O discurso de Obama, na cerimónia de entrega do Nobel da Paz, tem partes excelentes, e nele se descobre um homem que, forçado pela realidade, teve de descer da estratosfera moral onde todos gostamos de flanar.Impossibilitado, porque tem responsabilidades políticas e a política é sempre a arte do possível, de olhar o mundo tal como gostaria que fosse, vê-se obrigado a enfrentá-lo tal como ele é.
É por isso que, não desistindo todavia de descrever as coisas como gostaria que fossem, tributo retórico que o vício tem sempre de pagar à virtude, estas ideias são as que verdadeiramente contam no terreno onde nos movemos e na realidade que é a do nosso tempo e das nossas vidas:
1-Não trago aqui hoje a solução definitiva para os problemas da guerra.
2-Temos de compreender a dura verdade de que não iremos erradicar os conflitos violentos no nosso tempo de vida. Haverá momentos em que as nações entenderão o uso da força, não apenas necessário, mas moralmente justificado.
3-Como chefe de estado obrigado a proteger e a defender a minha nação, não posso ser apenas guiado pelos seus exemplos (de Gandhi e de Luther King). Eu encaro o mundo como ele é.
4-Que não haja dúvidas: o Mal existe no mundo. Um movimento pacifista não seria capaz de travar os exércitos de Hitler. As negociações não podem convencer os lideres da Al-Qaeda a baixarem as armas.
Dizer que a força é por vezes necessária não é cinismo- é o reconhecimento da história, das imperfeições do homem e dos limites da razão.
5-Sim, os instrumentos da guerra têm um papel a desempenhar na preservação da paz.
6-A guerra é por vezes necessária e é, de algum modo, uma expressão das emoções humanas.
7-Eu, como qualquer outro chefe de estado, reservo-me o direito de agir unilateralmente se tal for necessário para defender a minha nação.
8-A crença de que a paz é desejável, raramente é suficiente para a obter.
Isto é o que conta.
O resto também é importante, mas não é novidade.
De resto, o Pacto Kellog-Briand, que abolia a guerra, é de 1928, continha a habitual retórica estratosférica e foi assinado por todas as nações que,11 anos depois, travaram entre si a mais mortífera guerra da História.
42 comentários:
Caro Lidador,
Tem a certeza que não se está a referir a Bush?
No post anterior Range, sobre Obama, disse o seguinte:
«O pacífico recebe o prémio Nobel da Paz e (…)decide (…) o envio de 30.000 homens para a guerra*.»
Eu ia responder com este comentário: ‘como não se cansa de dizer o Lidador, “para obter a paz é necessário, por vezes, fazer a guerra.”’
Vejo que já não é preciso.
Si vis pacem, parabellum.
Dito velho como o caraças que de resto deu nome a uma excelente pistola de origem alemã... a Luger!
Já aprendi mais alguma coisa: estava convencido que a Parabellum e a Luger eram duas pistolas diferentes!!!
Ó pra eles, todos contentes, por o gajo mandar mais uma ajudazinha ao maior cartel de droga do planeta!
EM, as suas análises psicológicas são interesantíssimas, se calhar o facto de eu estar contente, ou descontente é algo que o toca bastante, mas e o que tem a dizer quanto à questão do poste?
Ou faltam-lhe as ideias feitas?
O-Lidador:
O post é óptimo, coerente, e cheio de ideias feitas e bem feitas.
Mais bem feito é impossível. Quando o Obama fazia publicidade enganosa, de sorriso de orelha a orelha, para agradar a gregos, quase foi crucificado. Agora que fala para troianos, com ar pungente, esmagado pela realidade (a vossa), já o aplaudem.
Mas que raio de papel esperavam do líder dos USA, temente a Deus e ao capital!?
Eu não tenho ideias, tenho ideais.
Estúpido, não é?
Há uns meses atrás, quando lhe deram o Nobel da Paz, era um idiota, agora é um realista que faz a guerra...
