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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

TGV e nuvens negras

Ontem assisti a uma conferência (SEDES/IDN) com os professores Daniel Bessa, João Salgueiro e Campos Cunha.

O tom geral foi de pessimismo e urgência.

A Grécia pode cessar pagamentos a todo o momento, a Irlanda já encerrou escolas e hospitais e baixou salários, a Espanha ainda arrasta os pés, mas já cancelou 3 troços do TGV e prepara-se para uma subida de impostos.

A ideia dos 3 economistas é que, se a Grécia cair, Portugal terá cada vez maior dificuldade de acesso ao crédito, pelo que, a todo o momento, pode também abrir falência.
O país precisa de pedir emprestados, 2 milhões de euros por hora. Quem empresta é o Deutsch Bank, o ABN e pouco mais.
Crédito difícil, implica juros mais elevados. Juros mais elevados implicam uma cada vez maior parte do orçamento cativado.

A seguir por este caminho, chegará inexoravelmente o momento em que não haverá mais quem nos empreste.
É como em casa.
Se ganhamos 20 e gastamos 22, temos de pedir 2 emprestados.
Quando ninguém nos emprestar esses 2, teremos de gastar menos 2, ou ganhar mais 2.
Tão simples quanto isso.
Daniel Bessa explicou que a "solução de esquerda", é aumentar os impostos. Resolve o problema de imediato, evita grandes perturbações sociais, mas é péssima para o futuro do país, levará à fuga , ao desinvestimento e ao progressivo empobrecimento.
As outras soluções são cortar despesa à bruta. Salários, 13º mês, privatizar escolas, hospitais, etc.
Ou um mix disto tudo.

Para os 3 economistas ( e para o Engº Belmiro de Azevedo, que também lá estava), o TGV é uma desastrosa fuga para a frente. Não nos liga à "Europa" (não há TGV Madrid Paris), não trará dinâmicas económicas significativas, a contratação será sobretudo a empresas estrangeiras, o emprego será maioritariamente de imigrantes, aumentará o déficite e, cereja no topo do bolo, a sua exploração será sempre deficitária, pelo que nos próximos 30 anos, mais uma fatia do orçamento de estado ficará cativada.
A juntar a outra para o os ditadores africanos, se a maluqueira de Copenhaga produzir um acordo.

Aproximam-se nuvens muito negras. Se tudo correr pelo pior, e o governo parece estar empenhado em que assim seja, daqui a alguns meses, ou mesmo semanas, estaremos a pão e água, ou sob protectorado alemão.
Rezemos para que a Grécia não caia e para que Sócrates sofra um acidente e saia do cockpit.

42 comentários:

o holandês voador disse...

O diagnóstico parece correcto. As culpas, do governo de Sócrates, também. Acontece que, na Grécia, os "culpados" pelo descalabro foram governos de "direita". Logo, não parece que seja só culpa das ideologias, mas do sistema. É preciso mudar de paradigma. Essa é a constatação mais óbvia. Não ver isso, é cair na mesma armadilha.

Unknown disse...

HV, a culpa é do despesismo do estado, fundamentalmente.
Chame-se de esquerda ou de direita.
A culpa é a de um país que consome mais do que ganha e que não cria condições para ganhar mais.
A culpa é de reformas que não foram feitas, de uma justiça que não funciona em tempo, de uma administração pública que em vez de ajudar, emperra e empata.
A culpa é de um sistema educativo que nivela por baixo e abomina o mérito, a que chama, elitismo.
A culpa, enfim, é nossa por elegermos gente que nos canta as canções de embalar que gostamos de ouvir.

ml disse...

Acontece que, na Grécia, os "culpados" pelo descalabro foram governos de "direita"

E acontece que na Irlanda nunca houve um governo de esquerda, a ascenção e a queda são imputáveis aos mesmos. E é um país com com um sistema educativo excelente, a taxa de analfabetismo passou a mínima logo no início do séc. XX. E no entanto, que las ay, las ay.

Diogo disse...

