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domingo, 17 de janeiro de 2010

Dos artistas, definidores de "estádios diferentes de desenvolvmento"

Escreve Eduardo F. no Ambio:
Caro Henrique Pereira dos Santos,

Se não estou enganado, Yellowstone foi o primeiro parque natural (criado em 1872) que traduziu a preocupação ambientalista e conservacionista da natureza que só nos finais dos anos 60 do século passado ganhariam visibilidade. No início do século XX, e para falar de maravilhas mundiais, foi a vez do Grand Canyon.
Tudo isto me faz lembrar a notável ausência de pronunciamentos, por parte dos modernos ambientalistas, dos quilómetros cúbicos de terrenos envenenados na ex-RDA, que a Alemanha capitalista continua, ainda hoje, a tentar recuperar a custos gigantescos.

O outro "eixo" do movimento ambientalista - o da defesa da saúde - suscita-me também a evocação de memórias antigas, recentes e actuais quanto ao proibicionismo do DDT que, muito apropriadamente, se poderia catalogar como «perseguição directa de uma espécie» em particular: o homem que vive em zonas onde a malária é endémica.

Quanto a Malthus e às suas teorias e modernos seguidores (Clube de Roma, por exemplo, fundado em 1968) convirá ter presente que têm inspirado algumas posições que se poderiam catalogar de defensoras de "purgas divinas" nas variedades fulminantes ou moduladas de gradualidade. Falar do malthusianismo, nas diferentes formas, é falar de escassez. Logo, estamos no domínio da Economia, também designada de ciência da escassez e, por causa dela (escassez), da escolha.

E depois dos fracassos totais dos planeamentos centrais e da criação dos "modelos de input/output" (que vinham anunciar as escolhas "científicas"), é hoje indisputável que não há melhor mecanismo para lidar com a escassez que os "sinais" que os preços emitem (os Chineses e Vietnamitas perceberam, milhões de mortos depois, esta verdade elementar). Quando se manipulam os sinais (i.e.,os preços), todo o problema da escassez perde racionalidade económica e entramos no domínio da voluntarismo político e da engenharia social. Não recordo nenhum exemplo no mundo que não tenha resultado num duradouro desastre e/ou pobreza endémica, para além, claro, do cerceamento da Liberdade.

O futuro é incerto e, como tal, é perigoso. O homem comum receia tudo o que não conhece, detesta mudar e lida muito mal com a incerteza. Há alguns que querem "resolver" esta questão remetendo para o Estado a tomada de decisões que "libertem" os cidadãos de tão pesado fardo. São os novos totalitaristas.

Parafraseando Keynes, estaremos todos mortos no futuro. Por essa razão, a tomada de decisões políticas hoje cujo impacto, pela sua magnitude, só se irá verificar, por inteiro e em toda a escala a longo prazo, é de uma irresponsabilidade totalmente inaceitável por parte da geração que hoje toma decisões com base em scares induzidas por teorias e proposições hipotético-probabilísticas cuja sustentação é cada vez mais disputada no seio do corpo científico, mais que não seja pela manifesta incapacidade de explicar o porquê da realidade ser diferente daquela que os "modelos" previram.

Alguns querem fazer acreditar, a muitos, que a catástrofe é certa e que, provavelmente, «já não iremos a tempo de a evitar a menos que...». Outros - onde me incluo - fazem notar que a única coisa certa é o custo, o brutal custo que nos (a nós todos) pretendem fazer suportar. E a muitos, precisamente os mais pobres, pretender condená-los à pobreza.

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