Nada como a (in)coerência ideológica para explicar tudo e o seu contrário...
Carmo da Rosa... já tendes resposta.
Quanto a este caso, a conclusão da hoste politicamente correcta segue o padrão do costume. Portanto: Bush era mau por fazer a guerra, mas Obama é porreiro e realista por fazer a guerra. Fica registado...
Muito bonito, e o resto é mais do mesmo. Faltam, pelo menos, mais três alíneas.
9. A invasão e destruição do Iraque não se encaixam nos ‘benefícios’.
10. As ‘guerras religiosas’, vulgo ‘choque de civilizações’, muito menos. Dito explicitamente.
11. A carta de Freud a Einstein deu-lhe um jeitão para delinear o discurso.
Vá lá, de vez em quando cite o pensamento alheio sem o adulterar muito.
@hv"Nada como a (in)coerência ideológica para explicar tudo e o seu contrário..."
Quando o Bush discursava desta maneira a malta aplaudia. Vc e a sua pandilha chamavam-lhe macaco, assassino, analfabeto, etc.
Quando o Obama discursa desta maneira continuamos a aplaudir. E vc, o que é que chama agora ao Obama?
Caro HV, como disse o Luis Oliveira, parece que a incoerência está por aí.
Aqui comentam-se as ideias das pessoas, a malta não é dada ao endeusamento.
Se Obama diz coisas sensatas, damos-lhe os parabéns, se diz asneiras criticamos.
Você encontra incoerência, porque pensa que vemos o mundo como uma certa esquerda, muito dada ao culto da personalidade e aos ódios a preto e branco.
Cara ml, qual a parte de "O resto também é importante, mas não é novidade", que não entendeu?
A Ana Gomes ainda nada disse. Será que vai rejubilar por haver, finalmente, um a guerra justa?
Entendi tudo, prezado, sabe que o entendo sempre bem, a si e ao seu entendimento da ‘nova’ postura do Obama. O malandro enganou-nos bem, chegámos a pensar que o vencedor das presidenciais americanas tinha sido o Luther King ou o Gandhi, sei lá.
Prezado, a sua fidelidade à guerra é tocante, já não há casamentos assim. Agora o que seria mesmo ouro sobre azul era o Obama defender a guerra como terapia.
"Agora o que seria mesmo ouro sobre azul era o Obama defender a guerra como terapia."
Vejo que finalmente leu e percebeu o velho Sigmund
Ainda bem que a ajudei a abrir horizontes.
Pois...
E eu vejo que
a) recomenda muito, mas não lê nada do que recomenda;
b) lê, recomenda muito, mas não percebe nada do que lê.
De Maio a Abril...
HV:
"Há uns meses atrás, quando lhe deram o Nobel da Paz, era um idiota, agora é um realista que faz a guerra..."
Se não é realista é então completamente estúpido. Um vendido aos lóbis do armamento?
De uma forma ou outra, é o máximo ver o caramelo explicar às sumidades 'Nobel' que a guerra tem que ser feita.
Bom ... change. O gajo 'chanjou'. Os 12 supositórios iranianos devem ter feito efeito.
@ Luis Oliveira: «Quando o Bush discursava desta maneira a malta aplaudia. Vc e a sua pandilha chamavam-lhe macaco, assassino, analfabeto, etc.
Quando o Obama discursa desta maneira continuamos a aplaudir. E vc, o que é que chama agora ao Obama?»
HV, amigos amigos, mas ideologiazinha à parte… Muito bem visto pelo Luís Oliveira, que ultimamente tem dito muito pouco, mas esta boca vale pelo menos quatro posts e prova o que eu já desconfiava há muito, a direita é bem mais flexível e indulgente que a esquerda e por isso mais facilmente disposta a largar os dogmas. Bem, à excepção do Caturo claro! Por enquanto, mas com alguma paciência também lá vai.
Eurico de Moura, além de contra o capital e os copos, também tem alguma coisa contra as drogas?