Evidentemente que os TGVs, as auto-estradas, as pontes e os aeroportos são roubos de proporções astronómicas ao contribuinte.

Mas quanto aos empréstimos, para que achas tu que serve o BCE? Quem imprime e cria dinheiro a partir do nada? Esses (teus) neurónios já se dedicaram a pensar nisso?

Unknown disse...

"Quem imprime e cria dinheiro a partir do nada?"

Quem?

Eurico Moura disse...

É preciso mudar de paradigma.
Para mudar de paradigma é preciso bater no fundo.
A coisa está a correr bem...

Unknown disse...

E que "paradigma" tem em mente, EM?
O terceiro-mundo? Candeeiros a petróleo? Carros de bois? Pão e couves?

RioDoiro disse...

"Candeeiros a petróleo?"

Não pode ser.

Candeeiros a petróleo=CO2=aquecimento global=cedências às petrolíferas.

Quanto muito a azeite, esfolado a marretadas de calhau.

Zéi disse...

"Pensava que já se tinham apercebido que as nações não existem mais, que esquerda e direita tambem não existem, não existe ocidente nem leste, existe apenas um vasto sistema interligado interagindo multinacionalmente, não existem americanos nem russos nem arabes nem democracia, apenas existe um vasto sistema financeiro"

Quanto ao post, não tenham medo se a Grécia cair, alguem a vai levantar, e se Portugal cair alguem vai segurar-nos tambem, o problema vai ser quando um dos G8 cair, ai sim, vai ser uma dor de cabeça das grandes, e, meus amigos isso pode estar por um fio.
Inglaterra e Itália e EUA estão com problemas gravissimos para fazer face ao pagamento da gigantesca divida que cada um deles detem.
As probabilidades de um destes paises entrar em incumprimento são bastante altas, por enquanto os EUA teem-se desenrrascado devido as baixas taxas de juro (quase 0%), que fazem com que o dolar se tenha convertido na nova moeda do chamado Carry Trade, para quem não sabe, o Carry Trade, consiste em pedir dinheiro emprestado onde os juros são mais baratos, e depois investir em activos com grande rentabilidade noutras paragens, o Ien japones foi durante anos a moeda usada para este negocio, dado que as taxas de juro no Japão estiveram a 0% durante um periodo grande devido a prolongada recessão.
Agora, o que está a contecer é a formação de mais uma enorme bolha devido a esta prática, já que esses empréstimos são feitos com enormes alavancagens.
Este Carry Trade só pode funcionar, se o dolar enfraquecer e as taxas de juro continuarem baixas, e ao que parece as taxas de juro vão mesmo continuar assim nos EUA, mas reparem num gráfico de Forex no par EUR/USD, à duas semanas para comprar um euro teriamos de desembolsar 1.50 Dolares, hoje apenas 1,45 Dolares, parece pouca a diferença não é? mas é muito, pode representar ganhos ou perdas astronomicas e para quem detem emprestimos em dolares pode ser fatal, vamos ver até onde a moeda dos estates vai valorizar, porque se ela continuar a subir o sistema pode colapsar e em minha opinião vai mesmo colapsar.
Por isso guardar algum dinheirinho vivo em casa, pode ser importante no caso dos bancos fecharem por algum tempo, e se a malta tiver disponiveis uns trocos que não façam falta comprar umas barras de ouro tambem pode ser considerado uma estratégia inteligente.
Pensemos no melhor mas preparemo-nos para o pior.
Um abraço

Paulo Porto disse...

Lembro perfeitamente que Manuela Ferreira Leite foi a pessoa mais bem disposta e sorridente na última tomada de posse de Sócrates.

Na altura imaginei perceber porquê. De há algum tempo para cá tenho a certeza.

Sérgio Pinto disse...

Aos teóricos do catastrofismo da dívida que são ao mesmo tempo fundamentalistas de mercado, relembro que o 'preço' dos credit default swaps (que o adorado mercado usa para avaliar o risco da dívida de cada país) é, para Portugal, muito inferior ao da Grécia, além de ser també inferior ao de Espanha, Itália e (pelo menos há uns dias) também do Reino Unido.

