos da Antiguidade Clássica desenvolveram a "cultura da vergonha". Era uma vergonha para qualquer grego não se afirmar como o melhor, fosse no que fosse. Daí que os interlocutores de Sócrates dissessem que eram os melhores nos assuntos em discussão e que ele lhes contrapusesse uma sua (falsa) ignorância, pedindo-lhes esclarecimentos sobre o que afirmavam, fazendo-os, deste modo, estatelar-se nos disparates que defendiam. Não se esqueça de que um grego declarava o seu amor a outrem com um "Tu mereces-me!".
Os espanhóis desenvolveram, no seu conjunto, uma cultura de agressividade gratuita ("tinham essa desgraça", como comentava Agostinho da Silva) e um nacionalismo balofo - coisa de que Arrabal dá conta, com asco e sofrimento, na sua Carta Aberta ao General Franco. A coisa, aliás, nem sequer é recente. Se ler o que Hans Cristhian Andersen diz deles no livro que escreveu sobre a sua viagem a Portugal: nós somos gente, os espanhóis pouco mais do bárbaros agressivos.
Por isso, discordo por completo do que diz. Nem Mourinho, que é muito inteligente (e não meramente esperto ou cínico e diz sempre coisa com coisa), fala daquela maneira por má-criação ou arrogância mas como forma de lhes pôr o ego na dimensão devida; nem os espanhóis, salvo as devidas excepções, são, pela sua mentalidade, flores que se cheirem. Não gosto de Espanha, não me deixo embrulhar na propaganda de Espanha como um país cheio de salero e alegria (quando passo do lado de lá para o lado de cá da fronteira as pessoas são muito mais alegres, do lado de lá fazem muito barulho com as luzes para esconder as sombras). E assumo-o perante os espanhóis que conheço.
Três vivas ao Mourinho, que só lá estará pelo desafio e, já agora, pelo proveito de "lho" sacar.
José Gonsalo: ” Viu algum treinador espanhol,…”
Não, nunca vi, mas isso só abona em favor de nuestros hermanos: estão a somar pontos, como diz o Paulo Porto. Eu diria que eles têm mais o sentido do ridículo. Em todo o caso mais do que nós e que dos holandeses, diga-se de passagem! Durante uma destas conferências de imprensa onde há 136 jornalistas presentes e onde nada de interessante se diz, Van Gaal, ex-treinador do Barcelona, tornou-se famoso em Espanha e no mundo inteiro com esta frase (e outras): “tu siempre negatibo, tu nunca positibo”, lançada a um jornalista um pouco mais chato que os restantes.
José Gonsalo: ” Os espanhóis desenvolveram, no seu conjunto, uma cultura de agressividade gratuita… (…) e um nacionalismo balofo. (…) Nós somos gente, os espanhóis pouco mais do bárbaros agressivos. (…) Nem os espanhóis, salvo as devidas excepções, são, pela sua mentalidade, flores que se cheirem.”
Apesar de nem todas estas coisas terem sido ditas por portugueses – compreendo perfeitamente o cuidado que teve –, isso não significa que a ideia de que de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos não seja (quase) unanimemente aceite…
E é contra isto que j’accuse.
Porque um desgraçado que tenha nascido em Ayamonte, nunca mais se libra dos comentários do tal Agostinho da Silva, do Hans Christian Andersen e do José Gonsalo. Vão persegui-lo a vida inteira até aos confins da Internet, como a estrela amarela com um “J” na lapela do judeu.
Ao contrário, o felizardo que nasceu precisamente 200 metros do outro lado da fronteira, em Vila Real de Santo António, como o meu pai (que aliás falava muito bem espanhol e cantava flamengo), vai ser automaticamente gente e obviamente um tipo porreiro!
Creio que é preciso compreender que ninguém escolhe onde nasce.
Mas o que vale é que nem todos os nossos pensadores têm este pendão para o patriotismo de bairro. Eça de Queirós, de longe o nosso melhor filósofo, calhou de ser também o meu escritor favorito e diz assim umas coisas muito interessantes sobre os portugueses, que você certamente conhece. Começa por reconhecer que somos “um povo de bem, um povo boa pessoa” – aqui ainda estava consciente que nascemos do lado bom da fronteira - mas depois esquece-se e……. é o que se lê:
Somos o que se pode dizer um povo de bem, um povo boa pessoa. E a nação vista de fora e de longe, tem aquele ar honesto de uma pacata casa de província, silenciosa e caiada, onde se pressente uma família comedida, temente a Deus… A Europa reconhece isto: e todavia olha para nós com um desdém manifesto. Porquê? Porque nos considera uma nação de medíocres: digamos francamente a dura palavra – porque nos considera uma raça de estúpidos…
É claro que estas generalizações valem o que valem, mas tanto valem para nós como para os outros… Mas o Eça também disse que “se devia falar mal, patrioticamente mal, as línguas dos outros”. E por acaso referia-se ao Espanhol. Isto só para dizer que com citações podemos provar tudo e o seu contrário.
José Gonsalo: ”Mourinho, que é muito inteligente,”
Acredito perfeitamente que o seja: mas só como treinador e estratega. Assim como o Eusébio e o Cristiano Ronaldo nas suas especialidades são também muito inteligentes. Mas essa particular inteligência de Mourinho não o impede de ser um pouco mais simpático, mais descontraído, mais modesto, menos português com complexos de inferioridade, menos Van Gaal…
José Gonsalo: ” Não gosto de Espanha….”
Fico mais descansado, bem me parecia que não se travava de racismo ou de FÁXISMO…
O Mourinho tem um problema sério no Real Madrid. E vice-versa. Tratou-se de um erro de casting que ambos pagarão caro. Mais o Real, todos os meses e com a rescisão.
O Mourinho é um guerrilheiro, sempre foi. Em todos os clubes por onde passou venceu com a lógica anti-sistema aliada a uma retórica provocativa aos "grandes e poderosos" que cai bem quando se tem uma grande máquina de relações públicas por trás para explorar o primeiro segundo de sucesso. O melhor Mourinho foi o do FCP. Os outros Mourinhos foram banais. Dizer dele que é o melhor treinador do Mundo é um simplismo exagerado, mesmo com o milagre que ajudou a operar no Porto. O Mourinho é talvez o melhor treinador do Mundo de equipas médias. Faz delas grandes. Das grandes, com excepção do case study Internazionale, não fez nada que outros não conseguissem com menos show-off e sofrimento.
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