Caturo… não me largais um momento da braguilha? Mas apesar das nossas pequenas divergências de 'identidade' reconheço que a sua síntese sobre a hoste politicamente correcta é perfeita. Não acrescentaria nem uma vírgula.
"O malandro enganou-nos bem, chegámos a pensar que o vencedor das presidenciais americanas tinha sido o Luther King ou o Gandhi, sei lá."
Oh minha cara ML! Então ainda acredita no Pai Natal?!
Lidador, Luis Oliveira, CdR, etc...
A minha opinião em relação ao Obama é a mesma desde o primeiro dia: tenho poucas ilusões relativamente ao personagem e aos interesses que defende. Se leram bem o que escrevi em Outubro (vocês não lêem e depois só dizem disparates) háo-de ver que considerei a atribuição do prémio Nobel da Paz um acto desprovido de qualquer sentido e que ainda é muito cedo para ter uma opinião definitiva sobre o Obama. Também o considero muito mais inteligente e culto do que o Bush (não é difícil, concedo) e que, nessa perspectiva, pode ser positivo para a "détente" mundial. Pode ser...não quer dizer que seja.
Quem deu o dito, por não dito, foi o Lidador e vocês vieram todos atrás a salivar. Reflexos pavlovianos, com certeza...
@ ejsantos: ...O malandro enganou-nos bem, chegámos a pensar que (...) tinha sido o Luther King ou o Gandhi...»
ah ah ah ah! Esta boca vale dois posts.
a direita é bem mais flexível e indulgente que a esquerda e por isso mais facilmente disposta a largar os dogmas.
Carmo,
Eu até gostava de concordar consigo uma vez ou outra, mas é mesmo complicado. E, a avaliar pela tolerância no reino fiel, essa característica não poderia certamente ser assacada à direita.
Provas? Pesque por aí posts/comentários recentes do Porto, do lidador e do range sobre economia e sobre a crise e verá que partem para a discussão atascados em dogmas e completamente imunes a dados e factos.
Já que se fala tanto sobre o discurso, há uma frase, entre várias, que seriam suficientes para pôr aí o velho lidador (o novo poliu-se com um verniz que claramente destoa da realidade, um pouco como o Sócrates quando percebeu que a maioria absoluta ia fugir) a espumar-se e verberar toda a espécie de insultos. Ora aqui vai (via Jugular):
The non-violence practiced by men like Gandhi and King may not have been practical or possible in every circumstance, but the love that they preached - their faith in human progress - must always be the North Star that guides us on our journey.
For if we lose that faith - if we dismiss it as silly or naïve; if we divorce it from the decisions that we make on issues of war and peace - then we lose what is best about humanity. We lose our sense of possibility. We lose our moral compass.
Like generations have before us, we must reject that future. As Dr. King said at this occasion so many years ago, "I refuse to accept despair as the final response to the ambiguities of history. I refuse to accept the idea that the 'isness' of man's present nature makes him morally incapable of reaching up for the eternal 'oughtness' that forever confronts him."
Depois, é como diz o Bruno Sena Martins no 5 dias: os cínicos nem o trabalho de casa se deram ao trabalho de fazer, caso contrário teriam encontrado exemplos muito melhores para demonstrar o seu ponto.
Em relação ao caturo não será muito difícil adivinhar que não terá grande opinião sobre o Obama (salta à vista porquê). Aliás, duvido que nutra grande simpatia por um país em que há aquela mistela de etnias e cores de pele e tal.
P.S. Carmo, ainda lhe devo uma resposta aí num post mais antigo. Falta de tempo...
Entretanto, lembro-o de um nome: Aminetu Haidar. Só para que quem gosta de dizer que a esquerda só se lembra de Israel e dos EUA dobre um bocado mais a língua. A direita, como em tantos outros casos, permanece invisível.
Errata: Onde escrevi tolerância queria dizer flexibilidade, abertura de espírito, etc.