Quanto ao TGV, tanto quanto sei, há por aí partidos de esquerda que não o apoiam.

Unknown disse...

Sp troque lá isso por miúdos e explique aqui à gente o que é um rating, por exemplo da S&P, e o que é que isso tem a ver com CDS.

POr exemplo a Grécia está em BBB+. Portugal está um bocadinho acima, mas com outlook negativo.

Concerteza sabe o que isso significa: juros mais altos, mais dinheiro do orçamento para o serviço da dívida ( logo mais impostos ou menos serviços) mais juros a pagar por si, se comprar algo a crédito.

Não está preocupado? Pois devia.

Sérgio Pinto disse...

Lidador,

Não finja que não percebeu. Não se trata da minha preocupação, dado que não é esse o tema do post. Trata-se, muito simplesmente, de coerência: dada a vossa fé messiânica no mercado, porque é que agora ignoram o vosso deus? Têm, claro, aquela brilhante saída à Nogueira Leite: "os mercados andam distraídos". Pois.

Os CDS, como deveria saber, funcionam como um seguro. Sendo relativos à dívida de um determinado país, será também tanto mais caro quanto mais arriscada for essa dívida. Ou seja, quanto mais elevado o seu adorado mercado achar que é o risco de falência, maior será o custo desse 'seguro'. Ora, se esse custo, para Portugal, é inferior ao da Grécia, Espanha, Itália, etc., você não deveria estar preocupado.

As agências de rating dão uma avaliação que se traduz numa nota, não num spread. Ou seja, se dois países têm ratings parecidos mas ainda assim CDS de custo muito diferente, suponho que a explicação mais evidente seja a de que o seu omnisciente 'mercado' acredite pouco nas agências de rating (e, claro, aquilo em que o 'mercado' acredita vale o que vale; para si, se for coerente, deveria valer muitíssimo). É curioso ter que ser eu a explicar-lhe estas coisas...

Hum, e as agências de rating estiveram sob investigação, processo em que foram apuradas coisas giras como esta:

"It could be structured by cows and we would rate it," one Standard & Poor's employee wrote in a company email cited by Waxman. "Let's hope we are all wealthy and retired by the time this house of cards falters," wrote another in an email obtained by Waxman's committee.

http://abcnews.go.com/Blotter/story?id=6079598&page=1

Não é belo o mercado?

Unknown disse...

"omnisciente mercado".

Não sei onde é que o SP vai buscar estes adjectivos tremendistas, mas, tirando a esquerda festiva, não me recordo de ninguém com algum caco reivindicar tal dom.

O "mercado" não é uma entidade personificável e se calhar o problema do SP é mesmo esse, o de tentar figurar o mercado como um Ser, como um "alguém", com vontade e intenções. Más, obviamente.

O mercado, meu caro, é o somatório de miriades de decisões. Você contribui para o "mercado", quando escolhe um computador, um serviço, um produto, se vai de metro ou de bicicleta, etc.

E, evidentemente, por vezes você toma boas decisões, por vezes engana-se na escolha, por vezes gasta mais dinheiro do que pensava.
E é acompanhado nisso por todos os outros agentes, que umas vezes acertam e outras vezes erram.

Isso é o "mercado".

Ora o que se sabe ( da prática) é que geralmente o somatório destas milhentas livres decisões individuais, tende a ser positivo.
Não é uma ideologia, é uma constatação.

Ora há quem pense que é melhor que as sociedades funcionem assim, do que deixar as decisões para decisores iluminados e bem intencionados.
Porquê?
Porque a prática diz-nos tb que por muito bem intencionados e esclarecidos que sejam os decisores, também cometem erros. E que os erros, serão, dado o nível a a que se verificam, gigantescos.

É a velha história dos ovos.
Todos num contentor super-protegido pelo Super-Homem, ou um em cada cesto nas mãos de gente comum?
E se o Super-Homem dá de caras com um barrote de kriptonita?

