Teste

teste

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sobre a tolerância

Uma pessoa tolerante tem o direito de ser intolerante apenas quando acreditar, sincera e fundamentadamente, que essa intolerância é fundamental para a sua segurança, ou a dos que representa ou tutela.
É uma questão de justiça e dever. Não se é justo quando se assiste passivamente à destruição dos fundamentos da própria existência.
Veja-se o caso do islamismo.
O islamismo é entendido por muitos como uma inequívoca ameaça existencial para o nosso modo de vida, uma vez que visa expressa, declarada e explicitamente, destruir uma civilização vista como “decadente” e satânica.
Os actos observáveis corroboram esta intenção.
Face a isto, a renúncia de alguém a proteger-se, apenas beneficia os intolerantes.
Neste caso os tolerantes têm o direito (e o dever) de dominar os intolerantes, porque estes, por palavras e actos, representam um perigo que pode ser honestamente visto como claro e inequívoco.

Pelo contrário, se do discurso de pessoas ou grupos intolerante, não resultar ameaça objectiva, então os tolerantes não podem suprimir esse discurso.

Assim sendo, devem-se tolerar os gays, os anti-gays, os islamófobos, os islamófilos, os anti-semitas e anti-”sionistas”, os fascistas e os comunistas,os sportinguistas, os gajos do BE, etc, etc, até ao ponto em que o exercício da sua liberdade de pregar a intolerância, não provoque uma ameaça credível para para os alvos da sua animosidade.

Se isso acontecer, ou se houver indícios claros de que está prestes a acontecer, a sua liberdade pode e deve ser restringida e os tolerantes têm o dever e o direito de praticar a intolerância.

3 comentários:

Paulo Porto disse...

E os benfiquistas?: tolerância 0 (zero)

José Meireles Graça disse...

Não se pode ser tolerante ou intolerante com benfiquistas. Fazem parte da vida, como a poluição.

AC disse...

O argumento é claro e estabelece o lógico limite (afinal, vivemos num mundo onde tudo é finito) da tolerância. Ir além desse limite é um risco que só pode ser assumido sob o argumento da fé. Ghandi, para evitar a partilha da Índia quando de sua emancipação do Império Britânico, chegou a propor aos representantes da maioria hindu que cedessem TODO O PODER à minoria islâmica. A proposta foi rejeitada sem discussão, óbvio. A partilha resultou em algo em torno de 2 milhões de mortos.
Aquele que, em defesa da vida, adota a ética da não-violência tem por obrigação de defender a própria vida - violentamente, se necessário.