Meus caros esquerdistas que aqui comentam.
O que Obama disse neste brilhante discurso foi mais ou menos o que eu tinha escrito
aqui , já há uns tempos, e mais ou menos o que digo em público, um pouco por aí.
E de facto dizer isto em frente ao mundo, especialmente frente aos "progressistas" noruegueses que pensam que vivem na pós-história, é algo que só Obama poderia fazer, dado o estado de graça que apesar de tudo ainda mantém um pouco por essa esquerda mundial.
Na verdade diz o que a maioria das pessoas sente, isto é, que gostaria de viver num mundo sem guerra ( em toda a minha vida conheci apenas 4 ou 5 pessoas que tinham feito a guerra e gostavam da experiência), mas que não é esse o mundo real em que vivemos e que por isso temos de encarar a guerra tal como ela é: um meio por vezes necessário, por vezes moral, de alcançar objectivos irrenunciáveis.
É só isto, mas isto é muito.
Um aparte para o HV que se afadiga a esclarecer que Bush era burro e Obama é inteligente.
O que sabe você? Fez algum teste? É do alto da sua excelência académica que bota sentença?
Sabe, Bush foi só o Presidente americano com mais habilitações académicas e se você acredita que um indivíduo licenciado por Yale e MBA por Harvard, eleito governador de um dos maiores estados da União e eleito duas vezes Presidente do mais poderoso país do mundo ( espero que saiba que a eleição de um presidente na América, exige aos candidatos capacidades que aos nossos politicos nem passam pela cabeça) é burro por definição, tem de me mostrar o seu currículo e o seu caixote do lixo.
Uma coisa é não gostar de uma pessoa ( eu não gosto do Amadinejad), outra coisa é pensar que por não se gostar dele, ele tem de ser burro.
Amadinejad é odioso, mas é esperto.
E você, ao projectar esse ódio sobre o Bush, apenas dá conta das suas angústias e raivinhas.
Revela-se a si, mais do que ao seu alvo.
NUma crise económica e financeira, cada um orienta a vidinha como melhor sabe. Por cá faz-se um aeroporto e um TGV, para dar dinheiro às grandes empresas de construção e criar uns postos de trabalho para diminuir a pressão social. Nos USA, faz-se a guerra, que dá dinheiro às grandes empresas de armamento e emprego à malta jovem, com destaque para negros e hispânicos. Para o Serviço de Saúde pode faltar o apoio do Congresso mas para ir atrás dos terroristas vai haver $$$ com fartura.
Caro Eurico Moura, da sua parte espera-se melhor do que comentários adolescentes.
Que diabo, você já é adulto..
Lidador,
Não é preciso fazer testes para saber que a passagem do Bush pelas universidade não foi das mais brilhantes. Foi um aluno mediocre e o seu aproveitamento, para além das declarações de professores e colegas dessa época, o confirmam. O que prova um diploma? Que dizer das habilitações de Obama?
Mas, Bush é passado e o Obama é que interessa. Não desvie a conversa, como é seu costume, e concentre-se no essencial.
Eurico MouraM:
"Por cá faz-se um aeroporto e um TGV, para dar dinheiro às grandes empresas de construção e criar uns postos de trabalho para diminuir a pressão social."
Não sofistique aquilo que é pura estupidez.
As megalómanas obras servem para calar hoje mesmo que a fome se estabeleça amanhã.
Pura estupidez.
a direita é bem mais flexível e indulgente que a esquerda
Talvez, sr. Carmo, talvez muito mais… dúctil.
Always follow the arrow.
Vc e a sua pandilha chamavam-lhe macaco, assassino, analfabeto, etc.
Quem sabe, dom Carmo, se não terá uma pontinha de razão?, mas o contexto de um burreco armamentista não é bem, bem o mesmo, nunca nada lhe sai bem. É assim como um fatinho de homem, por mais bem cortado que seja não assenta a todos.