Sérgio Pinto disse...

As suas divagações sobre o 'mercado' têm exactamente o quê a ver com o que estava a ser discutido?

E sobre a sua visão catastrofista, incoerência, CDS's e tal?

O verniz mudou mas a estratégia de fundo mantém-se de pedra e cal, não é?

Unknown disse...

"As suas divagações sobre o 'mercado' têm exactamente o quê a ver com o que estava a ser discutido?"

Com a sua tese sobre a "omnisciência do mercado", que, se notar bem, vem exactamente no seu comentário.
Se não tem nada a ver, porque é que falou do assunto?

Carmo da Rosa disse...

@ hv: «É preciso mudar de paradigma. Essa é a constatação mais óbvia. Não ver isso, é cair na mesma armadilha.»

Sim, mas qual paradigma? Se o paradigma foi pior que o soneto, o melhor é deixar a coisa andar e cair mesmo na armadilha, que não é armadilha nenhuma, é ‘du pareil au même’…

@ ml: «E acontece que na Irlanda….»

Se há quem esteja supostamente pior, para quê ralarmo-nos?

@ Diogo: « BCE - cria dinheiro - neurónios.»

Percebi o primeiro parágrafo, entre ‘evidentemente’ e ‘contribuinte’. O resto, vai no Batalha, peço desculpa mas não percebi patavina!!!

@ Zéi: «G8, EUA, Carry Trades, taxas de juro, Ien, EUR/USD»

Caro Zéi, esta miscelânea de conceitos é sem dúvida interessantíssima, mas como não percebi a ponta dum corno fico-me pela explicação do Lidador - que é aliás a mesma do Henrique Medina Carreira e outras sumidades no assunto -, que percebo e que acho lógico e razoável – espero que não me leve a mal:

«A culpa é a de um país que consome mais do que ganha e que não cria condições para ganhar mais.»

Mas reconheço que você termina em grande quando diz:

«guardar algum dinheirinho vivo em casa, pode ser importante no caso dos bancos fecharem por algum tempo, e se a malta tiver disponiveis uns trocos que não façam falta comprar umas barras de ouro tambem pode ser considerado uma estratégia inteligente.»

@ Sérgio Pinto: «credit default swaps, CDS, spread, Waxman's committee.»

Idem comentário a Zéi. E de maneira nenhuma estou a fingir que não percebi! Por isso, mais uma vez, fico-me pela explicação do Lidador que percebo e que acho lógica e razoável - que é aliás a mesma do Henrique Medina Carreira e outros ‘teóricos do catastrofismo’).

Os teóricos podem fazer o malabarismo que quiserem com os conceitos, mas o homem da rua, o homem comum, eu, não sei porquê, mas têm cá uma fezada que tudo se resume a esta curta frase:

«A culpa é a de um país que consome mais do que ganha e que não cria condições para ganhar mais.»

Sérgio Pinto disse...

Lidador,

Aparentemente, ter-lhe-á escapado a parte inicial do comentário. Não se preocupe, eu volto a repetir:
Não finja que não percebeu. Não se trata da minha preocupação, dado que não é esse o tema do post. Trata-se, muito simplesmente, de coerência: dada a vossa fé messiânica no mercado, porque é que agora ignoram o vosso deus? Têm, claro, aquela brilhante saída à Nogueira Leite: "os mercados andam distraídos". Pois.

E depois falava dos CDS, das agências de rating e da sua visão apocalíptica. O que você acha que o mercado é não estava em discussão. A evidente contradição entre encher a boca com o 'mercado livre' e ignorar informação emitida por esse mesmo mercado porque não lhe dá muito jeito, essa sim, já estava. Compreendido agora?

Anónimo disse...