É injusto, tb concordo, e muito chato, mas deus-nosso-senhor quando nos criou não prometeu justiça. E em todas as comunidades humanas, mesmo as mais pequenas, colocou dois ou três espécimes como o macaco, o assassino, o analfabeto e o etc. só para fazer ver a Darwin que nessa pandilha não se toca, destinam-se ao reino dos céus.
o novo poliu-se com um verniz que claramente destoa da realidade
Um mistério, Sérgio, um mistério ainda por esclarecer. E não te esqueças de outros sítios onde o vocabulário era ainda mais... colorido e elegante.
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Oh minha cara ML! Então ainda acredita no Pai Natal?!
Oh, ejsantos, balhamedeus! Então não havia de acreditar porquê? Faz uns natais tão bonitos! Tenho ali quatro ou cinco de guarda à árvore.
Sérgio Pinto: «Eu até gostava de concordar consigo uma vez ou outra, mas é mesmo complicado.»
É complicado porquê? Essa desculpa dos ‘outros’ não serve, não sou família dos ‘outros’ nem tão pouco do mesmo partido!!! Vá lá, concorde uma vez comigo que amanhã é o meu aniversário.
Sérgio Pinto: «Pesque por aí posts/comentários recentes do Porto, do lidador e do range sobre economia e sobre a crise e verá que partem para a discussão atascados em dogmas e completamente imunes a dados e factos.»
Talvez, mas isso é consigo. Eu, como não percebo nada de economia e não a discuto, não tenho essa experiência e não me sinto incomodado pelos possíveis dogmas. Mas de qualquer forma eu estava a falar em termos gerais (utilizando um membro como exemplo), não neste blog.
O discurso do Obama é uma discussão que não me é dirigida. Eu sempre fui pró Obama. Eu disse aqui, antes de ele ter sido eleito presidente, que se fosse americano votaria Obama. Achei a atribuição do prémio Nobel prematura, mas por enquanto ainda não me desiludiu muito, apesar de ser um tanto ou quanto das direitas - para o meu gosto…
O-Lidador:
Meu caro, não tenho culpa. Sinto-me cada vez mais jovem. Estou a atravessar uma adolescência serôdia.
Ainda um dia destes me hão-de ver a brincar com soldadinhos de chumbo e parabelum's de plástico.
RoD:
O meu amigo que me desculpe, mas se acredita que as opções de que falei (TGV e Aero) são estupidez, anda mesmo por fora do problema. Estupidez nossa, do povinho, talvez, mas não de quem as quer levar por diante. Eu nem quero crer no que ouço.
Você apanha os ladrões em sua casa, com uma arma apontada à sua cabeça e é capaz de lhes dizer: Que estupidez! Tanta coisa só para ver televisão no meu LCD novo!
Por amor de Deus...
Carmo da Rosa, não se excite que eu não quero a sua braguilha para nada. Quanto às nossas concordâncias pontuais, enfim, você também não se pode enganar sempre.
Uma coisa é certa: alguém lhe escreveu o discurso. Ele não tem estatura moral nem intelectual que passe da capacidade de ler um tele-ponto e abanar a cabeça como um cão de porcelana na parte de trás de um automóvel em andamento.
Caro Eurico Moura,
Talvez tenha razão mas eu explico um pouco melhor.
Mas, espere lá. O Eurico diz que tenho aqui um êcran de LCD .. isso é uma excelente notícia. Será aquela coisa bojuda que está em cima do armário (não brinque, não é uma pipa).
Eurico, pode estar a acontecer de tudo. A máquina "governativa" é grande e, tanto quanto é da praxe, cada um desenfia-se por onde pode.
Mas independentemente do desenfianso de cada um, individualmente, há um padrão que é defendido pelas luminárias pela pauta de uns tantos tiques de disco riscado: Keynes.
Os rapazes estão convencidos que despejando dinheiro "na economia" a fazem funcionar. Estão convencidos e fazem-no, não percebendo por que raio essa verba acaba refundida em dívida externa.