Carmo da Rosa,

A tradução do que quis dizer aparece bastante clara neste excerto de uma resposta ao lidador, acho eu:

Os CDS, como deveria saber, funcionam como um seguro. Sendo relativos à dívida de um determinado país, será também tanto mais caro quanto mais arriscada for essa dívida. Ou seja, quanto mais elevado o seu adorado mercado achar que é o risco de falência, maior será o custo desse 'seguro'. Ora, se esse custo, para Portugal, é inferior ao da Grécia, Espanha, Itália, etc., você não deveria estar preocupado.

Junto só mais uns detalhes: os CDS e demais instrumentos financeiros não são abstracções teóricas - pelo contrário, existem, são transaccionáveis, etc. Portanto, o grau de credibilidade que têm deveria variar de forma mais ou menos proporcional ao grau de certeza que têm na eficiência dos mercados financeiros. E, do que percebi até agora, o vosso grau de certeza é bastante elevado.

Sérgio Pinto disse...

P.S. Só para juntar que o comentário anterior saiu anónimo por engano.

Carmo da Rosa disse...

«você não deveria estar preocupado.»

Não devia porque vivo na Holanda! Mas como ainda tenho uns amigos e familiares a viver em Portugal, estou mesmo preocupado, e por enquanto você ainda não conseguiu alterar esta situação - faça lá mais um esforçozinho...

Unknown disse...

Bem SP, provavelmente não acompanhou com a devida atenção a minha divagação sobre o mercado.

Vamos lá ao seus CDS que, de resto, não são, em termos psicológicos, muito diferentes de outros bens vendáveis.

Imagine que há 10 porcos à venda, cada um com o seu dono.
Colocam-nos na feira e esperam pelos compradores.
Cada vendedor tem uma ideia do preço que acha satisfatório, cada um deles sabe mais sobre o seu porco do que sobre o porco dos outros. O Sr A sabe que o seu porco está a chocar uma doença e ficaria satisfeito por o vender por 50, mas vê que os outros estão a pedir 80.
E ele mete tb a 79. Chegam os compradores. Um deles está ansioso e oferece logo 79 e compra o porco do SR A.

O mercado funcionou, mas ele fez um mau negócio, ao passo que o Sr A fez um negócio do caraças.
Os restantes porcos serão vendidos a preços que ambas as partes entenderão satisfatórias. Uns farão bons negócios, outros não.
O mercado é um jogo de apostas.
Se você compra o computador A em vez do B, está a fazer uma aposta ..espera fazer um bom negócio. Mas pode ter azar.

Isto para lhe explicar que o mercado é como a estatística. Não é possível dizer se um acontecimento irá ter lugar, mas é possível prever a probabilidade, ou , por outras palavras, é possível prever que determinados acontecimentos acontecerão mais vezes do que outros.

Enfim, era o que dizia, de modo mais ilustrado, o velho Adam Smith.

Unknown disse...

Cdr, sobre o Medina Carreira, o Daniel Bessa a determinada altura confessou que a mulher dele ( do Bessa), lhe vem dizendo com ar preocupado que cada vez se parece mais com o Medina Carreira na maneira como fala da economia do país.

Ora ter dois ( três, com o Campos Cunha) ex-ministros do PS, a falar assim do que aí vem, deveria fazer acender luzinhas vermelhas até na cabeça aqui dos nossos bloquistas que andam à procura de "novos paradigmas", nas casas dos horrores de há dezenas de anos.
A propósito de horrores, parece que o homólogo alemão do nosso BE, o Die Linke, está a ser reduzido a cacos pelas revelações de que se trata de gente ligada à bufaria da Stasi.

Carmo da Rosa disse...

«Se você compra o computador A em vez do B, está a fazer uma aposta ..espera fazer um bom negócio. Mas pode ter azar.»

E se não quiser mesmo ter azar compre um dos novos i-Mac's, além de bons, rápidos, fáceis de manobrar e relativamente baratos, são lindíssimos...

Mais uma vantagem: ocupam menos espaço. Não são imperialistas, precisam de menos 'lebensraum' do que os sistemas inferiores de direita da Windows, que ainda por cima são feios como a noite dos trovões.

Carmo da Rosa disse...

«A propósito de horrores, parece que o homólogo alemão do nosso BE, o Die Linke, está a ser reduzido a cacos pelas revelações de que se trata de gente ligada à bufaria da Stasi.»

Não sei nada do assunto. Vou já dar uma vista de olhos pelas informações cá da praça.

Anónimo disse...

Carmo,

Entenda o excerto que referi no contexto em que foi dado: foi uma resposta ao lidador. A baixa preocupação também tem um pressuposto: o grau de confiança nos 'mercados' (financeiros, se quiser ser mais exacto). E, verificando-se esse pressuposto (e do que percebo das vossas posições, acho que se verifica), não há nenhuma razão para essa preocupação existir.

Se quiser eu sou mais claro em relação à posição do lidador: o problema dele é sempre, e a priori, com a influência do Estado. Ou seja, vive preso num dogma e não tem problemas em ignorar informação que não lhe convém para sustentar um dogma insustentável. Não sei se é também o seu ou não.

Sérgio Pinto disse...

Lidador,

Mau exemplo. Sendo Portugal o porco do Senhor A, não há nenhuma razão para que apenas este disponha de informação de que mais ninguém dispõe.
Além de que, numa situação de racionalidade absoluta e conhecimento perfeito, qualquer um responderia à descida para 79 com as suas próprias descidas.

Enfim, claro que nada do seu exemplo se aplica porque é evidente que não é o Estado que impõe o 'preço' dos CDS's relativos à sua dívida. Caso contrário, a Grécia não escolheria estar em pior posição que os restantes países da UE.

É engraçado ver que o BE lhe continua a causar comichões.

P.S. Carmo, o anónimo que lhe respondeu era eu.

Unknown disse...

"Sendo Portugal o porco do Senhor A, não há nenhuma razão para que apenas este disponha de informação de que mais ninguém dispõe."

A mim parece-me que há toda a razão. Se você quiser vender o seu carro em 2ª mão, dificilmente dirá aos interessados que se estampou com ele há dois anos.
A não ser que de facto não queira vender, ou não esteja interessado em ganhar dinheiro. Mas no mundo real, as pessoas querem vender e querem fazer o melhor negócio possível.


"Além de que, numa situação de racionalidade absoluta e conhecimento perfeito"

Pois, mas isso não existe. Isso é como aquela coisa dos laboratórios, as chamadas " condições de pressão e temperatura normais".

Se houver conhecimento perfeito não há negócios, meu caro.Num negócio ambas as partes acreditam que vão ganhar.
Dificilmente poderão estar ambos certos.

Por exemplo, os seguros, e a proposito do CDS, baseiam-se exactamente na informação imperfeita.
Se eu souber que não vou ficar doente não faço seguro nenhum. Se a seguradora sabe que eu vou ficar doente, ou não me faz seguro, ou me obriga a pagar um prémio que pague a despesa que vai ter comigo.


"não é o Estado que impõe o 'preço' dos CDS's relativos à sua dívida."

Claro que não, é um vendedor que quer vender e um comprador que quer comprar e ambos acham que vão ganhar com o negócio.
Um deles está enganado, ou não está totalmente certo, ou não quer ganhar mais.

Carmo da Rosa disse...

Lidador, e outros interessados, aqui têm a notícia sobre o Die Linke. Traduzi agora mesmo, ainda está quente, do VOLKSKRANT (jornal considerado de esquerda) de hoje.

Christel Wegner, 60 anos de idade, membro do parlamento de Nedersaksen, colocou o seu partido em maus lençóis ao defender os Stasi’s. Afirmou na quinta-feira no programa PANORAMA que a construção de uma nova sociedade exige uma organização como a dos Stasi’s.

Ainda segundo a senhora Wegner, os Stasi’s estavam melhor equipados para enfrentar ‘forças reaccionárias’ do que os serviços de segurança da Alemanha actual. O muro terá sido construído com o mesmo nobre motivo.