Os caramelos não percebem que o país muito pouco produz (e cada vez menos) para os seus próprio consumo e muito menos para vender lá fora. Vai daí, esbanjam pelos bancos, pela "formação profissional", pela subsidio-dependência, enfim, a orgia do orçamento redistributivo". Despejam notas.
Pelas teias de aranha por onde o dinheiro se esfuma uns quantos embolsam. Emblsam por vezes os próprios, o partido, os amigos, até os inimigos, porque nem todos são de Olhão.
Mas que os gajos estão convencidos que simplesmente gastando aceleram a economia, estão.
Se o estado alemão quiser financiar as suas próprias empresas basta mandar para cá o graveto, preferencialmente sem controlo, para ter a certeza que ele é refundido em BMWs.
Se o estado português fizer isso, o cacau é refundido em MBWs, LCDs, roupa, batatas, talvez até papel higiénico. Cá é que não fica.
... ainda hoje estava um idiota qualquer, na rádio, a palrar que a receita fiscal tinha diminuído e que não sabia se valeria a pena subir impostos porque se podia dar o caso de assocatar ainda mais a economia.
Ainda não perceberam que o nível de impostos torna a tralha produzida nas empresas tão cara que nem nós próprios a compramos.
Caturo: «não se excite que eu não quero a sua braguilha para nada. Quanto às nossas concordâncias pontuais, enfim, você também não se pode enganar sempre..»
Caturo, eu sei que ‘bevel ist bevel’ a si lhe diz muito, mas infelizmente a excitação não se deixa comandar, pode-se apenas estimular ou criar as condições para isso. Você não conhece esta linda canção do Brassens:
Quand je pense à Fernande
Je bande, je bande
Quand j'pense à Félicie
Je bande aussi
Quand j'pense à 'Léonor
Mon dieu je bande encore
Mais quand j'pense à Lulu
Là je ne bande plus
La bandaison papa
Ca n'se commande pas.
Quanto ao resto, já vou notando um certo humor nas suas respostas, um refinamento que antes faltava. Parece que já se cansou, e ainda bem, de desbobinar rotineiramente a cassete do ‘blut und boden’, e isso excita-me…
RoD:
Lá está você a desculpar os grandes empresários e a malta da massa.
Não se iluda. Não há almoços grátis.
O Socas (e seus muchachos) não está puto interessado em resolver a economia do pais. E isso vê-se à légua. Há sempre alguém que que fala mais alto e a voz das Motta-Engil cá do burgo, já se fazem ouvir. Quando o Tribunal de Contas lhes mexe no queijo, vem logo ameaçar com os tribunais cíveis, onde se compram juízes em saldo. E quando vier o PSD, dirá o dito por não dito e fará o mesmo.
O Pai Natal não existe!
Você sabe disso e usa-o quando é para atacar, os gajos da ONU, do IPCC, o OBAMa, quando ele tenta impor programas sociais, e mais um sem número de malta que anda a reboque do mundo financeiro mas que finge que não.
Infelizmente o meu amigo até acerta em muitos e só não acerta mais, porque não atira aos alvos que lhe são simpáticos.
Num mundo em que o dinheiro vale tudo, tudo vale para o conseguir.
Eurico,
"Lá está você a desculpar os grandes empresários e a malta da massa.
Não se iluda. Não há almoços grátis. "
Não se preocupe. Destro em pouco não sobrará capitalista cobrador de almoços para nos afligir.
Se nessa altura o cavalo que estava a ser treinado para não precisar de comer morrer, a culpa será do cavalo.
Aliás, de há uns dias a esta parte o governo descobriu o défice e a dívida externa e, como boa máquina socialista, em vez de se concentrar em tirar o estado das costas do país está, novamente a querer "resolver o problema".
"ML: Oh, ejsantos, balhamedeus! Então não havia de acreditar porquê? Faz uns natais tão bonitos! "
Ah, ah, ah!
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