As declarações de Wegner revelam, como dizem os holandeses, uma ‘imperfeição de tecelagem’ no partido Die Linke. Nos seis estados federados da Alemanha oriental o partido é predominantemente representado por ex-membros do Partido Socialista Unitário (SED) que governava antigamente a ex-DDR.

Na parte ocidental da Alemanha, o Die Linke é uma amálgama de desiludidos do SPD (partido social-democrata), trotskistas, maoístas e membros do partido comunista ortodoxo, o DKP.

Numa tentativa de ultrapassar o limite mínimo de votos no parlamento alemão, o Die Linke fez uma coligação com os comunistas do DKP. Desta forma alguns comunistas, entre eles Christel Wegner, conseguiram um lugar no parlamento.

ml disse...

Se há quem esteja supostamente pior, para quê ralarmo-nos?

Qual quê?!! Não foi nada disso que eu afirmei.
Apenas constatei que o estimado prezado, mesmo na pele de personagem educada e polida que ele actualmente incarna, por dentro continua o nosso velho lidador que distorce os factos para encaixarem nas ideologias que hoje o assombram. Como acontece com os actuais descalabros económicos, que não parecem sensíveis nem a concepções políticas nem a sistemas educativos.

Isto parecia-me clarinho como a água, mas penso que mais uma vez me manifestei em mandarim e estraguei tudo.


Ainda segundo a senhora Wegner, os Stasi’s estavam melhor equipados para enfrentar ‘forças reaccionárias’ do que os serviços de segurança da Alemanha actual.

Mau, isso deve ser moda que anda por aí. Ainda hoje li as ‘gordas’ da capa de uma revista que mostrava o António Barreto a dizer que a justiça do Salazar era muito melhor do que esta que temos.
Talvez, afinal, os tribunais plenários não tenham existido.

Zéi disse...

Ao Carmo Rosa

Ok, pode ser um bocado confuso, admito.
Então vamos simplificar.
Em minha opinião e no que diz respeito ao pagamento da divida publica, os estados tem quatro saidas, a ver:

1- Imprimir dinheiro ao desbarato.
=
Hiperinflacção

2- Grandes Subidas dos impostos.
=
Colapso da economia

3- Declarações de Insolvencia.
=
Como diz a ML balhamedeus

4- Vendem-se os anéis
=
Empobrecimento
Já agora acrescentaria uma quinta, que tal isto tudo junto, isso sim seria um fartote.
Provavelmente será o que vai acontecer.

Anónimo disse...

"Talvez, afinal, os tribunais plenários não tenham existido."

António Barreto teve o cuidado de não incluir esses tribunais.

ml disse...

António Barreto teve o cuidado de não incluir esses tribunais.

Teve. E realmente tirando as prisões arbitrárias, os processos políticos e ilegais, os plenários, as medidas de segurança, os assassinatos por parte das polícias, o acossamento do indivíduo e família para o resto da vida, os Ballet Rose, a ‘desjudicialização’ da corrupção, o encobrimento dos corruptos, a não criminalização do marido por espancamento da mulher, mesmo que ficasse às portas da morte, o não cumprimento de pena efectiva em homicídios de ‘defesa da honra’, os despedimentos sem justa causa que não chegavam a lado nenhum, etc., e todas as leis que funcionavam tão bem, tão bem que nem eram causa de tribunal, a justiça operava na perfeição.

Muito provavelmente o tal Christel Wegner também acha que tirando as perseguições, as interdições de mexer um pé sem autorização, as prisões brutais, os processos sumários, os espancamentos, os assassinatos fora e dentro das prisões, as medidas de segurança – etc - a Stasi era óptima em matéria de segurança do cidadão.

Sérgio Pinto disse...

A não ser que de facto não queira vender, ou não esteja interessado em ganhar dinheiro. Mas no mundo real, as pessoas querem vender e querem fazer o melhor negócio possível.

Sim, pois. Acontece que os dados económicos não se podem esconder. Estando na UE, é ligeiramente complicado trafulhar a taxa de crescimento, de desemprego, de inflação, de dívida pública... de... de...
E, claro, mesmo que houvesse, certamente que tal ferramenta não estaria apenas ao nível de Portugal. Por qualquer razão, você aparenta acreditar que aqui se tem mais jeito para enganar do que nos outros países. É uma versão curiosa do "os mercados andam distraídos".


Pois, mas isso não existe. Isso é como aquela coisa dos laboratórios, as chamadas " condições de pressão e temperatura normais".

A forma como tenta escapar-se com jogos de palavras também não mudou. Infelizmente para você, continua a não resultar. Pode substituir por "desde que não fossem completamente imbecis, qualquer um responderia à descida para 79 com as suas próprias descidas". Até um limite qualquer de custo marginal, blá blá, o palavreado básico e estilizado de economia que você costuma gostar.


Por exemplo, os seguros, e a proposito do CDS, baseiam-se exactamente na informação imperfeita.
(...)
Claro que não, é um vendedor que quer vender e um comprador que quer comprar e ambos acham que vão ganhar com o negócio.


Continua a ser, hum, sei lá, estranho, que você continue a querer ignorar 'a voz do mercado' quando normalmente lhe é tão obediente. Diabolização do Estado oblige, não é?

Paulo Porto disse...

@ml

Por um pouquinho pensei que estivesse a fazer uma descrição da nossa primeira república - assassinatos, perseguições, prisões por tempo indeterminado, politização da justiça. Mas depois reparei no Ballet Rose e não podia ser, nesse tempo os pedófilos eram mais dados a cartola alta, presidências da república e "exílios" em paraísos norte africanos de meninos baratos da época.

O drama é que muitos vícios da primeira e da segunda republicas estão todos somados nesta terceira, embora seja tudo muito, muito discreto.

Unknown disse...

"você aparenta.. a forma como tenta escapar-se...infelizmente para você ... palavreado básico e estilizado de economia que você costuma gostar... você continue a querer ignorar...."

Bem SP, não estou interessado em discutir obsessões com a minha pessoa.
Quando conseguir discutir ideias sem fulanização e sem tentar agredir quem consigo discorda, avise.

Sérgio Pinto disse...

Não está preocupado? Pois devia.
(...)
esquerda festiva
(...)
se calhar o problema do SP é mesmo esse
(...)
Bem SP, provavelmente não acompanhou com a devida atenção
(...)
deveria fazer acender luzinhas vermelhas até na cabeça aqui dos nossos bloquistas


Reconhece todos os excertos acima ressaltados? Saíram todos do seu computador.

Mais uma vez se torna claro que o verniz mudou, mas os vícios continuam a ser os antigos: meter-se a falar de coisas que desconhece e ensaiar fugas desajeitadas quando percebe que foi apanhado.

ml disse...

Por um pouquinho pensei que estivesse a fazer uma descrição da nossa primeira república

Isso passa com um livro de história qualquer.

ml disse...

Quando conseguir discutir ideias sem fulanização e sem tentar agredir quem consigo discorda

Mas o que é que se passa com a gente deste blogue?
É Natal?

Sérgio Pinto disse...

Ml,

Não se passa nada de especial, é apenas a nova forma de fuga desajeitada do prezadíssimo.

Infelizmente para ele, só resulta se todos tiverem memória de peixe e se esquecerem do que ele mesmo escreveu nesta caixa de comentários. Enfim, no fundo acaba por fazer pontaria aos próprios pés na mesma.

ml disse...

Sérgio

O menino Jesus existe.
Este assomo de respeitabilidade é das coisas mais interessantes deste Natal.

Eurico Moura disse...

O-Lidador disse:

E que "paradigma" tem em mente, EM?
O terceiro-mundo? Candeeiros a petróleo? Carros de bois? Pão e couves?

Onde estava o meu amigo há 30 anos?
Morto ou noutro planeta? Quer acredite ou não, a maior parte da porcaria que hoje nos parece indispensável não existia e éramos (eu era) felizes. Nomeadamente sem esta SantaNet.
Se você acha que já tudo foi inventado nunca vai imaginar nada de novo e diferente.